quinta-feira, 8 de março de 2007

Clodoaldo, um jogador brasileiro

Meu pai sempre diz que todo jogador de futebol é burro. Claro que generalizar é um exagero, mas dá pra dizer que 90% dos jogadores são burros mesmo! Aqui no estado do Ceará, um caso típico é do Clodoaldo. Nascido em Ipu, no interior do Ceará, Clodoaldo se destacou desde cedo pela sua habilidade e a baixa estatuta. Tentou a sorte no Ceará, mas acabou no Fortaleza, onde foi revelado. Virou ídolo da torcida leonina, mas suas farras e a falta de disciplina ficaram conhecidas na cidade, assim como a habilidade e capacidade do desgraçado em fazer gols no Ceará em dia de clássico.

Em 2001, ele conseguiu um contrato com a Marlene Mattos e passou a ser reconhecido em todo Brasil. Sua cara feia e cheia de espinha virou sinônimo de piada, assim como os perdões que a diretoria do Fortaleza dava a cada deslize do jogador. Aí aparece a burrice. No auge da carreira, aparecendo em todo o Brasil por causa de sua empresária, Clodoaldo tinha tudo para se transferir para um clube grande do sul ou até mesmo para fora do país. Não foi. Ele foi jogando sua carreira fora pela bebida e mesmo com um dos mais salários pagos aqui no futebol cearense, ele não tomou jeito.

Conseguiu a transferência para um time de Portugal. Voltou logo. O Fortaleza e sua torcida sempre o acolhia, afinal, ele era ídolo. Talvez o maior ídolo do futebol cearense dos últimos tempos. Contudo, paciência tem limite e ele foi sendo deixado de lado no Fortaleza e o Ceará, num golpe de marketing muito grande, trouxe o baixinho para porangabussu. Logo de cara não gostei da idéia, mas a torcida do Ceará o adotou como ídolo, muito mais para fazer raiva a torcida do Fortaleza do que pelo seu desempenho dentro de campo. Apesar de ser mais popular, o Ceará vive uma grave crise financeira e Clodoaldo passou a ganhar menos do que nos áureos tempos.

Uma pessoa minimamente inteligente pensaria em se acalmar, pois o Ceará é sua última chance. O resultado? Nessa terça ele afastado do grupo pelo treinador Marcelo Villar por não se apresentar na segunda e estar "sem condições de treino" na terça. Uma foto no jornal "O Povo" demonstra bem sua atitude profissional. Enquanto seus companheiros treinavam para o jogo contra o Icasa (menos mal que o Ceará ganhou), ele falava alegremente no celular, de calção branco e sem camisa.

Não sei se o Ceará ainda vai querer Clodoaldo. Tomara que não. Ele se arrasta em campo, não consegue dar um pique muito longo. A cachaça acabou com sua magia. A torcida clama por ele. Nas bilheteria do PV, um torcedor dizia o Clodoaldo tinha que jogar de qualquer jeito. Outro foi resumiu a carreira de Clodoaldo: ele é bom, mas não quer ser profissional e vai acabar ganhando 1.500 reais no Quixadá. Saindo do Ceará, ninguém mais vai querer o baixinho, somente do Ferroviário para baixo, talvez para chamar a atenção, pois aos 27 anos, o futuro de Clodoaldo é obscuro. Mas foi ele que quiz assim.

quarta-feira, 7 de março de 2007

A Era dos Campeões

O youtube foi o melhor site já feito na história. Faz tempo que digo isso e com o tempo, essa minha idéia vai se fortalecendo pelo que o site nos oferece. Um tempo atrás, assisti na íntegra ao famoso GP da Espanha de 1981 (mesmo que em italiano) onde Gilles Villeneuve segurou, sei lá como, vários pilotos mais rápidos do que ele, pelas 80 voltas do difícil circuito de Jarama debaixo de um calor de 4o graus. Também tem o emocionante vídeo "Perished F1 Heroes", onde por aproximadamente 10 minutos, vemos a evolução da F1 da forma mais macabra possível, com um fundo musical de chamar atenção.

