Pela segunda vez consecutiva se faz essa pergunta: O que passa com Jenson? O britânico saiu da aura de favorito ao título e de encantador de pneus no começo do ano, acessório esse fundamental para as corridas em 2012, a um triste coadjuvante e que é derrotado inapelavelmente pelo companheiro de equipe, que lhe colocou uma volta enquanto vencia a corrida em Montreal. A repentina má fase de Jenson Button não tem uma explicação aparente e o inglês parece já estar desesperado pelas declarações que deu a imprensa após outra corrida tenebrosa. A atuação de Button foi tão ridícula, que o inglês foi um dos primeiros a parar nos boxes para trocar seus pneus, mas o detalhe foi que o inglês da McLaren era um dos poucos a estar com pneus macios, enquanto seus adversários diretos utilizavam pneus super-macios! E ficaram na pista por muito mais tempo! Um ano após sua épica vitória em Montreal, Jenson Button necessita urgentemente de um outro resultado como aquele que faça sua auto-confiança aumentar novamente e fazer frente a um Lewis Hamilton super animado por sua vitória no Canadá.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
domingo, 10 de junho de 2012
Valendo a pena
Para quem não sabe, entrei nessa de facebook no começo do
ano e recentemente recebi uma foto com a pose histórica do Big-4 no pit-wall de
Estoril em 1986 e embaixo tinha a legenda: Nessa época valia a pena acordar
mais cedo. Desculpem os saudosistas, mas 2012 está no proporcionando uma
temporada tão incrível como a de 26 anos atrás. Ou até melhor! O nível está
altíssimo, o equilíbrio é ainda maior e as surpresas acontecem aos montes.
Claro que Lewis Hamilton ser o sétimo piloto diferente a vencer nesta temporada
este longe de ser zebra, mas quem poderia supor ver Romain Grosjean e Sérgio
Pérez no pódio com Sebastian Vettel e Fernando Alonso na ponta a corrida
inteira? Pois Grosjean ganhou seis posições e Pérez incríveis doze postos numa
corrida normal, onde os jovens pilotos usaram a estratégia como se fossem
pilotos experientes. E a F1 via outro pódio diferente e 25s separando os dez
primeiros colocados na bandeirada.
E 2012 vem sendo tão incrível, que Montreal teve uma corrida
normal, sem safety-car ou chuvas torrenciais que pudessem atrapalhar o
andamento normal da corrida. Vettel, Hamilton e Alonso dominaram a corrida
inteira e como disse Jacques Villeneuve, a corrida realmente estava chata até a
estratégia definir a corrida nas voltas finais. Disparado na frente, Hamilton
fez sua segunda parada nas voltas finais, ao contrário de Alonso e,
inicialmente, Vettel. Quando parou nos boxes, o inglês retornou à pista em
terceiro e andando 1s mais rápido do que os líderes, foi para cima como manda
seu ímpeto e efetuou as ultrapassagens nas voltas finais, conseguindo a vitória
que merecia ser sua desde o momento em que assumiu a ponta da prova na primeira
rodada de paradas e dominou a prova. Lewis venceu e tirou a ponta do campeonato
de Alonso, ultrapassado nas voltas finais completamente sem pneus. Porém, a
McLaren deve estar perguntando nesse momento: O que passa com Jenson Button?
Único piloto a largar com pneus macios dentre os dez primeiros, Button fez
outra corrida ridícula, terminando a prova em 15º, à uma volta do companheiro
de equipe. De postulante ao título, Button passou a ter exibições de Felipe
Massa em seus piores momentos no começo desta temporada.
O pódio de Grosjean e Pérez serviu para responder aos
críticos de ambos nas últimas provas. Parece haver certa má-vontade com
Grosjean, pois mesmo campeão da GP2 e tendo conquistado outros bons resultados
em 2012, os seus críticos preferem lembrar seus acidentes nas primeiras voltas
e vira e mexe aparecem notícias sobre mudanças envolvendo Grosjean na Lotus.
