Os americanos são conhecidos pelo seu nacionalismo até mesmo piegas, fazendo até que alguns profissionais competentes perdessem grandes oportunidades para não terem que sair dos Estados Unidos. Esse foi o caso de A.J. Foyt. Piloto extremamente versátil, Foyt venceu em diversos tipos de carros, obtendo sucesso principalmente nos Indycars, categoria que está envolvido há mais de 50 anos, mas Foyt não apenas marcou seu nome nos monospostos, como também foi venceu várias corridas de endurance, inclusive conseguindo o feito de vencer as 500 Milhas de Indianápolis e as 24h de Le Mans no mesmo ano. Com isso, esse americano corpulento e apaixonado pelo automobilismo recebeu várias propostas para se mudar para a Europa e fazer sucesso na F1, mas o nacionalismo de Foyt nunca o permitiu sair da América do Norte e fazer sucesso por lá, onde é uma verdadeira lenda viva com o carro de número 14. Completando 75 anos de idade hoje, vamos conhecer um pouquinho mais deste americano que enfrentou todo tipo de adversidade para se manter correndo.
Anthony Joseph Foyt Jr. nasceu no dia 16 de janeiro de 1935 em Houston, Texas. Vindo de uma família pobre e em um período pós-depressão de 1929, desde cedo A.J., como ficou conhecido mundialmente, aprendeu a dar valor ao dinheiro e ao esforço do trabalho. Filho de um mecânico, desde cedo A.J. conviveu com carros e corridas e por isso ele abandonou a escola para iniciar sua carreira no automobilismo em 1953, correndo em pequenos carros midjets, em pistas de terra. Foi nesse tipo de corrida que venceu sua primeira prova, aos 18 anos, em Playland Park, Houston. Não demorou muito e Foyt passou a se destacar nos campeonatos regionais do Texas e em 1956 ele participou de suas primeiras corridas no campeonato nacional da USAC, ainda com Midjets. Foi neste momento que ficou clara a tenacidade do futuro campeão. Em sua primeira temporada completa, em 1957, Foyt não tinha muito dinheiro e ele mesmo dirigia um carro que trazia seu bólido de corrida num reboque, enquanto dormia no carro e tomava banho nos postos de gasolina para não ter que gastar dinheiro com hotéis, inclusive tendo que pedir dinheiro emprestado aos seus pais para poder voltar para o Texas, ainda no início daquele ano. Apesar da falta de resultados, o talento de Foyt não passou despercebido e logo ele começou a dirigir pelas melhores equipes do campeonato, obtendo sua primeira vitória no Kansas, terminando o campeonato em sétimo.
Ao final de 1957 Foyt subiu de categoria e passou a correr em Indycars, participando do Campeonato Nacional da USAC e foi em 1958 que ele participou de suas primeiras 500 Milhas de Indianápolis. A primeira de 35 edições consecutivas. Como novato, ele não podia pagar um quarto de hotel e ele teve que dormir numa casa de favor, nos arredores da pista em Indiana e na corrida, ele terminou em 16º, ganhando com isso 2.969 dólares. No final da carreira, ele ganharia o total de 2.637.963 dólares por suas participações na Indy 500. Ao longo deste ano Foyt se tornaria um dos principais pilotos dos Estados Unidos a ponto de ser convidado para uma corrida especial em Monza, onde carros de F1 adaptados enfrentariam os carros americanos nas famosas curvas inclinadas da pista italiana. Porém, o maior objetivo de um piloto de monoposto americano era a vitória nas 500 Milhas de Indianápolis e Foyt conquistaria seu primeiro triunfo em 1961, após três participações discretas. Ele já havia conquistado o título nacional no ano anterior com quatro vitórias e repetiria a dose em 1961. Seu terceiro título nacional veio em 1963, quando venceu três provas e seu pior resultado foi um 8º lugar, mas isso não poderia ser comparado com o domínio de Foyt em 1964, quando ele venceu 10 das 13 corridas daquele ano, incluindo aí sua segunda vitória em Indianápolis, quando ele conseguiu se livrar milagrosamente de um múltiplo acidente que custou a vida de dois pilotos.