Já fazia um tempo que via um link que mostrava um tal de "A era dos campeões", mas nunca tive a oportunidade de assisti-lo, até por que é longo pacas, mas graças a indicação do Flávio Gomes ontem no "Limite", tirei um tempo para assistir. E recomendo! Num documentário sensacional de Cesário Mello Franco e Marcos Bernstein, vemos toda a trajetória brasileira entre 1970 e 1991, contada por Emerson e Wilsinho Fittipaldi, Nelson Piquet, entre outros. Foi empolgante as imagens, mas também a irreverência do Piquet e da emoção dos irmãos Fittipaldi. O que mais me chamou a atenção foi o choro do Emerson Fittipaldi quando este fala do acidente fatal de Jo Siffert em 1971.

É incrível que um documentário como esse (parece ter mais de cinco anos) não ter sido divulgado ou mesmo passado em qualquer emissora de TV, mas como temos o youtube, podemos ter a satisfação de assistir o MELHOR DOCUMENTÁRIO SOBRE AUTOMOBILISMO BRASILEIRO. Para quem tiver um tempinho, é só procurar no youtube por "Era dos campeões" e vai achar 10 partes. É um pouco trabalhoso e leva tempo, mas podem confiar, vale muito a pena!

terça-feira, 6 de março de 2007

Montoya parece ter entendido muito bem como funciona as coisas na NASCAR. Logo na sua primeira corrida em misto, o colombiano deixou bem claro como irá se portar na categoria do bate-bate e isso é até mesmo é uma forma de auto-defesa. Os pilotos da NASCAR são conhecidos por não tratarem bem seus novatos, ainda mais se ele são forasteiros ou de categorias de monoposto. O maior exemplo foi Robby Gordon, que saiu da Indy pra NASCAR e sofreu vários acidente "provocados" nas suas primeiras corridas.

Mas o colombiano mostrou logo as suas credenciais ao colocar Scott Pruett para fora da pista na disputa pela primeira posição nas últimas voltas da corrida da Busch Series no sábado, no velho circuito Hermanos Rodriguez. O detalhe é que Pruett era companheiro de equipe do Montoya e juntos, venceram as 24h de Daytona em janeiro!

Pruett ficou indignado, enquanto Montoya ficava com as glórias e conquistava assim sua primeira vitória na NASCAR, mesmo que seja numa categoria inferior e num circuito misto, seu habitat natural. A curto prazo, isso significa que Montoya tem tudo para ser um piloto a ser observado nos circuitos mistos da categoria. A médio prazo, Montoya deve conquistar um maior respeito com seus pares dentro da NASCAR. A longo prazo, bem... se Montoya não fizer logo um regime... ele está cada vez mais parecido com Tony Stewart, o piloto de ponta mais fora de forma da história. Comparem!





domingo, 4 de março de 2007

Jos "The Boss"

Todos lembram de Jos Verstappen como um piloto muito rápido, mas também capaz de besteiras inacreditáveis. Seu apelido na Inglaterra era de “Verscrashen” tamanho era sua propensão a acidentes, principalmente no começo da carreira da F1. Dentro da F1 sua imagem era de um cara despreocupado e de um piloto-pagante. Chegou muito jovem à F1 depois de uma carreira bem sucedida no kart e nas categorias de base, mas sua impetuosidade o levou a ser adorado pelos torcedores holandeses e odiado pelos outros pilotos, Montoya que o diga. Com apenas 35 anos completados hoje, Jos “The Boss” tenta um lugar na ChampCar e na A1GP.

Johannes Franciscus Verstappen começou a correr de kart em 1980 aos oito anos e aos doze já era reconhecido como um excepcional kartista com vários títulos, entre eles dois Campeonatos holandês (84/86), um europeu (89) e um título belga (91). Porém, seu maior título no kart foi em 1989 no Grande Prêmio Japonês.

No final de 1991 Verstappen entrou pela primeira vez num carro de corrida e entrou em contato com Hubb Rothengatter, seu empresário até hoje. Andando num F-Ford de 1985 em Zandvoort, o tempo de Verstappen em seu primeiro teste foi tão bom que os cronometristas pensavam que os cronômetros estavam quebrados. Sua demonstração foi tão impressionante que ele assinou com a equipe Van Amersfoot para disputar o campeonato Benelux de F-Opel em 1992. Ao final de junho, ele tinha ganhado cinco de seis eventos, incluindo todas as três corridas em casa, em Zandvoort.

