Por causa da enorme repercussão do Grande Prêmio do Brasil, ninguém deu muita bola sobre o que aconteceu sobre quatro rodas no resto do mundo. No entanto, no oriente a história estava sendo feita com o inédito pentacampeonato seguido do francês Sebastien Loeb. O francês da Citröen fez uma corrida à la Hamilton, só administrando a posição que deveria chegar para conquistar o seu quinto título. O terceiro lugar confirmou um dos maiores talentos do esporte a motor mundial e outra lenda do Mundial de Rally, mas há outros fatos a serem postos na mesa.
Claro que Loeb é um fenômeno, mas há coisas que facilitam a vida do francês. A primeira é o desprezo que a FIA dá ao espetacular Mundial de Rally. Conta a lenda que o WRC atingiu um nível de popularidade tão grande em 2003, que chegou a incomodar a F1 e isso causou calafrios na dupla Mosley & Ecclestone. Então, de uma hora para outra, Mosley passou a baixar medidas calamitosas para o esporte, o deixando com um número minguado de carros e pilotos. Hoje, apenas três (Citröen, Ford e Subaru) realmente disputam o campeonato e se não fosse pelas equipes satélites, poucos carros estariam na pista pelo mundo. O próprio calendário indica o pouco caso da FIA com o seu campeonato, ao marcar uma etapa decisiva do Mundial no mesmo dia em que o mundo inteiro estava de olho na emocionante decisão da F1. As mudanças nas regras fizeram verdadeias bandeiras do WRC aposentarem, como foi o caso de Carlos Sainz e Marcus Grönholm, e deixou Loeb sozinho para dominar o Mundial da forma como achar melhor. A jovem dupla da Ford (Mikko Hirvonen e Jari-Matti Latvala) é talentosa, mas inexperiente e ainda não está no nível de Loeb. O companheiro de equipe de Loeb, Daniel Sorno, tem o mesmo problema dos pilotos fordianos, fora que só anda verdadeiramente bem no asfalto. Sem contar com a sombra do próprio Loeb. A Subaru, a marca mais popular do Mundial, passa por uma crise técnica interminável e deixa Petter Solberg e Chris Atkinson brigando pelo lugar mais baixo no pódio. Quando hás quebras entre Ford e Citröen! Suzuki e Mitsubishi ainda estão no começo de um novo projeto e demorarão um bocado para se verem entre os líderes.
Mas como não tem nada com isso, Loeb fez um campeonato em que algumas vezes sofreu com o seu modelo C4, mas venceu dez etapas e não vê um adversário a sua altura num médio prazo, fazendo com que o hexacampeonato uma meta para lá de palpável. Chegando a ser lógico! Tomara que o quadro atual do WRC mude e no futuro podermos ver grandes marcas e pilotos disputando palmo a palmo quem vencerá a lenda Sebastien Loeb!
Um comentário:
Loeb é o Shumacher dos ralis...
Corre o risco da categoria perder a graça se ninguém ganhar dele.
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