Após falar de tanta coisa boa que aconteceu nos últimos dez anos, está na hora de ver também o que aconteceu de pior nesta primeira década do século 21. Hoje, iremos começar pelos pilotos que entraram na história... pela porta dos fundos!
1) Luca Badoer
Se esse top-10 fosse realizado sobre os pilotos da década de 90, Luca Badoer não entraria aqui. Campeão da F3000, dono de atuação regulares na F1 mais por ter andado em carros sofríveis, Badoer passou toda a década como piloto de testes da Ferrari. E foi aí que Badoer vai entrar na nossa relação. Quando Felipe Massa se acidentou em julho deste ano, Badoer foi o escolhido a substituí-lo no segundo carro da Ferrari. O primeiro erro foi fazer com que Badoer, que há dez anos não participava de uma corrida de F1, estreasse numa pista desconhecida e difícil como o circuito de rua de Valencia. Somado ao carro ruim e difícil de guiar, Badoer passou por um papelão histórico. Se na década de 80 era até normal ver pilotos tomando um ou dois segundos do companheiro de equipe, isso praticamente não existiu nos últimos tempos. Porém, Badoer nos lembrou desses tempos aúreos, quando tomou 1,5s do... penúltimo colocado! Que nada mais era que a Toro Rosso do espanhol Jaime Alguersuari, com a incrível experiência de... duas corridas! Se não bastasse ter largado em último, Badoer rodou... na primeira volta! Algo que já tinha acontecido em TODOS os treinos e se repetiria durante a corrida. Após terminar em último, Badoer foi a Spa, pista que ele conhecia, com a expectativa de se refazer da sua vexatória atuação. Foi ainda pior. Largou novamente em último e ainda viu Raikkonen, seu companheiro de equipe, vencer a corrida. Mesmo com toda a lealdade do mundo para com a Ferrari, aquilo tinha sido demais para a equipe italiana, que o substituiu na prova seguinte. Talvez até de forma maldosa, a TV colocou BAD (MAL) quando se referia a Luca Badoer nas transmissões para o mundo todo. Parecia estar adivinhando...
2) Alex Yoong
Se não fosse a rápida, mas 'marcante' passagem de Luca Badoer na F1 nesta década, dificilmente o primeiro lugar desta honrosa relação não ficasse com Yoong. Quando a F1 começou a disputar corridas na Malásia em 1999, empresários malaios resolveram que deveriam ter um piloto do país na F1, até mesmo para alavancar as fracas vendas de ingresso para a corrida local. Mas... onde encontrar um piloto malaio para entrar na F1? Alex Yoong estava a Europa já fazia algum tempo, ruminando em categorias inglesas de base e foi o escolhido para fazer parte da aventura. A Minardi precisava desesperadamente de dinheiro e os malaios obrigaram que aceitassem Yoong como piloto ainda no final de 2001. A FIA ficou tão assustada de onde tinham desenterrado Yoong, que resolve fazer alguns testes com o malaio para lhe dar a super-licensa. Não se sabe lá como, Yoong acabou conseguindo a permissão e estreou no GP da Itália de 2001. E estreou mostrando todo o seu potencial, ao abandonar após uma rodada nas curvas de Lesmo. Após terminar (em último) a última corrida daquela temporada, Yoong foi confirmado (graças ao dinheiro malaio) na Minardi em 2002. Não sei se foi um recorde, mas Yoong largou em último em todas as corridas que largou (com excessão da Austrália/2002, quando ele foi penúltimo, pois Sato não marcou tempo) e cometeu erros crassos, como ter rodado... na entrada dos boxes! A confiança em seu talento era tanto, que a Minardi o afastou de duas corridas, pois achou as pistas de Hungaroring e Spa "difíceis demais para a fase de Yoong"... No final do ano ele acabaria dispensado da Minardi, mesmo com todo o dinheiro dos seus patrocinadores, mas Yoong já tinha marcado seu nome como um dos piores pilotos a já ter feito uma corrida de F1 na história da categoria.
