domingo, 16 de outubro de 2011

Ainda motivado

Quando garantiu o bicampeonato semana passada, era até de se esperar que Sebastian Vettel diminuísse o ímpeto e relaxasse nas quatro últimas corridas da temporada. Era hora de curtir! Ledo engano. O jovem alemão da Red Bull mostrou ainda na primeira volta que sua gana em vencer corridas continua intacta e com uma bela ultrapassagem sobre Lewis Hamilton, Vettel deixou a briga pela segunda posição como o grande momento da corrida na Coréia e ganhou com uma vantagem superior a 12s sobre Hamilton, que se sustentou na segunda posição num dos poucos bons momentos de uma corrida que não foi tão emocionante como no ano passado.

Apesar do domínio da Red Bull neste ano, a forma como Vettel venceu hoje chegou a ser surpreendente, pois a McLaren vinha dominando o final de semana coreano, mas na corrida, momento onde a Red Bull era alcançada, foi exatamente onde a McLaren sucumbiu e por muito pouco a McLaren não perdeu um lugar no pódio e a Red Bull não conseguiu uma dobradinha. Após uma má largada, Vettel atacou Hamilton na curva 4 e depois não foi mais visto, administrando a corrida ao seu bel prazer, conseguindo outra vitória ao seu estilo: assumindo a liderança, disparando a gerindo a vitória. Foi o exemplo básico do que foi a temporada 2011. Vettel disparado na frente, enquanto Hamilton, Webber, Button e Alonso brigam pelo segundo lugar, com Massa isolado num melancólico sexto lugar. E assim foi a corrida. A luta pelo segundo lugar entre Hamilton e Webber foi o grande momento da corrida, com os dois pilotos chegando a andar lado a lado várias curvas e trocando de posição. Hamilton acabou levando vantagem, conseguindo um pódio depois de várias corridas desastradas e uma má fase que não parecia ter fim. Hoje, o inglês campeão em 2008 foi limpo, mas agressivo, como é do seu feitio, mas Hamilton parecia estar adivinhando não ter comemorado tanto a pole no sábado. É no domingo que importa.

Webber quebrou outro tabu ao largar bem depois de longo e tenebroso inverno e foi assim que o australiano foi capaz de atacar Hamilton a corrida inteira, mas a Red Bull comeu mosca no momento da segunda parada, quando Webber vinha claramente mais rápido, mas não conseguia completar a manobra sobre Hamilton. Uma manobra nos boxes seria a mais indicada, mas Webber entrou nos boxes no mesmo momento de Hamilton e como a McLaren não costuma errar, o australiano teve que continuar tentando a segunda posição na pista. E não conseguindo. Porém, a Red Bull não tem do que reclamar hoje, pois conseguiu o segundo título consecutivo do Mundial de Construtores, garantindo muita grana para o ano que vem, além da possibilidade de ficar com uma temporada perfeita, se Webber conseguir superar Button na briga pelo vice-campeonato. Jenson Button não foi o piloto das últimas corridas e uma péssima largada o atrapalhou bastante, fazendo o inglês ter que batalhar contra as Ferraris no início da prova e ainda ter que se livrar de Nico Rosberg quando a Mercedes foi mais rápido do que a McLaren nos pits. Button ainda se aproximou da luta pelo segundo lugar entre Hamilton e Webber, mas o campeão de 2009 foi tão burocrático, que quase viu sua posição ameaçada com a sequencia de boas voltas de Fernando Alonso. A Ferrari já começa a se contentar em ser a terceira força do campeonato, apenas se esmerando com as ótimas atuações de Alonso, que parece sempre tirar o máximo do limite do carro. Massa fez sua já tradicional boa largada, chegando a ultrapassar Webber e Button, mas se conseguiu deixar o inglês para trás, deixou Alonso e Button atrás de si por muito tempo. Na verdade, lembrando as últimas atuações do brasileiro, hoje foi a melhor exibição de Massa em um bom tempo, ficando dois terços da corrida na frente de Alonso e chegando menos de 10s atrás do companheiro de equipe. Mas ser o último das três principais equipes do momento é muito pouco para quem já brigou pelo título e Massa sabe que necessita de uma virada na sua carreira já!