Jos começou a andar no Europeu de F-Opel em Julho, ganhando as duas corridas em Zolder apenas dois meses após sua estréia na categoria. Nessa época ele era o virtual campeão Benelux de F-Opel com oito vitórias em nove corridas, mas uma macha apareceu na sua breve carreira. Foi descoberto depois que seu motor era um pouco mais potente do que a concorrência. Apesar de ter começado tarde no campeonato europeu, ele ainda foi sétimo e terminou com o prêmio de melhor piloto holandês de 1992. Jos tinha proposta de várias equipes boas da F3 Alemã e ele acabou escolhendo a WTS Racing, a melhor equipe da época.

Antes de começar sua carreira na F3, Verstappen partiu para uma breve escala na Nova Zelândia para participar do campeonato de F-Atlantic local em Janeiro de 1993. Correndo num Swift-Toyota de 1988, ele conseguiu três vitórias e três pódios, conseguindo um excelente quarto lugar no campeonato. O campeonato alemão de F3 foi dominado por Jos Verstappen, com seu estilo agressivo. Depois de marcar apenas um pódio nas quatro primeiras corridas, Verstappen venceu oito provas nas 16 corridas seguintes e foi segundo cinco vezes. O holandês venceu o Marlboro Masters em Zandvoort e foi terceiro na corrida de F3 em Mônaco.

Com uma carreira meteórica como a de Jos, não foi surpresa as equipes de F1 ficarem de olho nele. Em outubro de 1993 a Footwork lhe deu a primeira oportunidade no circuito de Estoril e ele logo andou muito bem. Com a ajuda do seu patrocinador pessoal, a Marlboro, Verstappen conseguiu um teste para a McLaren e andou muito bem novamente e estava tudo acertado para o holandês ser o piloto de testes da equipe de Ron Dennis. Porém, em Janeiro de 1994 Verstappen surpreendeu ao ser anunciado como piloto de testes da Banetton, mas uma semana depois, J.J. Lehto sofreu um sério acidente, quebrando duas vértebras no pescoço. Assim, depois de apenas 52 corridas em monoposto, Jos Verstappen foi chamado para correr e ele partiu para o seu primeiro GP no Brasil.

Mesmo com Lehto recuperado do seu acidente, Verstappen provou ser rápido nas duas primeiras provas, mas um tanto desastrado. Na trágica corrida de Ímola, Lehto sofreu outro acidente (na largada, lembram?) e foi substituído por Verstappen novamente a partir de Mônaco. Depois de alguns entreveros, Verstappen conseguiu boas corridas na Hungria e na Bélgica, marcando seus primeiros pontos na F1 e logo com um pódio. Esses resultados eram bem melhores do que Lehto tinha conseguido, mas o holandês sofreu um baque quando foi substituído por Johnny Herbert em Jerez, no GP da Europa. O fato de Schumacher ter vencido o campeonato ofuscou bastante o jovem holandês e ele seria piloto de testes da Benetton em 1995.

Contudo, ele recebeu um convite para ser piloto titular da Simtek e um acordo com a Benetton foi feito e assim a pequena equipe passou a usar o câmbio da Benetton. Andando numa equipe pequena, com orçamento pequeno e com um carro lento e pouco confiável, Verstappen sofreu muito e começou a se acostumar com equipes pequenas. A Simtek ficou sem patrocínio no meio da temporada e fechou suas portas, deixando Verstappen à pé. Jos tinha tudo para ser o segundo piloto da Benetton, mas as coisas mudaram quando Herbert venceu em Silverstone, mas um teste salvador com a Footwork rendeu para ele um contrato para 1996.

Verstappen começou a temporada muito bem, surpreendendo no Brasil e na Argentina, colocando seu carro na frente de equipes como McLaren e a própria Benetton, marcando um ponto em Buenos Aires. Contudo, foi nessa época que sua fama de desastrado começou a se formar e a equipe, com a entrada de Tom Walkinshaw, entrou num período de incertezas. Verstappen foi um dos pilotos que desenvolveram os novos pneus Bridgestone, mas isso não serviu para muita coisa. Tom Walkinshaw queria renovar com Verstappen, mas Huub Rothengatter pediu dinheiro demais e Jos foi para na Tyrrell para 1997 ao lado de Mika Salo. Jos e Mika se tornaram grandes amigos. Mesmo sendo dois pilotos rápidos, a Tyrrell estava com o velho motor Ford V8, enquanto as outras equipes tinham potentes motores V10 e assim a Tyrrell passou boa parte do ano brigando com a Minardi no final do grid, mas Verstappen estava otimista com seu futuro na Tyrrell.

