sexta-feira, 30 de setembro de 2011

História: 10 anos do Grande Prêmio dos Estados Unidos de 2001

Se no ano anterior a ida da F1 para Indianápolis já tinha sido marcante, em 2001 tinha um significado ainda mais especial. Menos de vinte dias após os atentados que assustaram o mundo, a F1 foi aos Estados Unidos no primeiro evento internacional realizado no país depois do 11 de setembro. Para expressar o quanto era importante a F1, categoria ignorada pela maioria dos americanos, estar na Capital da Velocidade, havia uma grande faixa nas arquibancadas dizendo: F1 – Obrigado por ter vindo!

Não faltaram mais homenagens por parte de pilotos e equipes as vítimas da insanidade em Nova Iorque e Washington, mas na pista, Michael Schumacher saía de sua depressão pós-atentados e conseguia a pole, sendo seguido por Hakkinen, que desejava uma saída com chave de ouro da F1, após uma temporada difícil. Na segunda fila Juan Pablo Montoya Montoya tentava algo inédito, que era vencer em Indianápolis no oval e no novo circuito misto, já que o colombiano vinha de uma vitória espetacular nas 500 Milhas no ano 2000.

Grid:
1) M.Schumacher(Ferrari) – 1:11.708
2) R.Schumacher(Williams) – 1:11.986
3) Montoya(Williams) – 1:12.252
4) Hakkinen(McLaren) – 1:12.309
5) Barrichello(Ferrari) – 1:12.327
6) Heidfeld(Sauber) – 1:12.434
7) Coulthard(McLaren) – 1:12.500
8) Trulli(Jordan) – 1:12.605
9) Alesi(Jordan) – 1:12.607
10) Button(Benetton) – 1:12.805

O dia 30 de setembro de 2001 tinha clima bom e o sol brilhava em Indianápolis, fazendo com que todos os 185.000 expectadores tivessem uma visão clara da segunda corrida de F1 no templo sagrado de Indiana. Porém, quem não parecia estar enxergando muito bem era Mika Hakkinen. Com a aposentadoria anunciada (disfarçada num anúncio de um ano sabático), o finlandês se confunde no início do warm-up e enquanto todos os carros esperam a luz verde aparecer e saírem rumo à pista, o piloto da McLaren simplesmente ignora a fila de carros e parte para a pista com a luz vermelha! O finlandês é punido com a perda do seu melhor tempo, mas ainda assim largaria em quarto, com a família Schumacher mais vez ficando com a primeira fila do grid. A largada se deu de forma tranqüila, com Schumacher permanecendo na ponta, mas com Ralf largando mal e sendo ultrapassado por Montoya e Barrichello.

Schumacher não abre uma grande diferença, enquanto as estratégias rapidamente aparecem, com Barrichello ultrapassando Montoya ainda na terceira volta e deixando seu companheiro de equipe, de forma consentida, para trás. Na liderança, Barrichello tentava abrir o máximo possível, pois estava claro que o ferrarista estava numa estratégia de duas paradas, diferente de Schumacher e Montoya, com apenas uma parada, que começam uma ferrenha luta pela segunda posição. O colombiano se aproveitava da potência absurda do motor BMW no setor do oval de Indianápolis, enquanto Schumacher se segurava na freada no final da reta. Era uma disputa que superava os 350 km/h! De forma surpreendente, Ralf Schumacher pára ainda na volta 24, mostrando que o alemão estava numa desastrosa estratégia de duas paradas, que pioraria quando o piloto da Williams, no afã de se recuperar rapidamente, acaba rodando ao tocar em Heidfeld.

Quando Barrichello foi aos boxes na volta 27, ele tinha 13s de vantagem para Schumacher e ele cai para quinto, ficando atrás das duas McLarens, que faziam uma corrida incógnita até o momento. Porém, o ponto alto da corrida viria quando Montoya se aproveita do desgaste dos pneus de Schumacher para executar uma bela ultrapassagem sobre o alemão no final da reta, para delírio dos milhares de colombianos que coloriram o circuito de Indianápolis. Duas voltas depois, Montoya foi aos boxes fazer sua única parada, mas assim como aconteceu em Hockenheim, a Williams se atrapalha toda e Montoya perde muito tempo nos pits, caindo para quinto. Porém, o pior foi o tempo parado, sem arrefecimento do motor BMW, que acabaria estourando três voltas mais tarde, para tristeza da grande torcida colombiana.

A corrida parecia nas mãos da Ferrari, mas então a McLaren começou a virar o jogo quando seus dois pilotos, liderados por Hakkinen, se aproximaram de Schumacher. Com Barrichello mais atrás, mas ainda tendo que fazer outra parada, a corrida seria decidida por um triz entre os quatro pilotos. Schumacher parou na volta 38. Coulthard na 43. E Hakkinen na 46. Com pista livre e andando muito forte, Hakkinen aproveita o tempo a mais na pista e saía na frente de Schumacher e Coulthard, com Barrichello, que pararia pela segunda vez, 20s à sua frente. Para infelicidade do brasileiro, ele não consegue aumentar sua vantagem a ponto de retornar na frente após sua segunda parada, mas Barrichello teria uma segunda chance ao voltar à pista em segundo, 5s atrás de Hakkinen e mais rápido. Quando todos se preparavam para um final de corrida de arrepiar, Barrichello começa a ver pelos espelhos retrovisores sinais de fumaça saindo da traseira de sua Ferrari. Ainda faltavam poucas voltas e Rubinho tentou ir até o final, mas o motor Ferrari acabaria se entregando quando faltavam cinco voltas. A corrida estava nas mãos de Mika Hakkinen, que no final da corrida ainda tentou uma ultrapassagem por fora em cima do retardatário Fernando Alonso na curva do oval, mas o finlandês desistiu de última hora. Aquele seria o gran-finale de Mika Hakkinen, que teve sua carreira exaltada apenas quando se aposentou, deixando caminho livre para Michael Schumacher reinar absoluto na F1. Após sua vigésima vitória na F1, Hakkinen foi perguntado sobre o que queria dizer aos seus fãs de todo o mundo: Hasta la vista, baby!

Chegada:
1) Hakkinen
2) M.Schumacher
3) Coulthard
4) Trulli
5) Irvine
6) Heidfeld

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