As demais equipes fizeram seus papeis, mas a Mercedes foi decepcionante, principalmente com a boa primeira parte de Rosberg, perseguindo de perto os carros de Button e da Ferrari. Mas o alemão foi caindo de rendimento e na última volta acabou superado pela Toro Rosso de Jaime Alguersuari, caindo para oitavo. A Toro Rosso foi que mostrou uma boa evolução ao colocar seus dois carros na zona de pontuação e Alguersuari começa a mostrar que pode ser a escolha natural da Red Bull quando Webber se aposentar em breve. O jovem espanhol vem superando Buemi com certa freqüência e o suíço começa a ficar desconfortável, mesmo conseguindo também pontuar. A Force Índia, que pôs seus dois carros no Q3 ontem, fechou a zona de pontuação com Di Resta, o que não deixa de ser ruim para o time hindu, que tenta se aproximar da Renault, que vem uma péssima fase e já não merece o nome que tem e por isso deveria troca de nome mesmo. Vitaly Petrov cometeu uma insanidade ao errar a freada e acabar com sua corrida e de Michael Schumacher, com o russo devendo sofrer uma punição pela barbeiragem. Após um início arrebatador na equipe, Bruno Senna não vem repetindo os mesmos resultados e o brasileiro acabou numa briga doméstica com Rubens Barrichello, que numa melancólica Williams, não deixa de ser ruim para o brasileiro mais novo. A Sauber fez uma de suas piores corridas, com Kobayashi e Pérez sofrendo com toques e ficando à frente das pequenas, com a Lotus ameaçando se aproximar do pelotão intermediário, coisa que Virgin e Hispania nem sonham.

Havia a ameaça de uma corrida cheia de pit-stops devido a degradação dos pneus, mas praticamente todos os pilotos adotaram a estratégia de duas paradas, o que é pouco no cenário deste ano. Também havia a ameaça de chuva, mas apenas uma garoa deu as caras no início da corrida e a corrida acabou com sol entre nuvens. E finalmente havia a ameaça da McLaren destronar a Red Bull, mas Sebastian Vettel, ainda motivado, fez questão de derrubar isso e venceu mais uma. A décima no ano. Um ano inesquecível do alemão!

sábado, 15 de outubro de 2011

Novidade!



Foi um ano de domínio de uma equipe na primeira posição no grid da F1. A Red Bull fez o que a Ferrari, nos áureos tempos de Michael Schumacher, não conseguiu fazer. Conseguir uma incrível sequencia de poles, ora com Sebastian Vettel, ora com Mark Webber. Mas como tudo tem um fim, o circuito da Coreia viu um carro diferente marcando o melhor tempo do final de semana e Lewis Hamilton tentará sair de sua péssima fase com sua primeira pole em mais de um ano e sua 19º na carreira.


Como falarei deste treino baseado apenas nos resultados, o que dá para prever é uma corrida dominada por McLaren e Red Bull, com a Ferrari apenas esperando aproveitar alguma chance numa corrida que promete ser permeada de pit-stops, vide os problemas de degradação dos pneus que todas as equipes estão enfrentando. A McLaren foi a mais rápida em todo o final de semana, mas ainda assim Vettel conseguiu se meter entre Hamilton e Button, com Webber ficando em último entre os quatro carros. Pela quarta vez em cinco corridas, Massa larga na frente de Alonso, mas isso não significa muita vantagem, pois sempre o espanhol fica à frente do companheiro de equipe. Por sinal, o sábado não foi muito bom para os brasileiros, com Bruno Senna ficando muito longe de Vitaly Petrov e Barrichello sendo o cortado das equipes médias no Q1. Por sinal, chega a ser ridículo Rubens Barrichello, piloto com mais de 300 GPs, onze vitórias, dois vice-campeonatos nas costas, mendigar uma vaga na F1 em 2012. Ele poderia muito bem sair por cima...


O clima sempre muito úmido na Coreia pode trazer chuva, como no ano passado e nesta sexta-feira, mas dificilmente a vitória sairá de alguém que não vista azul ou prata.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

História: 15 anos do Grande Prêmio do Japão de 1996

Aquela seria a última chance de Damon Hill. Depois de três temporadas com a Williams, Hill estava se despedindo da equipe em que se tornou um piloto de ponta e mesmo tendo nove pontos de vantagem sobre Jacques Villeneuve, o inglês parecia em desvantagem, vide as derrotas nos últimos dois anos para Michael Schumacher, com um carro pior. Porém, Damon parecia mais relaxado e veio de Hong Kong para Suzuka decidido a conquistar o que deveria ser seu último título. O GP do Japão seria marcado por várias despedidas. A principal delas era o fim de um dos lay-outs mais conhecidos da história da F1. A Marlboro iria se concentrar unicamente na Ferrari a partir de 1997 e deixava a McLaren (que passaria a se vestir de prata e negro com a vinda da West) depois de mais de vinte anos de parceria, acabando com os famosos carros brancos e vermelhos. A Elf, famosa fornecedora de combustível, sairia de cena da F1 após 25 anos na categoria. Outro que se despedia era Martin Brundle, que se aposentaria da F1 após 12 anos militando em equipes médias ou pequenas.

