Ser considerado o soberano de uma pista que caracteriza todo o esporte a motor de um país dá a exata dimensão da importância de Rick Mears para o automobilismo americano. E seus números, talento e carisma é o maior exemplo disso. Em menos de quinze anos de carreira, Mears se tornou o maior vencedor, ao lado das lendas A.J. Foyt e Al Unser Sr, das 500 Milhas de Indianápolis com quatro triunfos, além de ser o recordista de poles na lendária pista e ter vencido por três vezes o campeonato da Indy. Até hoje considerado um exemplo a ser igualado dentro das pistas, Rick Mears também foi um dos pilotos mais admirados e reconhecidos pelos seus pares, e sua lealdade a equipe Penske, por onde conquistou todas as suas glórias e se mantém ligado até hoje, é outro fator de admiração deste americano que completa 60 anos hoje e por isso vamos conhecer um pouco mais de sua carreira.
Rick Ravon Mears nasceu no dia 3 de dezembro de 1951 em Wichita, no estado do Kansas e desde cedo teve o automobilismo dentro de sua casa. Seu pai, Bill Mears, participou de corridas de Stock-Car em competições regionais antes de se mudar com sua família para a Califórnia, onde Rick e seu irmão mais velho, Roger, foram criados e começaram a correr. No final da década de 60, a Califórnia era mais conhecida por suas corridas de fora de estrada, como MotoCross e RallyCross e foram nesses veículos que os irmãos Mears começaram a se aventurar nas corridas. Roger também se tornaria um piloto da Indy, mas não teria o mesmo sucesso do irmão mais novo, porém, já nessa época a grande característica de Rick, que era sua consistência, mas sem deixar de mostrar uma grande velocidade, era bem forte. Começando nas duas rodas aos 17 anos, Rick Mears logo passou para os carros em 1973, lhe garantindo uma boa experiência em ovais escorregadios correndo em circuitos fechados de terra, os chamados dirt-tracks. Porém, Rick nem imaginava se tornar piloto profissional quando foi convidado por Bill Simpson em 1976 para participar da F-Vee, onde se torna campeão logo de cara. Mesmo mais habituado a correr em pista de terra, rapidamente Mears se adaptou ao asfalto e seu talento afloreceu rapidamente. Ainda em 1976 ele participou de suas primeiras corridas na Indy pela equipe Art Sugai, com um obsoleto Eagle-Offenhauser e consegue três top-10 em suas primeiras três corridas! Mears permanece na mesma equipe em 1977, mas no meio do ano é chamado para fazer algumas corridas pela equipe Theodore, mais estruturada e com experiência na F1, e Rick mostrava cada vez mais que ele merecia um carro melhor. E ele seria dado por um dos grandes proprietários da história do automobilismo americano.
Roger Penske estava cada vez mais focado na Indy depois de sua experiência na F1 e depois de fechar seu time na Europa, Penske teria um super time para 1978, com Tom Sneva e Mario Andretti. Porém, Andretti não poderia participar de todas as corridas, pois o ítalo-americano tinha um contrato com a Lotus de F1 e Mario daria prioridade ao campeonato do Velho Mundo, donde sairia campeão mundial no final do ano. Penske já havia notado o talento de Mears e no outono de 1977 ele o oferece um contrato para 1978 como terceiro piloto, participando de provas em que Andretti não estivesse presente. Seria o início de um das maiores parcerias da história do automobilismo mundial. Se com carros menos eficientes Rick Mears já fazia coisas sensacionais, com uma grande equipe por trás, o norte-americano se tornaria uma das estrelas da Indy rapidamente. Depois de não conseguir se classificar para as 500 Milhas de Indianápolis de 1977 por problemas em seu carro, Mears consegue uma surpreendente primeira fila em 1978, sua segunda apresentação na mitológica pista de Indiana, mas abandonaria a corrida no seu início com problemas no motor do seu Penske. Porém, sua primeira vitória na Indy não tardaria a acontecer. Apenas duas semanas após sua boa apresentação em Indianápolis, Mears vence no também tradicional circuito oval de uma milha de Milwakee, vencendo também no oval de Atlanta e uma corrida de exibição em Brands Hatch, onde os pilotos da USAC fizeram uma demonstração para os ingleses. Mesmo não participando de todas as corridas, Mears finaliza o campeonato em décimo, mas aquele seria o último campeonato da USAC. Liderado por Penske, Dan Gurney e Pat Patrick, em 1979 é criada a CART e todas as grandes equipes e pilotos americanos de monopostos fariam parte deste campeonato, com exceção de A.J. Foyt, ainda fiel a USAC. Tom Sneva sai da equipe Penske no final de 1978 e Bobby Unser é contratado para o seu lugar, enquanto Andretti permaneceria na equipe da mesma maneira do que em 1978, mas participando de menos corridas. Com isso, Rick Mears seria contratado para fazer parte da equipe de forma integral. A Penske tinha o melhor conjunto daquele ano, com Bobby Unser liderando quase todas as corridas, mas Rick Mears mostra uma consistência incrível, conquista o campeonato com apenas três vitórias. Além de Trenton e Atlanta, Mears conseguiu em 1979 sua primeira vitória em Indianápolis, depois de largar na pole também pela primeira vez e ter se aproveitado da briga entre os irmãos Unser, que ficaram pelo caminho. A temporada de Mears em 1979 tinha mostrado o quanto ele era especial, pois em sua primeira temporada completa pela Penske, ele já era campeão e ainda havia vencido em Indianápolis.
