segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

500 Milhas de Danica

Ela até fez uma boa corrida, mas não venceu. O vencedor foi um pentacampeão da Nascar e entrou para a história novamente ao se tornar o décimo piloto a vencer mais de uma vez em Daytona, mas Jimmie Johnson não foi a atração principal de ontem. Danica Patrick entrou para a história da Nascar ao conseguir a pole para a prova de ontem e bateu outros recordes de 'Primeira mulher a...' durante a corrida de ontem. Porém, mesmo se ela não tivesse feito tudo isso, provavelmente ela seria a dona das atenções de ontem. Danica chegou em oitavo lugar, se manteve a corrida inteira no top-10 e estava no bolo que brigava pela vitória ontem na volta final, mas ela também tinha uma câmera exclusiva, seu carro aparecendo mesmo quando não estava no contexto e ela foi uma das primeiras a ser entrevistadas ao final da prova.

Para quem acompanha este blog, sabe da minha opinião sobre Danica Patrick. Para quem não sabe, digo. Se ela se chamasse 'Danico' ou qualquer versão masculina do seu exótico nome, ela não teria um milésimo da atenção que sofre olhando unicamente seus resultados na pista. Ruim na Indy, Patrick se destacou ontem com um equipamento que é considerado por muitos como o melhor da Sprint Cup e numa pista que, mesmo famosa e sendo a principal prova da Nascar, é considerada fácil por muitos, a ponto de vários pilotos medíocres terem conseguido sua única vitória na pista de Daytona Beach. Ocorre com Danica uma espécie de preconceito às avessas, pois se antes falavam que as mulheres não tinham chance no automobilismo unicamente por serem mulheres, Danica vai conseguindo destaque unicamente por ser mulher, além de ser bonita. Sendo alçada a destaque da Nascar ao lado das estrelas como Johnson, Jeff Gordon, Tony Stewart e Kyle Busch, na verdade Danica Patrick não calça as sapatilhas desses pilotos na Nascar. Ocorreu com Dale Earnhardt Jr algo parecido alguns anos atrás. Quando ele foi para a Hendrick, melhor equipe da Nascar, todos esperavam que Junior, filho do mítico Dale 'Intimidador' Earhardt, conseguisse finalmente seu primeiro título, mas o tempo passou, Dale Jr não conquistou nada mais do que duas vitórias nos últimos cinco anos e sua popularidade fica cada vez mais fora das pistas. Algo que deverá acontecer com Danica, pois quando ela precisar mostrar resultado, dificilmente o mostrará, como não mostrou em seus anos de Indy, onde sempre andou nas melhores equipes e nada fez.

Falando do vencedor, Jimmie Johnson fez uma corrida estratégica, como convém a todo vencedor das 500 Milhas de Daytona. O pentacampeão fez uma prova discreta e nas voltas finais apareceu na ponta, para não mais largar, mesmo com uma bandeira amarela na reta final da corrida.O piloto do Hendrick não foi muito molestado no final, talvez pelo receio dos pilotos vide o terrível acidente ocorrido no dia anterior na Nationwide e a corrida em si foi a mais chata dos últimos tempos. Johnson começa bem sua busca ao sexto título, mas ele precisará achar um espaço na transmissão para aparecer frente a overdose de Danica Patrick.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Brincando com o fogo!

Os finais de corrida nas corridas de Superspeedway, como Daytona e Talladega, são sempre emocionantes e imprevisíveis, ainda mais com a moda de se andar em dupla, com o carro empurrando o da frente até o último momento para dar o bote no final. O problema é que vários carros, lado a lado, tentam fazer o mesmo e nos últimos anos estamos vendo grandes acidentes perto da bandeirada. Isso vem se repetindo com uma frequência alarmante e o que vimos hoje, na corrida da Nationwide em Daytona, mostra bem o que pode acontecer nessa de juntar vários carros em alta velocidade. Aparentemente ninguém se machucou, mas a linguagem corporal de Kyle Larson quando este saiu do carro mostra bem que isso aconteceu por pura sorte!

Só corrigindo: houve, sim, feridos. 28 no total!

