Ainda no sábado, Lewis Hamilton falou à imprensa que estava pilotando feito um idiota. E ele tinha razão. Mesmo a Mercedes exercendo sua força nos treinos de classificação, Hamilton esteve deprimente no sábado, ficando ainda no Q2 graças a um erro seu em sua primeira volta lançada, onde o assoalho do seu carro foi danificado e mesmo atrapalhado por Adrian Sutil em sua segunda volta, dificilmente Lewis conseguiria repetir os feito deste ano que o fizeram o maior pole-man de 2013. Porém, o domingo não seria muito melhor. Após uma largada convencional, Hamilton brigava para ganhar algumas posições quando foi chamado pela sua equipe para antecipar sua parada, pois foi identificado um furo lento em seu Mercedes. Parando muito cedo, era praticamente impossível completar o Grande Prêmio da Itália sem um segundo pit-stop, enquanto os demais pilotos, afora Kimi Raikkonen que também teve que antecipar sua parada devido a problemas, parariam apenas uma vez. Hamilton era sempre um dos mais rápidos na pista, mas com sua estratégia comprometida, tudo o que Lewis pôde fazer era assegurar um oitavo lugar e apenas quatro pontos na poupança para ser o melhor do resto, pois o tetra de Vettel é apenas questão de tempo. Mas com Alonso cada dia mais inspirado e uma pilotagem péssima em Monza, até isso Hamilton terá dificuldades de conseguir!
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
domingo, 8 de setembro de 2013
Sunday drive
Desde sexta-feira que se previa a corrida de hoje da forma como ela foi. Uma neblina minutos antes da largada chegou a criar uma expectativa de algo diferente, mas a chuva foi tão leve que o apagar das luzes vermelhas se deu com todo mundo com pneu slick e lá se foi Sebastian Vettel para mais uma corrida em que dominou como quis, assim como fez em Spa e na grande maioria de suas vitória na sua prodigiosa carreira. Nesse momento, já se fazem contas de quando Vettel irá confirmar seu tetracampeonato, pois mesmo com um carro que não parecia estar 100%, o alemão sequer foi incomodado até a bandeirada de chegada em Monza, onde a torcida invadiu o pódio mesmo sem uma vitória ferrarista, mas para gritar por Alonso, que hoje tinha uma cara um pouco mais animada no pódio, mesmo com um segundo lugar que praticamente afirma que a partir de agora o pensamento será para 2014.
Assim como em Spa, o Grande Prêmio da Itália não foi um primor de emoção, com Vettel liderando desde a primeira volta até a bandeirada, mas há indícios de que a coisa não foi tão tranquila para os lados rubro taurinos. Desde as primeiras voltas uma luz vermelha piscava na traseira de Vettel. Aparentemente inofensivo, isso era sinal de um problema hidráulico que tanto abandono causava alguns anos atrás. E isso aparecer ainda nas primeiras voltas não era um bom sinal. O pneu dianteiro travado na primeira curva para se livrar de Felipe Massa também preocupou, mas após o pit-stop, nem isso mais era um fator. O que é líquida e certo é que mesmo com tantos problemas, o carro da Red Bull está imbatível como esteve em 2011 e Vettel segue numa fase incrível, onde vencer virou rotina e recordes são quebrados da mesma forma como com o seu compatriota. Da mesma forma como o companheiro de equipe, a corrida de Webber não foi livre de problemas, como um defletor quebrado quando era ultrapassado por Alonso e um problema de câmbio enquanto brigava com o espanhol. Mas nem isso fez com que o australiano chegasse colado em Alonso com o seu Red Bull, mesmo meia-boca, pronto para dar o dote se Alonso desse mole. Como não foi o caso, Mark completou a prova com um bom terceiro lugar que o faz se aproximar da mesma posição no campeonato, já que Hamilton e Raikkonen tiveram corridas problemáticas em Monza.