Após sua épica ultrapassagem sobre Michael Schumacher no Estoril, Jacques Villeneuve vinha em ótima fase para Suzuka, pista no qual estava acostumado dos tempos em que corria de F3 no Japão. Rapidamente o canadense, que se dizia franco atirador na luta pelo título, ditava o ritmo e para piorar as coisas, Hill não o acompanhava. O inglês chegou a ficar em quarto durante a Classificação, mas se recuperou e largaria em segundo, fechando a primeira fila. A Williams utilizava sua vantagem técnica sobre os demais e o terceiro colocado já estava mais de 1s atrás dos carros ingleses. Quem tem menos de vinte anos, chega a ser difícil acreditar nisso vendo a F1 de hoje em dia.

Grid:
1) Villeneuve(Williams) – 1:38.909
2) Hill(Williams) – 1:39.370
3) Schumacher(Ferrari) – 1:40.071
4) Berger(Benetton) – 1:40.364
5) Hakkinen(McLaren) – 1:40.458
6) Irvine(Ferrari) – 1:41.005
7) Frentzen(Sauber) – 1:41.277
8) Coulthard(McLaren) – 1:41.384
9) Alesi(Benetton) – 1:41.562
10) Brundle(Jordan) – 1:41.600

O dia 13 de outubro de 1996 amanheceu com sol em Suzuka, mas as equipes estavam confusas sobre o acerto dos carros, pois todos os treinos até então foram realizado com tempo ameno e pista úmida ou seca. Não importava a situação, Villeneuve era o mais rápido, dando ao canadense o franco favoritismo para vencer no Japão. Após a primeira largada ter sido abortada por David Coulthard ter deixado o motor morrer, Villeneuve fez a pior largada dele na temporada e começava a perder o campeonato naquele momento. Hill agradeceu e rapidamente pulou para a ponta, seguido pelos dois carros da Benetton, mas Alesi acabaria perdendo o controle do seu carro ainda nas primeiras curvas e batendo forte, terminando uma temporada que tinha tudo para ser positiva para o francês, mas acabou de forma melancólica.

Com Villeneuve apenas em sexto, Damon Hill estava com a faca e o queijo na mão, mas Gerhard Berger pressionava o inglês. Pensando apenas no campeonato, Hill poderia deixar o austríaco passar sem problemas, mas na terceira volta o inglês fechou decididamente a porta de Berger na freada da chicane Causio e o piloto da Benetton acabaria perdendo a asa dianteira após um choque com a zebra. Todos ficaram assustados com a agressividade de Hill. O inglês parecia querer mostrar a todos que ele não era o piloto medíocre que todos o acusavam, fora que dificilmente Damon teria chances reais em 1997 com um Arrows. Com Hill liderando, Villeneuve tinha que começar a fazer algo para ainda sonhar com o título e faz uma manobra audaciosa sobre Irvine na sétima volta na mesma chicane Causio e rapidamente se aproximou do terceiro colocado Schumacher. Se havia alguma dúvida se o carro de Hill estava danificado, o inglês mostrava o contrário, controlando o segundo colocado Hakkinen até mesmo com facilidade.

Villeneuve inaugurou a primeira rodada de paradas e mostrando que aquele não era mesmo seu dia, o canadense foi atrapalhado quando saiu dos pits, pois Barrichello entrou nos seus alguns metros adiante. Isso permitiu Schumacher se manter à frente do canadense, enquanto Hill permanecia impávido na ponta. Na metade da corrida, Villeneuve sentiu algo de estranho em seu carro e a Williams chamou o canadense para os boxes, antecipando a parada de Villeneuve. Mesmo tendo trocado os pneus, pois achava que tinha um pneu furado, Villeneuve ainda parecia lento e a realidade veio a tona na volta seguinte. Na verdade o cubo da roda traseira direita de Villeneuve havia se quebrado (mesma quebra que tirou Hill da sua corrida caseira no verão...) e de forma perigosíssima, o canadense da Williams perdeu um pneu no final da reta dos boxes. O pneu saiu voando em direção ao público, mas por sorte ninguém se machucou. Dezenove anos antes, o pai de Jacques sofrera um acidente similar, quando acertou a traseira de Ronnie Peterson e voou em direção ao público, mas Gilles teve menos sorte e duas pessoas morreram.

