domingo, 16 de dezembro de 2007

O revolucionário das pistas

Algumas pessoas foram tão importantes para a F1, que nem mesmo o detalhe de que nunca sequer completaram uma volta à bordo de um carro de corrida pela principal categoria do automobilismo diminui sua presteza à categoria. Colin Chapman foi muito mais do que um simples chefe de equipe com muito sucesso. Suas idéias marcaram época nos anos 60 e 70 e até mesmo alguns fracassos entraram para a história. Graças a Lotus, pilotos como Jim Clark, Jochen Rindt e Emerson Fittipaldi puderam colocar seus nomes na galeria dos imortais da F1, sempre ao volante de um carro projetado por Colin Chapman. A agitada passagem do inglês pela F1 terminou de uma forma inglória e acabou numa súbita morte que suscitou várias suspeitas em cima de Chapman. Completando vinte e cinco anos da morte (ou não...) de Chapman, vamos olhar um pouco esse homem que provou estar sempre um passo à frente dos demais.

Anthony Colin Bruce Chapman nasceu no dia 9 de maio de 1928 em um subúrbio de Londres. De infância simples, ele cresceu vivendo no Railway Hotel, onde seu pai Hornsey era o gerente. Um dos primeiros eventos significantes da vida de Chapman aconteceu em março de 1944 quando ele conheceu a futura esposa dele, Hazel Williams, em uma dança. Hazel foi uma figura importante na vida de Chapman, sendo seu apoio nos momentos mais difíceis no começo da carreira de Colin no automobilismo. Eles se casariam dez anos depois. Chapman entrou na faculdade de engenharia no University College da sua cidade natal, Londres, donde entrou em contato pela primeira vez com uma das suas paixões: a aviação. Colin se tornou membro da University Air Squadron e aprendeu a voar nessa época. Após se formar em 1948, Chapman cumpriu suas obrigações militares, sem surpresa alguma, na RAF, a Força Aérea Real, mas por pouco tempo e então Chapmam passou a trabalhar na British Aluminium Company (BAC). O conhecimento que Colin ganhou sobre as mais recentes técnicas de engenharia aeronáutica provou vital no futuro para alcançar a especialização em avanços técnicos em carros.

Ainda em 1948 Colin Chapman participou pela primeira vez de uma corrida ao modificar com suas próprias mãos um Austin 7 de 1930, o chamando de MK1. Colin apelidou o MK1 de Lotus, por motivos não muito claros. Uns falam que foi em homenagem à Hazel, a quem Colin chamava de "Flor de Lotus", já outros disseram que o prazer que a construção do carro deu a Chapman foi como o efeito sonífero da flor de Lotus. De qualquer maneira, o MK1 começou a fazer sucesso e com o dinheiro dos prêmios, Chapman pôde pensar no Lotus MK2. Chapman se dedicava muito ao seu emprego na BAC, mas ainda assim resolveu construir seu próprio negócio no final de 1952, a Lotus Engineering, com a ajuda fundamental de Hazel, que cedeu a enorme quantia de 25 (!) libras esterlinas para começar o negócio. Em 54 Chapman decidiu sair da BAC para se concentrar unicamente na Lotus Engineering e também no Team Lotus, braço esportivo da empresa. Primeiramente Chapman alugou um estábulo atrás do Hotel Railway, onde seu pai ainda era o gerente, para começar seu pequeno negócio. O nome de Chapman já ganhava força dentro do meio automobilístico inglês e Colin fazia trabalho de consultoria para as equipes Vanwall e BRM.

O sucesso crescente de Chapman com carros-esporte fez com que ele construísse o primeiro monoposto no final de 1956, com o Lotus 12 para a Fórmula 2, onde conquistou relativo sucesso em 1957. Já pensando na F1, Chapman teve uma idéia para derrotar os poderosos carros italianos que dominavam na época. Sem poder competir em termos de potência de motor, Chapman pensou num chassi de fácil dirigibilidade. Porém foi John Cooper que saiu na frente ao construir o primeiro F1 com motor traseiro e de dimensões minúsculas em comparação aos grandes Ferraris e Maseratis ainda em 1958. Chapman faz sua estréia na F1 no Grande Prêmio de Mônaco de 1958 com dois Lotus 12 de F2 para Graham Hill e Cliff Allison, mas com motores Coventry-Climax adaptados. O modelo 12 era bom, mas muito pouco confiável, porém revelou Graham Hill para a F1. Já nessa época, uma características dos carros de Chapman ficou bem aparente. Colin era fã de projetos minimalistas que funcionavam sempre no limite, por isso as quebras eram constantes. Ainda em 1958 Chapman construiu seu primeiro carro exclusivo de F1, o Lotus 16, mas o carro nada mais era do que uma evolução do modelo 12.