A feição de Alonso no pódio era de felicidade de chegar ao pódio em Monza, casa espiritual da Ferrari, mas também de resignação, frente ao poderio da Red Bull. Alonso demonstra a cada final de semana de corrida que está enfrentando um carro bem melhor do que o seu e consegue incomoda-los, fazendo um algo a mais que o caracteriza como um dos grandes da história da F1. Se Massa necessitava de uma 'grande corrida' para renovar o contrato, que pode ser ou não anunciado nessa semana, na minha opinião isso não aconteceu. Ok, ele andou na mesma balada de Alonso, mas perdeu o pódio para Webber na rodada de paradas e em nenhum momento parecia que ultrapassaria o australiano, ficando em quarto lugar atrás de um carro cheio de problemas, mesmo que superior ao seu. Acho que Massa acaba renovando, mas o brasileiro entrará para a história da Ferrari como o piloto no qual o time italiano, conhecido pela capacidade de destruir carreiras, mas teve paciência em engolir corridas e mais corridas fracassadas, pontuados por algumas corridas boas, como a de hoje, mas apenas boas e nada mais. Enquanto isso, Nico Hulkenberg fazia a melhor corrida do ano do jovem e talentoso alemão. Com uma carroça nas mãos, Nico perdeu as posições para a Ferrari, o que já era esperado, mas segurou a quinta posição a prova inteira, não se importando em ter uma Mercedes colado na sua asa traseira no final da corrida. Nico é jovem, talentoso e vive mostrando serviço, mas parece que Hulkenberg não tem a sorte de estar no hora certa e no momento certo.
A Mercedes fez uma corrida discreta, longe de brigar com Red Bull e Ferrari pela ponta. Rosberg fez uma corrida burocrática, onde não conseguiu sequer ultrapassar uma Sauber, mesmo pilotado brilhantemente por Hülkenberg. Talvez por isso Nico seja tão menosprezado no paddock da F1, mesmo mostrando velocidade e um exemplo foi as ultrapassagens na raça de Hamilton sendo aplaudidas pelos mecânicos, enquanto mal se mostrava Nico pressionando seu xará e compatriota Hulkenberg. Hamilton continuou seu inferno astral em Monza e teve um pneu furado no começo da corrida, forçando-o a fazer dois pit-stops, ao contrário da única visita aos boxes de todos os demais. Isso fez com que Lewis fosse um dos mais rápidos da pista em vários momentos da corrida e o fez passar muita gente, mas isso só lhe rendeu um oitavo lugar. Raikkonen teve destino semelhante quando bateu na largada e teve que trocar a asa dianteira logo na primeira volta, mas a Lotus não estava num bom final de semana e a evolução de Kimi não foi tão enfática como a de Hamilton, com a mesma estratégia e pela segunda corrida consecutiva Raikkonen não marcou pontos, enquanto Grosjean se esforçou para garantir os dois pontinhos do nono lugar.
Querendo mostrar que a Red Bull fez o certo ao promove-lo, Daniel Ricciardo fez uma corrida para fechar a prova em sétimo e finalmente ultrapassar seu companheiro de equipe Vergne, que foi um dos poucos abandonos da prova. A McLaren parecia forte ao colocar seus dois carros no Q3, mas na corrida foi outra história e Button teve que segurar Raikkonen nas voltas finais para marcar o ponto final da prova, com Sergio Pérez logo atrás. Apenas se destacar o boné diferente de toda a equipe McLaren pelo marco de 50 anos da equipe. A Force India segue em queda com Paul di Resta sendo o primeiro a abandonar quando bateu na primeira volta, mas dificilmente o escocês faria muito diferente de Adrian Sutil, que brigou muito nas posições intermediárias, mas fora da zona de pontos. A Williams segue seu calvário, juntamente com Gutierrez, enquanto as duas equipes nanicas brigaram muito entre si, chegando a atrapalhar alguns carros mais rápidos.
E assim a F1 se despede da Europa com o campeão e o vice praticamente decidido. A questão já não é 'se', mas 'quando' para Vettel, enquanto Alonso olha desconsolado seu rival já ter o dobro de títulos que possui, sendo o bicampeonato do espanhol aconteceu há sete longos anos atrás. Resta saber quem será o companheiro de Alonso em 2014 para que a F1 se defina e parta para a consagração de Vettel e da Red Bull em 2013.
sábado, 7 de setembro de 2013
Domínio anunciado
Os três treinos livres já haviam mostrado que só uma hecatombe poderia tirar a pole de Sebastian Vettel, seguido de perto pelo companheiro de equipe Mark Webber. E foi justamente isso o que aconteceu hoje. Juntando ao surpreendente domínio da Red Bull em Monza e sua pista sem nenhuma pressão aerodinâmica, a Mercedes esteve longe do ritmo dos sábados anteriores, a Lotus esteve mal o tempo todo e a Ferrari acabou se embaralhando em querer colocar Alonso brigando pela primeira fila com Webber e acabou se dando mal.