Porém, o que importava era que o título estava decidido e Damon Hill era o Campeão Mundial de 1996. Sem o carisma do pai, Damon Hill conviveu com a comparação com Michael Schumacher, seu grande rival desde 1994, no qual criou grande inimizade e perdeu dois títulos. Com o alemão indo para a Ferrari no final de 1995, Hill parecia ter a chance que esperava, mas não contava pelo furacão Jacques Villeneuve, que se tornou o melhor estreante da F1 até aquele momento. Contudo, Damon usou a sua maior experiência e sua serenidade para levar o campeonato em banho-maria e mesmo sabendo que estava saindo da Williams, foi profissional ao extremo para levar a equipe ao seu sexto título mundial de pilotos. Quando estava prestes a cruzar a linha de chegada, Damon viu uma placa mostrada por sua esposa Georgie “Damon Hill – 1996 World Champion” e o inglês se tornava o primeiro filho de campeão mundial a igualar o feito do pai, 28 anos depois do triunfo do grande Graham. Era a redenção de um piloto que, se não era gênio, era trabalhador e soube aproveitar a grande chance que teve. Quando questionado por um repórter depois da corrida se ganhar o Campeonato de 1996 foi a maior realização da vida dele, Hill respondeu: Eu não sei sobre isso, mas foi certamente a coisa mais difícil que eu já fiz na minha vida... você deveria tentar algum dia!”, encerrou a temporada de 1996 o bem-humorado, cavalheiro e campeão mundial Damon Hill.

Chegada:
1) Hill
2) Schumacher
3) Hakkinen
4) Berger
5) Brundle
6) Frentzen

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

História: 25 anos do Grande Prêmio do México de 1986





A F1 estava em sua reta final e Nigel Mansell tinha chances totais de conseguir seu primeiro e surpreendente título no México, que re-estreava no calendário da F1 após quinze anos de ausência. O agora renomeado Autodromo Hermanos Rodriguez não tinha mais problemas com cachorros correndo pela pista ou o público invadindo as áreas de escape, ficando na beira do circuito, como em 1971, mas o asfalto extremamente ondulado rendeu críticas ao ‘novo’ circuito, isso sem contar o calor forte e a poeira, já que as reformas ficaram prontas em cima da hora. Apesar de todos esses problemas, o público mexicano mostrou que continuava apaixonado pela F1 apesar da longa ausência da categoria no país e de nenhum piloto local estivesse no grid, lotou todos os treinos e estava entusiasmado pela corrida.

A surpresa por Mansell estar prestes a conquistar o título de 1986 não estava na pilotagem espetacular que o inglês vinha demonstrando ao longo da temporada, mas por que ninguém imaginava ver Nigel Mansell, até então um piloto obscuro, crescer tanto e estar à frente de pilotos como Prost, Piquet e Senna em 1986. Como era comum naquele ano, Senna ficou com a pole, logo à frente das duas Williams, inclusive com Piquet superando Mansell, por sinal, a única esperança do brasileiro bicampeão mundial ainda pensar em título. Prost era apenas sexto, ficando atrás da surpreendente Benetton de Berger.

Grid:
1) Senna(Lotus) – 1:16.990
2) Piquet(Williams) – 1:17.279
3) Mansell(Williams) – 1:17.514
4) Berger(Benetton) – 1:17.609
5) Patrese(Brabham) – 1:18.285
6) Prost(McLaren) – 1:18.421
7) Warwick(Brabham) – 1:18.527
8) Tambay(Lola) – 1:18.839
9) Fabi(Benetton) – 1:18.893
10) Alliot(Ligier) – 1:19.257

O dia 12 de outubro de 1986 estava ensolarado e quente na Cidade do México e como era esperado, o público mexicano lotou o reformado Hermano Rodriguez. Mansell não precisava de muito para ser campeão, mas logo na largada o inglês da Williams aprontou uma das suas ao ficar praticamente parado no grid, sendo engolido pelo pelotão. Conta a lenda que Mansell estava nervoso demais e não fez o procedimento correto de largada... Lá na frente, Senna e Piquet disparavam na frente e chegaram praticamente tocando rodas na freada da primeira curva, com Senna levando vantagem por estar por dentro, além de ter fritado os pneus, tentando segurar o ímpeto de Piquet. Porém, o piloto da Williams não esperaria muitas curvas para tomar a ponta de Senna e Piquet administrava a sua vantagem para Senna, que era seguido por Berger e Prost, que fez uma boa largada.