Mas as coisas começaram a desandar quando Ken Tyrrell vendeu sua equipe para a BAR. O velho Ken continuaria na equipe por mais um ano, mas a Tyrrell colocou Tora Takagi no seu cockpit ao lado de Ricardo Rosset. Os dois eram pilotos-pagantes e Verstappen estava fora da F1 em 1998. Sem opções óbvias fora da F1, ele queria um papel como piloto de testes, preferivelmente numa equipe de ponta. Mais uma vez a Benetton surgiu na sua vida, mas depois do GP do Canadá, a Stewart chamou Verstappen para o lugar de Jan Magnussen. O holandês andou melhor que Magnussen, mas o carro era muito ruim e ele não fez nada de especial.

Para 1999, Verstappen entrou no mal-fadado projeto da equipe Honda liderado por Harvey Postlethwaite, mas quando este morreu durante um teste em Barcelona, Verstappen ficou na mão novamente. Verstappen tentou uma vaga como piloto da Jordan no lugar do aposentado Damon Hill, mas não conseguiu nada demais e acabou indo para a Arrows no ano 2000. O carro era rápido em algumas ocasiões, mas quebrava muito e infelizmente para Verstappen, ele foi superado pelo seu companheiro de equipe Pedro de la Rosa durante o ano, mas no ano seguinte a Arrows contratou o jovem Enrique Bernoldi no lugar de De la Rosa. Verstappen e Bernoldi não se deram muito bem e o carro não era tão veloz como o de 2000 e o holandês acabou desempregado novamente no final de 2001. Pela primeira vez na carreira, Verstappen ficou de fora da F1, mas na verdade ele estava preparando sua volta a categoria. Junto com seu empresário, ele convenceu empresas holandesas a investir nele e aproveitando a míngua em que vivia a Minardi, ele assinou um contrato com a equipe de Paul Stoddart. Esse foi o ato final de Jos Verstappen na F1. Num carro muito ruim, Verstappen ficou sempre entre os últimos e se aposentou da F1 no final de 2003, aos 31 anos de idade.

Verstappen passou a focar sua carreira nos Estados Unidos, mas ele nunca conseguiu um contrato que lhe fosse favorável e partiu para a A1GP, a nova categoria promovida por uma xeik árabe no final de 2005. Representando a Holanda na alardeada Copa do Mundo do Automobilismo, Verstappen voltou ao seu velho estilo. Arrojo, velocidade e poucos resultados, mas uma vitória sensacional na última volta em Durban mostrou Jos “The Boss” ainda não perdeu o jeito.

Parabéns ao Chefe

Depois de um início de campeonato decepcionante, Troy Bayliss mostrou porque é o atual campeão da Superbike ganhando uma e chegando em segunda em outra em sua casa. Largando na pole nas duas corridas, Bayliss deu um show de paciência nas duas baterias e obteve sucesso na primeira bateria, com uma bela ultrapassagem sobre James Toseland faltando poucas voltas para o fim, e nem tanto na segunda. Mais uma vez, o destaque do final de semana foi o inglês James Toseland da Honda, que levou sua moto nas costas para conseguir os mesmos resultados de Bayliss. Na segunda bateria, Toseland segurou como pôde o australiano por toda a corrida e ao contrário da primeira corrida do dia, se manteve na dianteira no final e agora é o líder do campeonato.

No belíssimo circuito de Philip Island, Bayliss e Toseland foram os protagonistas, enquanto Biaggi não brilhou tanto como no Catar semana passada. O italiano conseguiu duas largadas sensasionais nas duas baterias pulando de quinto para primeiro antes da primeira curva, mas no decorrer da primeira volta caía várias posições. Tendo que brigar muito para se livrar da Kawasaki de Fonsi Nieto, Biaggi se viu longe demais dos líderes e acabou em terceiro na primeira bateria. Na segunda, Biaggi se aproximou rapidamente do quarteto que liderava a prova - Toseland, Bayliss, Haga e Corser - e parecia que atropelaria os quatro, mas após deixar as Yamahas para trás, se acomodou na terceira posição e levou o troco dos pilotos da marca nipônica e passou a fazer uma briga muito boa com Haga e Corser. Ele ainda superou Corser na reta de chegada, mas não pôde fazer nada contra Haga.