Porém, todos parecem esquecer (principalmente a transmissão Global, ainda
chateada por Grosjean ter ‘tomado’ o lugar de Bruno Senna na Lotus) que
Grosjean vem superando com regularidade Raikkonen em treinos e na corrida mais
uma vez não tomou conhecimento do seu ilustre companheiro de equipe e fez uma
prova cerebral, onde conseguiu resguardar seus pneus para fazer uma única
parada e ainda assim não ficar sem pneus como outros que tentaram estratégia
parecida. Foi um pódio redentou para Grosjean e também para a Lotus, pois a
equipe não vinha exibindo a mesma performance de antes. Raikkonen marcou pontos
e teve a mesma estratégia de Grosjean, mas a boa posição no grid do francês foi
determinante no final. Após sua estupenda corrida em Sepang, Sérgio Pérez não marcou
mais pontos e não faltou quem dissesse que ele teve apenas um deslumbre de um ótimo
resultado na Malásia e pronto. Até mesmo Luca di Montezemolo havia declarado
que Pérez ainda precisava mostrar melhores resultados se quisesse se tornar
piloto Ferrari. Pois o mexicano fez isso hoje. Largando fora do top-10, Pérez
fez outra corridaça e aproveitando o bom trato com os pneus da Sauber, Sérgio
fez uma única parada e ainda assim era um dos mais rápidos no final da corrida
com os pneus supermacios. Esse pódio pode mostrar que Pérez já pode, sim,
requerer um lugar melhor que tem hoje. Kobayashi só apareceu brigando com
Schumacher, marcou pontos em Montreal, mas foi totalmente ofuscado pelo
companheiro de equipe. Chamado de mito, Koba precisa de resultados para
compensar a espetacularidade de sua pilotagem.
Quando a F1 estava sem muitas emoções, Alain Prost, um dos
que estava sentado no muro do Estoril 26 anos atrás, disse que a emoção dos
anos 80 eram os erros que pilotos e equipes cometiam, proporcionando
ultrapassagens, quebras e surpresas. O nível dos pilotos da atualidade é bem
alto, mas as equipes ainda fazem apostas arriscadas e como dizia o treinador
Oto Glória, se acertar é bestial, se errar é uma besta. Hoje, os estrategistas
de Ferrari e Red Bull ficaram com a alcunha de bestas! Líderes junto com
Hamilton a corrida toda, Alonso e Vettel resolveram arriscar e ficar na pista
até o final, mesmo com os pneus desgastados e cada vez piores. A facilidade com
que foi ultrapassado por Hamilton fez Vettel perceber a besteira que havia
feito e tentou diminuir o prejuízo indo aos boxes nas voltas finais, enquanto
Alonso investiu na aposta de sua equipe e acabou se dando mal, andando 3 ou 4s
mais lento que os demais pilotos nas voltas finais, terminando em quinto, mas
com Rosberg e Webber colados nele. Porém, a ultrapassagem de Vettel nas voltas
finais lhe tirou a liderança do campeonato e mostrar que nem sempre uma aposta
arriscada sempre vale a pena. Os segundos pilotos de Ferrari e Red Bull tiveram
uma tarde para esquecer, com Webber muito abaixo da ótima exibição de Monte
Carlo duas semanas atrás e ficando apenas em sétimo, enquanto Felipe Massa
destruindo o que poderia ter sido seu melhor final de semana do ano ao rodar
bisonhamente ainda no começo da corrida, após uma boa ultrapassagem sobre Nico
Rosberg, ficando apenas em décimo, mas apenas 25s atrás do líder.
Nico Rosberg mais uma vez fez uma corrida decente, onde
marcou pontos mais uma vez e por muito pouco não ultrapassou Alonso na volta
final, enquanto Schumacher parece concentrar todo tipo de problema que pode
afetar a Mercedes. Até mesmo falhas simplórias, como a asa traseira móvel travar
e o alemão ter que abandonar por causa disso. Paul di Resta chegou a andar em
quinto, mas perdeu muito rendimento durante a prova e ficou fora dos pontos,
enquanto Hülkenberg fez uma corrida apagada e sempre fora dos pontos. Assim
como fez a Toro Rosso com seus dois pilotos, mas é de impressionar como a
Williams perdeu rendimento desde a vitória de Maldonado em Barcelona. O time
entrou na descendente a tal ponto de Bruno Senna ter ficado boa parte da corrida atrás de um
carro da Caterham! Claro que isso significou festa para o time malaio, enquanto
a Marussia ficou em último, já que a HRT abandonou com seus dois carros ainda
no início da prova.
