domingo, 4 de janeiro de 2009

O maior de todos


Poucos podem ficar indiferentes a esse homem. Ame-o ou deixe-o, Michael Schumacher foi um dos maiores pilotos da história e quebrou todos os recordes possíveis e imaginários na F1. Dono de uma velocidade exuberante e de muito espírito de liderança, Schumacher também tem umas das carreiras mais polêmicas do qual um piloto pode pensar em ter. No desenho "A corrida maluca", Schumacher sempre transitou entre o "Peter Perfeito" e "Dick Vigarista". Para quem tem entre 20 e 30 anos de idade, como eu, cresceu vendo Schumacher trucidar seus adversários ao longo de algumas gerações, como a sua (Hakkinen, Frentzen, Irvine, Coulthard e Barrichello) e a seguinte (Fisichella, Ralf Schumacher e Trulli). Completando quarenta anos ontem, vamos ver quarenta fatos marcantes desse piloto que, bem ou mal, entrou para a história.

1 - Michael Schumacher nasceu no dia 3 de Janeiro de 1969 na pequena cidade de Hurth- Hurtelheim, nos arredores de Colónia, filho mais velho de Rolf e Elizabeth. Muito novo, a família Schumacher se mudou para Kerpen, onde existia um kartódromo que pertenceu a Wolfgang Von Trips, até aquele momento, única estrela do automobilismo alemão.

2 - Michael começou a correr de kart aos três anos idade, mas só foi competir aos doze, ainda assim com uma licença de Luxemburgo, pois na antiga Alemanha Ocidental, só se podia correr aos quatorze. Como era de família relativamente pobre, a família Schumacher se uniu para manter Michael correndo e Elizabeth passou a tocar o bar do kartodromo, enquanto Rolf era mecânico. Schumacher se tornou um grande kartista, vencendo dois campeonatos alemães e um europeu, mas nunca o mundial. Em 2001, quando já era uma super-estrela, ele tentou novamente, mas acabou em 3º lugar, atrás de Vitantonio Liuzzi. Até hoje, Schummy ama o kart e sempre que pode, dá algumas voltas.

3 - Em 1988, Michael estreou nos monopostos, disputando a F-Ford e a F-Köenig, sendo campeão do último. Quando procurava um lugar na F3, encontrou aquele que o acompanharia o resto da sua carreira: Willi Weber. Foi na equipe dele que Michael Schumacher se tornou campeão alemão de F3 em 1990. O interessante desta época foi que Schumacher não era o principal destaque das categorias de base. No cenário alemão, todos preferiam Heinz-Harald Frentzen, enquanto no europeu, Mika Hakkinen se destacava. Michael derrotou Frentzen no Campeonato Alemão e ainda lhe tomou a namorada, Corinna, hoje Sra. Schumacher. Já com Hakkinen, a briga foi histórica e aconteceu no GP de Macau. Os dois brigavam ferozmente pela liderança até Hakkinen bater na traseira de Schumacher e praticamente entregar o título ao alemão. Até hoje, falam que Schumacher tirou pé deliberadamente para Hakkinen bater. A vingança do finlandês viria dez anos depois.

4 - Ao contrário do que acontecia normalmente, o trio que dominou a F3 Alemã em 1990 (Schumacher, Wendlinger e Frentzen) não foram para o Europeu de F3000, mas para o Mundial de Esprote-Protótipos, contratados como pilotos júnior da Mercedes. Quando Schumacher estreou na F1, muito se falou que ele se transferiria para a equipe da Mercedes, que preparava sua volta à F1. No entanto, isso nunca aconteceu e Schummy foi o principal rival da estrela de três pontas.