Com Mansell completando a primeira volta apenas em 18º, dificilmente o campeonato seria decidido no México, mas a corrida estava longe de estar definida. Piquet e Senna andavam próximos, mas sem se atacarem, enquanto Prost utiliza a potência do motor Porsche para ultrapassar Berger na reta dos boxes para assumir o 3º lugar ainda na volta 6. Como era uma pista nova para todas as equipes e até mesmo para Goodyear e Pirelli, os problemas dos pilotos não demorariam a aparecer. Forçando o ritmo para se aproximar do primeiro pelotão, Mansell teve que ir aos boxes ainda na volta 11 com bolhas nos pneus. Isso seria um padrão a partir de então. Os quatro primeiros colocados andavam próximos, mas sem forçaram muito, já pensando em segurar o ritmo dos pneus. Prost é o primeiro dos líderes a parar na volta 29, sendo seguido por Piquet três voltas depois. Senna assumia a liderança da corrida, com Berger logo atrás. Ficava claro que cuidar dos pneus seria essencial na corrida mexicana!

Com pouco mais da metade da corrida, Senna entra nos boxes para o que seria, na teoria, sua única parada, dando a Berger a chance de liderar a corrida. Porém, havia um diferencial decisivo entre os quatro. Berger era o único piloto com pneus Pirelli, enquanto Senna, Prost e Piquet tinham que se virar com os Goodyear. O resultado foi que Berger foi ficando na pista, ficando, ficando... O austríaco esteve perfeito naquela tarde abafada no México, enquanto seus adversários sofriam com os pneus da Goodyear. Astuto como sempre, Prost resolve diminuir seu ritmo e preservar os pneus, algo que Senna e Piquet não fazem. Senna faz seu segundo pit-stop depois de apenas dez voltas, enquanto Piquet, tentando algo diferente, troca os compostos dos seus pneus e acaba se dando mal, tendo que fazer outras duas paradas antes da bandeirada. Isso permitiu a aproximação de Mansell, mas Piquet seguraria o quarto lugar e Mansell teria que tentar conquistar seu primeiro título na Austrália, última prova do ano. Utilizando a vantagem dos seus pneus Pirelli, Berger vence pela primeira vez na F1 e dá a Benetton sua primeira vitória. E também seria a última vitória da BMW em 14 anos. Conservando os pneus, Prost chega em segundo e ganha uma sobrevida no campeonato, enquanto Senna completava o pódio. A volta do México ao circo da F1 foi caracterizada pelos pneus e esse fator acabaria decidindo o campeonato mais tarde.

Chegada:
1) Berger
2) Prost
3) Senna
4) Piquet
5) Mansell
6) Alliot

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Figura(JAP): Sebastian Vettel

Não poderia ser outro! Mesmo sem vencer, Sebastian Vettel tem uma temporada tão impressionante, que precisou apenas do seu segundo pior resultado no ano para se sagrar bicampeão mundial de forma antecipada. E esse resultado é simplesmente um sossegado terceiro lugar, apenas 3s atrás do vencedor Jenson Button. A junção do talento de Vettel com a genialidade de Adryan Newey, a visão de Dietrich Mateschitz e o senso de organização de Christian Horner e Helmut Marko culminou com uma campeonato amplamente dominado pela Red Bull, mesmo com um calendário cheio de corridas espetaculares, mas com Vettel sempre brigando pela vitória, ou, como aconteceu nove vezes, comemorando o triunfo. Mesmo aos 24 anos, Sebastian Vettel exibe uma maturidade impressionante e o que é pior para os adversários, parece está melhorando sempre, ainda em uma curva ascendente aguda, como acontece com jovens pilotos como o alemão, que tem praticamente todos os recordes de precocidade da F1 e parte, se mantiver o ritmo, para conquistar os recordes absolutos da categoria. Em apenas quatro anos, Sebastian Vettel já está na história da F1!