3) Yuji Ide
Outro piloto de passagem rápida, mas marcante. Quando a Super Aguri estreou na F1 em 2006, seus donos cismaram que queriam uma equipe totalmente japonesa. Como já tinham Takuma Sato, o verdadeiro motivo da equipe existir, faltava um companheiro de equipe a altura. O dono Aguri Suzuki tinha um piloto com relativo sucesso na sua equipe na F3000 Japonesa e o contratou. Yuji Ide tinha um currículo de não se jogar fora e por isso foi aceito com certa facilidade na F1, mas o tempo seria cruel com o japonês. O carro da Super Aguri nada mais era que um Arrows de 2002 (quatro anos de atraso!) e era o mais lento do grid, mas Ide conseguia atuações 'inesquecíveis', recheadas de rodadas e últimas posições, bem distantes do seu companheiro de equipe, Sato. Para coroar sua passagem na F1, em Ímola ele provocou o capotamento de Chrstijan Albers na primeira volta da corrida, num acidente infantil e provocado unicamente pelo japonês. Com vários pilotos já reclamando de sua falta de intimidade com a F1, a própria Super Aguri decidiu dispensar o japonês antes que a FIA o fizesse. Foram apenas quatro corridas, mas foram mais do que suficientes para Ide entrar no rol dos piores da década.
4) Gastón Mazzacane
Para quem já teve Fangio, González e Reutemann, os argentinos devem ter passado por um longo processo para terem criado um piloto tão ruim nos últimos tempos como Mazzacane. O argentino tinha passado de forma discreta por todas as categorias de base, mas graças aos seus patrocinadores ele acabava por subir de categoria e, por isso, não foi surpresa vê-lo estrear na F1 pela Minardi no ano 2000, cortesia do patrocínio da Telefônica. Como não poderia deixar de ser, Mazzacane ocupou a última fila em 15 das 17 corridas do ano, ficando em último em 12 oportunidades. O carro era ruim, podem alegar alguns. Pois o pior ainda estava por vir. Graças a PSN (lembram dela?), Mazzacane foi para a equipe Prost em 2001. Como o tetracampeão necessitava de dinheiro e a PSN estava disposta a investir na F1, o argentino foi para lá mostrar seu verdadeiro 'talento'. Humilhado por Jean Alesi, Mazzacane só ficava à frente das Minardis (e mal...) nas Classificações e nas corridas e o resultado foi que, mesmo tendo sido bancado pelo patrocinador, Mazzacane foi dispensado da Prost após apenas quatro corridas para nunca mais voltar a F1. E nenhum patrocinador quis mais colocar Mazzacane na F1...
5) Christijan Albers
O holandês até tinha uma boa passagem nas categorias de base alemãs e um vice-campeonato no DTM, mas o principal triunfo de Albers era ser noivo da filha do dono da Spyker, pequena montadora holandesa. Com seus contatos com os patrocinadores holandeses, Albers comprou um lugar na Minardi em 2005 e conseguiu os seus únicos pontos na carreira na triste e famosa corrida em Indianápolis, onde apenas seis carros largaram. Ao menos ele superou seu companheiro de equipe e ficou em 5º. Por causa disso, Albers acabou se transferindo para a equipe Midland em 2006 e até que não fazia um mal papel, quando seu sogro comprou a estrutura da equipe e a Spyker estreou na F1 ainda em 2006. Foi o começo da lenda de Albers. Seu companheiro de equipe em 2007 seria o veloz novato Adrian Sutil, que rapidamente começou a superar Albers nas Classificações, para desespero do holandês. Suas atuações passaram a ser bizonhas, coroando com a sua famosa cena em Magny-Cours, quando saiu do seu pit com a mangueira de combustível ainda engatada no seu carro. Após abandonar poucos metros depois, o replay mostrou que a culpa era toda de Albers que, mesmo sendo genro do chefe, acabaria dispensado. Um jornal francês não teve muita pena do holandês ao estampar, no dia seguinte ao GP da França, a foto do carro (e a mangueira) de Albers parado e a seguinte legenda: Albers, o plalhaço holandês.
6) Giorgio Pantano
O italiano tinha mostrado enorme potencial na F3 Alemã a ponto de conseguir um teste com a McLaren ainda em 2000, mas uma passagem pouco feliz na F3000, onde ficou por três anos, parece não feito muito bem para Pantano, pois ninguém mais o procurou por causa do seu talento. Mas quando o italiano arrumou algum dinheiro... A Jordan precisava de grana em 2004 e trouxe Pantano por causa dos patrocinadores do italiano, mas o 'talento' do italiano ficou provado quando ele rodou na volta de apresentação do GP da Malásia... em pista seca! A Jordan confiava tanto no potencial de Pantano que, quando o italiano atrasou o pagamento da equipe (não era ao contrário, o italiano pagava mesmo para correr na equipe. E daquele jeito!), ela simplesmente o dispensou antes do final do ano. Pantano deu um passo atrás na carreira e passou a correr na GP2, onde acabou faturando o título em 2008. Porém, a F1 não tinha esquecido de sua passagem na categoria e Pantano entrou na história da GP2 como o único campeão a não ter entrado na F1 no ano seguinte...
