sexta-feira, 29 de novembro de 2013

De ponta cabeça

Quando um piloto se destaca numa equipe pequena ou média, normalmente ele é contratado por uma equipe maior. Foi isso que eu aprendi ao longo dos anos acompanhando a F1. Mas a F1 está diferente. E para pior...

Nessa tarde a Lotus, quarta colocada no Mundial de Construtores, anunciou Pastor Maldonado como seu segundo piloto para 2013 para o lugar de Kimi Raikkonen. A Lotus pode estar passando dificuldades seríssimas no quesito financeiro, mas vá lá, tem uma estrutura fortíssima que não fazem dez anos conquistou um bicampeonato. Ou seja, é, sim, uma equipe de média para grande. Com Raikkonen saindo de suas estranhas por causa desses mesmos problemas financeiros, a Lotus poderia contratar um Nico Hülkenberg, o piloto mais ascendente dos últimos tempos. Mas, novamente falando, a Lotus está com problemas financeiros. E preferiu Pastor Maldonado.

O venezuelano é rápido e sua vitória incontestável no Grande Prêmio da Espanha do ano passado é a prova disso, mas Maldonado parece ser um piloto mimado. Explico. Apesar de rápido, Maldonado erra demais e nas famosas explicações pós-corrida, Pastor nunca assume as suas cagadas, preferindo se colocar num patamar de que está acima do bem ou mal, pois sempre haverá alguém precisando de seu providencial patrocínio da PDVSA, mais especificamente, da propaganda Chavista, que detesta o capitalismo, mas investe forte no esporte mais... capitalista que existe!

Pastor Maldonado entra na Lotus em seu pior momento, onde foi derrotado por um novato tanto nas classificações como no campeonato pela Williams e saiu criticando a equipe que o acolheu nos últimos três anos. São três anos onde Pastor Maldonado mostrou muita velocidade e pouco juízo, uma equação perigosa na F1, mas seus dólares bolivarianos-ditatoriais se mostram bem mais interessantes para uma equipe boa, do que o talento puro e simples. A F1 está ficando de ponta cabeça. 

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Thank you Dario

Belo vídeo promovido pela Indy em homenagem a Dario Franchitti. Mesmo não sendo uma lenda como o escocês, bem que a F1 poderia ter feito algo para Mark Webber...

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Figura(BRA): McLaren

Contra fatos, não há argumento. A McLaren fez sua pior temporada nos últimos trinta anos em 2013. Foi um ano tão atípico que a McLaren demitiu seu piloto, Sergio Pérez, na véspera da penúltima prova, deixando o mexicano de cabelo em pé, com a possibilidade real de ficar de fora da F1 no próximo ano, com a McLaren tomando uma decisão de time pequeno. Classificar-se ao Q3 para a McLaren foi algo sacrificante o ano inteiro e nas difíceis condições em Interlagos no sábado, não foi diferente, com Button ficando apenas em 15º, com Pérez, que sofreu um acidente no final do Q2, uma posição à frente, mas que não serviria de muita coisa, pois o mexicano perderia cinco posições por trocar o câmbio, o que significaria largar em 19º. As perspectivas não eram nada animadoras, ainda mais com pista seca e a tendência de uma corrida mais convencional, mas os dois pupilos de Martin Whitmarsh fizeram uma prova estupenda e saíram das posições intermediárias de onde largaram para a zona de pontuação. Com as punições (Massa e Hamilton) e abandonos (Grosjean e Bottas), o duo da McLaren foi galgando posições e no final Button terminou a prova em quarto e Pérez em sexto, deixando a matriz Mercedes, com Nico Rosberg, entre eles. Foi um final de ano animador para a McLaren, vide o papelão que o time fez em 2013. Mesmo Button tendo conseguido o melhor resultado do ano para a equipe, 2013 ficará marcado como o primeiro sem vitórias desde 2006 e o primeiro sem pódios desde 1980 (!). Porém, a boa forma mostrada pela McLaren nessa corrida final pode significar o fim da agonia dos carros prateados e uma McLaren forte é excelente para a F1. 

