segunda-feira, 30 de julho de 2012

Figura(HUN): Lotus

Quando a temporada de 2012 começou, ninguém imaginava que a Lotus fosse capaz não apenas de repetir sua melhor temporada nos últimos tempos, quando ainda se chamava Renault e tinha como principal piloto Robert Kubica, como até mesmo superá-la. Tendo como pilotos um quase novato (Romain Grosjean) e um recém saído da aposentadoria (Kimi Raikkonen), as expectativas do time capitaneado por Eric Bullier eram os menores possíveis antes de o campeonato começar, mas o tempo provou que o time auri-negro tinha um excelente carro e dois pilotos competitivos para 2012. Na Hungria, a Lotus foi a única equipe a incomodar verdadeiramente o vencedor Lewis Hamilton com ambos seus pilotos. Primeiramente foi Grosjean que largou bem da primeira fila e perseguiu implacavelmente o inglês da McLaren, mas o francês seria substituído por Raikkonen, após o finlandês pular de quinto para segundo na segunda rodada de paradas numa sequencia sensacional de voltas rápidas antes do seu pit-stop. Kimi imprimiu seu ritmo para encostar de vez em Hamilton e tentar dar alguma pitada de emoção no chato Grande Prêmio da Hungria. Se Raikkonen não conseguiu esse objetivo, ao menos o piloto da Lotus nunca ficou mais de 1s atrás de Hamilton nas quinze voltas finais, podendo ter se aproveitado do menor dos erros do piloto da McLaren. Com Grosjean se segurando dos ataques de Vettel, a Lotus novamente colocou seus dois pilotos no pódio e briga diretamente com Ferrari e McLaren pelo segundo lugar no Mundial de Construtores, enquanto Raikkonen é um sólido quinto colocado no Mundial de Pilotos. Hungaroring mostrou toda a competitividade da Lotus, além de indicar que a primeira vitória do time está próxima.

Figurão(HUN): Mercedes

Se há um time que investe milhões e milhões de dólares na F1 e não vê resultados condizentes, esta é a Mercedes. O time da estrela de três pontas até já conseguiu vitória, pole e pódios ao longo desta temporada, mas a irregularidade da equipe acaba por atrapalhar seus pilotos, como foi o caso em Hungaroring. Numa pista em que a principal característica da equipe (velocidade final) não apareceu devido às retas curtas do circuito sede do Grande Prêmio da Hungria, a Mercedes simplesmente não se encontrou em momento algum durante o final de semana húngaro. Nos treinos, a equipe teve que se conformar com a 13º posição de Rosberg e a 17º de Schumacher, ficando atrás de times com orçamentos muito menores. Na corrida as coisas não foram muito diferentes, com Rosberg tendo que remar muito para marcar um pontinho, enquanto Schumacher teve uma atuação bisonha, quando desligou o motor do seu carro quando a primeira largada foi abortada, tendo que largar dos boxes e estragar ainda mais sua prova quando passou rápido demais no pit-lane e levar uma punição. Schummy acabaria abandonando no final da prova, sendo um dos poucos a fazê-lo. Um ponto é muito pouco para uma montadora da tradição da Mercedes e que investe muito para brigar junto com as equipes de ponta.

domingo, 29 de julho de 2012

Chatice olímpica

Quando Hungaroring estreou na F1 em 1986, Martin Brundle deu a seguinte declaração sobre o novo circuito: Mônaco sem os muros e os prédios bonitos. Pois o Grande Prêmio da Hungria foi bastante parecido com a prova monegasca deste ano, onde houve, sim, briga pela primeira posição, mas que dificilmente a ultrapassagem seria efetuada e Lewis Hamilton dominou praticamente de ponta a ponta em Hungaroring, vencendo pela segunda vez no ano, tendo fungando no cangote sempre um carro da Lotus, mas em nenhum momento Romain Grosjean, no começo, e Kimi Raikkonen, no final, botaram pelo menos de lado para tentar a ultrapassagem vitoriosa. Desta vez, Hungaroring derrotou os apetrechos para facilitar a ultrapassagem e mesmo quando alguém vinha com pneus mais novos e menos de 1s na reta, as ultrapassagens foram raras nas 69 voltas de corrida.