A quadragésima pole de Vettel na F1 era tão favas contadas que a emoção ficou pelas demais posições no grid e houve algumas surpresas interessantes. A Lotus de Kimi e Grosjean não se encontrou em nenhum momento e os dois pilotos ficaram de fora do Q3, com o francês errando na freada da primeira chicane várias vezes. A Mercedes sempre esteve em dificuldades, primeiro com Rosberg no terceiro treino livre e depois com Hamilton na Classificação, onde o inglês saiu da pista, foi atrapalhado pelo ex-amigo Adrian Sutil e nas próprias palavras, dirigiu como um idiota, ficando de fora do Q3 também. Isso abriu o caminho para que alguns carros que normalmente não fazem parte do segmento final fossem ao Q3, como os dois carros da Toro Rorro e os dois carros da McLaren. Porém, quem surpreendeu mesmo foi Nico Hülkenberg. O alemão da Sauber não apenas subiu ao Q3, como colocou seu problemático Sauber na terceira posição, à frente das duas Ferraris, que discutiam pelo rádio a melhor posição de pista e acabaram se atrapalhando, com o favorito da equipe Alonso ficando marginalmente atrás do ameaçado Massa.
Com a confirmação de Ricciardo na Red Bull, hoje a maior especulação na F1 é o lugar de Massa na Ferrari. Contando com o ufanismo global, não achei Galvão Bueno e cia confiantes para uma renovação de Massa em 2014. A preocupação é latente, até porque Massa não vem entregando os resultados dos quais é cobrado desde 2010, tempo em que seu lugar na Ferrari é resultado de longos debates toda temporada. A realidade é que, contando apenas os seus resultados, Felipe Massa já deveria estar procurando lugar para correr em 2014 e o dito anúncio da TV italiana ontem, que ele estava fora da Ferrari, não deixa de ser um indício forte. O problema seria trazer Kimi Raikkonen de volta, pois é sabido que Montezemolo não gosta muito do finlandês e talvez Alonso não veja com bons olhos o talentoso finlandês dividindo a Ferrari, que desde 2007 não sabe o que é título. Porém, o time de Maranello está em terceiro no Mundial de Construtores por causa dos pálidos resultados de Massa e Raikkonen não parece ser um piloto político a ponto de encher o saco de Alonso dentro da equipe. Fora que Hulkenberg, não apenas pelo resultado de hoje, parece ser uma variável fortíssima nesse complicado jogo de xadrez que é a renovação ou não do contrato de Massa pela Ferrari. Se eu fosse Domenicalli, escolheria o alemão, mas algo me diz que Felipe ficará mais um ano na Ferrari, contrariando o bom senso.
Isso é 2014. Para amanhã, Vettel é favorito a fazer outra corrida a seu estilo, onde vence dominando e sem dar chances aos rivais, ainda mais com um Sauber o separando dos seus mais perigosos rivais ao menos na primeira volta. Porém, há previsão de chuva forte amanhã. Contudo, todos esquecem que a primeira vitória de Vettel cinco anos atrás justamente em Monza foi marcada justamente pelo piso molhado.
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
Barraco
Os italianos são conhecidos por serem extremamente temperamentais. Pois Max Papis se mostrou uma das pessoas mais centradas quando levou um tapa de uma namorada após uma corrida. Isso pode se tornar um expediente casos os pilotos da Nascar quererem desabafar e não poderem com medo de alguma punição...
Capítulos finais
Ontem à noite Fernando Alonso deixou todos na expectativa quando anunciou pelo twitter que nesses dias haveria um grande anúncio para fazer. O anúncio houve, mas não com Fernando Alonso diretamente envolvido. Já no final desta tarde a Red Bull anunciou que Daniel Ricciardo assumirá o carro de número 2 (ou alguém ainda duvida que Vettel será campeão esse ano?) em 2014 no lugar do compatriota Mark Webber, de malas prontas para o WEC.
A escolha de Ricciardo mostrou o quão grande se tornou a Red Bull, antes considerada uma equipe excêntrica e divertida. Por trás da vinda de Daniel, houve muita política envolvendo os dois manda-chuvas da equipe, Christian Horner e Helmut Marko. Enquanto Horner queria um piloto de ponta ao lado de Vettel a partir do ano vindouro, Marko queria um jovem piloto do seu criadouro de revelações do automobilismo, mas que até agora só tem Vettel como triunfo. As orelhas de Dietrich Mastechitz, dono da Red Bull, devem estar vermelhas até agora de tantas argumentações ouviu dos seus dois homens fortes na F1, mas a velha parceria com Marko acabou valendo.