Porém, em 1980 Jim Hall projeta o fabuloso Chaparral e Johnny Rutherford domina o campeonato da CART e as 500 Milhas. Rick Mears permanece com seu estilo constante e rápido de pilotar, conquistando vários top-10 e uma vitória no circuito Hermanos Rodriguez, o deixando em quarto lugar no campeonato, inclusive atrás do seu companheiro de equipe Bobby Unser. Em Indianápolis, Mears sofre queimaduras no rosto por causa de um problema no reabastecimento do seu carro. Porém, os feitos de Rick Mears já faziam ressoar em outros cantos do mundo e quando a F1 foi aos Estados Unidos para o Grande Prêmio de Long Beach de 1980, Bernie Ecclestone convida Mears para fazer um teste em Riverside, onde o americano chega a ser mais rápido do que Nelson Piquet. Inclusive, isso acaba com uma das lendas que se tinha sobre Rick Mears aqui no Brasil: de que ele não sabia correr em circuitos mistos. Seu domínio em circuitos ovais era tamanho, que suas boas exibições em circuitos mistos ficaram em segundo plano, assim como uma possível transferência para a F1, já que Ecclestone sugeriu a Mears que procurasse um patrocinador para correr para ele, algo que Rick recusou, já que era piloto assalariado na Indy. Depois do susto com revolucionário Chaparral, a Penske voltou aos trilhos em 1981 e Mears dominou o campeonato como nunca se tinha visto antes, com seis vitórias em dez corridas e com quase o dobro de pontos do vice-campeão, Bill Alsup. Em 1982 Mears chega em segundo lugar nas 500 Milhas de Indianápolis por apenas 0.016s após um erro de sua equipe, quando no último pit-stop, coloca mais combustível do que o necessário e com o tempo perdido, sem contar o carro mais pesado, perdeu tempo frente a Gordon Johncock. As últimas voltas daquela corrida foram sensacionais e na saída da última curva, Mears colocou seu carro de lado, mas não foi o suficiente para ultrapassar Johncock, na mais apertada chegada de Indianápolis em muitos anos. Porém, Mears compensa essa derrota com mais um título na CART de forma dominadora, inclusive conseguindo a façanha de vencer todas as corridas em circuito misto daquela temporada.
