segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Mais do que um adeus

Nesse final de semana estive viajando e por isso perdi a última etapa do Mundial de Motovelocidade, mas as informações do que tive foi de uma prova sem muitas emoções e que deu o vice-campeonato para Dani "O triste" Pedrosa, após o jovem piloto da Honda conquistar sua única vitória em casa, na frente de mais de 130.000 espectadores que se amontoavam no Autódromo Ricardo Tormo, em Valência.

Além de ter encerrado a temporada 2007, a etapa valenciana marcou o possível fim da carreira de Alexandre Barros no motociclismo. O brasileiro de 37 anos ainda não anunciou oficialmente sua aposentadoria, apenas disse que não irá correr na MotoGP ano que vem e que tem "90% de chances de se aposentar ao final desta temporada." Barros foi um bom piloto. Nada mais, nada menos do que isso. Barros andou em muitas equipes pequenas no começo de sua carreira, mas já no final de sua longa jornada no Mundial de motociclismo conseguiu ótimos guidões, como em 2003 e 2004, quando foi o principal piloto de Yamaha e Honda, respectivamente. Em ambas decepcionou e o melhor resultado da sua carreira foram quatro quarto lugares em Mundiais (96/2000/2001/2004) e sete vitórias ao longo de incríveis 21 anos de carreira no circo da motovelocidade. O mais alarmante foi que Barros deixou um vazio no motociclismo brasileiro, pois nenhum piloto brasileiro está sequer nas 125cc, a categoria júnior do Mundial de Motovelocidade. O caso de Barros lembra muito o caso do Guga, que mesmo com todo o sucesso na carreira, não deixou nenhum grande seguidor no Circuito Mundial do Tênis. Entre os pilotos Barros era muito querido e deixará muita gente com saudade de sua tocada agressiva, principalmente na chuva. A carreira de Alex Barros lembra muito o que fez Rubens Barrichello, o que é muito respeitável pelos resultados dos dois amigos, mas no Brasil, isso não signfica muita coisa e nenhum dos dois são reconhecidos por aqui.

Outro fato interessante deste final de temporada foi a terceira posição de Valentino Rossi na Classificação final do Mundial de MotoGP, a pior classificação do "Doutor" desde que o italiano estreou na categoria máxima do motociclismo em 2000. Rossi sofreu um sério acidente no sábado e fraturou sua mão direita em três locais. Para perder o vice-campeonato, Rossi não marcaria pontos e Pedrosa teria que vencer, mas como o esporte a motor não está obedecendo muito a matemática, foi exatamente isso que aconteceu. Após anos vencendo o Mundial de MotoGP com incrível tranqüilidade, Rossi está chegando num momento chave em sua carreira. Mesmo sendo considerado ainda o melhor piloto da atualidade, Rossi perdeu o segundo campeonato consecutivo e neste ano nem vice foi. Se até 2005 Valentino vencia os campeonatos com o pé nas costas, sendo pela dominante Honda, seja pela cambaleante Yamaha, Rossi enfrentou vários reveses nas últimas duas temporadas e isso inclui dois acidentes graves com fraturas, algo até então inédito em sua carreira. Mesmo com apenas 28 anos de idade, Rossi corre o risco de ser engulido pelo jovens pilotos da categoria que vem surgindo rapidamente e já no próximo ano Rossi sentirá isso de perto, quando terá como companheiro de equipe o espanhol Jorge Lorenzo, bicampeão mundial nas 250cc e super arrogante. Além da despedida de Alex, podemos ter visto a despedida de toda uma geração de pilotos do começo dessa década, que começa a ser superada por uma nova geração, cada vez mais jovem e faminta.

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