Figurão(JAP): Segundos pilotos

A vida de quem está á sombra do seu companheiro de equipe é dura! Enquanto luta por posições intermediárias, seus vizinhos de box brigam pelas vitórias em todas as corridas. É isso que vem acontecendo com Mark Webber, Lewis Hamilton e Felipe Massa. Enquanto Button, Alonso e o bicampeão Vettel cruzaram a linha de chegada separados por 3s, seus respectivos companheiros de equipe lutavam entre si pelas posições seguintes. Mark Webber é o conformado e já disse que perdeu sua chance de ser campeão ano passado, quando liderou boa parte do campeonato até ser superado por Vettel. Com o alemão cada vez mais forte, Webber admite que está fazendo seu melhor, mas ainda assim não é o suficiente para emparelhar o ritmo de Vettel. Já Hamilton é o típico caso de quem precisa de psicólogo. Sempre bajulado e campeão logo em sua segunda temporada, o inglês da McLaren era o rei na sua equipe, mas sua viagem no mundo pop e a chegada do eficiente Jenson Button fez muito mal a Hamilton, que continua mostrando sua velocidade exuberante, mas seus constantes entreveros nas últimas corridas mostram que falta Hamilton, mesmo em sua quinta temporada (o tempo passa...) na F1, ainda precisa amadurecer. Já Felipe Massa é a vítima. De Hamilton? Não, dele mesmo! Mesmo sofrendo com os toques recebidos do inglês, Massa não é o mesmo piloto após seu acidente em 2009 e claramente perde rendimento durante as provas, culminando com resultados pífios, como o de Suzuka, onde largou em 4º, à frente de Alonso, e acabou em 7º, atrás da Mercedes de Schumacher. Se for comparar com a bela exibição de Alonso, Massa fica com o filme ainda mais queimado. Mas se serve de consolo, Webber e Hamilton sofreram do mesmo mal no Japão.

domingo, 9 de outubro de 2011

Favas contadas

Verdade verdadeira? O título de 2011 já estava definido há mais ou menos dois ou três meses, quando Vettel fechou sua impressionante série vitoriosa no começo da temporada e depois apenas administrou o campeonato, enquanto Mark Webber, Fernando Alonso e McLarens se degladiavam pelo segundo lugar, tirando ponto uns dos outros, enquanto Vettel marcava pontos ou conquistava dominantes vitórias. Foi assim que o alemão da Red Bull finalizou um campeonato aparentemente chato, mas com várias corridas memoráveis, onde a tradicional pista de Suzuka não está incluída.





Sem uma reta dos boxes verdadeiramente grande, o ponto onde a asa traseira móvel seria aberta deveria ter sido colocado na reta oposta. Isso não ajudou muito nas ultrapassagens, que ficaram restristas ao pelotão intermediário. O resultado da corrida foi decidido à moda antiga, como ocorria até ano passado: nos boxes. Corroborando com uma ótima fase, Jenson Button esperou Vettel fazer sua terceira parada, antecipada por sinal, devido ao desgaste de pneus, e enquanto o alemão se atrapalhava em ultrapassar pilotos mais lentos, Button fez uma baita volta, a McLaren fez sua parte em trocar quatro pneus de forma velocíssima e o inglês da McLaren assumiu a ponta para não mais perdê-la. Foi a terceira vitória de Button na temporada e a primeira pela McLaren em condições ditas normais, sem piso escorregadio ou chuva. Jenson Button, que já considerado o campeão mais medíocre da história da F1, está numa fase definitivamente iluminada, correndo até mesmo melhor do que em 2009, quando se sagrou campeão. Isso parece estar fazendo muito mal a Hamilton, que estava londe de ameaçar sequer ficar no pódio e novamente se tocou com Felipe Massa, dessa vez sem maiores danos.


