quarta-feira, 12 de outubro de 2011

História: 25 anos do Grande Prêmio do México de 1986





A F1 estava em sua reta final e Nigel Mansell tinha chances totais de conseguir seu primeiro e surpreendente título no México, que re-estreava no calendário da F1 após quinze anos de ausência. O agora renomeado Autodromo Hermanos Rodriguez não tinha mais problemas com cachorros correndo pela pista ou o público invadindo as áreas de escape, ficando na beira do circuito, como em 1971, mas o asfalto extremamente ondulado rendeu críticas ao ‘novo’ circuito, isso sem contar o calor forte e a poeira, já que as reformas ficaram prontas em cima da hora. Apesar de todos esses problemas, o público mexicano mostrou que continuava apaixonado pela F1 apesar da longa ausência da categoria no país e de nenhum piloto local estivesse no grid, lotou todos os treinos e estava entusiasmado pela corrida.

A surpresa por Mansell estar prestes a conquistar o título de 1986 não estava na pilotagem espetacular que o inglês vinha demonstrando ao longo da temporada, mas por que ninguém imaginava ver Nigel Mansell, até então um piloto obscuro, crescer tanto e estar à frente de pilotos como Prost, Piquet e Senna em 1986. Como era comum naquele ano, Senna ficou com a pole, logo à frente das duas Williams, inclusive com Piquet superando Mansell, por sinal, a única esperança do brasileiro bicampeão mundial ainda pensar em título. Prost era apenas sexto, ficando atrás da surpreendente Benetton de Berger.

Grid:
1) Senna(Lotus) – 1:16.990
2) Piquet(Williams) – 1:17.279
3) Mansell(Williams) – 1:17.514
4) Berger(Benetton) – 1:17.609
5) Patrese(Brabham) – 1:18.285
6) Prost(McLaren) – 1:18.421
7) Warwick(Brabham) – 1:18.527
8) Tambay(Lola) – 1:18.839
9) Fabi(Benetton) – 1:18.893
10) Alliot(Ligier) – 1:19.257

O dia 12 de outubro de 1986 estava ensolarado e quente na Cidade do México e como era esperado, o público mexicano lotou o reformado Hermano Rodriguez. Mansell não precisava de muito para ser campeão, mas logo na largada o inglês da Williams aprontou uma das suas ao ficar praticamente parado no grid, sendo engolido pelo pelotão. Conta a lenda que Mansell estava nervoso demais e não fez o procedimento correto de largada... Lá na frente, Senna e Piquet disparavam na frente e chegaram praticamente tocando rodas na freada da primeira curva, com Senna levando vantagem por estar por dentro, além de ter fritado os pneus, tentando segurar o ímpeto de Piquet. Porém, o piloto da Williams não esperaria muitas curvas para tomar a ponta de Senna e Piquet administrava a sua vantagem para Senna, que era seguido por Berger e Prost, que fez uma boa largada.

Com Mansell completando a primeira volta apenas em 18º, dificilmente o campeonato seria decidido no México, mas a corrida estava longe de estar definida. Piquet e Senna andavam próximos, mas sem se atacarem, enquanto Prost utiliza a potência do motor Porsche para ultrapassar Berger na reta dos boxes para assumir o 3º lugar ainda na volta 6. Como era uma pista nova para todas as equipes e até mesmo para Goodyear e Pirelli, os problemas dos pilotos não demorariam a aparecer. Forçando o ritmo para se aproximar do primeiro pelotão, Mansell teve que ir aos boxes ainda na volta 11 com bolhas nos pneus. Isso seria um padrão a partir de então. Os quatro primeiros colocados andavam próximos, mas sem forçaram muito, já pensando em segurar o ritmo dos pneus. Prost é o primeiro dos líderes a parar na volta 29, sendo seguido por Piquet três voltas depois. Senna assumia a liderança da corrida, com Berger logo atrás. Ficava claro que cuidar dos pneus seria essencial na corrida mexicana!

Com pouco mais da metade da corrida, Senna entra nos boxes para o que seria, na teoria, sua única parada, dando a Berger a chance de liderar a corrida. Porém, havia um diferencial decisivo entre os quatro. Berger era o único piloto com pneus Pirelli, enquanto Senna, Prost e Piquet tinham que se virar com os Goodyear. O resultado foi que Berger foi ficando na pista, ficando, ficando... O austríaco esteve perfeito naquela tarde abafada no México, enquanto seus adversários sofriam com os pneus da Goodyear. Astuto como sempre, Prost resolve diminuir seu ritmo e preservar os pneus, algo que Senna e Piquet não fazem. Senna faz seu segundo pit-stop depois de apenas dez voltas, enquanto Piquet, tentando algo diferente, troca os compostos dos seus pneus e acaba se dando mal, tendo que fazer outras duas paradas antes da bandeirada. Isso permitiu a aproximação de Mansell, mas Piquet seguraria o quarto lugar e Mansell teria que tentar conquistar seu primeiro título na Austrália, última prova do ano. Utilizando a vantagem dos seus pneus Pirelli, Berger vence pela primeira vez na F1 e dá a Benetton sua primeira vitória. E também seria a última vitória da BMW em 14 anos. Conservando os pneus, Prost chega em segundo e ganha uma sobrevida no campeonato, enquanto Senna completava o pódio. A volta do México ao circo da F1 foi caracterizada pelos pneus e esse fator acabaria decidindo o campeonato mais tarde.

Chegada:
1) Berger
2) Prost
3) Senna
4) Piquet
5) Mansell
6) Alliot

2 comentários:

Anônimo disse...

No Grande Prêmio da França em Paul Ricard de 1985 (antigo traçado), a Pirelli tinha "aprontado" em cima da Goodyear com a vitória de Nelson Piquet na Brabham.

Anônimo disse...

Os abandonos do sueco Stefan Johansson da Ferrari e do italiano Riccardo Patrese da Brabham deu uma pequena esperança para Nelson Piquet levar a decisão do campeonato para a última etapa, o Grande Prêmio da Austrália, em Adelaide.