Foi uma corrida que teve um final empolgante, mas de maneira
geral, normal para os padrões loucos de Montreal. Por isso mesmo, é
surpreendente ver um pódio contendo Grosjean e Pérez numa prova sem maiores
problemas. Esse vem sendo o segredo dessa F1 equilibrada e cheia de surpresas.
Tirando Sepang, todas as corridas foram normais e ainda assim equipes ditas
médias conseguiram se sobressair e se colocar junto às grandes, fazendo desse
campeonato de 2012 um dos melhores da história e fazendo valer a pena ficar na
frente da TV e assistir a F1.
sábado, 9 de junho de 2012
Sem zebra
Após ver a Dinamarca marcar a primeira grande zebra da
Eurocopa, Sebastian Vettel não quis saber de surpresas e após ser o mais rápido
no terceiro treino livre de hoje pela manhã, dominou a Classificação como
normalmente dominava no ano passado, quando foi bicampeão de forma esmagadora,
colocando muito tempo no seu mais próximo perseguidor, o mais rápido da sexta-feira,
Lewis Hamilton.
Numa F1 extremamente equilibrada como a desse ano, o tempo
conseguido por Vettel em suas duas voltas voadoras no Q3 chegou a surpreender,
deixando Hamilton e Fernando Alonso, com cara de filme repetido. A performance
de Vettel em uma volta única e com o melhor carro é exuberante e o alemão
voltou a ter um bom carro em mãos e Seb conquistou a 32º pole em sua carreira,
um número incrível para alguém tão novo e com futuro ainda vasto como ele. Mark
Webber, vencedor em Monte Carlo na quinzena passada, tomou meio segundo de
Vettel e foi o quarto, à frente de Rosberg e Massa, que vem se recuperando de
um início de temporada desastroso. Bruno Senna superou Maldonado, mas por que
este provocou o único incidente no famoso Muro dos Campeões, local onde Bruno
bateu ontem.
O treino foi sem muitas surpresas, com Vettel se tornando
favorito absoluto para a corrida de amanhã, que tende a ter um clima parecido
com o de hoje. E nessas condições, a combinação Vettel-Red Bull parece
imbatível.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Correndo na várzea II, a missão
Depois do amadorismo da Indy em Detroit, o combalido automobilismo brasileiro não poderia ficar para trás. Após o assustador acidente de Geraldo Piquet, o diretor de prova não colocar ao menos o pace-truck na também combalida pista de Goiânia foi um dos mais cúmulos dos últimos tempos!
domingo, 3 de junho de 2012
Correndo na várzea
Imaginem a seguinte cena: num jogo de futebol, a grama começa a se soltar em pleno Clássico entre Real Madri e Barcelona e o jogo tem que ser interrompido. Ou então que o saibro sagrado de Roland Garros tenha um buraco e a partida seja parada. Quem sabe a tabela se quebre no meio da final olímpica do basquete masculino. Não faltam exemplos sobre o que aconteceu agora a pouco em Detroit.
A Indy já tinha demonstrado certo amadorismo quando antecipou a largada da corrida em Milwakee ano passado e mesmo com chuva, permitiu uma relargada já no final da prova. Mesmo Detroit tendo bastante tradição em automobilismo, já faziam quatro anos sem corrida em Belle Isle e o resultado foi que o asfalto interrompeu de forma vergonhosa a prova bem na metade, quando Jamie Hinchcliffe e Takuma Sato pegaram pedaços de asfalto debaixo dos seus carros. A pista estava tão mal emendada, que os comissários resolveram tirar tudo, mostrando grandes buracos em toda a pista. Foi uma cena dantesca.
A vitória de Scott Dixon foi para lá de merecida, mas o neozelandês e boa parte dos pilotos que correm na Indy não precisam correr em pistas como Detroit. Critico muito o Luciano do Valle, mas seu comentário foi perfeito. "Se fosse aqui em São Paulo..."