Com a aposentadoria de Bobby Unser no final de 1982, Rick Mears se torna o primeiro piloto da equipe Penske em 1983 e ainda passaria a utilizar seu mais famoso lay-out, com as cores amarelas da Pennzoil, com o qual Mears correria durante a maior parte dos anos 80. A partir daquele ano, a Indy passaria a receber cada vez mais pilotos estrangeiros e o campeonato ficaria ainda mais forte, além de jovens pilotos como Michael Andretti, Al Unser Jr e Bobby Rahal viessem fortes para a Indy. Era o começo do crescimento da CART que faria a categoria chegar a rivalizar com a F1 no final da década de 80. Rick não tem um bom ano em 1983 e acaba o campeonato apenas em sexto, com apenas uma vitória em Michigan, mas para 1984 a Penske vem mais forte e Rick Mears conquista sua segunda vitória nas 500 Milhas de Indianápolis de forma acachapante, com duas voltas de vantagem sobre o segundo colocado. Contudo, poucas semanas depois Rick sofreria seu pior acidente na carreira. Durante os treinos para o oval curto de Sanair, no Canadá, Mears bate de frente com seu Penske e tem seus pés seriamente feridos. Na verdade, os médicos quase tiveram que amputá-los, mas por sorte Mears não teve seus pés cortados e após muito tempo de recuperação, ele retornaria às pistas em um programa especial, participando apenas de algumas corridas mais importantes, principalmente em ovais nos próximos anos. Rick Mears ainda hoje manca nos dois pés por causa desse acidente e seu desempenho ficou comprometido, principalmente nos circuitos mistos, porém, nos ovais, Rick ainda mostrava sua magia e apenas alguns meses após seu acidente no Canadá, ele venceria no super-oval de Pocono, vindo da pole-position. Em 1986 Mears consegue mais uma pole em Indianápolis e vence pela terceira vez no famoso circuito em 1988, derrotando seu companheiro de equipe Danny Sullivan, que acabaria sendo campeonato da CART no final desse ano. Depois de algum tempo sem brigar pelo título da CART, Mears retorna em grande estilo em 1989 e seria o principal rival de Emerson Fittipaldi pelo campeonato, mas Rick seria batido pelo brasileiro tanto em Indianápolis, onde largou na pole, mas teve problemas, como também no campeonato, numa decisão que só foi decidida na última corrida do ano, em Laguna Seca, com vitória de Mears. Seria a última vitória de Rick num circuito misto.
Para 1990 Mears teria como companheiro de equipe o próprio Emerson Fittipaldi, mas a Penske acabaria derrotada por Al Unser Jr, mesmo com seus dois pilotos fazendo um bom campeonato, com Rick superando Emerson. Para 1991, a Penske passaria a utilizar o lay-out da Marlboro nos seus dois carros e Mears deixaria para trás o carro amarelo da Pennzoil, mas isso não tira a motivação de Mears, mesmo com quase 40 anos de idade. Nas 500 Milhas de Indianápolis, Rick tem um pega espetacular com Michael Andretti, culminando com uma ultrapassagem sensacional por fora sobre o filho do seu antigo companheiro de equipe nas últimas voltas e uma quarta vitória arrebatadora em Indianápolis, fazendo com que Rick Mears se igualasse a A.J. Foyt e Al Unser Sr como os maiores vencedores das 500 Milhas de Indianápolis. Mostrando sua velha magia, Mears ainda consegue seis poles e outra vitória para terminar o campeonato em quarto, mostrando o quão forte ainda podia ser. Contudo, Rick Mears tem o ano de 1992 marcado por incidentes e lesões, inclusive com um assustador acidente durante os treinos para as 500 Milhas de Indianápolis, onde capotou seu carro na saída da curva 2 e saiu se arrastando por quase a reta oposta inteira. Rick machucou o pulso, mas acabaria participando da corrida, donde sofreu outro grande acidente e machucou o joelho. Ficando de fora de várias corridas, Mears não repete o bom ano anterior e mesmo vendo Mario Andretti e Al Unser, mais velhos do que ele, ainda competitivos na CART, Rick Mears anuncia a sua aposentadoria nas vésperas do Natal de 1992, com apenas 41 anos de idade.
Os números de Rick Mears impressionam pela rapidez com que conseguiu esses feitos. Em quinze temporadas, Rick consegue 29 vitórias, 75 pódios, 40 poles em 203 corridas, sem contar os três títulos (1979, 81 e 82) e as quatro vitórias em Indianápolis (1979, 84, 88 e 91). Com um talento excepcional em circuitos ovais, Mears era sempre favorito quando largava nesse tipo de circuito e suas vitórias costumavam ser arrasadoras, inclusive colocando voltas no segundo colocado. Porém, seu jeito de ser fora das pistas também fizeram dele uma pessoa muito popular. Sempre sorrindo e agradecendo por dar um autógrafo aos fãs, Rick Mears se tornou um exemplo também para os pilotos que vieram a seguir, pois nenhum dos seus companheiros de pista reclamou de alguma fechada ou manobra desleal do americano, sendo um cavalheiro dentro e fora das pistas. A relação entre Mears e Penske nunca terminou e até hoje o ex-piloto é consultor da equipe Penske, dando auxílio aos pilotos do seu amigo a vencer em ovais. Dono de uma carreira sensacional, Rick Mears entrou para a história do automobilismo americano e mundial e sua coroa como rei dos ovais até hoje não foi colocada em prova.
