quarta-feira, 10 de abril de 2013

Jim Clark tribute

Cinco anos atrás, escrevi uma biografia sobre Jim Clark. Uma belíssima carreira, infelizmente interrompida cedo demais.

Primeiros testes...

Outro vídeo interessante desta quarta-feira...

Ingo capotando

Vídeo bem raro sobre uma corrida de F2. Destaque para a narração portuguesa com certeza.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Irei aos cinemas para ver!

Deu água na boca! Estarei nos cines para ver!

Duros e moles

Para quem não sabe ou lembra, essa história de um piloto ter obrigação de usar dois compostos de pneus surgiu na já moribunda Champ Car, quando a categoria tentava algum crescimento e para isso, inventava várias coisas para melhorar sua popularidade e criar emoção. A F1 aderiu a isso, juntamente com a Indy, que a incorporou em 2007. Até então, os pneus de faixa vermelha e preta não tinham mostrado tanta diferença como em Birmigham nesse domingo, na segunda etapa do campeonato. A diferença de desempenho entre os dois tipos de pneus foi exemplificado pela estratégia de Helio Castroneves. Com pneus moles, era o mais rápido da pista e chegou a colocar 3s em cima de Ryan Hunter-Reay. Quando o brasileiro da Penske colocou pneus duros no final da prova, caiu para terceiro a longínquos 12s do americano, que venceu a prova.

Independente das estratégias, Ryan Hunter-Reay mereceu a vitória. O americano largou na pole e dominou os momentos inicias da corrida com autoridade, não dando chances a quem vinha em segundo lugar. Quando viu Castroneves voando das posições intermediárias, sua experiente equipe Andretti deve ter levado um susto e resolveu mudar a janela de pits de Ryan, fazendo-o parar igual ao piloto da Penske. Inicialmente, pareceu um erro grave, pois Hunter-Reay não conseguia andar no mesmo nível de Helio e uma vitória certa parecia ir para o ralo, mas como falado anteriormente, os pneus duros no carro de Castroneves fizeram uma diferença enorme e o brasileiro perdeu rendimento para alegria de Hunter-Reay, que tinha pneus vermelhos (moles) e partiu impávido rumo a vitória, mas tendo que lhe dar com um Scott Dixon muito forte no final da corrida, porém numa pista de difíceis ultrapassagens como é em Birmigham, Alabama, o neozelandês pouco pôde atacar.

Mesmo perdendo a liderança no fim, Castroneves não teve muito do que reclamar. Mesmo largando em sexto, caiu para 11º pela confusão na bandeira verde e por isso sua equipe mudou sua estratégia, antecipando sua primeira parada e colocando o brasileiro para andar muito rápido e com pista livre. Deu muito certo e o terceiro lugar de Helio o colocou na liderança do campeonato. Mesmo com duas corridas apenas, dois pilotos que foram destaques nos últimos anos vem decepcionando. Will Power, dominador nos circuitos mistos, não foi ao pódio nenhuma vez até o momento e fez uma corrida apagada no circuito de Barber, chegando apenas em quinto. Mais um ponto para Helio. Outro é Dario Franchitti, que já não havia andado bem no ano passado, afora a terceira vitória em Indianápolis, abandonou novamente em Birmigham e pelo o que vem mostrando até agora, não brigará pelo quinto título da Indy em sua carreira. O que perder uma esposa bonita não faz...

A corrida de ontem não foi um primor de emoção, até por que só houve uma bandeira amarela logo na largada e pela dificuldades de ultrapassagens. Porém, dois fatos me chamaram a atenção. O vencedor da primeira etapa James Hinchcliffe foi o primeiro a abandonar a prova, mas de uma forma esquisita, não abandonou seu carro verde. Do nada, já no final da prova, as câmeras mostraram o piloto da Andretti se levantando no cockpit e se espreguiçando como se estivesse acordando de uma boa noite de sono. Figurassa esse Hichcliffe! Outra foi na transmissão do Bandsports. O Celso Miranda é um dos caras que mais sabem de automobilismo no Brasil e o respeito muito, a ponto de torcer para que, seja a Band, seja o Bandsports, o escale para narrar as corridas da Indy. Porém, ontem me decepcionei muito com Celso. No final da prova, quando Hunter-Reay e Dixon ultrapassagem Helio Castroneves e ensaiavam uma briga pela primeira posição, Celso passou a torcer descaradamente para quem ambos batessem e o brasileirinho contra esse mundão todo vencesse a prova. PQP! Para quem gosta de corridas, queríamos mesmo era que Hunter-Reay e Dixon entrassem numa disputa encarniçada nas últimas voltas. Foda-se Castroneves! Passei a torcer que ele quebrasse, por causa do infeliz comentário de Celso!