Tendo alcançado poucos resultados em 1958 e 1959, Chapman construiu para 1960 o Lotus 18. Até lá a companhia tinha se expandido de tal maneira que teve que se mudar para uma fábrica maior em Cheshunt. A primeira vitória de um carro da Lotus na F1 aconteceu ainda em 1960, mas Chapman não era o chefe de equipe na ocasião. Rob Walker tinha feito um acordo com Chapman e teria em sua equipe particular o mesmo Lotus 18 de fábrica. Com Stirling Moss ao volante, Walker pôde comemorar a vitória em Mônaco, enquanto Chapman teve que esperar até a última corrida daquela temporada, nos Estados Unidos, para comemorar finalmente um triunfo de sua equipe, nas mãos de Innes Ireland. Ainda em 1960, Chapman assinou contrato com um escocês desconhecido e o pôs para correr pela primeira vez no Grande Prêmio da Holanda daquele ano. O seu nome era Jim Clark, de quem Chapman nutriria grande amizade e com ele conquistaria suas maiores vitórias. Enquanto isso, os carros de Colin Chapman conquistavam sucesso também na Fórmula 2 e Fórmula Júnior e os primeiros carros de passeio começavam a sair da linha de produção da fábrica da Lotus, com os modelos Seven e Elite.

Após um ano de domínio da Ferrari em 1961, Chapman começou a mostrar sua genialidade no começo de 1962 com o Lotus 25. Se inspirando claramente na aviação, o Lotus 25 era o primeiro carro com monocoque e estrutura tubular, inspirado na fuselagem de um avião. Chapman também modificou a posição de pilotar, fazendo com que o piloto ficasse quase deitado dentro do carro e com isso, Chapman conseguiu reduzir a seção transversal do carro, e conseqüentemente, a resistência aerodinâmica. Todos os monopostos atuais usam este conceito até hoje! Em conjunto com a genialidade de Jim Clark nas pistas, o Lotus 25 foi praticamente imbatível entre 1962 e 1963, com Clark conquistando seu primeiro título em 1963 após perder o campeonato do ano anterior na última corrida.

Em 1962, Chapman foi convidado por Dan Gurney para assistir as 500 Milhas de Indinápolis daquele ano e o já famoso construtor ficou impressionado com duas coisas em sua passagem nos Estados Unidos. A primeira era o atraso dos carros americanos. A outra era o prêmio pago pelas corridas americanas. Chapman ficou bastante interessado em participar das 500 Milhas e Gurney conseguiu um negócio entre a Lotus e a Ford. Era o primeiro contato entre Chapman e a gigante americana. Em 1963, a Lotus-Ford fez sua estréia em Indianápolis com Jim Clark e Dan Gurney ao volante e logo de cara Clark liderou a maior parte das 500 milhas, mas numa corrida que ficou conhecida como a "Marmelada Americana", Parnelli Jones venceu a corrida mesmo com seu carro soltando muito óleo (de forma irregular) sobre a pista no final da prova. Chapman ficou indignado, mas a vingança estava marcada. Dois anos depois, Clark venceu as 500 Milhas de forma humilhante com seu belo Lotus 38, derrotando os americanos em sua casa de forma inapelável, colocando pelo menos uma volta até o terceiro colocado. Para colocar a cereja no bolo, Clark foi bi-campeão mundial de F1 no final do ano com o Lotus 33 (um carro praticamente gêmeo do modelo 38 usando em Indianápolis) com o máximo de número de pontos possível na época (54) e se tornou o único piloto a vencer no mesmo ano o Mundial de F1 e as 500 Milhas de Indianápolis.