Daniel Ricciardo desde muito novo é ligado à Red Bull e com ela foi campeão da F3 Inglesa em 2009, subindo à World Series na temporada seguinte. Mais preocupado em ser piloto de testes da Red Bull e aprender o máximo possível no ambiente da F1, o australiano não fez muita questão de levar a sério a categoria de acesso, mesmo mostrando bons resultados na WS. Em 2011 Ricciardo fez suas primeiras corridas na F1 pela finada HRT até chegar a Toro Rosso em 2012, junto com Jean-Eric Vergne, no lugar dos antigos pilotos do celeiro de Marko, Jaime Alguersuari e Sebastien Buemi. A verdade verdadeira foi que Ricciardo não chamou tanta atenção como Vettel fez nos seus tempos de Toro Rosso e até mesmo marcou menos pontos do que Vergne, mas com uma pilotagem cerebral e consistente, garantiu o lugar principal do Programa de Jovens Pilotos da Red Bull e quando se compatriota Webber anunciou sua aposentadoria no final de 2013, se tornou o principal candidato a substituí-lo, ao lado de estrelas como Raikkonen e Alonso, preferências de Horner, que terá que engolir Ricciardo para os próximos anos.
Com a confirmação de parte dessa novela que se tornou a silly-season versão 2013, histórias paralelas ainda precisam ser resolvidas e a principal delas envolve Kimi Raikkonen. O finlandês não vê muito futuro na Lotus, mas com a porta da Red Bull fechada, sua situação se complica, pois saiu meio corrido tanto da McLaren como da Ferrari, apesar da última estar paquerando com o finlandês vide mais um ano difícil de Massa que, venhamos e convenhamos, não está mais merecendo a paciência que a Ferrari está tendo com ele. Outros anúncios virão nos próximos dias e até o momento, as definições não alteraram os batimentos cardíacos dos amantes da F1. Se os próximos movimentos o farão, o tempo irá dizer.
domingo, 1 de setembro de 2013
Sobrevivendo
Que tal construir uma pista ruim, com curvas apertadas e cheia de ondulações. Depois colocar nela vários pilotos maluquinhos e agressivos, loucos para aparecer nesse final de campeonato. Juntando a tudo isso, ter comissários sem critério e mais preocupado com o espetáculo do que propriamente a segurança de todos. Pois o resultado de tudo isso foi visto no Grande Prêmio de Baltimore neste final de tarde de domingo na Indy. A corrida foi uma das mais malucas e insanas dos últimos tempos em qualquer categoria, onde praticamente todos os pilotos bateram ou se viram envolvido em algum problema durante as mais de duas horas de prova. Charlie Kimball teve que fazer quatro manobras evasivas, sem contar com as duas balizas que o americano da Ganassi fez para desviar de carros parados à sua frente. James Hinchcliffe bateu duas vezes e ainda chegou no top-10, mas o sortudo do dia foi mesmo Helio Castroneves. O brasileiro da Penske teve uma corrida medíocre, bateu, errou nos pits, foi punido, se envolveu em um engavetamento e ainda saiu mais líder do que nunca, graças aos infortúnios dos seus principais adversários.
Com tantos problemas, não foi surpresa que o pódio em Baltimore não tivesse nenhum integrante das chamadas equipes grandes (Penske, Ganassi e Andretti), mesmo o vencedor Simon Pagenaud ter liderado um treino livre e ter mostrado força em vários momentos. Como a maioria dos pilotos, o francês teve que fazer uma corrida de sobrevivência para receber a bandeirada e no caso de Pagenaud, significou a sua segunda vitória no ano e a consolidação como um dos grandes pilotos franceses do momento. O segundo colocado Josef Newgarden, da pequena equipe Sarah Fischer foi tocado por Castroneves na primeira volta e chegou a perder muito rendimento, mas se viu brigando com Pagenaud nas voltas finais, mas não teve força para lutar pela liderança, mas sua chefe não ficou nada triste e comemorou bastante no final. E completando o pódio, Sebastien Bourdais largou em último por um acidente nos treinos, mas esteve forte o suficiente para brigar pela vitória na parte final da corrida, mesmo tendo rodado uma vez.