Como ele não quebrou, Castroneves assumiu a ponta do campeonato e como Power parece não estar com a ferocidade de outros tempos, ele pode se aproveitar e tomar as rédeas da Penske e lutar ele pelo título. Helio tem a vantagem de não ter problemas em correr em ovais...

domingo, 7 de abril de 2013

Três vencedores e um perdedor

É bastante comum nas corridas que além do ocupante do topo do pódio, há mais vitoriosos numa mesma prova. Seja por uma pilotagem exuberante, ter andado mais do que o carro ou moto, além das sempre emocionantes corridas de recuperações. Não faltam exemplos para que um piloto seja o vencedor mesmo que não ganhe a corrida. Hoje no Catar, o pódio deveria ter um único degrau para os três pilotos que subiram para receber seus troféus em forma de concha e pérolas. Jorge Lorenzo, Valentino Rossi e Marc Márquez foram grandes na prova de hoje por razões diferentes, mas todos eles foram vencedores na corrida de hoje. E como para cada vencedor há um derrotado, hoje Daniel Pedrosa foi o grande perdedor do final de semana.

Nos testes de pré-temporada, Jorge Lorenzo viu a Honda continuar com sua dominação mostrada nas corridas finais de 2012 com Pedrosa. O compatriota foi o mais rápido em praticamente todos os testes, enquanto Lorenzo ficava num segundo lugar constante e preocupante. Contudo, nunca é bom duvidar de um piloto do estilo de Jorge Lorenzo. Ele é um típico piloto lutador, daqueles que se mostram na hora certa e o faz de sempre exuberante, tirando algo mais da onde ninguém espera. Na primeira etapa do ano, Lorenzo não tomou conhecimento da Honda e de Pedrosa e conseguiu uma pole enfática. Se Pedrosa, notoriamente o melhor largador da MotoGP na primeira fila, estava em terceiro e poderia assumir a ponta, Lorenzo fez algo mais para segurar o piloto da Honda na primeira volta e fazer uma corrida impecável, liderando todas as voltas da corrida, onde foi o mais rápido quando precisava abrir vantagem e soube administrar a prova a seu bel-prazer. Lorenzo começou o ano forte e teve ao seu lado dois pilotos que podem ainda fazer história em 2013.

Rossi e Márquez deixaram a desejar na classificação de sábado e ficaram bem atrás dos seus companheiros de equipe. Parecia que Rossi tinha perdido sua velocidade nos anos da Ducati e Marc Márquez, mesmo sendo o mais rápido na sexta-feira catari, ainda tinha muito o que aprender. Porém, quando valiam pontos, os dois fizeram corridas sensacionais para completarem o pódio ao lado de Lorenzo. Rossi largou bem, mas saiu da pista numa disputa com Pedrosa que o deixou em oitavo. O italiano demorou a deixar seus rivais de bolo (Stefan Bradl, Andrea Doviziozo e Álvaro Bautista) para trás, mas quando o fez, partiu para cima do bloco que batalhava pelo segundo lugar (Daniel Pedrosa, Marc Márquez e Cal Cruthlow). A diferença era de 4s, mas Rossi não se intimidou e com um ritmo que o deixava como o mais rápido da pista, atropelou a todos sem dó, nem piedade. Era a volta do velho Valentino, quando sua simples presença na rabeta de alguém causava sérios calafrios em seus adversário. Sete Gibernau que o diga...

Porém, Rossi não teve vida fácil. No final, teve que brigar fortemente com o novato Marc Márquez, que vendeu caro sua posição. O espanhol da Honda atuou como um verdadeiro veterano e com uma pilotagem agressiva e audaciosa, deixou seu companheiro de equipe para trás logo em sua primeira corrida. E por isso Daniel Pedrosa foi o grande perdedor da noite no Catar. O espanhol tem oito anos na MotoGP, já viu a categoria mudar para poder ajuda-lo a vencer o campeonato. Viu dois companheiros de equipe serem campeões debaixo do seu nariz, incluindo aí o batalhador, mas nada além disso Nicky Hayden. E logo em sua primeira prova de 2013, após um final de 2012 empolgante, é derrotado de forma enfática, com direito a ultrapassagem na pista por Marc Márquez, este em sua primeira corrida na MotoGP. Pedrosa sofre de um gravíssimo problema de confiança e a chegada de Márquez como a nova estrela da Repsol Honda pode ser um pé de cal na carreira de Pedrosa, onde foi dominante nas categorias menores e mesmo mostrando muita velocidade, ainda não disse a que veio na principal. Dani precisa de uma recuperação urgente, se quiser ainda conquistar seu primeiro título na MotoGP, algo que seu maior adversário e rival de geração, Jorge Lorenzo, já conseguiu e se encaminha para o terceiro.