Com a introdução do motor 3 litros a partir de 1966 na F1, Chapman ficou praticamente sem motor naquele ano com a saída da Coventry-Climax, então fornecedora da Lotus na época, mas o inglês tinha um ás na manga. Graças aos seus contatos com a Ford, ele convenceu aos americanos a financiar um motor a ser construído pela Cosworth, de propriedade de dois ex-empregados seus nos anos 50, Mike Costin e Keith Duckworth. Enquanto sofria com o péssimo motor BRM, Jim Clark esperava pelo novo carro de Chapman. O novíssimo Lotus 49 ficou pronto juntamente com o motor Ford Cosworth DFV no Grande Prêmio da Holanda de 1967. Nunca na história da F1 carro e motor foram feitos de forma tão conjunta. Se o chassi tinha o toque de Chapman, o motor Ford-Cosworth já nascia como um dos melhores da época e logo em sua primeira corrida, o conjunto Lotus-Ford venceu em Zandvoort nas mãos de Clark. Porém, Clark morreu em abril de 1968 numa corrida de F2 em Hockenheim com um Lotus 48 e não pôde aproveitar de forma mais incisiva o grande pacote que tinha em mãos e Chapman ficou arrasado pela morte do amigo.

No final de 1967, a CSI, entidade que gerenciava as regras da F1 na época, liberou as equipes para utilizarem o espaço em seus carros para possíveis patrocinadores. Chapman não pensou duas vezes, assinando um contrato milionário com a Imperial Tobacco e no Grande Prêmio da Espanha de 1968 a Lotus, que até então só se apresentou com a tradicional cor verde e uma listra amarela, apareceu de vermelho e branco da marca de cigarro Gold Leaf. Foi um verdadeiro escândalo na época, mas essa não era a única novidade da Lotus na corrida espanhola. Se inspirando no americano Jim Hall com seu Chaparral, Chapman se apercebeu que a aerodinâmica poderia fazer com que seus carros pudessem voar baixo nas pistas. Após muito estudo na engenharia aeronáutica, Chapman descobriu o downforce, que era uma força invisível que empurrava os carros para baixo em altas velocidades. Para se aproveitar do downforce, Chapman instalou dois aerofólios no Lotus 49 de Graham Hill e o sucesso foi imediato, com as demais equipes imitando os carros de Chapman, mas Hill acabou conquistando o título de 1968.

Tentando se diferenciar das demais equipes que já tinham suas "asas" em 1969, Chapman decide tentar mais uma revolução, mas esse foi seu primeiro grande erro. O Lotus 63 com tração nas quatro rodas foi um fracasso completo e Chapman via a segunda morte em um dos seus carros em menos de um ano, quando Mike Spence testava o carro turbina em Indianápolis. Sobre muita pressão, Chapman constrói o Lotus 72 ainda em 1970. O carro era extremamente à frente do seu tempo, com sua frente em forma de cunha e os radiadores sendo jogados para as laterais do carro. O piloto na época era Jochen Rindt e o austríaco se mostrou relutante com o carro, principalmente no quesito segurança. Por causa disso, Chapman e Rindt viviam às turras, mas o talento de Rindt era inerente a essas brigas e quando o austríaco venceu cinco provas seguidas em 1970, o título já estava no papo. Contudo, nos treinos do Grande Prêmio da Itália daquele ano, Chapman teve a idéia de retirar os aerofólios traseiros com a idéia de diminuir o arrasto na incrivelmente veloz pista italiana. Rindt foi para à pista testar a novidade, mas acabou encontrando o muro na entrada da curva Parabólica e perdeu sua vida antes mesmo de assegurar o campeonato. Chapman passou a ter problemas com a justiça italiana, que o acusava de homicídio culposo pela morte de Rindt. Abalada com a morte do seu primeiro piloto, a Lotus ficou de fora de duas corridas, mas com o intuito de não deixar Jacky Ickx tirar o título de Rindt, a Lotus voltou à F1 no Grande Prêmio dos Estados Unidos. Naquela época, Chapman tinha contratado um piloto de um país sem nenhuma tradição no automobilismo e por causa de todos esses acontecimentos, chegava à Watkins Glen como primeiro piloto. Com o Lotus 72 cada vez mais acertado, a Lotus vencia novamente em Glen, garantia o título póstumo de Rindt e lançava o nome do vencedor da corrida, Emerson Fittipaldi, ao estrelato. Era a primeira vitória brasileira na F1.