Parabéns!
Rick Mears
Rick Ravon Mears nasceu no dia 3 de dezembro de 1951 em Wichita, no estado do Kansas e desde cedo teve o automobilismo dentro de sua casa. Seu pai, Bill Mears, participou de corridas de Stock-Car em competições regionais antes de se mudar com sua família para a Califórnia, onde Rick e seu irmão mais velho, Roger, foram criados e começaram a correr. No final da década de 60, a Califórnia era mais conhecida por suas corridas de fora de estrada, como MotoCross e RallyCross e foram nesses veículos que os irmãos Mears começaram a se aventurar nas corridas. Roger também se tornaria um piloto da Indy, mas não teria o mesmo sucesso do irmão mais novo, porém, já nessa época a grande característica de Rick, que era sua consistência, mas sem deixar de mostrar uma grande velocidade, era bem forte. Começando nas duas rodas aos 17 anos, Rick Mears logo passou para os carros em 1973, lhe garantindo uma boa experiência em ovais escorregadios correndo em circuitos fechados de terra, os chamados dirt-tracks. Porém, Rick nem imaginava se tornar piloto profissional quando foi convidado por Bill Simpson em 1976 para participar da F-Vee, onde se torna campeão logo de cara. Mesmo mais habituado a correr em pista de terra, rapidamente Mears se adaptou ao asfalto e seu talento afloreceu rapidamente. Ainda em 1976 ele participou de suas primeiras corridas na Indy pela equipe Art Sugai, com um obsoleto Eagle-Offenhauser e consegue três top-10 em suas primeiras três corridas! Mears permanece na mesma equipe em 1977, mas no meio do ano é chamado para fazer algumas corridas pela equipe Theodore, mais estruturada e com experiência na F1, e Rick mostrava cada vez mais que ele merecia um carro melhor. E ele seria dado por um dos grandes proprietários da história do automobilismo americano.
Roger Penske estava cada vez mais focado na Indy depois de sua experiência na F1 e depois de fechar seu time na Europa, Penske teria um super time para 1978, com Tom Sneva e Mario Andretti. Porém, Andretti não poderia participar de todas as corridas, pois o ítalo-americano tinha um contrato com a Lotus de F1 e Mario daria prioridade ao campeonato do Velho Mundo, donde sairia campeão mundial no final do ano. Penske já havia notado o talento de Mears e no outono de 1977 ele o oferece um contrato para 1978 como terceiro piloto, participando de provas em que Andretti não estivesse presente. Seria o início de um das maiores parcerias da história do automobilismo mundial. Se com carros menos eficientes Rick Mears já fazia coisas sensacionais, com uma grande equipe por trás, o norte-americano se tornaria uma das estrelas da Indy rapidamente. Depois de não conseguir se classificar para as 500 Milhas de Indianápolis de 1977 por problemas em seu carro, Mears consegue uma surpreendente primeira fila em 1978, sua segunda apresentação na mitológica pista de Indiana, mas abandonaria a corrida no seu início com problemas no motor do seu Penske. Porém, sua primeira vitória na Indy não tardaria a acontecer. Apenas duas semanas após sua boa apresentação em Indianápolis, Mears vence no também tradicional circuito oval de uma milha de Milwakee, vencendo também no oval de Atlanta e uma corrida de exibição em Brands Hatch, onde os pilotos da USAC fizeram uma demonstração para os ingleses. Mesmo não participando de todas as corridas, Mears finaliza o campeonato em décimo, mas aquele seria o último campeonato da USAC. Liderado por Penske, Dan Gurney e Pat Patrick, em 1979 é criada a CART e todas as grandes equipes e pilotos americanos de monopostos fariam parte deste campeonato, com exceção de A.J. Foyt, ainda fiel a USAC. Tom Sneva sai da equipe Penske no final de 1978 e Bobby Unser é contratado para o seu lugar, enquanto Andretti permaneceria na equipe da mesma maneira do que em 1978, mas participando de menos corridas. Com isso, Rick Mears seria contratado para fazer parte da equipe de forma integral. A Penske tinha o melhor conjunto daquele ano, com Bobby Unser liderando quase todas as corridas, mas Rick Mears mostra uma consistência incrível, conquista o campeonato com apenas três vitórias. Além de Trenton e Atlanta, Mears conseguiu em 1979 sua primeira vitória em Indianápolis, depois de largar na pole também pela primeira vez e ter se aproveitado da briga entre os irmãos Unser, que ficaram pelo caminho. A temporada de Mears em 1979 tinha mostrado o quanto ele era especial, pois em sua primeira temporada completa pela Penske, ele já era campeão e ainda havia vencido em Indianápolis.