5 - Quando Bertrand Gachot foi preso na Inglaterra na metade de 1991, ninguém imaginava que uma era estava se iniciando. Eddie Jordan precisava de um piloto (e de dinheiro) Willi Weber lhe ofereceu 150.000 dólares e Michael Schumacher. Jordan perguntou para Michael se ele já tinha andado em Spa e ele respondeu que sim. Jordan só tinha se esquecido de perguntar como Schumacher andou em Spa, pois o alemão só havia andado de bicicleta... No entanto, Schumacher foi um assombro nos treinos e mesmo quebrando a embreagem na primeira volta, chamou a atenção de Flavio Briatore, chefe da equipe Benetton, que dispensou Roberto Moreno e trouxe Schumacher por um contrato até 1995.

6 - Spa era mesmo especial para Michael. Se não bastasse ter sido o local da sua estréia, foi onde conseguiu sua primeira vitória na F1 exatamente um ano depois de sua primeira corrida na categoria. Se utilizando da estratégia, Schumacher derrotou as Williams “de outro planeta” e mostrou uma faceta do alemão: o de andar muito bem na chuva.

7 - Os ídolos de Schumacher na adolescência era Stefan Bellof e Ayrton Senna. Quando ele enfrentou o brasileiro nas pistas, Schummy o utilizou como referência. No entanto, a relação entre os dois foi, digamos, tensa. No GP do Brasil de 1992, Schumacher reclamou publicamente das manobras de Senna no início da corrida. “Um tricampeão não deveria se portar assim”, falou Michael. Na França, quando os dois bateram na primeira volta, Senna discutiu com o alemão na frente de todos. Num teste em Hockenheim, após trocarem fechadas, dizem que até tapa rolou. Eles passaram 1993 batendo pneus e trocando tintas e em 1994 não seria diferente.

8 - Pouca gente se lembra disso, mas Schumacher era a pessoa mais próxima de Senna quando este sofreu o seu acidente fatal. Michael venceu aquela corrida em Ímola, mas a morte de Senna o marcou profundamente. E até hoje não sabemos ao certo como seria uma briga entre Senna e Schumacher ao longo dos anos.

9 - Schumacher vinha de quatro vitórias consecutivas quando chegou à Espanha e quando liderava novamente teve um problema no câmbio que o deixou com apenas uma marcha. Era início da corrida e com todos os pit-stops a serem feitos. Com muita força de vontade e técnica, Schumacher conseguiu levar o carro a um excelente segundo lugar nessas condições.

10 - Schumacher venceria em Magny-Cours pela primeira vez em 1994 e começaria um dos seus recordes: o de maior número de vitórias em determinados GPs. Na França, foram oito: 1994, 95, 97,98, 01, 02, 04 e 06.

11 - A temporada de 1994 foi conturbada do começo ao fim. Schumacher estava com o título nas mãos quando a FIA decidiu punir o alemão, o desclassificando de duas provas e o suspendendo em outras duas. Havia uma desconfiança de que o Benetton estava irregular, mas Briatore ameaçou com um dossiê mostrando que as demais equipes também trapaceavam. Com tudo isso, a F1 chegou a Adelaide com Schumacher e Hill brigando pelo título, com Schumacher apenas um ponto à frente. O alemão segurava o rival quando errou e quebrou a suspensão. Hill não teve paciência e imediatamente partiu para cima de Schumacher e o alemão se meteu na primeira grande polêmica da carreira: jogou seu carro para cima do de Hill e garantiu o seu primeiro título. E também a antipatia de muita gente.

12 - Schumacher venceu pela primeira vez em casa em 1995, rumo ao bicampeonato. Mesmo não sendo uma unanimidade, Schummy colocou a Alemanha de volta ao mapa do automobilismo mundial.

