Em menos de um ano, foi embora Honda, BMW e Toyota da F1. Se no final da temporada 2008 havia a expectativa de um 2009 cheio de novidades, com o esplendor de um grid com sete montadoras fortes, acabamos 2009 cheio de dúvidas para 2010, com uma expectativa sombria de ter apenas três montadoras (por enquanto...) envolvidas na F1 e um amontoado de equipes nanicas, controladas por pessoas que ninguém põe a mão. Se em julho todos ficaram com medo da crise entre FIA-Fota, hoje a crise é ainda maior, com a sobrevivência da F1 colocada em xeque como em muitos anos não era visto. Achar culpados para este problema? Como num acidente de avião, há vários fatores envolvidos, como a má gerência da FIA por parte de Max Mosley, a ganância da FOM por parte de Bernie Ecclestone, além da falta de diretrizes das desunidas equipes da categoria. Juntando a esse caldeirão, aplica-se como tempero uma crise econômica sem precedentes nos últimos ciqüentas anos. Devemos esperar para a próxima temporada Ferrari e McLaren num pelotão amplamente superior, graças aos seus orçamentos, um segundo pelotão formado por Red Bull, Brawn e Williams, enquanto as demais equipes brigarão de foice no escuro para ficarem entre as dez primeiras posições no Mundial de Construtores. Isso, com a F1 ainda procurando algum fornecedor de pneus, já que a Bridgestone já arrumou suas malas e três fortes candidatas (Michelin, Goodyear e Pirelli) pela brincadeira. Há quem goste da idéia de ver uma F1 sem as montadoras, mas o nível técnico deverá cair fortemente, já que não haverá dinheiro para investimentos em tecnologia em desempenho, grande referência da categoria a longo dos anos. Para se reerguer, a F1 deverá olhar para si própria e ver que algumas de suas atitudes estão fora da realidade atual, como o fútil circuito de Yas Marina. Não se corre mais na França e na América do Norte. Os pilotos não falam mais o que pensam. Ecclestone vive num mundo de fantasia. E nós podemos estar presenciando a agonia da principal categoria do automobilismo.
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