Assim como aconteceu na etapa anterior, um brasileiro que largava lá atrás e sem esperanças de uma boa corrida foi borrifado pela sorte e conseguiu o primeiro pódio da equipe nessa temporada, que vem se mostrando bastante complicada. Se em Silverstone, Rubens Barrichello surpreendeu ao subir ao pódio na terceira posição, em Hockenheim foi a vez de Nelsinho Piquet, que nasceu a pouco mais de 25 km de distância do circuito, em virtude do Grande Prêmio da Alemanha de 1985. Como era o normal em seu ano, Nelsinho vinha tendo um péssimo final de semana, onde teve problemas na sexta e sequer passou da Q1 na Classificação, onde foi atrapalhado por Sebastian Vettel. Piquet ficou tão injuriado, que socou o volante quando soube que largaria na décima sétima posição, doze abaixo do seu companheiro de equipe. O soco tinha muito mais a vez com frustração de um ano extremamente decepcionante. Porém, toda a frustração do filho do tricampeão ficou para trás no domingo, numa corrida belíssima, principalmente na sua metade final. No início, Nelsinho fazia uma corrida regular, dentro dos limites de um Renault que não está nada bom e andando lá atrás. Na medida em que os demais pilotos iam reabastecendo e Piquet permanecia na pista, ficava claro que o piloto da Renault faria apenas uma volta. Foi quando a sorte apareceu para Nelsinho. Bem no momento em que saiu dos boxes com tanque cheio para completar a prova, Timo Glock sofreu um forte acidente. Além de ter ficado livre de uma punição, Nelsinho viu onze carros que vinham a sua frente fazer sua segunda e última parada, pulando para terceiro. E o melhor era que Hamilton e Heidfeld ainda fariam suas paradas. Contudo, Nelsinho tinha a Ferrari de Felipe Massa logo atrás e dificilmente seguraria a posição. Foi então que Nelsinho deixou a sorte um pouco de lado para usar o seu talento para, não apenas segurar, como se distanciar do compatriota, que estava muito melhor equipado. Andando num ritmo muito forte, Nelsinho esperou que os pilotos a sua frente fizessem suas paradas para assumir a liderança pela primeira vez na carreira da F1. Mostrando maturidade, Piquet foi consciente em não brigar com Hamilton imbatível e segurar uma segunda posição, que no final acabou sendo heróica. Após uma metade inicial de campeonato medonho, Piquet praticamente se garantiu para correr não apenas até o final de 2008, como também em 2009 e esse pódio poderá lhe dar a confiança necessária para poder se aproximar de Fernando Alonso, que tinha criticado Piquet antes da prova, cobrando resultados, e acabou vendo o companheiro de equipe fazendo o que esperava dele: uma bela corrida na frente de carros mais rápidos e conseguindo um grande resultado para a equipe.
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