13 - Para muitos, a sua obra-prima. Graças a um acidente nos treinos, Schumacher iria largar em 16º no Grande Prêmio da Bélgica de 1995. A corrida seria realizada debaixo de chuva e no circuito favorito do alemão. Segue a seqüência das primeiras quinze voltas:
- Volta 1: Schumacher ultrapassa Jean-Christophe Bouillon, Ukyo Katayama e Mika Salo.
- Volta 2: Schumacher ultrapassa Heinz-Harald Frentzen e Rubens Barrichello.
- Volta 3: Schumacher ultrapassa Olivier Panis e Martin Brundle.
- Volta 4: Ganha a sétima posição com o abandono de Jean Alesi.
- Volta 6: Ultrapassa Mark Blundell e ganha outra posição com a rodada de Herbert.
- Volta 10: Ultrapassa Eddie Irvine.
- Volta 13: Assume a terceira posição com o abandono de Coulthard.
- Volta 14: Ultrapassa Gehard Berger.
-Volta 15: Permanece com pneus slicks com chuva e assume a liderança da corrida.
Schumacher segura Hill, que estava com pneus para chuva, e vence a corrida. Quem disse que Schumacher não sabe ultrapassar?

14 - “Por que irei para eles, quando só os vejo pelo retrovisor?”, foi o que Schumacher perguntou a Willi Webber quando o empresário disse-lhe da proposta da Ferrari para 1996. A equipe italiana estava em crise e sem títulos de piloto desde 1979. Jean Todt convenceu Schumacher ir para a Ferrari com um contrato multimilionário e a promessa de um carro campeão o mais rápido possível. Era o início da parceria mais vitoriosa da história.


15 - Após conseguir a segunda pole consecutiva em Monte Carlo e bater na primeira volta, Schumacher não estava confiante para a corrida em Barcelona, circuito que favorecia claramente a Williams. “Não apostaria nenhuma peseta em mim”, falaria Schumacher antes da prova. Mas a chuva, sua velha companheira, deu as caras naquele domingo e Schummy deu um show, após cair para sétimo na largada, chegar à liderança ainda na décima primeira volta e ainda ter que se bater com um problema no motor, que o deixou com nove cilindros. Era a primeira vitória do alemão na Ferrari.

16 - Os primeiros tempos na Ferrari foram duros para Schumacher. No Canadá, o semi-eixo caiu do carro após um pit-stop. Após mais uma pole em Magny-Cours, o motor estourou... na volta de apresentação! Schummy teve que ter muita paciência para voltar aos bons tempos.




17 - Schumacher brigou cabeça a cabeça com Jacques Villeneuve pelo Campeonato Mundial de 1997. A última etapa em Jerez era decisiva. Após marcarem o mesmo tempo na Classificação, os dois faziam uma briga de gato e rato pela liderança, com Schumacher sempre à frente. Após o último pit-stop, Villeneuve partiu para cima de Schumacher e o alemão tentou a mesma manobra de 1994, jogando o seu carro para cima de um Williams. Só que o resultado foi o inverso e Villeneuve saiu de Jerez com o título e Schumacher, com a fama cada vez mais de Dick Vigarista e o vice-campeonato cassado.






18 - Schumacher venceu de todas as formas possíveis na F1. Até mesmo dentro dos boxes. No GP da Inglaterra de 1998, Schumacher foi punido no final da corrida por ter ultrapassado sob bandeira amarela. O alemão liderava e a Ferrari tomou uma decisão curiosa. Só trouxe o alemão para os boxes para cumprir a penalização na última volta. Como tinha construído uma vantagem boa para Hakkinen, Michael saiu do seu pit e recebeu a bandeirada passando atrás do diretor de prova.

19 - Em Hungaroring/98, Schumacher fez outra grande corrida, ao lado do gênio Ross Brawn. Sem chances de derrotar as McLarens, que dominavam a corrida, Brawn teve a idéia de mudar a estratégia e o alemão faria três pit-stops. Para conseguir êxito, Schumacher teria que fazer toda a corrida em ritmo de Classificação e assim o fez, derrotando as duas McLarens.

20 - Um dos momentos polêmicos de Schumacher ocorreu na Bélgica em 1998. Michael liderava debaixo de um dilúvio, quando encontrou o retardatário David Coulthard pelo caminho. Sem muita visão, Schummy acertou a traseira da McLaren do escocês e acabou com sua corrida. Quando voltou aos boxes, o alemão estava furioso e após empurrar os mecânicos da Ferrari, foi aos boxes da McLaren atrás de brigar com Coulthard, mas não conseguiu. A relação entre Schumacher e Coulthard foi de amor e ódio e só aumentaria ao longo dos anos.