Sebastian Vettel pode estar iniciando uma nova dinastia alemã na F1, com uma parceria certeira com a Red Bull e Adryan Newey, o alemão de 24 anos não parece ter muitos adversários a ponto de ameaçá-lo em um período de curto prazo, mesmo esta geração contar com piloto do quilate de Alonso, Button e Hamilton. Vettel quebrou mais um recorde de precocidade, ao se tornar bicampeão com apenas 24 anos, idade em que Ayrton Senna, ídolo do jovem alemão, apenas começava sua jornada na F1 pela Toleman. O melhor (ou pior para os rivais) é que Vettel parece estar em uma curva ascendente na carreira, melhorando cada vez mais, pois ninguém deve se esquecer que o alemão está apenas em sua quarta temporada completa e seus números já impressionam, fora que aparentemente o melhor de Sebastian Vettel ainda estar por vir. Azar ainda maior de Mark Webber, que tem um companheiro de equipe espetacular e que tende a crescer com o passar dos anos, ao contrário do australiano, que vê sua aposentadoria cada vez mais próxima e como ele já destacou, perder o trem da história quando desperdiçou a chance de ser campeão ano passado. Com outra pilotagem ofuscada pelo furacão Vettel, Webber está cada dia mais parecido com Felipe Massa, ou seja, incapaz de andar no mesmo nível, altíssimo, do companheiro de equipe.


Falando nisso, Fernando Alonso fez outra corrida para ser lembrada, quando se sobressaiu e conseguiu um segundo lugar impressionante, vide o que fez a Ferrari no final de semana até então. O espanhol se livrou fácil de Massa e perseguiu de perto os líderes, também dando o bote em Vettel na terceira parada de todos. Mostrando sua garra, de não desistir nunca, Alonso ainda tentou um ataque em cima de Button no final, fazendo com que a bandeirada tivesse um final bonito, com três carros de três equipes diferentes cruzando a linha de chegada com uma diferença inferior de 3s. Felipe Massa, que largou na frente de Alonso, foi mais uma vez mal. Novidade? Para infelicidade de Massa, não. Enquanto Jenson Button parece evoluir durante as corridas, com Massa ocorre exatamente o contrário, com o brasileiro perdendo rendimento de forma até sem razão durante as provas, com o piloto da Ferrari saindo de uma posição privilegiada em conseguir o pódio no grid para um obscuro sétimo lugar. Atrás de Schumacher, que parece, com as devidas proporções, com Vettel: evoluindo sempre. Desde sua chegada ano passado, o veterano da Mercedes parece cada vez melhor e com as contratações da Mercedes essa semana para 2012, Schummy poderá voltar a brigar pelo liderança ano que vem. Pelo menos hoje, ele liderou umas voltas! Largando no fim do pelotão devido a problemas no carro durante a Classificação, Nico Rosberg fez uma boa corrida de recuperação, fechando a zona de pontos.


Das equipes intermediárias, destaque para Sergio Pérez, que conseguiu um bom oitavo lugar, superando com folga o ídolo local Kamui Kobayashi, que fez uma péssima largada e não pontuou. Em compensação, Koba fez outra bela ultrapassagem, desta vez sobre Petrov. A Renault teve desempenhos distintos, pois se Petrov foi nono, Bruno Senna fez uma corrida apagada, que foi prejudicada com um toque com o próprio Petrov e chegou a ficar atrás das Lotus. A Toro Rosso só apareceu com algum destaque quando Sebastien Buemi apareceu sem uma roda por causa de um erro da equipe após um pit-stop, enquanto Alguersuari foi uma figura aparada, ao contrário das últimas corridas. Diga-se de passagem, Buemi foi o único abandono na quente tarde de domingo em Suzuka. A Force India brigou pela pontuação, mas Di Resta e Sutil ficaram pelo caminho e a Williams continua sua via-crúcis, longe de pontuar. Barrichello foi superado por Maldonado e não deixa de ser ridículo sua propaganda para se manter na F1 de forma desesperada, querendo ficar na Williams sem mostrar resultados para tal. Uma péssima forma de sair da F1... A Lotus começa a se aproximar das equipes intermediárias e Kovalainen ficou apenas 12s atrás de Barrichello, chegando na mesma volta dos líderes, mostrando uma grande evolução dessa equipe que tende a fazer parte do bolo das equipes médias em 2012, ao contrário de Virgin e Hispania, sempre fechando o grid, nessa ordem.


Faltando ainda quatro corridas para o fim da temporada, a F1 entra num anti-clímax nessas corridas finais, sem o mesmo entusiasmo do ano passado, quando o campeonato se decidiu apenas na última volta da última corrida. Porém, Sebastian Vettel não tem do que reclamar e o terceiro lugar de hoje foi seu segundo pior resultado no ano, em que marcou pontos em todas as corridas e conseguiu a incrível marca de doze poles e nove vitórias. Coreia, Índia, Abu Dhabi e Brasil só servirá para definir o vice-campeonato, que pela boa fase, deverá ficar com Button, e outros passeios do agora bicampeão Sebastian Vettel.