domingo, 9 de outubro de 2011

Favas contadas

Verdade verdadeira? O título de 2011 já estava definido há mais ou menos dois ou três meses, quando Vettel fechou sua impressionante série vitoriosa no começo da temporada e depois apenas administrou o campeonato, enquanto Mark Webber, Fernando Alonso e McLarens se degladiavam pelo segundo lugar, tirando ponto uns dos outros, enquanto Vettel marcava pontos ou conquistava dominantes vitórias. Foi assim que o alemão da Red Bull finalizou um campeonato aparentemente chato, mas com várias corridas memoráveis, onde a tradicional pista de Suzuka não está incluída.





Sem uma reta dos boxes verdadeiramente grande, o ponto onde a asa traseira móvel seria aberta deveria ter sido colocado na reta oposta. Isso não ajudou muito nas ultrapassagens, que ficaram restristas ao pelotão intermediário. O resultado da corrida foi decidido à moda antiga, como ocorria até ano passado: nos boxes. Corroborando com uma ótima fase, Jenson Button esperou Vettel fazer sua terceira parada, antecipada por sinal, devido ao desgaste de pneus, e enquanto o alemão se atrapalhava em ultrapassar pilotos mais lentos, Button fez uma baita volta, a McLaren fez sua parte em trocar quatro pneus de forma velocíssima e o inglês da McLaren assumiu a ponta para não mais perdê-la. Foi a terceira vitória de Button na temporada e a primeira pela McLaren em condições ditas normais, sem piso escorregadio ou chuva. Jenson Button, que já considerado o campeão mais medíocre da história da F1, está numa fase definitivamente iluminada, correndo até mesmo melhor do que em 2009, quando se sagrou campeão. Isso parece estar fazendo muito mal a Hamilton, que estava londe de ameaçar sequer ficar no pódio e novamente se tocou com Felipe Massa, dessa vez sem maiores danos.


Sebastian Vettel pode estar iniciando uma nova dinastia alemã na F1, com uma parceria certeira com a Red Bull e Adryan Newey, o alemão de 24 anos não parece ter muitos adversários a ponto de ameaçá-lo em um período de curto prazo, mesmo esta geração contar com piloto do quilate de Alonso, Button e Hamilton. Vettel quebrou mais um recorde de precocidade, ao se tornar bicampeão com apenas 24 anos, idade em que Ayrton Senna, ídolo do jovem alemão, apenas começava sua jornada na F1 pela Toleman. O melhor (ou pior para os rivais) é que Vettel parece estar em uma curva ascendente na carreira, melhorando cada vez mais, pois ninguém deve se esquecer que o alemão está apenas em sua quarta temporada completa e seus números já impressionam, fora que aparentemente o melhor de Sebastian Vettel ainda estar por vir. Azar ainda maior de Mark Webber, que tem um companheiro de equipe espetacular e que tende a crescer com o passar dos anos, ao contrário do australiano, que vê sua aposentadoria cada vez mais próxima e como ele já destacou, perder o trem da história quando desperdiçou a chance de ser campeão ano passado. Com outra pilotagem ofuscada pelo furacão Vettel, Webber está cada dia mais parecido com Felipe Massa, ou seja, incapaz de andar no mesmo nível, altíssimo, do companheiro de equipe.


Falando nisso, Fernando Alonso fez outra corrida para ser lembrada, quando se sobressaiu e conseguiu um segundo lugar impressionante, vide o que fez a Ferrari no final de semana até então. O espanhol se livrou fácil de Massa e perseguiu de perto os líderes, também dando o bote em Vettel na terceira parada de todos. Mostrando sua garra, de não desistir nunca, Alonso ainda tentou um ataque em cima de Button no final, fazendo com que a bandeirada tivesse um final bonito, com três carros de três equipes diferentes cruzando a linha de chegada com uma diferença inferior de 3s. Felipe Massa, que largou na frente de Alonso, foi mais uma vez mal. Novidade? Para infelicidade de Massa, não. Enquanto Jenson Button parece evoluir durante as corridas, com Massa ocorre exatamente o contrário, com o brasileiro perdendo rendimento de forma até sem razão durante as provas, com o piloto da Ferrari saindo de uma posição privilegiada em conseguir o pódio no grid para um obscuro sétimo lugar. Atrás de Schumacher, que parece, com as devidas proporções, com Vettel: evoluindo sempre. Desde sua chegada ano passado, o veterano da Mercedes parece cada vez melhor e com as contratações da Mercedes essa semana para 2012, Schummy poderá voltar a brigar pelo liderança ano que vem. Pelo menos hoje, ele liderou umas voltas! Largando no fim do pelotão devido a problemas no carro durante a Classificação, Nico Rosberg fez uma boa corrida de recuperação, fechando a zona de pontos.


Das equipes intermediárias, destaque para Sergio Pérez, que conseguiu um bom oitavo lugar, superando com folga o ídolo local Kamui Kobayashi, que fez uma péssima largada e não pontuou. Em compensação, Koba fez outra bela ultrapassagem, desta vez sobre Petrov. A Renault teve desempenhos distintos, pois se Petrov foi nono, Bruno Senna fez uma corrida apagada, que foi prejudicada com um toque com o próprio Petrov e chegou a ficar atrás das Lotus. A Toro Rosso só apareceu com algum destaque quando Sebastien Buemi apareceu sem uma roda por causa de um erro da equipe após um pit-stop, enquanto Alguersuari foi uma figura aparada, ao contrário das últimas corridas. Diga-se de passagem, Buemi foi o único abandono na quente tarde de domingo em Suzuka. A Force India brigou pela pontuação, mas Di Resta e Sutil ficaram pelo caminho e a Williams continua sua via-crúcis, longe de pontuar. Barrichello foi superado por Maldonado e não deixa de ser ridículo sua propaganda para se manter na F1 de forma desesperada, querendo ficar na Williams sem mostrar resultados para tal. Uma péssima forma de sair da F1... A Lotus começa a se aproximar das equipes intermediárias e Kovalainen ficou apenas 12s atrás de Barrichello, chegando na mesma volta dos líderes, mostrando uma grande evolução dessa equipe que tende a fazer parte do bolo das equipes médias em 2012, ao contrário de Virgin e Hispania, sempre fechando o grid, nessa ordem.


Faltando ainda quatro corridas para o fim da temporada, a F1 entra num anti-clímax nessas corridas finais, sem o mesmo entusiasmo do ano passado, quando o campeonato se decidiu apenas na última volta da última corrida. Porém, Sebastian Vettel não tem do que reclamar e o terceiro lugar de hoje foi seu segundo pior resultado no ano, em que marcou pontos em todas as corridas e conseguiu a incrível marca de doze poles e nove vitórias. Coreia, Índia, Abu Dhabi e Brasil só servirá para definir o vice-campeonato, que pela boa fase, deverá ficar com Button, e outros passeios do agora bicampeão Sebastian Vettel.

Um comentário:

Ron Groo disse...

Realmente, o título foi a conclusão emergente do óbvio.
Mas a corrida foi bem legal.