O pódio em Baltimore demonstra bem o quão maluca foi a prova de hoje e isso acabou por praticamente dar o título para Castroneves. Scott Dixon largou na pole, mas não liderou uma única volta, sendo ultrapassado por Will Power ainda na primeira volta, mas com Helio lá atrás, o neozelandês apenas se preocupou em marcar o maior números de pontos possível e esteve na briga com Power a prova toda. Numa das inúmeras relargadas, Dixon foi alvo de uma barbeiragem de Power e bateu forte no muro, acabando a corrida de ambos e praticamente sacramentando o título, na sorte absurda, de Castroneves, que vem conquistando o título desse ano de uma forma similar, mesmo que longe de ser igual, de Jenson Button em 2009. O inglês venceu as sete das oito primeiras corridas daquele ano e depois ruminou até conquistar o título com uma prova de antecipação. Já Hélio ganhou apenas uma vez (com o carro irregular, diga-se de passagem), mas marcou pontos cruciais o ano inteiro. Se no começo do ano ainda brigava por vitórias, hoje o piloto da Penske só tem a vantagem que tem pelos azares de Dixon e de Ryan Hunter-Reay, outro que abandonou hoje, pois faz tempo que Castroneves não faz uma corrida decente.
Foram vários incidentes que teve vários protagonistas, como Graham Rahal, Justin Wilson e Marco Andretti em dias inspirados, mas com várias participações especiais e sem coadjuvantes discretos. Foi um caos! Com a Indy sem um comando firme, as corridas rolam soltas e as corridas se transformam, como hoje em Baltimore, em Demotions Derby.
Segurou!
A situação de Jorge Lorenzo até lembra um pouco o do seu compatriota Fernando Alonso. Com um equipamento inferior, o espanhol, também com uma gana enorme para vencer e se manter no topo de sua geração, tem que andar muito mais do que seu equipamento permite para se manter à frente dos rivais. Lorenzo tinha liderado em Indianápolis e Brno, mas sucumbiu a superioridade das Hondas de Pedrosa e, principalmente, de Márquez para terminar num amargo terceiro lugar, reclamando que fez de tudo, mas não havia sido o suficiente. Todos haviam visto que Lorenzo havia dado tudo, tudo mesmo nessas provas, mas vinha Márquez e destronava o bicampeão. Hoje, porém, foi um pouco diferente.
Uma diferença crucial foi que Márquez teve um acidente no warm-up onde teve o ombro esquerdo deslocado, o mesmo que atrapalhou a temporada de Lorenzo e Pedrosa nas provas anteriores. Como esses pilotos de moto são de borracha, Marc teve seu ombro colocado no lugar, tomou uma injeçãozinha e partiu para a largada, onde foi superado mais uma vez por Lorenzo, se especializando cada vez mais nesse quesito. O controle de largada da Yamaha está tão bom que Rossi pulou de sexto para terceiro na primeira curva. A marca de Iwata sabe que uma boa largada é essencial para se manter à frente da rival Honda. Pedrosa, antes considerado o melhor largador da MotoGP, não o fez, mas num ritmo alucinante, logo ultrapassou quem vinha pela frente e encostou na dupla que liderava, Lorenzo e Márquez. E assim esse trio ficou a corrida inteira.
Porém, nas voltas finais, o melhor equilíbrio da Honda começou a fazer efeito e Márquez partiu para cima de Lorenzo. Foram duas tentativas, uma faltando três voltas e outra na passagem final. Ambas foram rechaçadas com muita categoria por Lorenzo, particularmente na última volta, onde Márquez conseguiu uma ultrapassagem sensacional nas últimas curvas, mas escapou na penúltima e deu o espaço que Lorenzo necessitava para botar por dentro e vencer depois de muito tempo. A vitória do piloto da Yamaha servirá, neste momento, muito mais para aumentar seu moral no campeonato, pois Lorenzo ainda está em terceiro no Mundial, 39 pontos atrás de Márquez, que ainda goza de uma boa vantagem no campeonato e não pareceu ter sido muito afetado, aparentemente, pela sua contusão. E o vice Pedrosa? Em melhores condições físicas do que Márquez, Dani não tentou uma única ultrapassagem, preferindo ver de longe seus rivais brigar pela vitória. Ainda no quesito decepções, o local Cal Cruthlow, envolvido no acidente com Márquez, chegou num obscuro sétimo lugar, enquanto Valentino, apesar da ótima largada, foi mais uma vez coadjuvante dos líderes do campeonato com o terceiro quarto lugar consecutivo.
Mesmo sem poder descontar muito no campeonato, essa vitória de hoje poderá ser crucial para Lorenzo, que voltou a vencer após sua sequencia de acidentes que atrapalhou sua defesa de campeonato. Para Márquez, esse segundo posto não foi de todo ruim, pois continua abrindo para o seu companheiro de equipe, enquanto a diferença segue grande na luta pelo seu primeiro título, mas Lorenzo provou que, com um equipamento inferior, é capaz de lutar com todo o seu talento contra a força da Honda e a impetuosidade de Márquez.
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