Que pena...
Roy Salvadori era o que no futebol chamamos de fominha. O inglês corria em vários tipos de carros e corridas nos anos 50 e 60, chegando a participar de mais de uma corrida num mesmo dia. Um dos primeiros ingleses a participar da F1 na primeira década da categoria, teve sua carreira ofuscada por pilotos britânicos mais jovens, como Moss, Hawthorn e Brooks, mas ainda assim conseguiu bons resultados na F1, como um segundo lugar em Nürburgring, mas seu resultado de maior relevo foi nas 24 Horas de Le Mans, quando venceu a prova com um Aston Martin ao lado do americano Carrol Shelby. Grande chefe de equipe após se aposentar como piloto, Salvadori morava em Mônaco e grande esportista como era, participava de eventos de carros antigos. Infelizmente, aos 90 anos de idade, Roy Salvadori nos deixou hoje e provavelmente estará junto de Shelby, recentemente morto, para se lembrarem de sua aventura em Le Mans 63 anos atrás.
Fator Lorenzo
Desde que Casey Stoner anunciou que se aposentará no final desta temporada, Jorge Lorenzo é seguidamente ligado à equipe Honda, montadora que mais investe na MotoGP, mesmo o espanhol sendo uma prima dona dentro da Yamaha. Hoje em Barcelona, Lorenzo mostrou porque é tão querido pela Yamaha a ponto dos japoneses brigarem com seus compatriotas da Honda pelo passe do espanhol.
A Honda ficou com a pole com Stoner, mas correndo em casa e com sua já tradicional largada relâmpago, Daniel Pedrosa vinha dominando a prova na Catalunha, com Lorenzo sempre na sua cola. Os pneus foram um fator determinante na Catalunha, com os dois pilotos da Honda usando os pneus duros, enquanto praticamente o resto do grid utilizou pneus macios. A previsão era de sol forte no decorrer da prova, mas durante toda a corrida as nuvens ajudaram os pilotos com pneus moles, particularmente Lorenzo. Mesmo errando em sua perseguição a Pedrosa, o espanhol da Yamaha não se abateu e nas voltas finais partiu para cima do rival e ultrapassou o piloto da Honda de forma tão imponente, que Pedrosa se encolheu e ficou 5s atrás do compatriota. Lorenzo venceu pela segunda corrida consecutiva e disparou na liderança do campeonato, mostrando que é o maior favorito ao título deste ano, desbancando os pilotos da Honda, dominantes em 2011.
Ver Pedrosa entregar a rapadura, particularmente para Lorenzo, não chega a ser novidade, mas a péssima exibição de Casey Stoner surpreendeu. O australiano não largou bem e chegou a cair para sexto, mas Stoner não foi capaz de uma corrida de recuperação como ocorreu em Jerez e talvez esperou que os pneus macios dos rivais fizessem que ele subisse na classificação na metade final da corrida. O problema foi que os pneus macios não se desgastaram como o esperado e Stoner ficou preso no meio das motos da Yamaha Tech 3, superando Cal Crutchlow por pouco e chegando colado na rabeira de Andrea Doviziozo, que conquistou seu primeiro pódio em 2012. O italiano vibrou como nunca, principalmente com outra corrida ruim de Ben Spies, mesmo o americano tendo evoluído muito nesse final de semana. Spies largou muito bem e pressionava Pedrosa pela liderança antes de cair bisonhamente. O americano ainda voltou e fez uma boa corrida de recuperação, mas talvez sem chances de manter seu lugar na Yamaha oficial.
Stoner disse que ganharia em Barcelona, pois era sua pista favorita, mas o australiano acabou fazendo uma corrida para esquecer, ficando pela primeira vez fora do pódio em 2012, enquanto Lorenzo vencia novamente e abria boa vantagem sobre o australiano. Lorenzo não desiste nunca, conseguiu desenvolver a Yamaha a ponta de ser a moto mais equilibrada do pelotão e seus serviços estão mais solicitados do que nunca. Sua velocidade mostra o porquê!
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