Porém, em 1980 Jim Hall projeta o fabuloso Chaparral e Johnny Rutherford domina o campeonato da CART e as 500 Milhas. Rick Mears permanece com seu estilo constante e rápido de pilotar, conquistando vários top-10 e uma vitória no circuito Hermanos Rodriguez, o deixando em quarto lugar no campeonato, inclusive atrás do seu companheiro de equipe Bobby Unser. Em Indianápolis, Mears sofre queimaduras no rosto por causa de um problema no reabastecimento do seu carro. Porém, os feitos de Rick Mears já faziam ressoar em outros cantos do mundo e quando a F1 foi aos Estados Unidos para o Grande Prêmio de Long Beach de 1980, Bernie Ecclestone convida Mears para fazer um teste em Riverside, onde o americano chega a ser mais rápido do que Nelson Piquet. Inclusive, isso acaba com uma das lendas que se tinha sobre Rick Mears aqui no Brasil: de que ele não sabia correr em circuitos mistos. Seu domínio em circuitos ovais era tamanho, que suas boas exibições em circuitos mistos ficaram em segundo plano, assim como uma possível transferência para a F1, já que Ecclestone sugeriu a Mears que procurasse um patrocinador para correr para ele, algo que Rick recusou, já que era piloto assalariado na Indy. Depois do susto com revolucionário Chaparral, a Penske voltou aos trilhos em 1981 e Mears dominou o campeonato como nunca se tinha visto antes, com seis vitórias em dez corridas e com quase o dobro de pontos do vice-campeão, Bill Alsup. Em 1982 Mears chega em segundo lugar nas 500 Milhas de Indianápolis por apenas 0.016s após um erro de sua equipe, quando no último pit-stop, coloca mais combustível do que o necessário e com o tempo perdido, sem contar o carro mais pesado, perdeu tempo frente a Gordon Johncock. As últimas voltas daquela corrida foram sensacionais e na saída da última curva, Mears colocou seu carro de lado, mas não foi o suficiente para ultrapassar Johncock, na mais apertada chegada de Indianápolis em muitos anos. Porém, Mears compensa essa derrota com mais um título na CART de forma dominadora, inclusive conseguindo a façanha de vencer todas as corridas em circuito misto daquela temporada.
Com a aposentadoria de Bobby Unser no final de 1982, Rick Mears se torna o primeiro piloto da equipe Penske em 1983 e ainda passaria a utilizar seu mais famoso lay-out, com as cores amarelas da Pennzoil, com o qual Mears correria durante a maior parte dos anos 80. A partir daquele ano, a Indy passaria a receber cada vez mais pilotos estrangeiros e o campeonato ficaria ainda mais forte, além de jovens pilotos como Michael Andretti, Al Unser Jr e Bobby Rahal viessem fortes para a Indy. Era o começo do crescimento da CART que faria a categoria chegar a rivalizar com a F1 no final da década de 80. Rick não tem um bom ano em 1983 e acaba o campeonato apenas em sexto, com apenas uma vitória em Michigan, mas para 1984 a Penske vem mais forte e Rick Mears conquista sua segunda vitória nas 500 Milhas de Indianápolis de forma acachapante, com duas voltas de vantagem sobre o segundo colocado. Contudo, poucas semanas depois Rick sofreria seu pior acidente na carreira. Durante os treinos para o oval curto de Sanair, no Canadá, Mears bate de frente com seu Penske e tem seus pés seriamente feridos. Na verdade, os médicos quase tiveram que amputá-los, mas por sorte Mears não teve seus pés cortados e após muito tempo de recuperação, ele retornaria às pistas em um programa especial, participando apenas de algumas corridas mais importantes, principalmente em ovais nos próximos anos. Rick Mears ainda hoje manca nos dois pés por causa desse acidente e seu desempenho ficou comprometido, principalmente nos circuitos mistos, porém, nos ovais, Rick ainda mostrava sua magia e apenas alguns meses após seu acidente no Canadá, ele venceria no super-oval de Pocono, vindo da pole-position. Em 1986 Mears consegue mais uma pole em Indianápolis e vence pela terceira vez no famoso circuito em 1988, derrotando seu companheiro de equipe Danny Sullivan, que acabaria sendo campeonato da CART no final desse ano. Depois de algum tempo sem brigar pelo título da CART, Mears retorna em grande estilo em 1989 e seria o principal rival de Emerson Fittipaldi pelo campeonato, mas Rick seria batido pelo brasileiro tanto em Indianápolis, onde largou na pole, mas teve problemas, como também no campeonato, numa decisão que só foi decidida na última corrida do ano, em Laguna Seca, com vitória de Mears. Seria a última vitória de Rick num circuito misto.