21 - Michael Schumacher não foi de se envolver em grandes acidentes, mas em Silverstone/99, o alemão sofreu o maior baque da sua carreira. Após ter uma pane nos freios, Schumacher passou reto no final da reta Hangar e bateu de frente na barreira de pneus. Quando tentou se levantar, Michael sentiu a perna direita. Ela estava fraturada em dois lugares e o joelho também estava avariado. Com isso, o alemão passou sete corridas no estaleiro e o título foi para vinagre.

22 - Após um início fulminante em 2000, Schumacher teve um péssimo meio de temporada, sendo alcançado por Hakkinen, que vinha em ótima fase. O ponto culminante foi a famosa ultrapassagem sofrida em Spa, com o finlandês se vingando de Macau dez anos antes. Quando chegou a Monza, a pressão era enorme, mas Schumacher conseguiu a vitória que ainda o mantinha na briga pelo título. No entanto, aquela era a 41º vitória, o fazendo se igualar a Senna. Quando foi lembrado deste fato na entrevista coletiva, Schumacher disse que era muito importante para ele e começou a chorar. Foi um dos poucos momentos de fraqueza vindo de Schumacher em público.

23 - “Prometo dar um título para a Ferrari em dois anos”, foi o que Schumacher prometeu aos tifosi logo quando foi contratado. O que era dois se tornou cinco, mas a promessa estava cumprida. Após uma vitória no GP do Japão, Schumacher tirava a Ferrari de um jejum de 21 anos e conquistava seu terceiro título.
24 - No Grande Prêmio do Brasil de 2001, Schumacher se preparava para a relargada quando foi surpreendido pelo atrevido novato Juan Pablo Montoya. Logo em sua terceira corrida, o colombiano tocou rodas com o alemão e assumia a liderança. Todos, naquele momento, tiveram a certeza de que Montoya seria o maior rival de Schumacher nos próximos anos, mas o colombiano, de temperamento difícil, acabou tomando caminhos diferentes e nunca brigou diretamente com Schumacher por um título.

25 - Michael tinha ajudado Ralf Schumacher a entrar na F1 e o apoiou nos primeiros momentos, mas o comportamento difícil do irmão fez com que a relação esfriasse com o tempo, inclusive com dois ficando sem se falar por alguns momentos. No verão de 2001, no entanto, os dois protagonizaram uma disputa animada com ambos fazendo algumas dobradinhas no grid e nas corridas. Isso fez com Hakkinen soltasse uma frase engraçada. “Ainda bem que são apenas dois, se fossem três, seria um problema!”

26 - No Grande Prêmio da Bélgica de 2001, Schumacher alcançaria a 52º vitória na F1, quebrando o recorde que era de Alain Prost e se tornando o piloto com o maior número de vitórias na história da F1 até hoje.

27 - Quando a F1 se preparava para o Grande Prêmio da Itália de 2001, o mundo foi abalado pelos atentados terrorista contras os Estados Unidos. Schumacher ficou extremamente impressionado com as cenas e pediu para não correr, algo que não foi aceito, mesmo ele já tendo conquistado o quarto título. Para piorar, na véspera da corrida, Alessandro Zanardi perdia as pernas num horrível acidente na F-Indy. O italiano era amigo de Schumacher e o alemão ficou ainda mais abalado e pensou em abandonar a corrida ainda na primeira volta, mas não o fez. Na prova italiana, Schummy fez questão de não subir ao pódio e ele demoraria a se recuperar dos dois choques de setembro de 2001.