Numa época onde não existiam muitas cláusulas em contratos, por isso Foyt passou a correr em outros tipos de corridas e em 1964 ele participou de corridas na Nascar, vencendo logo em sua 10º participação, derrotando Richard ‘The King’ Petty na ocasião, mas em 1965 ele sofreria seu pior acidente na carreira correndo nesses stock-cars. Em Riverside, Foyt passou boa parte da corrida em 3º, atrás de Dan Gurney e Parnelli Jones. Quando Jones tem problemas mecânicos e abandona, Foyt sobe para segundo, mas ele também tem problemas em seu stock, mas ainda retorna para a corrida, tentando uma recuperação. Porém, nas voltas finais, Foyt perde o controle do seu carro na curva 5 da tradicional pista, bate de lado no guard-rail (no lado do motorista...) e capota várias vezes. Quando o socorro chegar ao local do acidente, o médico chega a declarar que Foyt estava morto, mas Parnelli Jones, que estava próximo do local, viu A.J. se movimentando e foi ele quem fez os primeiros socorros, retirando o amigo do carro destruído. Foyt teve uma séria contusão na coluna e várias hemorragias internas, mas em dez semanas não apenas o americano estava fora do hospital, como foi a Indianápolis no início de maio para conquistar sua primeira pole nas 500 Milhas, andando com um Lotus. Por causa desse contato com a equipe inglesa, Foyt chegou a ser convidado a correr na F1, mas ele nunca se interessou em sair dos Estados Unidos e preferiu ficar correndo na América. “Meu nome foi feito nos Estados Unidos e é onde eu quero competir,” disse ele quando questionado o motivo de nunca ter feito um campeonato na Europa. Em 1966, Foyt fez uma péssima temporada e após um novo acidente, onde queimou o rosto após um acidente em Milwaukee, não faltaram quem dissessem que A.J. já estava na fase descendente. Na verdade, isso foi apenas o prenúncio de outra temporada arrasadora de A.J. Foyt.
Foyt voltou com força total em 1967 e após cinco vitórias, ele ganhou o título nacional pela quinta vez. Em Indianápolis, Foyt venceria pela terceira vez contra todos os prognósticos, pois o favorito era Parnelli Jones e seu carro-turbina, mas Jones acabou rodando e mesmo com a corrida interrompida pela chuva, Foyt venceu com uma vantagem de duas voltas sobre o segundo colocado Al Unser Sr. (e escapando de outro acidente múltiplo nas voltas finais...), se tornando uma lenda viva do automobilismo americano. Duas semanas após essa vitória histórica, Foyt viajou para a França e com o mítico Ford GT40, ele venceu a 24 Horas de Le Mans, ao lado do também americano Dan Gurney. Foi a primeira vez que uma equipe totalmente americana (pilotos, carro e motor) venceu a prestigiosa corrida francesa, além de ter marcado na história do automobilismo mundial como o único a vencer as 500 Milhas de Indianápolis e a 24 Horas de Le Mans no mesmo ano. Em 1968, se torna campeão de Stock-Car da USAC, categoria rival da Nascar e em 1972, vence o Campeonato Nacional de Dirt-Track da USAC, após ter quebrado uma perna quando seu carro pegou fogo depois de um reabastecimento. Na Nascar, Foyt vence a prestigiosa 500 Milhas de Daytona de 1972, principal corrida da categoria. Foyt continuou sendo um piloto forte no Campeonato de Indycars, mas outros pilotos como Mario Andretti, Gordon Johncock, os irmãos Unser e Johnny Rutherford começaram a desafiar o domínio do já veterano A.J. Foyt.