Figurão(BRA): Pastor Maldonado

Quando falamos que há algo de errado na F1, o venezuelano Pastor Maldonado é o maior exemplo disso. Vejamos. Desde sua vitória, com todos os méritos, em Barcelona no ano passado, Pastor errou e muitas vezes usou de arrogância para reclamar das encrencas em que se envolvia. Afinal, pensava Maldonado, ele tinha o dinheiro ditatorial-bolivariano do seu país para lhe bancar em qualquer equipe. Os últimos momentos de Maldonado na Williams foi uma prova clara dessa arrogância do piloto. Depois de ter dito que foi boicotado em Austin pelo próprio time, Maldonado soltou cobras e lagartos nessa última semana da temporada 2013 contra a Williams. Um caso que fatalmente mataria a carreira do venezuelano na F1, mas como a sua mala é grande (e o próprio Pastor o é...), Maldonado está de malas prontas para a Lotus que, bem ou mal, é a quarta melhor equipe de 2013, conquistou uma vitória em 2013 e conseguiu cinco pódios nas últimas sete corridas da temporada. Mas qual a virtude de Pastor? Em Interlagos, Maldonado andou bem abaixo do seu companheiro de equipe, o novato e muito rápido Valtteri Bottas, sendo que o finlandês acabou o campeonato na frente de Pastor. Na corrida, Maldonado não foi muito diferente com outra prova medíocre, onde andou sempre no pelotão intermediário, no final da prova tocou-se com Jean-Eric Vergne que o fez rodar e quase se acidentar com Jenson Button quando retornou à pista, e no final das contas, foi o último colocado dentre as equipes consideradas estabelecidas na F1. Ao invés de Nico Hulkenberg, com certeza entre o top-5 dos pilotos este ano, o desejado cockpit da Lotus irá para o errático Pastor Maldonado, que se antes era rápido e trapalhão, hoje nem rápido ele é. Temos que admitir... há algo de errado com a F1 atual.

domingo, 24 de novembro de 2013

No seco e no molhado

Ontem, quando meteu quase 1s sobre quem quer fosse, Sebastian Vettel mostrou que dominaria no molhado em Interlagos, mas no seco, situação não vista até o momento em São Paulo, haveria dúvidas se o alemão faria no circuito José Carlos Pace o mesmo que fez nas oito etapas anteriores. A largada não foi promissora, mas Vettel precisou de apenas uma volta para estabelecer a verdade na F1 em 2013. Sua nona vitória consecutiva foi bem parecida com outros triunfos de Sebastian na carreira, com uma dominação nas primeiras voltas e administração nas seguintes. E Vettel igualou a Ascari com nova consecutivas, mesmo o italiano ter as 500 Milhas de Indianápolis no calendário oficial da F1 no meio desta série, e o piloto da Red Bull agora está isolado no quesito vitórias consecutivas numa mesma temporada. 

A prova de hoje não foi das mais empolgantes, já que a chuva veio mais fraca do que o esperado e não chegou a mexer de verdade na dinâmica da corrida. Porém, a emoção ficou fora das pistas. Quando Felipe Massa levava sua Ferrari pela última vez para o grid, os mecânicos da Ferrari fizeram uma espécie de corredor para homenagear Massa com aplausos, numa situação nunca vista na história da F1. Felipe está longe de ser o virtuose do mesmo nível de Vettel, Alonso ou Hamilton, mas seu estilo combativo o fez andar no meio dessa galera ao longo de todos esses anos, conquistando também os latinos e passionais italianos da Ferrari, mas seu acidente parece ter tirado isso de Massa. O carinho para com Felipe fez com que a Ferrari o segurasse por tanto tempo mesmo com tantos resultados ruins nos últimos anos. Sua falta de consistência foi demonstrada hoje, quando foi punido por um Drive-Through e a corrida de Massa praticamente acabou ali, pois se pressionava Hamilton firmemente para ser quarto, não repetiu mais seu ritmo anterior e acabou em sétimo. Pouco, para quem queria um pódio e estava fazendo por onde. Seu futuro? A Williams teve sua pior temporada justamente em 2013 e se levantar depois de um baque desse, ainda mais sem dinheiro, será difícil, mas Massa tem duas vantagens para 2014. Primeiro, fazer pior do que 2013, a Williams não fará e por isso haverá, sim, uma evolução no time de Grove. E Massa trabalhará em outra filosofia, onde ele poderá aprender muito e se motivar cada para o resto de sua carreira. Não concordo que o fato de se livrar de Alonso fará de Massa um piloto melhor. A diferença entre Felipe e Fernando é que o espanhol é melhor mesmo.