28 - A Ferrari tinha construído o carro perfeito em 2002 e era 1.5s mais rápido do que qualquer carro naquele momento. Sempre mais rápido do que Barrichello, Schumacher liderava o campeonato com folga até chegar o GP da Áustria. Rubens já tinha andado mais forte do que Schummy em Zeltweg em 2001, quando uma ordem de equipe fez com que Rubinho cedesse a segunda posição para Michael na linha de chegada daquela corrida. “Isso nunca aconteceria se a posição fosse a primeira”, falou a Ferrari na ocasião. A prova-dos-nove seria em 2002, onde mais uma vez Rubinho ficou à frente de Schumacher a corrida toda. Quando ambos apontaram na reta, tudo viria a crer que Barrichello era o vencedor, mas o brasileiro tirou o pé e Schumacher venceu. A reação daquela manobra orquestrada da Ferrari foi de indignação em todo o mundo. Schumacher ficou tão envergonhado que nem subiu ao pódio em primeiro e entregou o troféu a Barrichello. A Ferrari foi multada e alguns meses depois, nos Estados Unidos, Schumacher daria uma vitória para Barrichello da mesma maneira. Só que sem querer!

29 - Quando Fangio conseguiu os seus cinco títulos nos anos 50, poucos podiam acreditar que esse recorde poderia ser igualado. Pois Schumacher o fez de forma arrasadora em 2002. Foi um domínio tão absurdo, que a FIA teve que mudar o regulamento para que Schumacher não vencesse de forma tão fácil. O que acabou não acontecendo.

30 - Os pais de Schumacher haviam se separado a muito tempo e Michael era mais ligado ao pai. Quando se preparava para o Grande Prêmio de San Marino de 2003, Michael foi informado que sua mãe, Elizabeth, estava hospitalizada em estado grave. Após conseguir a pole no sábado, Schumacher, junto com seu irmão, voou para a Alemanha para ficar junto da mãe nos momentos finais. Na manhã de domingo, Elizabeth Schumacher faleceu. A Ferrari dispensou Michael da corrida, mas o alemão não apenas voltou à Ímola, como venceu de forma incontestável e subiu ao pódio com uma tarja negra. Foi um dos momentos mais marcantes de sua carreira.

31 - Ao contrário dos outros anos, Schumacher teve que suar para conquistar o hexacampeonato. A Michelin tinha os melhores pneus e Schumacher teve que se virar com os Bridgestone contra Raikkonen e as Williams de Ralf e Montoya. No final, Schumacher foi campeão com apenas um ponto de diferença para Raikkonen e após a corrida, protagonizou uma bebedeira homérica, onde quebrou tudo, juntamente com Ralf e Panis. Quando soube o que tinha realizado, Schumacher, assustado, disse: O que eu fui fazer?

32 - Dez anos após ter chegado ao fim do GP da Espanha com uma marcha, Schumacher teve outro susto em Barcelona. Ainda no início da corrida, Brawn lhe avisou que a sua Ferrari tinha um problema terminal e que podia quebrar a qualquer momento. Schummy não desistiu e levou o carro até o final, só que desta vez vencendo!

33 - Se em 2002 já tinha sido quase perfeito, 2004 foi ainda mais além. Se em 2002 a Ferrari era 1.5s mais rápido do que qualquer carro, em 2004 Schumacher fez a diferença. Foi outro domínio avassalador, com o alemão quebrando todos os recordes que ainda não tinham sido batidos. Por sinal, a maioria dos recordes eram dele mesmo.

34 - No entanto, Schumacher fez uma de suas maiores barbeiragens em 2004. No novo GP da China, Schumacher, que largaria das últimas posições por um erro nos treinos, bateu seu carro... antes da largada. Quando levava seu carro ao grid, Schumacher não prestou muita atenção na Minardi de Christijan Albers e acertou a traseira do holandês. Ele teve que largar dos boxes, todo sem jeito...