Em 1974 A.J. voltava a largar na pole nas 500 Milhas, algo que repetiria no ano seguinte, onde terminou a prova em 3º, mas tinha o carro mais rápido quando a prova foi interrompida por causa da chuva. Para coroar essa volta aos bons tempos, Foyt voltaria a venceu o Campeonato Nacional nesse ano, repetindo a dose em 1976, ano em que ele perderia sua quarta vitória em Indianápolis também pela chuva, que veio forte na volta 102. Foyt liderava um pouco antes da interrupção, mas um pit-stop mal feito fez com que o americano emergisse dos boxes em segundo e quando a chuva veio, Rutherford acabou com a vitória, pois já tinha se passado metade da corrida e mais uma volta, ficando o americano com a vitória. Porém, a quarta e histórica vitória de Foyt em Indianápolis não tardaria e em 1977 ele entrou definitivamente na história das corridas americanas quando ele se tornou o primeiro piloto a vencer quatro vezes a Indy 500, feito igualado anos depois por Rick Mears e Al Unser. Sr. Porém, já contando com 42 anos, idade começaria a pesa e Foyt, aos poucos, começa a ser superado pelos jovens pilotos americanos que começavam a surgir no final da década de 1970. Para piorar, o automobilismo de monoposto dos Estados Unidos passou por uma grande reformulação em 1979 com a criação da CART, e as principais equipes passaram a correr no novo campeonato, com o certame da USAC ficando esvaziado e Foyt, teimosamente ficando no campeonato de nível bem inferior, vencendo o campeonato com facilidade. Seria seu último título. Andando com equipe própria desde 1965, Foyt não pode responder ao poderio das equipes Penske e Chaparral, ficando para trás frente à concorrência.
Em 1981, Foyt venceria sua última corrida de monoposto, em Pocono, mesmo que a corrida não fosse sancionada pela CART. Porém, ainda em 1981, Foyt sofre um sério acidente em Michigan e seu braço direito quase foi decepado, mas um programa de terapia lhe permitiu regressar ao cockpit em 1982 e ele voltaria ao degrau mais alto do pódio em 1983, quando ele vence pela primeira vez as 24 Horas de Daytona. Porém, a morte do seu pai em maio de 1983 faz com que A.J. pensasse pela primeira vez em aposentadoria, mas o amor pela velocidade o faz permanecer correndo, mas não participa de todas as corridas na CART, preferindo disputar corridas de endurance. Em 1985, Foyt conquista seu último triunfo importante, quando vence as 12 Horas de Sebring, ao lado do alemão Bob Wollek, com um Porsche 962. Em 1990, Foyt sofre outro sério acidente quando perde os freios no final do retão em Elkhart Lake e ele quebrou as duas pernas. A.J. passou três semanas no hospital e outros seis meses fazendo fisioterapia e foi nesse momento que sua família e amigos tentaram de todas as formas que Foyt se aposentasse, mas de forma surpreendente, aos 56 anos de idade, ainda mancando, mas sem muletas, Foyt marcou o 2º tempo nas 500 Milhas de Indianápolis de 1991, mas ele acabou abandonando no início da corrida, quando ele quebrou a suspensão do seu carro. No dia 15 de maio de 1993, durante o Pole Day para as 500 Milhas de Indianápolis, Foyt decide se aposentar de forma abrupta, quando ele entrega seu carro ao jovem Robby Gordon. Era o final da carreira de uma lenda.
Dono de vários prêmio, A.J. Foyt conquistou um total de 12 títulos nacionais, venceu seis vezes em Indianápolis, sendo quatro como piloto (1961, 1964, 1967 e 1977) e dois como chefe de equipe (1996 com Scott Sharp e 1998 com Kenny Brack), conquistou 159 vitórias em corridas organizadas pela USAC, sendo 67 em Indycars, se tornando o recordista de vitórias na categoria. A longa história de Foyt no automobilismo americano lhe permitiu a ser o único a vencer as 500 Milhas de Indianápolis com um carro com motor dianteiro e traseiro, além de ter vencido várias corridas importantes de endurance. Após abandonar as pistas, Foyt passou a se dedicar a sua equipe na Indy, sendo um dos primeiros chefes de equipe a apoiar Tony George quando houve a cisão da IRL e a CART em 1996. Num campeonato onde só se corria em oval, Foyt pode se lembrar dos velhos tempos, onde a tecnologia não era tão importante no momento. Por sinal, a aversão de Foyt pelos computadores se tornou folclórica no paddock da IRL, fazendo com que sua equipe caísse de rendimento na medida em que o campeonato se tornou cada vez mais profissional e nivelado por cima, nos últimos anos. Ao contrário de outras famílias famosas, como os Unser e Andretti, A.J. Foyt não passou para seus filhos e netos seu grande talento nas pistas. Dono de um grande carisma e considerado um dos maiores pilotos do século 20, Foyt restringiu sua grande carreira apenas nos Estados Unidos, preferindo ficar na América, onde poderia ter feito sucesso na Europa e na F1, mas Anthony Joseph Foyt Jr. não pode reclamar em nada de sua gloriosa carreira, recheada de grandes vitórias, recordes e títulos.