Já Webber teve sua despedia definitiva com uma corrida parecida com as últimas: na sombra de Vettel. Mas o australiano fez bem mais do que muitos previram quando ele estreou na F1 em 2002. Quando Mark teve como companheiro de equipe Antonio Pizzônia e destruiu o brasileiro na Jaguar, Webber passou a ser persona non grata no Brasil, particularmente pela imprensa brasileira, que via em Pizzônia na grande revelação brasileira na primeira década do século 21. Porém, a carreira de Webber deslanchou quando foi para a Red Bull. Após uma relacionamento conturbado com David Coulthard, mas ainda com vantagem para o australiano, Webber passou a encarar a promessa Sebastian Vettel. E Webber conheceu sua primeira derrota para um companheiro de equipe e com seu humor irascível, também se estranhou com o alemão, queridinho da Red Bull e particularmente de Helmut Marko. Porém, foi na Red Bull que Webber conseguiu suas únicas glórias, com suas nove vitórias, incluindo algumas marcantes, como as duas em Monte Carlo. O fato de ter perdido o título de 2010 praticamente definiu quem é quem na Red Bull nos anos seguintes e aos 37 anos, Webber deixou a F1 com outro segundo lugar e subindo uma posição no Mundial de Pilotos. Ao final da prova, meio que desafiando a FIA, tirou o capacete na volta de desaceleração para sentir na cara a velocidade de um F1 pela primeira e última vez. O detalhe foi que essa atitude foi a terceira na história, não inédita, como falou Galvão. Nas outras, Didier Pironi em Imola/82 e Gerhard Berger em Estoril/89, venceram as respectivas corridas. Webber ficou com uma despedida digna de um piloto que, igual a Massa, não estava no nível das grandes estrelas de sua geração, mas lutou muito para estar entre eles.

E Vettel fez sua prova padrão com uma ultrapassagem na primeira volta sobre Nico Rosberg e a partir de então abrir 1s por volta para quem quer que fosse o segundo colocado. Nem uma atrapalhada da Red Bull em sua segunda parada de box atrapalhou o alemão em sua jornada rumo a nona vitória consecutiva, outro recorde, 13º na temporada, outro recorde igualado e 39º na carreira, o deixando a apenas três de ultrapassar Senna e se tornar o terceiro maior vencedor na história da F1. A cara de Alonso no pódio, mesmo estando ao lado o amigo Webber em sua despedida, mostrou bem os resultado de suas altas expectativas para essa temporada. Sem armas para enfrentar a Red Bull, deve ser frustrante para alguém ambicioso como Alonso lutar, fazer o seu melhor, andar mais do que o carro e ter que se conformar com o terceiro lugar. Mas foi o máximo que o espanhol fez e Fernando fez tão mais do que o seu carro permitia, que ele ainda beliscou um vice-campeonato, algo grandioso para quem tem apenas o terceiro ou quarto melhor carro do pelotão. As Mercedes estavam irreconhecíveis, particularmente Nico Rosberg, que dominou os treinos na sexta, tomou a ponta de Vettel na largada e depois perdeu rendimento de forma absoluta no resto da corrida, caindo para o quinto lugar, ficando entre os dois carros da McLaren. Com Hamilton tendo outra diarreia mental quando jogou seu carro para cima de Bottas e foi punido, quase que a Mercedes perdeu o vice-campeonato no Mundial de Construtores para a Ferrari, o que seria um golpe forte parra uma das equipes que mais investem na F1 atualmente.

Jenson Button conseguiu o melhor resultado da McLaren no ano com um bom quarto lugar, mostrando toda sua elegância ao pilotar, mas o time de Martin Whitmarsh estava tão bem que até mesmo o demissionário Sergio Pérez fez uma boa corrida para terminar em sexto, pressionando o quinto colocado Rosberg. Tomara que seja o ressurgimento da McLaren, pois a tradicional equipe bem, a F1 como todo ganha com mais gente na briga pela vitória. Nico Hulkenberg marcou pontinhos valiosos para a Sauber nesta que deve ser sua última prova pelo time suíço esse ano, mas ao contrário de outras provas, o alemão foi discreto e não esteve envolvido em brigas mais à frente. Também se despedindo da Toro Rosso, Daniel Ricciardo marcou o ponto final para a sua equipe e agora parte para o maior desafio de sua carreira, que é andar ao lado de uma lenda chamado Sebastian Vettel e substituir a altura, ou melhor, seu compatriota Webber na equipe atual tetracampeã do mundo. Será um desafio e tanto, bem mais difícil do que superar Jean-Eric Vergne, claramente desmotivado nas últimas corridas. Outro que pode estar se despedindo da F1 é Paul di Resta, que pode estar se mudando para a Indy em substituição ao seu primo Dario Franchitti. E a F1 está tão de cabeça para baixo, que Pastor Maldonado, num ano completamente errático e sendo o último entre as equipes mais, digamos, antigas, deve assinar com a Lotus, quarta colocada no Mundial de Cosntrutores, mas que fez uma prova medíocre em Interlagos, muito pelo abandono precoce de Grosjean com um motor quebrado, enquanto Kovalainen... mostrou por que passou por McLaren e Renault e ninguém sente sua falta. Entre as nanicas, desta vez a Marussia conseguiu segurar a décima posição dos ataques da Caterham e não terá que pagar para viajar pelo mundo em 2014.