Com a morte de Spence, Chapman abandona Indianápolis definitivamente, mas a idéia de um carro movido à turbina permanece. Colin aproveita o carro usado em Indy e constrói o Lotus 56, mas conhecido como Lotus Turbina para a F1. O novo Lotus fez sua estréia no Grande Prêmio da Holanda de 1971 com Dave Walker. O carro era equipado com um motor de helicóptero Pratt & Whitney e era extremamente potente. Até demais! O carro tinha uma velocidade final incrível, mas não tinha freios suficientemente bons para segurar o rojão, fora que a turbina causava um retardo nas retomadas após as saídas de curva. O carro foi abandonado no final do ano e em 1972 o Lotus 72 voltaria a ser utilizado. A Imperial Tobacco resolve mudar de estratégia e troca o ptarocínio da Gold Leaf pela John Player Special e a Lotus aparecia totalmente de preto com frisos dourados, num dos lay-outs mais famosos da F1. Após um ano ruim, Emerson pôde mostrar seu talento em conjunto com o modelo 72 e com uma interação total com Chapman, Fittipaldi se torna o primeiro brasileiro campeão da F1 e Chapman vencia o Mundial de F1 pela quinta vez. Porém, a lua de mel com o brasileiro acabou ainda em 1973 quando Chapman trouxe para a Lotus o espetacular sueco Ronnie Peterson. Mesmo sendo amigos, Peterson e Fittipaldi brigaram pela primazia dentro da equipe durante todo o ano e entregou, com certa facilidade, o tricampeonato para Jackie Stewart. Fittipaldi saiu da Lotus e a equipe entrou num pequeno período de turbulência.

Já com cinco temporadas de idade, o modelo 72 foi substituído pelo malfadado modelo 76, acabando com a carreira de Jacky Ickx e provocando a saída de Peterson, que na época saiu brigado com Chapman. Já nessa época Colin se aprofundava na aerodinâmica e pensava em uma forma de maximizar ainda mais o seu invento. Juntamente com Maurice Philippe, Tony Rudd e Peter Wright, Chapman construiu o Lotus 78, que estreou no Grande Prêmio da Argentina de 1977. Nas laterais do carro, foi introduzido venturis com perfil de uma asa de avião invertido atrás dos radiadores com o intuito de trazer ainda mais aderência para os pneus traseiros. Era o chamado Efeito-solo. O carro tinha uma aderência mecânica impressionante nas curvas e o primeiro piloto Mario Andretti poderia ter sido campeão já em 1977, mas algumas falhas mecânicas impediram o título. Mesmo com o sucesso do novo invento, Chapman ainda não ficou satisfeito e para 1978 construiu o Lotus 79, onde colocava saias nas laterais, praticamente tampando as laterais para aumentar ainda mais o downforce. Para o lugar do segundo piloto Gunnar Nilsson, Chapman trouxe de volta Ronnie Peterson, que para muitos estava acabado na época. Porém, Peterson mostrou toda sua magia no novo Lotus 79 e por várias vezes teve que ser segurado pela equipe para não ultrapassar o primeiro piloto Mario Andretti. De repente todos os demais carros da F1 na época estavam 1s mais lentos que as Lotus e Colin Chapman pode ver um domínio nunca visto na história da F1 pela sua equipe. Porém, mais uma vez o Grande Prêmio da Itália entrou na vida de Chapman. Peterson teve problemas com o seu carro titular nos treinos e por isso teve que usar o carro reserva, que era na verdade um Lotus 78 da temporada anterior. O sueco se atrasou na largada quando o carro deu uma engasopada e foi atingido pela McLaren de James Hunt. A Lotus de Peterson foi jogado contra um guard-rail e explodiu em chamas. Mesmo sem estar muito queimado, Peterson morreria no dia seguinte, trazendo mais problemas para Chapman com a justiça italiana.

Andretti foi o campeão em 1978, no que seria o último título da Lotus. Em 1979 Chapman projeta o Lotus 80, em que o Efeito-solo é levado ao extremo por Colin. Com todas as equipes copiando sua novidade, Chapman tenta transformar o Lotus 80 inteiro em uma asa invertida de avião, sem precisar nem de aerofólios. A idéia era boa, mas o carro acabou não dando certo e nem o campeão Andretti foi capaz de levar o carro mais à frente. Este foi o começo do fim da era gloriosa de Chapman na F1. A Lotus entrou num período de vacas magras e isso aguçou os sentidos de Chapman. Outro carro genial tinha que ser feito para voltar aos dias de glória. Em 1981 a FIA vinha tentando coibir o efeito-solo ao fazer com que os carro tivessem quatro centímetros de altura com relação ao solo, mas Chapman foi mais esperto e criou o Lotus 86. O carro tinha um chassi-duplo, que permitia que um chassi, onde ficava o piloto e a parte mecânica, ficasse na altura desejada da FIA, enquanto outro chassi, onde ficava a suspensão e a carenagem propriamente dita, ficaria na altura do chão. A F1 na época vivia a guerra FISA-FOCA e as equipes da FISA, lideradas pela Ferrari, foram imediatamente contra a nova invenção de Chapman e o carro foi impedido de correr em Long Beach/81. Mesmo antes do carro entrar na pista para valer, os equipes tinham receio de que ocorresse o mesmo que aconteceu em 1978, quando a Lotus ficou tão superior as demais equipes, que os times gastaram milhões para se igualar a Lotus. Porém, nem Elio de Angelis, nem Nigel Mansell ficaram satisfeitos com o novo carro, pois este era extremamente desconfortável para se dirigir. Chapman ficou várias corridas sem aparecer com o novo carro, até ressuscitar o projeto com o modelo 88 em Silverstone, mas o carro também foi desclassificado antes de entrar na pista e Chapman ficou extremamente desiludido com a F1 e política reinante. Porém, graças aos esforços de Chapman e os demais chefes de equipe, a guerra FISA-FOCA não teve desenvolvimentos desagradáveis e a paz voltou à F1 nos anos seguintes.