O sequestro de Fangio

No momento em que a blogueira Yoani Sánchez é escorraçada pela parte radical (e, por que não dizer, babaca) da política esquerdista brasileira apenas por ser contra a ditadura de Fidel dentro da própria ilha, Cuba foi protagonista de um lance pitoresco 55 anos atrás.

Fulgêncio Batista via sua ditadura (Cuba parece ter 'sorte' com essas coisas...) ir para o brejo em 1958 e para tentar tirar o foco da insurreição vinda da Sierra Miestra, resolveu promover uma corrida de carros esporte em Havana no dia 24 de Fevereiro, data que marca o começo do processo de independência de Cuba. Os grandes pilotos da época foram contratados, inclusive o mitológico Juan Manuel Fangio. O argentino era uma estrela na época e principal atração da corrida, visto que poucos meses antes havia vencido seu quinto título na F1. Isso chamou a atenção de Arnol Rodriguez, responsável pelo setor de propaganda dos revoltosos.

Com o mundo inteiro olhando para Cuba, o sequestro da estrela principal não apenas estragaria a festa de Batista, como promoveria a causa Castrista. Para isso, era fundamental que Fangio não fosse mal-tratado quando sequestrado, para não passar a impressão de que os revoltosos eram também terroristas. No dia 23 de fevereiro de 1958, Fangio é abordado pelo sequestrador Manuel Uziel na porta do elevador do Hotel Lincoln, onde estava hospedado. O argentino é levado para um carro Plymouth que o esperava na porta do Hotel e passa a noite com seus sequestradores em uma casa próximo à praia.

Não faltam lendas a respeito das horas em que Fangio passou com seus sequestradores. Conta-se que quando o pentacampeão mundial sentou no carro e se encontrou com Rodriguez, o cubano pediu-lhe mil desculpas e que não lhe faria mal. Fangio passou o tempo necessário com seus raptores para que o mundo soubesse da 'revolução' cubana e escapasse de ver a morte novamente nas pistas. Explico: mesmo com o escândalo do sequestro de Fangio, a corrida aconteceu normalmente no domingo, mas o espanhol Armando Garcia Cifuentes acabou se acidentando ainda no começo da prova, ao perder o controle de sua Ferrari e atingir a multidão que se aglomerava nas ruas de Havana. Sete pessoas acabaram morrendo.

Após a corrida, Fangio foi libertado pelos seus sequestradores junto a representantes da embaixada da Argentina. Depois desse susto, Juan Manuel Fangio começou a desistir de sua carreira internacional e no meio do ano fez sua última corrida na F1 na França. Quanto aos sequestradores, eles ganharam a notoriedade que desejavam e subiram ao poder poucos meses depois. E também ganharam um amigo! Fangio se tornou amigos de todos os seus raptores, em especial Arnol Rodriguez e Faustino Perez, que foi o chefe da parte operacional do sequestro. Fangio sempre tratou esse episódio como um 'sequestro amável'. Trinta e dois anos depois, Fangio voltou à Cuba como representante da marca capitalista Mercedes-Benz. E foi super bem tratado pelos seus antigos algozes. Ao contrário de Yoani Sánchez...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

FW35

A equipe Williams vive uma fase interessante de sua longa história. Após anos de domínio absoluto na F1, o time de Frank Williams viveu (e ainda vive...) um momento de decadência, onde vitórias é algo complicado de se conseguir e título, antes até mesmo corriqueiro para o Tio Frank, é um sonho utópico. Lembrando os bons anos da F1, recordando com muita saudade nos anos 80 e 90, criou-se uma enorme simpatia pelo time azul e branco, isso sem contar com a própria história de Frank Williams, uma figura mitológica na história da F1.