Aos 26 anos, Sebastian Vettel escreveu com sua habilidosas mãos seu nome ainda mais na história. Seus recordes não são mais pela precocidade ao chegar a algum feito, mas agora pelos números absolutos. Seus feitos assustam, pois seu futuro ainda deve ser longo e mesmo tendo ao lado pilotos da estirpe de Alonso, Hamilton e Button, o alemão simplesmente massacra os adversários, ajudado pelo mago das pranchetas Adryan Newey e a administração de Christian Horner. Com o fim da era de pilotos como Webber e Massa, esse na luta direta pela vitória, a F1 está vivenciando agora a Era Vettel.  

sábado, 23 de novembro de 2013

Faça chuva ou faça sol...

Muita gente que torce para uma derrota de Sebastian Vettel se esquece que a primeira vitória do alemão na F1 foi debaixo de um dilúvio em Monza com a modesta equipe Toro Rosso, que não muito tempo antes, fechava o grid de todas as corridas quando ainda se chamava Minardi. Com a previsão de um final de semana bastante chuvoso em São Paulo, muita gente pensou: agora o Vettel perde! Perderam os que torceram contra...

Numa volta excepcional, Vettel ficou com a pole com uma diferença absurda sobre o segundo colocado Nico Rosberg. Isso por que o alemão da Red Bull nem melhorou seu tempo em uma segunda tentativa, pois quando todos os dez pilotos do Q3 completaram sua primeira volta com pneus intermediários, Vettel tinha mais de 1s sobre Alonso, então segundo colocado. Se Vettel dominou no seco, no molhado o domínio de Seb pode até mesmo aumentar, incrementando recordes a sua incrível carreira. Os treinos classificatórios em Interlagos foram tumultuados devido a chuva e o Q3 começou com um considerável atraso devido a forte chuva que castigou a capital paulista durante todo o dia. Porém, se era esperado alguma surpresa, a primeira fila tem Red Bull e Mercedes, as duas únicas equipes a marcarem poles em 2013, com Alonso, novamente fazendo um algo mais, se metendo entre elas em terceiro, seguido por Webber e um decepcionante Hamilton, tomando tempo de Rosberg em todos os treinos.

Grosjean foi o primeiro a colocar pneus intermediários no Q3 e tinha a pinta de ter dado o pulo do gato, mas acabou mesmo em sexto, seguido por Toro Rossos, Hulkenberg e Massa. Fazendo sua última corrida pela Ferrari, era esperado algo mais de Felipe, mas sua pouca intimidade com a pista molhado foi mostrada novamente quando tomou quase 1s de Alonso. Porém, outros pilotos bons de chuva como Button ficaram pelo Q2, enquanto Pérez foi o único a se acidentar no final do Q2, enquanto Kovalainen nem foi ao Q3 e o piloto mais puto do paddock, Davide Valsecchi, deve estar rindo por dentro.

E a previsão é de mais chuva para amanhã. Para deleite para os que esperam uma corrida confusa como a de dez anos atrás, quando um dilúvio transformou a edição de 2003 do GP Brasil como uma das corridas mais doidas da história da F1. O problema é que Vettel parece tão forte na chuva como no seco.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Engarrafamento

Em Macau, a tradicionalíssima pista na antiga colônia portuguesa, além da corrida de F3 que revelou ao mundo grandes vencedores, também há uma tradicional corrida de turismo. Nesse domingo, um grave engavetamento marcou uma das baterias da prova, também etapa do WTCC.