Porém, a crise da Lotus não estava nas pistas, mas sim fora delas. No final da década de 70, a saúde financeira da divisão de produção de carros de turismo começava a deteriorar-se. Com sua fábrica entrando numa crise desesperadora, Colin Chapman vê uma luz no fim do túnel. John Delorean tinha um projeto de construir um carro esporte na Europa e oferece um contrato de parceria para Colin Chapman no valor de 18 milhões de libras. Delorean resolveu instalar sua fábrica na cidade de Belfast, que passava por um momento difícil financeiramente, e por isso o governo inglês resolveu investir 54 milhões de libras na empreitada. Porém, esses milhões passaram bem longe da Irlanda do Norte... Em 1982 o negócio de Delorean foi abortado antes mesmo que a fábrica estivesse funcionando de verdade e investigações levaram a prisão de Delorean e uma multa milionária de 80 milhões de libras.

Estava na cara que Colin Chapman também teria destino semelhantes, mas o destino não quis assim. Na F1, Chapman atirou ao ar o seu boné pela última vez (sua famosa comemoração ao final das corridas) no dia 15 de Agosto de 1982, no Grande Prêmio da Áustria, com a vitória de Elio de Angelis, depois que o piloto italiano bateu o finlandês Keke Rosberg num emocionante duelo na linha de chegada, tirando a Lotus de um jejum de vitórias que durava desde o Grande Prêmio da Itália de 1978. Porém, ainda restava outra idéia genial de Chapman. Um dos motivos do fracasso do Lotus 86/88 em termos de desempenho, segundo seus pilotos, era principalmente o desconforto que o carro trazia a pilotagem, fazendo-o muito instável. Pensando nisso, Chapman projeta uma nova suspensão eletrônica, que ele passou a chamar de Suspensão Ativa. O primeiro teste com a nova suspensão seria no dia 16 de dezembro de 1982. Porém, ao invés de receber notícias do novo invento de Chapman, a F1 recebeu com muita surpresa e tristeza a notícia da morte de Colin Chapman, acometido por um infarto fulminante. Muitos disseram que a causa mortis de Chapman seria todo o desgaste com a briga judicial em fazer com que seu novo carro fosse legal e pelo fiasco com a parceria com Delorean.

Com o tempo, algumas suspeitas começaram a recair sobre a morte de Chapman. O britânico gozava de boa saúde e tinha apenas 54 anos quando faleceu. Sua família o enterrou rapidamente, sem nenhum convidado de fora do seio familiar e o caixão permaneceu lacrado o tempo inteiro. A investigação do caso Delorean chegou a conclusão de que Chapman era culpado e um juiz observou depois que se Chapman tivesse estado vivo ele ficaria preso durante 10 anos por uma "fraude ultrajante e volumosa." Começaram a pipocar boatos de que Chapman teria forjado sua morte para se livrar da prisão. E que estaria morando no Brasil! Mas especificamente no Pantanal, onde sua "viúva" Hazel o visita anualmente. Se fosse vivo, Chapman estaria próximo de completar 80 anos, mas com certeza não resistiria ver o que aconteceu a sua equipe após sua "morte". Peter Warr tomou as rédeas da equipe e no meio dos anos 80 a Lotus ainda era considerada uma equipe grande, mas longe de brigar pelo título. Com a saída de Ayrton Senna em 1987, a Lotus entrou num declínio sem volta até fechar as portas definitivamente em 1994, já como equipe pequena. Um destino que provavelmente a genialidade de Colin Chapman não deixaria.

3 comentários:

Anônimo disse...

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