Pois o simpático time inglês foi o último a apresentar seu carro para 2013 nesta terça, dia da estréia da segunda bateria de testes da F1 neste ano. Houve uma teoria de que a Williams fez seu melhor carro desde a traumática separação com a BMW em 2005 no ano passado, mas que faltou bons pilotos para se aproveitaram-se disso e o time de Tio Frank não marcou os pontos que condizem ao potencial do carro de 2012. Com a pressão dos dólares bolivarianos-ditatoriais vindos da Venezuela, Pastor Maldonado ficou mais um ano na Williams, o seu terceiro seguido na equipe. O venezuelano tirou a Williams de uma fila de mais de oito anos, demonstrou muita velocidade o ano inteiro, mas sua inconsistência fez com que Maldonado fosse o piloto pior colocado na história da F1 a vencer uma corrida durante a temporada. Talvez a experiência traga serenidade a Maldonado, algo que sobrava em Bruno Senna, mas de forma proporcional, faltava velocidade no brasileiro. A Williams aposta em encontrar esse equilíbrio no novato Valteri Bottas, finlandês protegido por Toto Wolff, que se debandou para a Mercedes, mas que mantém influência na Williams. Ou alguém duvida que Susie Wolff está ainda como piloto de testes pelo seu casamento com Toto?

A Williams parte forte para 2013, procurando se manter forte como no ano passado, mas que tenha uma dupla de pilotos mais consistente.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

CT03

A Caterham sempre foi a melhorzinha das equipes ditas nanicas. Porém, o time malaio vive uma crise de identidade onde está bem à frente de Marussia e HRT (agora só a primeira...), mas bem atrás das equipes ditas veteranas. Devido a circunstâncias, a Carteham quase perdeu o precioso décimo lugar no Mundial de Construtores para a Marussia ano passado, só conseguindo nas últimas voltas da última corrida, quando Petrov superou Charles Pic, da equipe russa.

Por coincidência (ou não), Pic havia sido anunciado no final de semana paulistano como novo piloto da Caterham em 2013. O francês mostrou um bom serviço ao incomodar o bem mais experiente Timo Glock na Marussia e até merecia esse passo à frente. Porém, como companheiro de Pic não faltaram candidatos. Mesmo sendo a equipe pequena mais sólida financeiramente, a Caterham necessitava de dinheiro, o que excluiu Heikki Kovalainen, um piloto pago e que vinha fazendo um bom trabalho desde o início da equipe. Logicamente a escolha poderia recair em Vitaly Petrov, mas o russo sem brilho acabou superado pelo holandês Giedo van der Garde, um piloto com trajetória estranha no automobilismo, pois sempre se esperou muito dele, mas na hora H, ele vacilava. Porém, Giedo tem um forte aporte financeiro de sua equipe. A confirmação de Van der Garde fechou a porta para Bruno Senna para uma terceira tentativa em uma terceira equipe diferente na F1.

Se antes a Caterham tinha pilotos veteranos, em 2013 o time malaio tentará o sonho do primeiro ponto com dois jovens pilotos, sem muita experiência. A mudança surtirá efeito? Bastante complicado dizer...

MR02

Fatalmente o carro da Marussia fechará o grid em todas as corridas em que não houver problemas com os demais times, mas o time russo fez um belo carro este ano, mesmo com as dificuldades financeiras expostas na falta de patrocínio da equipe em sua apresentação hoje.

Timo Glock era o piloto principal da equipe desde a estréia da mesma em 2010 e o alemão vinha fazendo um trabalho interessante na equipe novata, mesmo que no ano passado tenha sido superado pelo companheiro de equipe Charles Pic algumas vezes, o que levou os dois a se desentenderem em certo momento do ano. Nas vésperas da apresentação do novo carro, Glock acabou dispensado da Marussia devido a falta de dinheiro e o time acabou tendo que contratar dois pilotos pagantes. O primeiro, todos sabiam, era o jovem inglês Max Chilton, de passagem regular nas categorias de base, mas com a Aon, seguradora inglesa, por trás. Com pouco tempo para trazer um piloto-pagante para o lugar de Glock, o time escolheu o brasileiro Luiz Razia, de boa passagem pelas categorias de base e com algum investimento para este ano. Razia vivia uma dúvida cruel em sua carreira, pois no quarto ano na GP2 e com um vice-campeonato em 2012, o baiano não via sentido mais um ano na categoria e estava desesperado para conseguir algo na F1. Negociou com várias equipes e acabou conseguindo uma das últimas vagas restantes.

Com Razia no cockpit, os brasileiros prestarão bastante atenção na Marussia e seu belo carro. Com dois pilotos muito jovens em 2013, o time passará por um período de transição em que Razia, vide seu currículo ser melhor do que o de Chilton, será o principal piloto, a referência da equipe.