As Yamahas conseguiram uma boa recuperação com relação ao fiasco que foi a primeira bateria. Como sempre, a moto anda muito bem na primeira metade da corrida e fica totalmente sem pneus no final. A primeira bateria foi impressionante. Corser andou junto com Toseland e Bayliss até a volta 12 das 22 voltas da corrida. Depois, chegou a perder 3s por volta e foi ultrapassado por Biaggi e Haga. De forma surpreendente, na segunda bateria a Yamaha teve um rendimento mais uniforme e permitiu a Haga ser um próximo terceiro colocado, porém, se quiser vencer o campeonato, a Yamaha terá que melhorar e muito seu desempenho na metade final das corridas.

Com 90 pontos no campeonato, Toseland terá quase um mês para refletir sobre sua liderança e também cobrar mais da Honda, que parece estar inferior a todas suas rivais, em particular, a Suzuki do vice-líder Biaggi. Com esse bom final de semana, o atual campeão Bayliss pulou para a terceira posição do campeonato e parece querer entrar na briga pelo título.

sábado, 3 de março de 2007

Senna x Schumacher

Ontem assisti ao vídeo do resumo oficial da temporada de 1993. Cada dia que passa fico impressionado com o que a internet e principalmente o e-mule pode fazer por nós. Vendo o vídeo pelo PC, me lembrei dos meus tenros 11 anos de idade. Me lembrei também que eu tinha muita raiva do Prost, afinal, ele era o maior inimigo do Senna e um cara assim não dava pra gostar. Eu colocava o francês no mesmo patamar do Esqueleto e do Satan-Goos. A raiva mútua entre Senna e Prost era enorme na época e o francês era tratado com o vilão nacional. Mais velho, percebi que era besteira cultivar um ódio por um grande piloto só por que ele derrotava o "heroi" Senna. Hoje, admiro Prost tanto quanto Senna.

Em 1993, Prost venceu o campeonato, mas Senna foi o nome do ano. Suas corridas foram recheadas de superação contra as Williams de Prost e do novato Damon Hill. Mas havia também um alemão. Michael Schumacher já era uma estrela em ascenção e merecia tanto respeito quanto os demais. Schumacher também mostrou muita superação em suas disputas com a Williams, chegando a ficar entre elas em algumas oportunidades, mas parecia que seu objeito era outro.

As brigas entre Schumacher e Senna foram sensasionais e por mais incrível que pareça, Schumacher levou vantagem na maioria. Contudo, Senna não deixava barato e a briga era feia entre os dois. No Canadá, já com o motor quebrando, Senna permaneceu à frente de Schumacher por várias voltas e mesmo quando o motor quebrou, ele ficou por dentro de uma curva. Então, Schumacher colocou por fora, num espaço minúsculo e ainda tocou rodas com o brasileiro, que encostou a McLaren logo em seguida...

Em Silverstone, todos se lembram mais da briga entre Senna e Prost, mas a briga entre Senna e Schumacher foi tão forte quanto a primeira, a ponto de Flavio Briatore (olha aí...) ficar fulo da vida com Senna.

Hoje, o mundo ainda lamenta pela batalha épica que seria entre Senna e Schumacher e especulações e comparações são feitas para quem tiver paciência de ver. Mas vendo o vídeo ontem, só tenho uma certeza: eles se odiariam! A briga seria ainda mais feia do que da época com Prost e Schumacher seria ainda mais hostilizado do que hoje pelas viúvas do Senna. Apesar disso, a briga entre Senna e Schumacher seria espetacular e passados quase 13 anos, é muito difícil especular o que teria acontecido.

quinta-feira, 1 de março de 2007

Vamos para 2007!

Chegamos ao mês de março. Finalmente para os fãs da F1, entramos no mês mais esperado do ano. Daqui a 15 dias começam os primeiros treinos livres para o GP da Austrália. E no dia 18, o grande dia. Após 3 meses de testes e muito expectativa e especulação, vamos ver quem será o grande binômio carro-piloto da temporada 2007.

A receita deste ano está mais mexida do que nos anos anteriores e isso causa uma expectativa maior do que nas temporadas passadas. Hoje existem 3 grandes equipes e em todas elas houve grandes mudanças para esse ano e essas mudanças já foram ditas e comentadas a torto e a direito durante o final da temporada passada. Mas olhando apenas para o que aconteceu no Bahrein nas últimas duas semanas, muita coisa pode ser dita sobre todos os personagens de 2007.