Porém, Lewis Hamilton não teve do que reclamar. O inglês teve que andar forte a corrida inteira, mas sempre a teve sobre controle, assim como aconteceu semana passada com Fernando Alonso em Hockenheim. Como esperado, os carros da Lotus estavam fortes em ritmo de corrida e Hamilton não disparou em nenhum momento, mesmo com Lewis tendo dominado todo o final de semana de forma inédita em 2012. Porém, o piloto da McLaren soube se aproveitar muito bem do travado circuito de Hungaroring e não deu chances para quem quer que fosse tentasse tirar sua merecida vitória. Porém, mesmo sendo o terceiro piloto a conquistar duas vitórias nesta temporada, Hamilton ainda segue longe da briga pelo título, pois o mclariano ainda está mais de 40 pontos de Fernando Alonso. A reação da McLaren pode ter vindo tarde demais para Hamilton, mas com tantas corridas pela frente, ao menos o time de Martin Whitmarsch irá com moral alta para o resto da temporada. Button ter trocado o plano A pelo plano B no meio da corrida não funcionou para o inglês e um pódio quase certo foi pelo ralo quando encontrou um inspirado Bruno Senna pela frente e Button teve que se conformar com um obscuro sexto lugar no fim da prova.

Kimi Raikkonen vem pagando cada centavo que a Lotus e a Genii investiu para tira-lo de sua precoce aposentadoria com corridas magníficas e um ritmo de prova impressionante. O finlandês não largou bem e caiu para sexto na primeira volta, mas Kimi soube se manter frio (daí seu apelido...) e ao conservar seus pneus e por conseguinte esticar suas paradas, Raikkonen foi ganhando posições e até mesmo dar um chega pra lá no companheiro de equipe Grosjean para subir para segundo e encostar em Hamilton. Kimi passou quinze voltas a menos de 1s de Hamilton, mas não parecia ter forças para superar o inglês e teve que se conformar com o segundo lugar. Para Raikkonen, basta largar em posições melhores para conseguir finalmente uma vitória, cuja Lotus está merecendo não  é de hoje. Kimi sempre tem que fazer uma corrida de recuperação e acaba perdendo ritmo no fim. Grosjean não se aperriou na frente de Vettel na largada e fez uma corrida correta ao ficar sempre próximo de Hamilton nos dois primeiros stints de corrida, mas quando foi ultrapassado na marra por Raikkonen na saída de pits do finlandês, Grosjean perdeu um pouco o brilho, mas ainda foi possível conseguir um lugar no pódio, dando a Lotus duas posições no pódio húngaro, mas a cara de Raikkonen no pódio mostra bem que a vitória era possível e foi desperdiçada.

Se semana passada dominaram em Hockenheim, em Hungaroring Red Bull e Ferrari estiveram longe do pódio, mostrando a pluralidade da F1 atual. Vettel se esforçou muito, tentou uma estratégia diferente para tirar Grosjean do pódio, mas teve que se conformar com o quarto lugar, mero 1s atrás do francês, quando dez voltas antes eram 18s! Mark Webber fez uma largada estupenda, pulando de 11º para sétimo, mas o brilho do australiano acabou ali. Sempre preso atrás de carros mais lentos e sem a possibilidade de ultrapassar, Webber deverá sonhar com as traseiras de Alonso e Senna nesta noite. Num circuito de altíssimo downforce, o time de Maranello foi altamente discreto, com seus dois pilotos mais se defendendo do que atacando e Alonso arrancando um bom quinto lugar, enquanto Massa foi apenas nono, porém, não há como criticar o brasileiro com o equipamento que tem em mãos. Bruno Senna foi um dos nomes da corrida. Desde os treinos livres, onde conseguiu bons resultados, Bruno dava pinta de fazer uma boa corrida e o brasileiro cumpriu com as expectativas. Mesmo saindo uma posição atrás do companheiro de equipe, Bruno largou bem e se manteve na zona de pontuação sempre, realizando uma corrida sólida e se mantendo à frente de Button e Webber (melhor equipados tanto de carros, como de pneus) e conseguiu uma ótima sétima colocação. Bruno não pode ser tão rápido quanto Maldonado, mas é muito mais confiável. O venezuelano se envolveu em mais um atrito e levou um drive-through da direção de prova que, se fosse outro piloto, talvez passasse batido, mas levando-se em conta o histórico de Maldonado, a punição veio e pontos preciosos da Williams foram pelo ralo.

