sexta-feira, 11 de abril de 2014

História: 15 anos do Grande Prêmio Brasil de 1999

Entre as corridas em Melbourne e em São Paulo, as equipes percorreram milhares de quilômetros de testes para acertar seus carros e melhorar sua confiabilidade neste início de ano. Outros tempos... Chegando no Brasil, as equipes encontraram o famoso clima paulistano, com chuvas e sol forte num mesmo dia, atrapalhando os treinos livres e a adaptação do francês Stephane Sarrazin, que estreava na F1 pela Minardi. Porém, a grande vítima foi outro estreante, o brasileiro Ricardo Zonta. O segundo piloto da BAR perdeu o controle do seu carro na subida para o Laranjinha e acabou machucando seus pés, o tirando do seu primeiro GP do Brasil e de mais algumas corridas. As coisas não andavam nada bem para a BAR. Na sexta-feira, cansado dos problemas que afetaram seu carro, Jacques Villeneuve saiu de Interlagos no meio do segundo treino livre direto para o hotel onde estava hospedado comemorar seu aniversário e no sábado conseguiu apenas o 16º tempo, mas o canadense acabaria desclassificado devido a problemas no combustível usado em seu carro e acabaria largando dos boxes.

Havia expectativa de chuva a qualquer momento durante a classificação, o que poderia embaralhar o padrão de então, que mostrava McLaren e Ferrari na frente, mas Barrichello (Stewart), Frentzen (Jordan) e R.Schumacher (Williams) andando muito bem e prontos a incomodar os favoritos. Apesar do tempo muito nublado, a chuva não veio e Hakkinen conseguiu o primeiro tempo com uma volta apenas dois décimos mais lenta que a pole de Villeneuve com a Williams dois anos antes, mas com pneus totalmente slicks. David Coulthard completou a primeira fila da McLaren, mas o que encheu as páginas de jornal foi o excelente terceiro lugar de Barrichello, que fez todo o circuito de Interlagos vibrar como há muito não se via. Michael Schumacher, mais de um segundo mais lento que a pole, teve que se conformar com a quarta posição.

Grid:
1) Hakkinen (McLaren) - 1:16.568
2) Coulthard (McLaren) - 1:16.715
3) Barrichello (Stewart) - 1:17.305
4) M.Schumacher (Ferrari) - 1:17.578
5) Fisichella (Benetton) - 1:17.810
6) Irvine (Ferrari) - 1:17.843
7) Hill (Jordan) - 1:17.884
8) Frentzen (Jordan) - 1:17.902
9) Wurz (Benetton) - 1:18.334
10) Herbert (Stewart) - 1:18.374

O dia 11 de abril de 1999 amanheceu quente e com o tempo seco, bem ao contrário dos dois dias anteriores. Schumacher teve problemas sérios nas suas duas últimas largadas, mas em Interlagos, a principal preocupação do alemão foi desviar da McLaren de Coulthard à sua frente, que ficou parada na largada. O escocês foi empurrado aos boxes e seu motor só foi ligado três voltas mais tarde, mas David acabaria abandonando mais tarde. Afora o problema de Coulthard, a primeira curva aconteceu sem nenhum incidente com Hakkinen liderando e para delícia da multidão, Rubens Barrichello vinha em segundo, à frente de Schumacher, Irvine, Fisichella, Frentzen, Wurz e Hill.

Bem no momento em que Coulthard voltou à pista na terceira volta, no meio da reta oposta, Hakkinen estranhamente perdeu a velocidade do seu McLaren e permitiu a Rubens Barrichello assumir a liderança da prova e ver o autódromo de Interlagos explodir. Mais estranhamente ainda, Mika voltou ao seu ritmo normal e estava agora em terceiro, logo atrás de Schumacher. Na nona volta, brigando pela sétima posição, Alex Wurz fechou Damon Hill e tirou o inglês da prova, o deixando bastante irritado, enquanto Wurz terminou a prova com o carro totalmente desequilibrado e longe de exibir a bela corrida feita um ano antes. Lá na frente, os três primeiros colocados andavam próximos, mas sem chance de ataque. O público delirava com Rubinho na ponta, enquanto Hakkinen, claramente mais rápido do que Schumacher nas curvas, nada podia fazer frente a prodigiosa potência do motor Ferrari de Michael nas duas retas de Interlagos, impossibilitando a ultrapassagem na pista.

Na volta 26 o motivo do fortíssimo ritmo de Rubens Barrichello foi exposto e o motivo era o mais prosaico possível. A Stewart havia feito um carro com a traseira bem compacta e isso acabou afetando no tamanho do tanque de combustível, que era o menor da F1 em 1999. Com isso, até que esse problema fosse consertado, Barrichello sempre largaria com uma estratégia de duas ou mais paradas por causa do pouco alcance do seu carro. Com isso, Schumacher assumiu a ponta, com Hakkinen logo a seguir, com ambos claramente numa estratégia de uma parada. Rubens voltou à pista em quarto lugar e rapidamente atacou Eddie Irvine, que além de estar numa estratégia diferente, seguiu ordens da Ferrari para tentar segurar o brasileiro o máximo possível. O irlandês fez o 'serviço sujo' até a volta 35, quando finalmente foi ultrapassado por Barrichello no final da reta dos boxes, fazendo o autódromo de Interlagos explodir de felicidade novamente. O problema foi que sete voltas mais tarde quem explodiu foi motor Ford de Barrichello, o fazendo abandonar tristemente.

Porém, a vitória era algo improvável para Rubens. Schumacher havia feito sua parada na volta 37 e retornara 11s à frente de Barrichello. Porém, a maior preocupação do alemão da Ferrari era o ritmo imposto por Hakkinen quando este teve pista livre à frente. O finlandês da McLaren marcou algumas voltas mais rápidas e quando fez sua única parada, estava à frente de Schumacher e logo impôs 6s de vantagem. Mais atrás, Frentzen tentava se aproximar de Irvine na luta pelo lugar restante do pódio, mas o irlandês acabaria sendo chamado pela Ferrari para fazer uma limpeza de emergência dos seus radiadores, apenas treze voltas após sua parada. Irvine caiu para quinto e passou a andar mais rápido que o quarto colocado Ralf Schumacher, que naquele momento tentava economizar combustível, enquanto que nos boxes da Williams, estava tudo pronto para um splash-and-go para o alemão, se fosse necessário. Irvine se aproximou de Ralf, mas não efetuou a ultrapassagem, mas quase ganha uma posição quando Frentzen fica sem combustível na última volta, mas como ele estava na mesma volta de Hakkinen quando este recebeu a bandeirada, e o quarto colocado Ralf Schumacher já estava uma volta atrás, o alemão pôde permanecer no pódio, atrás do seu compatriota Schumacher. Após uma corrida surpreendente na Austrália, a F1 voltava ao status normal em Interlagos com McLaren e Ferrari à frente das demais, mas agora novas equipes, como Jordan e Stewart, estavam prontas para aprontar surpresas ao longo do ano. Porém, o que ninguém sabia na ocasião, era que os pontos perdidos por Irvine no final da corrida lhe faria muita falta no final do ano...

Chegada:
1) Hakkinen
2) M.Schumacher
3) Frentzen
4) R.Schumacher
5) Irvine
6) Panis

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