Parabéns!
A.J. Foyt
Anthony Joseph Foyt Jr. nasceu no dia 16 de janeiro de 1935 em Houston, Texas. Vindo de uma família pobre e em um período pós-depressão de 1929, desde cedo A.J., como ficou conhecido mundialmente, aprendeu a dar valor ao dinheiro e ao esforço do trabalho. Filho de um mecânico, desde cedo A.J. conviveu com carros e corridas e por isso ele abandonou a escola para iniciar sua carreira no automobilismo em 1953, correndo em pequenos carros midjets, em pistas de terra. Foi nesse tipo de corrida que venceu sua primeira prova, aos 18 anos, em Playland Park, Houston. Não demorou muito e Foyt passou a se destacar nos campeonatos regionais do Texas e em 1956 ele participou de suas primeiras corridas no campeonato nacional da USAC, ainda com Midjets. Foi neste momento que ficou clara a tenacidade do futuro campeão. Em sua primeira temporada completa, em 1957, Foyt não tinha muito dinheiro e ele mesmo dirigia um carro que trazia seu bólido de corrida num reboque, enquanto dormia no carro e tomava banho nos postos de gasolina para não ter que gastar dinheiro com hotéis, inclusive tendo que pedir dinheiro emprestado aos seus pais para poder voltar para o Texas, ainda no início daquele ano. Apesar da falta de resultados, o talento de Foyt não passou despercebido e logo ele começou a dirigir pelas melhores equipes do campeonato, obtendo sua primeira vitória no Kansas, terminando o campeonato em sétimo.
Ao final de 1957 Foyt subiu de categoria e passou a correr em Indycars, participando do Campeonato Nacional da USAC e foi em 1958 que ele participou de suas primeiras 500 Milhas de Indianápolis. A primeira de 35 edições consecutivas. Como novato, ele não podia pagar um quarto de hotel e ele teve que dormir numa casa de favor, nos arredores da pista em Indiana e na corrida, ele terminou em 16º, ganhando com isso 2.969 dólares. No final da carreira, ele ganharia o total de 2.637.963 dólares por suas participações na Indy 500. Ao longo deste ano Foyt se tornaria um dos principais pilotos dos Estados Unidos a ponto de ser convidado para uma corrida especial em Monza, onde carros de F1 adaptados enfrentariam os carros americanos nas famosas curvas inclinadas da pista italiana. Porém, o maior objetivo de um piloto de monoposto americano era a vitória nas 500 Milhas de Indianápolis e Foyt conquistaria seu primeiro triunfo em 1961, após três participações discretas. Ele já havia conquistado o título nacional no ano anterior com quatro vitórias e repetiria a dose em 1961. Seu terceiro título nacional veio em 1963, quando venceu três provas e seu pior resultado foi um 8º lugar, mas isso não poderia ser comparado com o domínio de Foyt em 1964, quando ele venceu 10 das 13 corridas daquele ano, incluindo aí sua segunda vitória em Indianápolis, quando ele conseguiu se livrar milagrosamente de um múltiplo acidente que custou a vida de dois pilotos.
