quinta-feira, 31 de março de 2011

História: 15 anos do Grande Prêmio do Brasil de 1996





Após a corrida em Melbourne, todos esperavam se a F1 seria mesmo um passeio da Williams e, principalmente, se Jacques Villeneuve seria mesmo um real desafio ao seu experiente companheiro de equipe Damon Hill. Um ano após o vexame de Rubens Barrichello em sua casa, o brasileiro preferiu falar menos e trabalhar mais, garantindo um melhor desempenho para o piloto da Jordan. Outra novidade para os brasileiros era a estréia de Tarso Marques pela Minardi, que aos 20 anos e três meses, se tornava o segundo piloto mais jovem a largar na história da F1.


Damon Hill dominou todo o final de semana e estava andando forte durante os treinos livres, conseguindo o tempo de 1:18.111 logo nos primeiros minutos da primeira e única classificação, ficando o resto do tempo nos boxes, pois ninguém foi capaz de superar o inglês. Quando todos esperavam ver Villeneuve fazer frente a Hill, o canadense decepcionou e chegou a errar no final do treino classificatório. Para surpresa geral, quem ficou ao lado de Damon Hill na primeira fila não foi Benetton ou Ferrari, mas a Jordan de Rubens Barrichello, para delírio do público presente.


Grid:

1) Hill(Williams) – 1:18.111

2) Barrichello(Jordan) – 1:19.092

3) Villeneuve(Williams) – 1:19.254

4) Schumacher(Ferrari) – 1:19.474

5) Alesi(Benetton) – 1:19.484

6) Brundle(Jordan) – 1:19.519

7) Hakkinen(McLaren) – 1:19.607

8) Berger(Benetton) – 1:19.762

9) Frentzen(Sauber) – 1:19.799

10) Irvine(Ferrari) – 1:19.951


O dia 31 de março de 1996 começou com sol em São Paulo, mas como é normal nessa época do ano na região, o tempo mudou rapidamente e faltando 35 minutos para a largada, uma chuva forte se abateu sob o circuito de Interlagos. As equipes correram para colocar pneus de chuva e trocar o certo dos carros, mas os pilotos chegaram a pedir que a largada fosse atrasada, não conseguindo isso. A realidade era que a pista estava encharcada e quando as cinco luzes vermelhas se apagaram, os carros saíram à baixa velocidade, enquanto Barrichello e Villeneuve conseguiam ótimas largadas, com o brasileiro chegando a por o seu Jordan por dentro de Hill. Isso acabou lhe atrapalhando, pois Hill não pensou duas vezes em fechar o brasileiro e permitiu a Villeneuve passar Barrichello. No final da reta oposta, Alesi conseguiu ultrapassar Barrichello e ao final da primeira volta, Hill liderava à frente de Villeneuve, Alesi, Barrichello, Schumacher e Brundle.


O novato Marques abandonou logo na 1º volta quando bateu em Katayama, enquanto Hill disparava na frente a uma impressionante taxa de 2s de volta sobre Villeneuve. O canadense conseguia se segurar à frente de Alesi, enquanto Barrichello tentava aumentar o ritmo e pressionar o francês. A primeira tentativa do piloto da Jordan foi na sexta volta, na entrada da curva 1, mas Barrichello perde o traçado na saída da primeira perna do esse do Senna e permite Alesi retomar a posição. Isso aconteceria outras duas vezes, permitindo até mesmo Schumacher encostar nos dois na emocionante briga pelo 3º lugar. Neste momento, a chuva já havia parado e uma trilha seca começava a ser formada e os pilotos já procuravam piso molhado para diminuir a temperatura dos seus pneus. A estratégia seria crucial nessa prova. Coulthard foi o primeiro a experimentar colocar pneus slicks na volta 22, mas o escocês se arrependeria amargamente quando ele perde o controle de sua McLaren poucas voltas depois. Isso era a prova de que na primeira rodada de paradas nos boxes, que aconteceria logo a seguir, os pneus para chuva ainda teriam que ser usados. Porém, antes disso, Villeneuve se aproximava da Forti Corse de Andrea Montermini para lhe colocar uma volta. Nesse momento, Alesi já estava distanciado de Barrichello e ameaçava encostar no canadense. Desacostumado com os retardatários, Villeneuve se atrapalha na Subida do Lago e roda, abandonando a corrida naquele momento. Algumas voltas mais tarde, Alesi sai da pista na curva da Ferradura e Barrichello assume a 2º posição pouco antes de entrar nos boxes e colocar pneus para chuva. A Williams tinha projetado o novo carro com um tanque de combustível maior para flexibilizar as estratégias e Hill se aproveita disso. O inglês retarda ao máximo sua parada e logo após a metade da corrida, Damon avisa que entraria nos boxes e com uma nítida linha seca na pista, colocaria pneus slicks. A estratégia seria acertada!


Hill volta à pista logo atrás de Alesi, mas o francês teria que voltar aos boxes para a sua segunda parada e, principalmente, colocar pneus slicks. A maioria dos pilotos fez isso e mudou um pouco o pelotão. A Ferrari faz um trabalho melhor do que a Jordan e Schumacher superou Barrichello, mas quando o sol já brilhava sobre Interlagos, o brasileiro se aproximava do alemão. Rubinho tentou ultrapassar o ferrarista no Esse do Senna, mas como havia acontecido mais cedo com Alesi, Barrichello erra e Schumacher retoma o 3º posto. Correndo no limite, Barrichello acaba travando os pneus traseiros na freada da reta oposta e sai da pista, abandonando a corrida e dando o sinal para os torcedores brasileiros voltarem para casa. Atrás desta briga, Hill assistia tudo e após a rodada de Barrichello, com enorme gosto, ultrapassou Schumacher e lhe colocava uma volta. O inglês conseguia a segunda vitória consecutiva na temporada e se tornava favorito absoluto para o título. Com a Benetton longe da Williams, Schumacher tendo problemas em tornar a Ferrari rápida e Jacques Villeneuve ainda aprendendo, era difícil para alguém tirar esse campeonato das mãos de Damon Hill.


Chegada:

1) Hill

2) Alesi

3) Schumacher

4) Hakkinen

5) Salo

6) Panis

Nenhum comentário: