sexta-feira, 2 de maio de 2014

História: 15 anos do Grande Prêmio de San Marino de 1999

Desde o final de 1997 que apenas duas equipes venciam corridas naqueles anos na F1: McLaren e Ferrari. Essa bipolaridade foi raramente quebrada na briga por vitória no final do século 20, mas algumas equipes e pilotos estavam tentando mudar isso e um deles era Rubens Barrichello. A Stewart tinha um maior apoio da Ford naquele ano, além de um motor extremamente leve e Barrichello estando em sua melhor forma até então, em sua procura por uma equipe melhor para que finalmente buscasse sua primeira vitória na F1 e brigasse pelo título. Como sempre ocorria nessa época do ano, as lembranças pela morte de Senna estavam presentes, ainda mais com cinco anos desde os trágicos acontecimentos em Ímola.

A McLaren conseguiu mais uma dobradinha com Hakkinen à frente de Coulthard, mas o diferencial foi a grande proximidade de Michael Schumacher dos carros prateados, mostrando que os tempos em que o alemão ficava quase 1s atrás da McLaren havia ficado para trás e para corroborar com essa afirmação, Irvine fechou a segunda fila com a segunda Ferrari com pouca diferença para os líderes. Jacques Villeneuve era o melhor do resto em seu BAR, enquanto Barrichello mais uma vez fazia um bom papel com seu Stewart.

Grid:
1) Hakkinen(McLaren) - 1:26.362
2) Coulthard(McLaren) - 1:26.384
3) M.Schumacher(Ferrari) - 1:26.538
4) Irvine(Ferrari) - 1:26.993
5) Villeneuve(BAR) - 1:27.313
6) Barrichello(Stewart) - 1:27.409
7) Frentzen(Jordan) - 1:27.613
8) Hill(Jordan) - 1:27.708
9) R.Schumacher(Williams) - 1:27.770
10) Zanardi(Williams) - 1:28.142

O dia 2 de maio de 1999 estava ensolarado e a primavera italiana prometia uma corrida sem grandes problemas climáticos. No começo do ano a BAR chegou a prometer vitórias para o Campeão Mundial de 1997 Jacques Villeneuve, mas os dirigentes da equipe devem ter esquecido que a antecessora da BAR, a Tyrrell, sequer havia marcado pontos em 1998. Na largada, a promissora corrida de Villeneuve terminou imediatamente quando seu câmbio semi-automático não encontrou marcha alguma e o canadense ficou parado no grid, abandonando ali mesmo. Hakkinen ficou na liderança à frente de Coulthard, Schumacher, Irvine e Barrichello.

Apesar de uma classificação apertada, ainda na primeira volta Hakkinen abriu uma diferença de 1.7s em cima de Coulthard, que em troca abria uma boa vantagem para Schumacher na primeira Ferrari. Irvine na segunda Ferrari segurava Barrichello, que não atacava seu antigo companheiro de equipe e a corrida ficou estática nas posições, mas com os dois carros da McLaren destacados na frente. Na décima volta, Schumacher já estava 11s atrás do líder Hakkinen. Correndo no quintal da Ferrari, Mika Hakkinen poderia dar um importante golpe no orgulho dos italianos se conseguisse uma vitória em Ímola, mas próximo de completar a 17º volta, Mika passou um pouco em cima da zebra na chicane antes da reta dos boxes e Hakkinen perdeu o controle do seu McLaren, batendo no muro do lado de fora. A multidão que lotava o Autodromo Enzo e Dino Ferrari que estava quieta nesse momento, explodiu um alegria!

Coulthard assumia a ponta da corrida, mas no muro dos boxes, Ross Brawn já imaginava como Schumacher tomar o primeiro lugar de David. Quando Hakkinen bateu, Schumacher estava 3.7s atrás do escocês e então começou a tirar a diferença para o escocês e quando estava a menos de 1s, foi chamado para os boxes antes da metade da prova. O pit-stop de 6.1s com certeza não seria o suficiente para que Michael completasse a corrida pela quantidade de combustível recolocado na Ferrari, indicando uma mudança de estratégia para duas paradas. Isso significava que Schumacher teria que forçar ainda mais seu ritmo e logo o alemão marca a volta mais rápida da corrida. Quando Coulthard faz sua parada, o escocês volta apenas 6.8s atrás do alemão da Ferrari, mas David é atrapalhado por retardatários, enquanto Schumacher pilotava no limite. Em quatro voltas, essa vantagem subiu para 19s e quando dez voltas após a parada única Coulthard a vantagem chegou aos 23s, Schumacher faz sua segunda parada e retorna à pista 4.7s à frente de Coulthard, para delírio dos tifosi.

Porém, nem tudo é alegria para os italianos quando duas voltas mais tarde o motor de Irvine quebra e Frentzen, que vinha em quarto, roda do óleo do irlandês. Hill fica temporariamente em terceiro, mas com uma parada a fazer, o inglês cede a última posição de pódio para Barrichello, porém volta à pista determinado a conseguir um pódio. Lá na frente, Coulthard aumentava seu ritmo e chegou a ficar menos de 1s atrás de Schumacher, mas o escocês não estava negociando muito bem com os retardatários e novamente vê sua desvantagem subir para 5s, o que se manteria até o final. A batalha de Barrichello foi mais próxima, com Damon Hill colado na traseira da Stewart até a bandeirada. Como não poderia deixar de ser, Barrichello dedicou o terceiro lugar a memória de Ayrton Senna. Era o primeiro pódio para o que prometia ser uma grande temporada para Rubens Barrichello. Era a primeira vitória da Ferrari em Ímola desde 1983 e isso deixou os torcedores emocionados, assim como Schumacher. Com a McLaren desperdiçando oportunidades em cima de oportunidades tendo novamente o melhor carro, Schumacher e a Ferrari conseguiam resultados importantes que os colocava na ponta do campeonato.

Chegada:
1) M.Schumacher
2) Coulthard
3) Barrichello
4) Hill
5) Fisichella
6) Alesi

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