7) Kazuki Nakajima
O mundo esperava pela real performance do filho do inesquecível Satoru Nakjima. Um dos pilotos mais desastrados da história da F1, Satoru agora esperava que seu primogênito lhe fizesse justiça e apenas mostrasse velocidade ao invés de acidentes. Logo na estréia, no GP Brasil de 2007, Kazuki mostrou que tinha as duas coisas. Fez a 5º volta mais rápida da corrida, mas provocou um acidente nos boxes, atropelando alguns mecânicos da Williams. Graças ao apoio da Toyota que tinha, Nakajima foi contratado para 2008 e fez um bom papel de segundo piloto, inclusive marcando pontos para o time. Porém, quando a Toyota retirava aos poucos o seu apoio ao Naka-Jr., as coisas para o japonês degringolaram e o resultado foi a vexatória atuação desse ano, com Kazuki não marcando um único ponto no campeonato e sendo superado por Nico Rosberg em 16 das 17 Classificações desse ano. Dispensado da Williams, dificilmente Kazuki conseguirá alguma vaga na F1 em 2010, mas Satoru Nakajima ainda não está satisfeito. Seu filho mais novo já está na F3 Inglesa...
8) Tarso Marques
É até maldade colocar Tarso Marques nessa lista, afinal, só fez parte da temporada 2001 com a Minardi. Mas ser superado, de forma até humilhante, pelo companheiro de equipe novato, o faz entrar aqui. Tudo bem que o novato em questão seja um tal Fernando Alonso, mas era obrigação do brasileiro, que fez as vezes de professor de Alonso, dar uma lição no atrevido espanhol de vez em quando e colocar tempo em Nano!
9) Patrick Friesacher
O austríaco foi mais um piloto que estreou na F1 pela força dos patrocinadores, que o fizeram comprar um lugar na Minardi em 2005. Porém, Friesacher era tão 'talentoso', que foi substituído no meio de 2005 por outro piloto-pagante, tamanho era sua performance, uma verdadeira cadeira cativa na última posição.
10) Antônio Pizzônia
Já mudei seu apelido de "Garoto das Selvas" para "Jan Magnussen das Selvas". Assim como o dinamarquês, Pizzônia entrou na F1 com um currículo de fazer inveja e saiu da mesma com um currículo de fazer vergonha. Após um tempo como piloto de testes da Williams, ele estreou na Jaguar em 2003 e por muitas corridas se escondeu na história de "estar mais pesado que o Mark (Webber)" para não ter de explicar ter levado de 1 a 1.5s no grid. Foram atuações tão ruins, que o amazonense acabou dispensado antes do final da temporada e para depor contra ele, o inexpressivo Justin Wilson, que o substituiu na Jaguar, marcou um ponto logo em sua primeira corrida na equipe, algo que Pizzônia não conseguiu fazer em treze provas! Ele foi sacaneado por Webber? Se fosse realmente bom, ele teria colocado o australiano no bolso e ponto final. Pizzônia ainda faria algumas corridas pela Williams e marcaria alguns pontos, mas a própria equipe não tinha a confiança necessária de colocá-lo como piloto titular, vendo-o como piloto de testes perfeito e nada mais. Pizzônia entra mais nesta lista pelo o que não fez, apesar de toda a propaganda feita em cima do nome dele pela imprensa brasileira.
6 comentários:
Apesar de achar que qualquer eleição ou escolha de pilotos ser um mero excercício inutil e só servir para exarcebar opiniões, acho curiosa, no minimo, este tipo de escolha para o "pior da década".
Nesta que provavelmente vai ficar marcada como "a década dos profissionais", concordo em geral com esta ordem de classificação. O chato é saber que neste "top ten" estejam cinco ou seis pilotos vinbdos da Minardi...
Concordo com quase todos,só discordo da presença do Albers na lista.
Um piloto que desbanca 2 companheiros de equipe em 3 anos de F1 não é tão ruim assim.(mesmo que seus companheiros sejam Friesacher e Monteiro)
Scott Speed,Yamamoto,Karthikeyan mereciam entrar nessa lista mais que ele.
Valeu JC!
Opa... Pizzonia tinha de ser o primeiro... E senti falta do Cristhian Albers e do Scott Speed.
yoong e ide fizeram páreo duro pra saber quem foio pior... boa lista!
Mas Groo, o Albers apareceu em quinto!
HEHE....caprichou na escolha ! concordo com vc
Abraço
Fernando Gennaro
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