Para 1990 Mears teria como companheiro de equipe o próprio Emerson Fittipaldi, mas a Penske acabaria derrotada por Al Unser Jr, mesmo com seus dois pilotos fazendo um bom campeonato, com Rick superando Emerson. Para 1991, a Penske passaria a utilizar o lay-out da Marlboro nos seus dois carros e Mears deixaria para trás o carro amarelo da Pennzoil, mas isso não tira a motivação de Mears, mesmo com quase 40 anos de idade. Nas 500 Milhas de Indianápolis, Rick tem um pega espetacular com Michael Andretti, culminando com uma ultrapassagem sensacional por fora sobre o filho do seu antigo companheiro de equipe nas últimas voltas e uma quarta vitória arrebatadora em Indianápolis, fazendo com que Rick Mears se igualasse a A.J. Foyt e Al Unser Sr como os maiores vencedores das 500 Milhas de Indianápolis. Mostrando sua velha magia, Mears ainda consegue seis poles e outra vitória para terminar o campeonato em quarto, mostrando o quão forte ainda podia ser. Contudo, Rick Mears tem o ano de 1992 marcado por incidentes e lesões, inclusive com um assustador acidente durante os treinos para as 500 Milhas de Indianápolis, onde capotou seu carro na saída da curva 2 e saiu se arrastando por quase a reta oposta inteira. Rick machucou o pulso, mas acabaria participando da corrida, donde sofreu outro grande acidente e machucou o joelho. Ficando de fora de várias corridas, Mears não repete o bom ano anterior e mesmo vendo Mario Andretti e Al Unser, mais velhos do que ele, ainda competitivos na CART, Rick Mears anuncia a sua aposentadoria nas vésperas do Natal de 1992, com apenas 41 anos de idade.
Os números de Rick Mears impressionam pela rapidez com que conseguiu esses feitos. Em quinze temporadas, Rick consegue 29 vitórias, 75 pódios, 40 poles em 203 corridas, sem contar os três títulos (1979, 81 e 82) e as quatro vitórias em Indianápolis (1979, 84, 88 e 91). Com um talento excepcional em circuitos ovais, Mears era sempre favorito quando largava nesse tipo de circuito e suas vitórias costumavam ser arrasadoras, inclusive colocando voltas no segundo colocado. Porém, seu jeito de ser fora das pistas também fizeram dele uma pessoa muito popular. Sempre sorrindo e agradecendo por dar um autógrafo aos fãs, Rick Mears se tornou um exemplo também para os pilotos que vieram a seguir, pois nenhum dos seus companheiros de pista reclamou de alguma fechada ou manobra desleal do americano, sendo um cavalheiro dentro e fora das pistas. A relação entre Mears e Penske nunca terminou e até hoje o ex-piloto é consultor da equipe Penske, dando auxílio aos pilotos do seu amigo a vencer em ovais. Dono de uma carreira sensacional, Rick Mears entrou para a história do automobilismo americano e mundial e sua coroa como rei dos ovais até hoje não foi colocada em prova.
Parabéns!
Rick Mears
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