Numa época onde não existiam muitas cláusulas em contratos, por isso Foyt passou a correr em outros tipos de corridas e em 1964 ele participou de corridas na Nascar, vencendo logo em sua 10º participação, derrotando Richard ‘The King’ Petty na ocasião, mas em 1965 ele sofreria seu pior acidente na carreira correndo nesses stock-cars. Em Riverside, Foyt passou boa parte da corrida em 3º, atrás de Dan Gurney e Parnelli Jones. Quando Jones tem problemas mecânicos e abandona, Foyt sobe para segundo, mas ele também tem problemas em seu stock, mas ainda retorna para a corrida, tentando uma recuperação. Porém, nas voltas finais, Foyt perde o controle do seu carro na curva 5 da tradicional pista, bate de lado no guard-rail (no lado do motorista...) e capota várias vezes. Quando o socorro chegar ao local do acidente, o médico chega a declarar que Foyt estava morto, mas Parnelli Jones, que estava próximo do local, viu A.J. se movimentando e foi ele quem fez os primeiros socorros, retirando o amigo do carro destruído. Foyt teve uma séria contusão na coluna e várias hemorragias internas, mas em dez semanas não apenas o americano estava fora do hospital, como foi a Indianápolis no início de maio para conquistar sua primeira pole nas 500 Milhas, andando com um Lotus. Por causa desse contato com a equipe inglesa, Foyt chegou a ser convidado a correr na F1, mas ele nunca se interessou em sair dos Estados Unidos e preferiu ficar correndo na América. “Meu nome foi feito nos Estados Unidos e é onde eu quero competir,” disse ele quando questionado o motivo de nunca ter feito um campeonato na Europa. Em 1966, Foyt fez uma péssima temporada e após um novo acidente, onde queimou o rosto após um acidente em Milwaukee, não faltaram quem dissessem que A.J. já estava na fase descendente. Na verdade, isso foi apenas o prenúncio de outra temporada arrasadora de A.J. Foyt.
Foyt voltou com força total em 1967 e após cinco vitórias, ele ganhou o título nacional pela quinta vez. Em Indianápolis, Foyt venceria pela terceira vez contra todos os prognósticos, pois o favorito era Parnelli Jones e seu carro-turbina, mas Jones acabou rodando e mesmo com a corrida interrompida pela chuva, Foyt venceu com uma vantagem de duas voltas sobre o segundo colocado Al Unser Sr. (e escapando de outro acidente múltiplo nas voltas finais...), se tornando uma lenda viva do automobilismo americano. Duas semanas após essa vitória histórica, Foyt viajou para a França e com o mítico Ford GT40, ele venceu a 24 Horas de Le Mans, ao lado do também americano Dan Gurney. Foi a primeira vez que uma equipe totalmente americana (pilotos, carro e motor) venceu a prestigiosa corrida francesa, além de ter marcado na história do automobilismo mundial como o único a vencer as 500 Milhas de Indianápolis e a 24 Horas de Le Mans no mesmo ano. Em 1968, se torna campeão de Stock-Car da USAC, categoria rival da Nascar e em 1972, vence o Campeonato Nacional de Dirt-Track da USAC, após ter quebrado uma perna quando seu carro pegou fogo depois de um reabastecimento. Na Nascar, Foyt vence a prestigiosa 500 Milhas de Daytona de 1972, principal corrida da categoria. Foyt continuou sendo um piloto forte no Campeonato de Indycars, mas outros pilotos como Mario Andretti, Gordon Johncock, os irmãos Unser e Johnny Rutherford começaram a desafiar o domínio do já veterano A.J. Foyt.
Em 1974 A.J. voltava a largar na pole nas 500 Milhas, algo que repetiria no ano seguinte, onde terminou a prova em 3º, mas tinha o carro mais rápido quando a prova foi interrompida por causa da chuva. Para coroar essa volta aos bons tempos, Foyt voltaria a venceu o Campeonato Nacional nesse ano, repetindo a dose em 1976, ano em que ele perderia sua quarta vitória em Indianápolis também pela chuva, que veio forte na volta 102. Foyt liderava um pouco antes da interrupção, mas um pit-stop mal feito fez com que o americano emergisse dos boxes em segundo e quando a chuva veio, Rutherford acabou com a vitória, pois já tinha se passado metade da corrida e mais uma volta, ficando o americano com a vitória. Porém, a quarta e histórica vitória de Foyt em Indianápolis não tardaria e em 1977 ele entrou definitivamente na história das corridas americanas quando ele se tornou o primeiro piloto a vencer quatro vezes a Indy 500, feito igualado anos depois por Rick Mears e Al Unser. Sr. Porém, já contando com 42 anos, idade começaria a pesa e Foyt, aos poucos, começa a ser superado pelos jovens pilotos americanos que começavam a surgir no final da década de 1970. Para piorar, o automobilismo de monoposto dos Estados Unidos passou por uma grande reformulação em 1979 com a criação da CART, e as principais equipes passaram a correr no novo campeonato, com o certame da USAC ficando esvaziado e Foyt, teimosamente ficando no campeonato de nível bem inferior, vencendo o campeonato com facilidade. Seria seu último título. Andando com equipe própria desde 1965, Foyt não pode responder ao poderio das equipes Penske e Chaparral, ficando para trás frente à concorrência.
Em 1981, Foyt venceria sua última corrida de monoposto, em Pocono, mesmo que a corrida não fosse sancionada pela CART. Porém, ainda em 1981, Foyt sofre um sério acidente em Michigan e seu braço direito quase foi decepado, mas um programa de terapia lhe permitiu regressar ao cockpit em 1982 e ele voltaria ao degrau mais alto do pódio em 1983, quando ele vence pela primeira vez as 24 Horas de Daytona. Porém, a morte do seu pai em maio de 1983 faz com que A.J. pensasse pela primeira vez em aposentadoria, mas o amor pela velocidade o faz permanecer correndo, mas não participa de todas as corridas na CART, preferindo disputar corridas de endurance. Em 1985, Foyt conquista seu último triunfo importante, quando vence as 12 Horas de Sebring, ao lado do alemão Bob Wollek, com um Porsche 962. Em 1990, Foyt sofre outro sério acidente quando perde os freios no final do retão em Elkhart Lake e ele quebrou as duas pernas. A.J. passou três semanas no hospital e outros seis meses fazendo fisioterapia e foi nesse momento que sua família e amigos tentaram de todas as formas que Foyt se aposentasse, mas de forma surpreendente, aos 56 anos de idade, ainda mancando, mas sem muletas, Foyt marcou o 2º tempo nas 500 Milhas de Indianápolis de 1991, mas ele acabou abandonando no início da corrida, quando ele quebrou a suspensão do seu carro. No dia 15 de maio de 1993, durante o Pole Day para as 500 Milhas de Indianápolis, Foyt decide se aposentar de forma abrupta, quando ele entrega seu carro ao jovem Robby Gordon. Era o final da carreira de uma lenda.
Dono de vários prêmio, A.J. Foyt conquistou um total de 12 títulos nacionais, venceu seis vezes em Indianápolis, sendo quatro como piloto (1961, 1964, 1967 e 1977) e dois como chefe de equipe (1996 com Scott Sharp e 1998 com Kenny Brack), conquistou 159 vitórias em corridas organizadas pela USAC, sendo 67 em Indycars, se tornando o recordista de vitórias na categoria. A longa história de Foyt no automobilismo americano lhe permitiu a ser o único a vencer as 500 Milhas de Indianápolis com um carro com motor dianteiro e traseiro, além de ter vencido várias corridas importantes de endurance. Após abandonar as pistas, Foyt passou a se dedicar a sua equipe na Indy, sendo um dos primeiros chefes de equipe a apoiar Tony George quando houve a cisão da IRL e a CART em 1996. Num campeonato onde só se corria em oval, Foyt pode se lembrar dos velhos tempos, onde a tecnologia não era tão importante no momento. Por sinal, a aversão de Foyt pelos computadores se tornou folclórica no paddock da IRL, fazendo com que sua equipe caísse de rendimento na medida em que o campeonato se tornou cada vez mais profissional e nivelado por cima, nos últimos anos. Ao contrário de outras famílias famosas, como os Unser e Andretti, A.J. Foyt não passou para seus filhos e netos seu grande talento nas pistas. Dono de um grande carisma e considerado um dos maiores pilotos do século 20, Foyt restringiu sua grande carreira apenas nos Estados Unidos, preferindo ficar na América, onde poderia ter feito sucesso na Europa e na F1, mas Anthony Joseph Foyt Jr. não pode reclamar em nada de sua gloriosa carreira, recheada de grandes vitórias, recordes e títulos.
Parabéns!
A.J. Foyt
Um comentário:
É um gênio realmente
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