Começando por quem não foi para o Bahrein. A Williams parece estar no mesmo nível do ano passado, ou seja, um carro rápido, mas ainda muito longe dos dias de glórias. Surpreendentemente Nico Rosberg andou muito mais rápido do que Alex Wurz em Barcelona e isso pode sepultar de vez a carreira do austríaco, hoje visto muito mais como piloto de testes do que um piloto verdadeiramente de corrida. E Rosberg precisa mesmo de uma temporada mais consistente, pois sua metade final de ano foi tenebrosa e muitos passaram a duvidar que ele fosse mesmo um futuro campeão em potencial. A Williams andou bem em algumas corridas no ano passado, mas a confiabilidade do carro deixou muito a desejar.

Já a Spyker pode vir a ser o fecha-grid deste ano. Última equipe a apresentar seu carro novo, a equipe holandesa parece estar um pouco perdida com vários pilotos pagantes dentro da equipe. Para piorar, o carro não está lá essas coisas e tomou em média 1s da Williams. Coitado do Mike Gascoigne...

A Red Bull e a Toro Rosso tem carros iguais e ninguém pode negar esse fato. Como ninguém pode negar o fato de que o carro (ou os carros) são ruins de doer. Coulthard e Webber apanharam bastante durante a pré-temporada com um carro que era lento e quebrava a quilo. E como a Toro Rosso é o mesmo carro e os pilotos ainda são inexperientes e festeiros, Gerhard Berger terá muito trabalho em 2007.

A Super Aguri deve aparesentar seu carro na semana do GP da Austrália com o carro da Honda de 2006. Aliás, gosto dessa iniciativa, mas Williams e Spyker não e isso deve causar problemas a equipe japonesa. E falando em Honda, na última semana eles apresentaram a nova pintura do carro. Nova e diferente. Contudo, diferente não significa bonito. E veloz também. Pelo menos isso disseram Button e Barrichello, que nitidamente andaram pra trás em relação a 2006.

A Toyota deve entrar numa crise existencial em 2007, pois mais um carro ruim foi feito e a pressão deve crescer bastante da matriz japonesa. Já se falam até na aposentadoria do Ralf...

A BMW-Sauber tem um bom carro, um ótimo motor e uma dupla de pilotos explosiva. O problema é que Heidfeld é bom, Kubica é ótimo e o carro é explosivo! Os problemas de confiabilidade que a BMW apresenta desde os tempos da Brabham (!) estão tão fortes como sempre estiveram e isso pode acabar com um campeonato que parece ser promissor para a equipe. Outra problema a resolver é a briga entre Heidfeld e Kubica. Heidfeld parece estar com inveja do seu jovem companheiro de equipe e isso pode atrapalhar mais do que ajudar.

A Renault também tem problemas com seus pilotos. O carro parece ser bom, seguindo a receita do ano passado, mas a dupla de pilotos será o calcanhar de aquiles da equipe francesa. Fisichella deve estar dando Graças a Deus por ainda estar na Renault, mas Briatore não deve ser tão bonzinho como foi até agora e se Fisico, pelo menos, não brigar pelo título, meu quase xará deve se juntar a Schumacher no barco de pescar. Ninguém duvida da qualidade de Kovalainen, mas um novato dificilmente vence campeonato e só a partir de 2008 veremos o que o finlandês poderá fazer.

Na McLaren, Alonso tentará repetir o que Schumacher já fez, ou seja, tirar uma equipe tradicional do limbo e leva-la de volta ao olimpo dos campeões. Será difícil? E muito! Ele conseguirá? Provavelmente. O carro tem se mostrado rápido e tem quebrado cada vez menos e isso pode ser um ponto a favor do espanhol, que terá a companhia de Lewis Hamilton, um novato na F1, mas que será campeão um dia. Podem me cobrar!

Lembro que até o último teste da pré-temporada de 2004, muitos apostavam na Williams-BMW e na McLaren, até que Schumacher estraçalhou com seus rivais em Ímola e ele foi campeão. De certa forma, isso tá acontecendo esse ano. Felipe Massa liderou quase todos os dias no Bahrein, última escala antes da Asutrália e a Ferrari parte com tudo para 2007. Porém, a scuderia não tem mais Michael Schumacher e desta vez não há piloto número 1. Uma briga entre Raikkonen e Massa será sadio e legal de se ver... do lado de fora! Lá dentro, isso pode dividir a equipe e Alonso se aproveitar e partir para o tri.

Isso vai acontecer? Não sei, mas é a minha aposta.