domingo, 16 de outubro de 2011

Ainda motivado

Quando garantiu o bicampeonato semana passada, era até de se esperar que Sebastian Vettel diminuísse o ímpeto e relaxasse nas quatro últimas corridas da temporada. Era hora de curtir! Ledo engano. O jovem alemão da Red Bull mostrou ainda na primeira volta que sua gana em vencer corridas continua intacta e com uma bela ultrapassagem sobre Lewis Hamilton, Vettel deixou a briga pela segunda posição como o grande momento da corrida na Coréia e ganhou com uma vantagem superior a 12s sobre Hamilton, que se sustentou na segunda posição num dos poucos bons momentos de uma corrida que não foi tão emocionante como no ano passado.

Apesar do domínio da Red Bull neste ano, a forma como Vettel venceu hoje chegou a ser surpreendente, pois a McLaren vinha dominando o final de semana coreano, mas na corrida, momento onde a Red Bull era alcançada, foi exatamente onde a McLaren sucumbiu e por muito pouco a McLaren não perdeu um lugar no pódio e a Red Bull não conseguiu uma dobradinha. Após uma má largada, Vettel atacou Hamilton na curva 4 e depois não foi mais visto, administrando a corrida ao seu bel prazer, conseguindo outra vitória ao seu estilo: assumindo a liderança, disparando a gerindo a vitória. Foi o exemplo básico do que foi a temporada 2011. Vettel disparado na frente, enquanto Hamilton, Webber, Button e Alonso brigam pelo segundo lugar, com Massa isolado num melancólico sexto lugar. E assim foi a corrida. A luta pelo segundo lugar entre Hamilton e Webber foi o grande momento da corrida, com os dois pilotos chegando a andar lado a lado várias curvas e trocando de posição. Hamilton acabou levando vantagem, conseguindo um pódio depois de várias corridas desastradas e uma má fase que não parecia ter fim. Hoje, o inglês campeão em 2008 foi limpo, mas agressivo, como é do seu feitio, mas Hamilton parecia estar adivinhando não ter comemorado tanto a pole no sábado. É no domingo que importa.

Webber quebrou outro tabu ao largar bem depois de longo e tenebroso inverno e foi assim que o australiano foi capaz de atacar Hamilton a corrida inteira, mas a Red Bull comeu mosca no momento da segunda parada, quando Webber vinha claramente mais rápido, mas não conseguia completar a manobra sobre Hamilton. Uma manobra nos boxes seria a mais indicada, mas Webber entrou nos boxes no mesmo momento de Hamilton e como a McLaren não costuma errar, o australiano teve que continuar tentando a segunda posição na pista. E não conseguindo. Porém, a Red Bull não tem do que reclamar hoje, pois conseguiu o segundo título consecutivo do Mundial de Construtores, garantindo muita grana para o ano que vem, além da possibilidade de ficar com uma temporada perfeita, se Webber conseguir superar Button na briga pelo vice-campeonato. Jenson Button não foi o piloto das últimas corridas e uma péssima largada o atrapalhou bastante, fazendo o inglês ter que batalhar contra as Ferraris no início da prova e ainda ter que se livrar de Nico Rosberg quando a Mercedes foi mais rápido do que a McLaren nos pits. Button ainda se aproximou da luta pelo segundo lugar entre Hamilton e Webber, mas o campeão de 2009 foi tão burocrático, que quase viu sua posição ameaçada com a sequencia de boas voltas de Fernando Alonso. A Ferrari já começa a se contentar em ser a terceira força do campeonato, apenas se esmerando com as ótimas atuações de Alonso, que parece sempre tirar o máximo do limite do carro. Massa fez sua já tradicional boa largada, chegando a ultrapassar Webber e Button, mas se conseguiu deixar o inglês para trás, deixou Alonso e Button atrás de si por muito tempo. Na verdade, lembrando as últimas atuações do brasileiro, hoje foi a melhor exibição de Massa em um bom tempo, ficando dois terços da corrida na frente de Alonso e chegando menos de 10s atrás do companheiro de equipe. Mas ser o último das três principais equipes do momento é muito pouco para quem já brigou pelo título e Massa sabe que necessita de uma virada na sua carreira já!

As demais equipes fizeram seus papeis, mas a Mercedes foi decepcionante, principalmente com a boa primeira parte de Rosberg, perseguindo de perto os carros de Button e da Ferrari. Mas o alemão foi caindo de rendimento e na última volta acabou superado pela Toro Rosso de Jaime Alguersuari, caindo para oitavo. A Toro Rosso foi que mostrou uma boa evolução ao colocar seus dois carros na zona de pontuação e Alguersuari começa a mostrar que pode ser a escolha natural da Red Bull quando Webber se aposentar em breve. O jovem espanhol vem superando Buemi com certa freqüência e o suíço começa a ficar desconfortável, mesmo conseguindo também pontuar. A Force Índia, que pôs seus dois carros no Q3 ontem, fechou a zona de pontuação com Di Resta, o que não deixa de ser ruim para o time hindu, que tenta se aproximar da Renault, que vem uma péssima fase e já não merece o nome que tem e por isso deveria troca de nome mesmo. Vitaly Petrov cometeu uma insanidade ao errar a freada e acabar com sua corrida e de Michael Schumacher, com o russo devendo sofrer uma punição pela barbeiragem. Após um início arrebatador na equipe, Bruno Senna não vem repetindo os mesmos resultados e o brasileiro acabou numa briga doméstica com Rubens Barrichello, que numa melancólica Williams, não deixa de ser ruim para o brasileiro mais novo. A Sauber fez uma de suas piores corridas, com Kobayashi e Pérez sofrendo com toques e ficando à frente das pequenas, com a Lotus ameaçando se aproximar do pelotão intermediário, coisa que Virgin e Hispania nem sonham.

Havia a ameaça de uma corrida cheia de pit-stops devido a degradação dos pneus, mas praticamente todos os pilotos adotaram a estratégia de duas paradas, o que é pouco no cenário deste ano. Também havia a ameaça de chuva, mas apenas uma garoa deu as caras no início da corrida e a corrida acabou com sol entre nuvens. E finalmente havia a ameaça da McLaren destronar a Red Bull, mas Sebastian Vettel, ainda motivado, fez questão de derrubar isso e venceu mais uma. A décima no ano. Um ano inesquecível do alemão!

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