Porém, Lorenzo terá que lhe dar com um rejuvenescido Rossi e um Marc Márquez com fome de entrar para a história. A corrida de hoje foi muito boa, ao contrário das modorrentas provas do ano passado. 2013 promete ser espetacular!

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Fab four

Neste final de semana terá início a 65º temporada da história do Mundial de Motovelocidade, com quatro pilotos comandando a categoria principal, a MotoGP. Se isso não parece incomum nos últimos anos, houve, sim, uma mudança. Sai o irascível Casey Stoner, entrando em seu lugar o jovem e promissor Marc Márquez. Se antes havia o fator Ducati, com a queda de desempenho da marca italiana, apenas Honda e Yamaha com suas respectivas equipes de fábrica equipando Daniel Pedrosa, Jorge Lorenzo e Valentino Rossi brigarão esse ano pelo título.

Lorenzo e Pedrosa já foram inimigos declarados e fidagais, mas o tempo fez com que a esperada maturidade chegasse e os dois espanhóis até flerta uma amizade entre eles, porém, eles são os maiores favoritos para 2013, continuando a emocionante rivalidade do ano passado. Lorenzo, bicampeão, já é um piloto completo e confiável, dele podendo esperar o melhor de si e do equipamento. O mesmo não se via em Dani Pedrosa e suas constantes lesões que sempre o deixava de fora de treinos e corridas. O espanhol, toda vida apoiado pela Honda, chegou a ser superior a Lorenzo nas categorias de base, mas Pedrosa foi amplamente superado pela auto-confiança de Lorenzo na categoria principal. Porém, no ano passado, Pedrosa fez um segundo semestre estupendo, chegando a assustar Lorenzo na reta final do campeonato, quando a Yamaha não parecia fazer frente a Honda, enquanto Pedrosa parecia evoluir em meses o que não havia evoluído em anos!

O campeonato foi bipolarizado por Lorenzo e Pedrosa, com o piloto da Yamaha levando vantagem pelo campeonato mais linear do que o de Pedrosa, que viveu à sombra de Stoner no início do ano, mas quando o australiano se acidentou e decidiu-se aposentar, o espanhol correu como nunca na vida. Agora Pedrosa poderá iniciar 2013 com a mesma fase do final de 2012 e o resultados nos testes de pré-temporada mostraram isso nitidamente. Lorenzo se mostrou um piloto extremamente cerebral em 2012 e não tentou um algo mais que poderia ser arriscado quando era nítido a vantagem técnica da Honda frente sua Yamaha. Lorenzo é mais completo e tem muita garra e coração, enquanto Pedrosa ainda tem que se provar para garantir seu primeiro título (quarto, se contar as categorias menores) da MotoGP.

Os outros dois integrantes das equipes oficiais de Honda e Yamaha são duas incógnitas por motivos bem extremos. Todos conhecem o talento e a velocidade de Valentino Rossi e Marc Márquez, mas um tem anos demais e outro, de menos. Os dois anos ruins de Rossi na Ducati não diminuiu sua velocidade, como mostrado nos testes, mas o nível de Pedrosa e Lorenzo parece mais alto do que o mítico italiano neste momento. Será difícil Rossi lidar com os espanhóis e mesmo com o ambiente dentro da Yamaha, totalmente voltado para Lorenzo, exatamente o contrário de quando Rossi e Lorenzo dividiram pela primeira vez a Yamaha. Márquez é um dos pilotos mais promissores que já apareceram nos últimos anos. Se os números de Rossi quando chegou a então 500cc eram assombrosos, os de Márquez são ainda melhores. O espanhol sempre teve apoio maciço de seu país e já chegou na MotoGP por uma Repsol Honda, equipe oficial, tendo a Dorna tendo mudado seu estatuto para isso. Tudo para ver Márquez numa moto competitiva logo de cara, que ele mostrasse seu talento e incomodasse as estrelas da MotoGP. Se Rossi ou Márquez vencerem este campeonato, com certeza será uma grande história em 2013!

Os demais pilotos serão meros coadjuvantes, esperando um pódio ocasional em caso de problemas com os pilotos de fábrica de Honda ou Yamaha. A Ducati continua com uma moto indirigível, mesmo com o talento de Andrea Doviziozo. A Monster Yamaha mantém Carl Cruthlow como um piloto capaz de andar entre os grandes quando possível, mesmo que de forma não muito usual. As CRTs permanecerão se arrastando no fim do pelotão, levando volta dos quatro grandes pilotos que deverão dominar a MotoGP em 2013.