35 - Após vários anos, a Ferrari errou a mão no carro em 2005 e quem se aproveitou disso foi Fernando Alonso, que liderava o campeonato. Mas havia uma esperança. No GP de San Marino, Schumacher largaria lá atrás por causa de um erro nos treinos e partiria para uma corrida sensacional. Após pular de décimo para terceiro depois do primeiro pit-stop, ultrapassou Button e foi para cima de Alonso. Foi uma briga épica, com o jovem espanhol segurando experiente alemão. Alonso venceu e aquele foi um momento de mudança na F1. Schumacher finalmente tinha um rival à altura.

36 - Em Indianápolis/05, a Michelin, que tinha a maior parte do grid, teve problemas com seus pneus e fez com que todas as equipes abandonassem a prova após a primeira volta. A Ferrari, que usava Bridgestone, largou juntamente com outros quatro carros. Apenas Schumacher e Barrichello tinham chances de vitórias e Michael bateu Barrichello após um chega pra lá que o alemão deu no brasileiro após uma saída de pit-stop. Aquilo foi a gota d’água para Rubinho, que pouco tempo depois anunciou que sairia da Ferrari. Apesar das lamúrias, Rubens Barrichello foi o companheiro de equipe mais difícil de Schumacher.

37 - O último recorde que não estava nas mãos de Schumacher era o número de poles. O número de Senna parecia inalcançável e Schumacher passou anos andando com carros que não era o melhor do pelotão. No entanto, no Grande Prêmio do Bahrein Schumacher igualou ao brasileiro e finalmente, em Indianápolis/06, chegou a 66º pole na carreira. Sem choro, desta vez.

38 - Quase dez anos após Jerez, Schumacher estava praticamente sem manchas na sua carreira, mas em Mônaco, Michael aprontou a sua última grande polêmica. Em sua última volta na Classificação, com a pole na mão, Schumacher passou reto na Rascasse e estacionou a sua Ferrari ali. Alonso, que tinha parciais mais rápidas, teve que tirar o pé. Briatore quase tem um piripaque e o mundo condenou essa nova atitude de Schumacher, que disse que simplesmente errou. Horas depois, a FIA anulou o tempo de Schumacher e ele largaria em último.

39 - Muito se falou o momento no qual Schumacher pararia. E não faltaram “momentos”. Quando quebrou a perna. Em setembro de 2001. Quando foi penta. Quando foi hexa. Schumacher sempre respondia que se aposentaria “quando chegasse um moleque que me derrotasse”. Esse moleque se chamava Fernando Alonso e ainda havia Kimi Raikkonen. O ano de 2006 foi de expectativa e após sua vitória em Monza, Schumacher anunciou ao mundo que aquela era sua última corrida em Monza. Todos passaram a torcer pelo oitavo título mundial, mas um motor quebrado em Suzuka pôs tudo a perder. Na sua última corrida na F1, em Interlagos, Schumacher deu um show de pilotagem e ultrapassagem, chegando em quarto após ter ocupado a última posição.

40 - Os números de Michael Schumacher são estupendos e valem a pena ser ditos. Sete títulos mundiais (94/95/00/01/02/03/04), 249 Grandes Prêmios, 91 vitórias, 68 poles, 76 melhores voltas, 154 pódios e 1.369 pontos. Schumacher só andou em três equipes na carreira (Jordan, Benetton e Ferrari), além de um teste pela Ligier em 1995. Após sua aposentadoria, Schumacher virou uma espécie de consultor da Ferrari, indo a algumas corridas. Sempre que pode, Michael participa de eventos relacionados a corridas e ultimamente participa do Campeonato Alemão de Superbike. Casado com Corinna desde 1995 tem dois filhos (Gina Maria e Mick) e mora em Gland, na Suíça, onde inclusive, já participou de um time de futebol. Após anos vivendo no limite, Schumacher hoje apenas de diverte e curte o muito dinheiro que ganhou ao longo de sua carreira.

3 comentários:

Ron Groo disse...

Sem duvidas.
Os numeros nunca mentem
Schumy foi o melhor.

Anônimo disse...

O melhor de todos os tempos!

Arthur Simões disse...

Ótimo post,condizente com o piloto tema(o melhor do mundo,sem duvidas)

Abraço JC.