Em meados da década de 80, piloto japonês era sinônimo de piloto ruim e barbeiro. Seja Satoru Nakajima na F1, ou Hiro Matsushita na Indy, os nipônicos que corriam na época nas duas principais categorias do automobilismo mundial eram considerados chicanes ambulantes e retardatários habituais, mas nem sempre amigáveis, exemplificado pelo incidente Senna-Nakajima em Interlagos/90.
O tempo passou e a qualidade dos pilotos vindo do oriente melhorou consideravelmente, mas algumas características deles permaneceram intactas, como a agressividade selvagem que nos premiou com vários momentos banzai durante as corridas. Após Nakajima e Aguri Suzuki, aportou na F1 Ukyo Katayama, que graças ao dinheiro de patrocinadores do seu país andou em equipes menores da categoria por alguns anos e querendo andar mais do que o carro, ficou conhecido por essas bandas como 'Katagrama'. Porém, via-se em Katayama alguma velocidade que o fez marcar alguns pontos, mesmo que entremeada com alguns momentos cômicos. O mais importante foi que o preconceito com os pilotos do país do sol nascente diminuía cada vez mais e o próximo representante, Takuma Sato, sepultou de vez essa implicância e, de forma impressionante, se transformou em simpatia.
Campeão da F3 Inglesa (dizem que com motores especiais da Mugen, que dominava o campeonato na época), Sato foi talhado pela Honda para ser o melhor piloto japonês da história. Sato mostrou velocidade e agressividade, característica já inerente dos pilotos nipônicos, e foi o primeiro japonês a ficar conhecido como 'mito'. Mesmo andando em equipes boas, Sato era capaz de fazer grandes corridas e grandes asneiras em pouquíssimo tempo, como acontece comumente na Indy hoje em dia. Essa falta de constância o tirou da F1 e o mesmo aconteceu com o atual 'mito', Kamui Kobayashi. Rápido e agressivo, Koba foi capaz de ultrapassagens em lugares impossíveis e isso o tornou bastante popular, mesmo que a constância não fosse o forte do japonês. Por sinal, outra característica inerente dos pilotos japoneses...
Após um ano de fora da F1, Kobayashi foi anunciado como o novo contratado da Caterham ao lado do novato Marcus Ericsson. 'O mito voltou!', exclamou vários. Será mesmo? Primeiro que de mito, só vejo poucos pilotos na F1 atual, e eles estão brigando por títulos há algum tempo. E Kobayashi, mesmo com sua experiência sendo importante nesse atual momento da Caterham, foi contratado como piloto-pagante. As corridas poderão ser mais divertidas no pelotão de trás, pois com o carro que tem em mãos, dificilmente Kobayashi poderá fazer suas acrobacias que tanto encantou o público lá na frente, mas que teve pouco efeito prático para resultados mais concretos.
7 comentários:
Bom... ele é o melhor japonês, mas... Isto não é lá grande coisa se a gente olhar a lista de japas que guiaram na F1
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