A Mercedes teve um final de semana para esquecer e num o pontinho conquistado por Nico Rosberg apagou a péssima jornada dos alemães, começando com Schumacher que simplesmente esqueceu do regulamento ao desligar seu carro quando houve um problema qualquer no sistema de largada e a o início foi abortado. O heptacampeão acabou sendo um dos poucos abandonos da corrida, mas de forma muito melancólica. Force India, Sauber e Toro Rosso apenas brigaram por um erro dos pilotos à frente para conseguir entrar na zona de pontuação, mas bem longe de ter um ritmo para tal. Hülkenberg foi ao Q3 pela segunda corrida consecutiva, mas acabou em 11º, enquanto Di Resta foi a vítima de Maldonado. A Sauber nunca se encontrou no final de semana e a Toro Rosso continou no seu rame-rame de sempre. As nanicas fizeram seu papel de sempre, mas com dois destaques. A HRT proporcionou uma das imagens mais legais da corrida com o carro quebrado de Narain Karthikeyan estacionado no alto de um morro, dando um close show de bola, enquanto Charles Pic vem superando com alguma constância o já experiente Timo Glock. Quando Lucas di Grassi era um novato e levava pau de Glock, todos apontaram para o noviciado do paulista, mas Pic, o francês menos cotado no ano, vem mostrando um pequeno diferencial ao conseguir superar o alemão e fazer seu nome na F1.

Foi uma corrida chata e no primeiro final de semana olímpico, o Grande Prêmio da Hungria será apenas rodapé de página de todos os jornais. Porém, mesmo em Londres, Lewis Hamilton sairá bonito na capa do jornal.

sábado, 28 de julho de 2012

Reação tardia

Que a McLaren faz grandes carros, isso não é segredo para ninguém. Os títulos falam por si só. Porém, nos últimos anos a equipe comandada por Martin Whitmarsh vem se destacando também por ter altos e baixos durante uma mesma temporada, com momentos ruins a ponto de pontuar com dificuldades e outros de domínio, como o de Lewis Hamilton na Classificação de hoje. Não faz muito tempo que Hamilton e Jenson Button pontuaram a duras penas em Silverstone, mas desde Hockenheim, como por encanto (na verdade, por causa de atualizações do carro), o time vem melhorando de rendimento e num circuito curto e travado como o de Hungaroring, o time prateado, capitaneado por Hamilton, vem dominando.

A Classificação húngara trouxe algumas surpresas que podem afetar o campeonato. Outro ponto de referência que tem a ver com Silverstone se abate sobre Mark Webber. Desde a vitória acachapante na Inglaterra e que o fez subir para o vice-campeonato, Webber entrou numa espiral negativa a ponto de não conseguir tempo para o Q3 e ter que largar, num circuito de poucos pontos de ultrapassagem, em 11º. Menos mal para o australiano que num circuito onde o downforce é tudo, a Ferrari se deu mal e Alonso largará apenas em sexto, com Massa logo atrás. Isso apenas realça o quão Fernando está levando a Ferrari nas costas em 2012. Hamilton conseguiu a pole como e quando quis. O inglês terá ao lado Romain Grosjean, outro que adora altos e baixos, com Vettel em terceiro. O alemão foi outro que tirou tudo e mais um pouco de seu carro.

O domínio de Hamilton pode ser tardio, pois está muito atrás no campeonato e brigar pelo título, só se algo de muito extraordinário ocorrer com Alonso, Webber e Vettel. Porém, há previsão de chuva amanhã (como tem chovido em Budapeste nos últimos anos. No passado, essa corrida era sinônimo de pista seca!) e tudo pode se embaralhar, mas pela forma como guiou, Hamilton é favorito amanhã. No seco.  

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Caroneiro

Hoje é difícil disso acontecer e acho que é até proibido, por motivos de segurança, no qual concordo plenamente. Ficam em pendurado em cima do carro depois das corridas, com o piloto se apoiando aonde dá, é passagem para a tragédia que, pelo menos na F1, nunca aconteceu. Há 25 anos atrás, Nelson Piquet vencia pela primeira vez em 1987, ano em que se sagraria tricampeão e que, mesmo mais lento do que Mansell, soube se aproveitar da fraqueza mental do inglês e o superou, já que o Williams-Honda tinha o melhor carro daquela temporada. Hockenheim e suas enormes retas era pródiga em destruir motores e por isso apenas seis carros receberam a bandeirada 25 anos atrás. Piquet não teve dificuldades em vencer, pois seus dois maiores rivais naquele dia, Mansell e Prost, tiveram seus respectivos motores quebrados. Para se ter ideia como foi complicado naquele dia quente em Hockenheim, Stefan Johansson chegou em segundo com o pneu furado e Senna completou o pódio mesmo enfrentando seríssimos problemas na suspensão ativa da Lotus. Enquanto comemorava sua vitória, Piquet parou seu Williams e deu uma caroninha à Prost, que ainda se lamentava o abandono após a Porsche ter feito um motor especial para a sua última corrida em casa. Cena história...

terça-feira, 24 de julho de 2012

Enquanto isso no domingo...

Sempre tive a curiosidade de ver uma corrida sem bandeiras amarelas na Indy. Claro que isso já aconteceu, mas ainda não tinha assisto um prova por inteiro. Neste domingo, em Edmonton, tirei o cabaço com relação a isso. O que não deixa de ser surpreendente, por se tratar de um circuito de rua, onde o muro sempre está mais perto. Além dos alambrados, que fizeram com que Helio Castroneves se inspirasse e pulasse num alambrado após a bandeirada na sua surrada comemoração de spider-man após uma bela corrida no Canadá, mesmo local onde fora punido de forma polêmica em 2010 e quase saiu no tapa com todo mundo, após ter sua vitória cassada.

A experiência, claro que não planejada, de ter uma corrida sempre em bandeira verde foi interessante, pois a corrida não deixou de ser movimentada em nenhum momento e Helio Castroneves foi muito inteligente quando guardava seus 'push-to-pass' e ganhava posições dos pilotos à sua frente nas tática de boxe. Quando assumiu a ponta, Helinho teve que se preocupar com o sempre perigoso (para o bem e para o mal) Takuma Sato nas últimas voltas, mas com direito a usar o botãozinho mágico várias vezes, Castroneves só teve que administrar a aproximação do japonês e vencer pela primeira vez no ano. Outro grande destaque foi Will Power. Tendo que trocar o motor e com isso perder dez posições no grid, Power largou em 17º e numa corrida segura, mas sempre andando muito forte (ele chegou a encostar no muro), o australiano da Penske subiu ao terceiro posto no final, conseguindo um pódio bem improvável. O líder Ryan Hunter-Reay esteve longe de confirmar sua ótima fase após três vitórias consecutivas e foi bastante discreto, o mesmo acontecendo com a equipe Ganassi, mesmo com Franchitti largando na pole.

Para quem assistiu a corrida ao vivo, teve o imenso desprazer de aturar a transmissão da Bandsports. Claro que ver ao vivo pela TV a Cabo é melhor do que nada, mas o problema foi que colocaram um narrador muito ruim. Torcendo desesperadamente pelos brasileiros, o narrador, cujo nome não lembro, foi extremamente piegas e tirou toda a emoção da corrida, fora que seu parco conhecimento sobre a Indy o fez dizer abobrinhas, como Ryan Hunter-Reay (de 32 anos...) ser um garoto de futuro e que ganhará muitos títulos ainda...

A vitória de Castroneves o elevou ao segundo lugar do campeonato, inclusive superando seu companheiro de equipe Will Power, que mesmo chegando em terceiro, provou ser o melhor piloto em circuitos mistos da Indy na atualidade. Hunter-Reay terá que segurar os dois pilotos da Penske bastante motivados, sendo que a Andretti não estava numa boa posição no campeonato há anos. Pode faltar experiência tanto à equipe, como ao piloto. Coisa que não falta a Penske e Helio Castroneves.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Figura(ALE): Jenson Button

Após um longo e tenebroso inverno, parece que finalmente Jenson Button acordou de sua hibernação sem explicação e fez uma corrida digna de um campeão do mundo e de destaque nesta atual geração fortíssima da F1. A fase de Button era tão braba, que o inglês chegou a ficar no meio do caminho no Q1 e pontuou pouquíssimas vezes, sem muito destaque, nas últimas seis corridas, desde o seu segundo lugar na China, ainda no comecinho do campeonato. Em Hockenheim, Button começou se destacando logo nos treinos ao superar Lewis Hamilton no grid, algo raro até mesmo na boa fase de Button e na má fase do companheiro de equipe. Button largou bem ao subir para o quinto lugar e em poucas voltas, executou ultrapassagens cirúrgicas sobre Nico Hülkenberg e Michael Schumacher para entrar na briga pela vitória. Num ritmo consistente, Button chegou atrás do segundo colocado Vettel e o ultrapassou na segunda rodada de paradas, mas um erro do inglês fez com que travasse forte o pneu dianteiro direito, fazendo com que Button perdesse rendimento nas voltas finais, o que ocasionaria na ultrapassagem (irregular) de Vettel, mas ainda assim Jenson Button subiu ao pódio depois de muito tempo. Mesmo longe da briga pelo título, a volta de Button aos bons tempos garantirá outro piloto forte na briga pelas vitórias.