Silverstone receberia o Grande Prêmio da Inglaterra de 1988 com seu clima tradicional: clima fechado e muita chuva. Os treinos foram esquisitos, com muitos pilotos rodadando e Senna perdendo o controle do seu carro duas vezes na mesma curva. A Classificação foi tão esquisita, que a McLaren não colocou nenhum representante seu na primeira fila!
Pela primeira vez no ano, a equipe vermelha e branca foi superada por alguém e esse alguém foi a Ferrari, que pintou de vermelho a fila dianteira, com Berger superando Alboreto, com o italiano já pensando no que faria em 1989, pois a Ferrari já negociava abertamente com Nigel Mansell. A McLaren teve que se contentar com a segunda fila, com Senna logo à frente de Prost. A terceira fila também traria surpresas, com a equipe March colocando Maurício Gugelmin e Ivan Capelli em quinto e sexto, respectivamente. Exatamente um ano após promover uma grande festa em Silverstone com uma vitória, Nigel Mansell levou seu fraco Williams-Judd para apenas a décima primeira posição. O coadjuvante de 1987, o tricampeão Nelson Piquet, também não estava nos seus melhores dias com a Lotus e sairia apenas em sétimo.
Grid:
1) Berger (Ferrari) - 1:10.133
2) Alboreto (Ferrari) - 1:10.332
3) Senna (McLaren) - 1:10.616
4) Prost (McLaren) - 1:10.736
5) Gugelmin (March) - 1:11.745
6) Capelli (March) - 1:12.006
7) Piquet (Lotus) - 1:12.040
8) Nannini (Benetton) - 1:12.737
9) Warwick (Arrows) - 1:12.843
10) Nakajima (Lotus) - 1:12.862
Mesmo com os pilotos da McLaren ficando para trás em seu início, todos sabiam que um dos pilotos de Ron Dennis podiam vencer no domingo e logo ficou claro quem seria quando o domingo amanheceu debaixo de um temporal. Ayrton Senna tinha vencido as duas últimas etapas realizadas debaixo de chuva em 1985 e a essa altura, já era considerado um mestre em pista molhada. O brasileiro começou sua caminhada rumo à vitória na largada, quando deixou a Ferrari de Alboreto para trás. Enquanto isso, Prost, que também já começava a mostrar sua pouca intimidade com a água, ficava pra trás na largada e completou a primeira volta em décimo primeiro!
De forma surpreendente, Berger segurava Senna sem fazer muito esforço, enquanto alguns pilotos começavam a se destacar atrás do spray dos líderes. O estreando Maurício Gugelmin fazia uma prova sólida na quarta posição, mas começava a ser ameaçado por dois pilotos quem vinham forte lá de trás: Alessandro Nannini e... Nigel Mansell! O Leão pulou para sétimo na primeira volta e duas passagens depois já ultrapassava Ivan Capelli para entrar na zona de pontuação. O carro da Williams tinha se mostrado tanto problemático, como lento. Essa era a oportunidade ideal para Mansell voltar a mostrar suas garras.
A corrida fica estática na frente, mas Senna começava a planejar o bote em cima de Berger. Na volta 13, os primeiros retardatários começaram a aparecer na frente dos líderes e o brasileiro da McLaren se armou para se aproveitar do primeiro vacilo do austríaco. E ele veio quando Berger errou uma marcha ao ultrapassar um retardatário na curva Bridge. Senna colocou de lado e ainda ultrapassou o retardatário... Alain Prost! O francês se arrastava nas últimas posições e acabaria abandonando na volta 24, se queixando da dirigibilidade do seu McLaren. Na verdade, o problema era a peça entre o banco e o volante do McLaren MP4/4.
Enquanto Senna sumia na frente, mais atrás as posições começavam a se alternar. Após segurar com estoicismo Nannini e Mansell, Gugelmin cedeu a quarta posição para esses carros mais rápidos, mas Nannini rodou e Gugelmin permaneceu em quinto. Mansell vinha forte e na volta 22 ultrapassou Alboreto, subindo para terceiro. O público inglês ia ao delírio com o desempenho de Nigel! Nannini vinha forte e após ultrapassar Gugelmin novamente, passou a atacar Mansell, com os dois protagonizando uma disputa emocionante pela terceira posição.
Na metade da prova, a pista começava a formar um trilho e alguns pilotos tentaram dar o pulo do gato. Alboreto foi aos boxes e colocou pneus slicks, mas logo se arrependeria com o aumento da chuva e o italiano da Ferrari estava totalmente fora dos pontos. Berger perde rendimento e é ultrapassado em voltas sucessivas por Mansell, Nannini e Gugelmin. O austríaco acabaria ficando sem gasolina na última volta... Apesar de Mansell ter forçado tudo do seu Williams, ele não foi páreo a Senna naquele dia 10 de julho de 1988 e o brasileiro venceu pela quarta vez na temporada, se igualando a Prost em número de vitórias naquele etapa que marcava a metade do campeonato. Enquanto Mansell marcava seus primeiros pontos no campeonato, Senna se aproximava de Prost no campeonato e o francês começava a sentir o baque. Senna estava chegando!
Chegada:
1) Senna
2) Mansell
3) Nannini
4) Gugelmin
5) Piquet
6) Warwick
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