sexta-feira, 3 de julho de 2009

História: 15 anos do Grande Prêmio da França de 1994


A Fórmula 1 estava carente no verão de 1994. Seus "quatro fantásticos" estavam todos, de uma forma ou de outra, fora das pistas. Juntos, Senna, Prost, Piquet e Mansell haviam vencidos onze dos últimos quatorze campeonatos mundiais e eram os únicos que atraíam atenção para a F1. Apesar de sua agressividade já chamar a atenção de todos, Michael Schumacher ainda não era uma estrela do quilate dos citados (apesar de se tornar a estrela única nos anos seguintes. Damon Hill tinha o carisma de uma porta fechada numa sala de escritórios vazia, enquanto a dupla da Ferrari, Alesi e Berger, não encantavam mais ninguém. Procurando algo que não fosse tragédia para se associar a F1, Bernie Ecclestone queria resgatar alguma das suas estrelas para brilhar novamente na F1. Senna havia encontrado seu destino na curva Tamburello, enquanto Nelson Piquet ainda se recuperava do seu grave acidente em Indianápolis no ano anterior. Prost havia prometido nunca mais correr na F1 após a morte de Senna. Então sobrava um. Nigel Mansell se mantinha ativo na F-Indy e acabara de se sagrar campeão da categoria no anterior. O inglês não estava muito satisfeito em sua segunda temporada nos Estados Unidos e Bernie em pessoa fez toda a negociação entre Mansell e a Williams, equipe com a qual o inglês fez mais sucesso.

Mansell não participaria de todas as corridas, mas ganharia uma fortuna na Williams e faria sua estréia em Magny-Cours, país-sede da Renault, que empurrava os carros azuis de Frank Williams. Mesmo prestes a completar 41 anos de idade, o Leão mostrava que sua velocidade ainda estava intacta e brigou pela pole com Schumacher e Hill. Foi uma sessão emocionante, com o a dupla da Williams colocando o alemão na segunda fila, mas Hill, que ganha bem menos do que Mansell, foi que ficou com a pole. Jos Verstappen voltava à Benetton em grande estilo. O holandês bateu seu carro com força na última curva e por muito pouco não sofreu uma contusão séria, já que o braço da suspensão dianteira perfurou o chassi e entrou no macacão de Verstappen, mas errando o joelho do holandês por muito pouco.

Grid:
1) Hill (Williams) - 1:16.282
2) Mansell (Williams) - 1:16.359
3) Schumacher (Benetton) - 1:16.707
4) Alesi (Ferrari) - 1:16.954
5) Berger (Ferrari) - 1:16.959
6) Irvine (Jordan) - 1:17.441
7) Barrichello (Jordan) - 1:17.482
8) Verstappen (Benetton) - 1:17.645
9) Hakkinen (McLaren) - 1:17.768
10) Frentzen (Sauber) - 1:17.830

O dia 3 de julho de 1994 estava quente e ensolarado na região de Nevers, num dia típico verão francês. Dentre as várias suspeitas de irregularidades no Benetton de Michael Schumacher, se dizia que o carro do alemão teria um dispositivo em seu carro que o fazia largar na medida em que a luz ficasse verde no sinal (ou fárol), durante a largada. A suspeita aumentou com a incrível largada do alemão, com Schumacher passando entre as duas Williams e assumindo a ponta da corrida, à frente das duas Williams (Hill à frente de Mansell) e as duas Ferraris (Alesi à frente de Berger).

Hill perseguia Schumacher de perto, enquanto Mansell ficava para trás e era pressionado por Alesi, mas sem o francês conseguir ultrapassar. Já naquela época o problema de ultrapassagens se fazia presente em Magny-Cours e com a volta dos reabastecimentos, a corrida seria decidida pela estratégia. Com o sol forte, parar uma única vez era basicamente impossível e então os pilotos parariam ou duas ou três vezes. As seis primeiras posições ficaram inalteradas por 17 voltas, com a corrida se tornando uma verdadeira procissão, que terminou na volta seguinte. Mansell inaugurou as paradas e ficou claro que ele pararia três vezes. Assim como a maioria que vinha brigando pela ponta. Rubens Barrichello permanecia mais tempo na pista e já aparecia em segundo, enquanto Alesi deixava Mansell para trás na mais pura estratégia.

Quando vai aos boxes, Rubinho tem problemas em seu pit-stop e caí novamente para sexto. Claramente sem ritmo, Mansell é ultrapassado por Berger e Barrichello e fica em sexto, enquanto outra procissão se iniciava com os pilotos esperando a próxima rodada de paradas para verem como ficariam na corrida. Alesi inaugura a segunda rodada de paradas na volta 35, caindo para quarto e duas voltas mais tarde foi a vez de Schumacher ir aos boxes, deixando Hill na liderança. Mostrando seu ritmo forte, mesmo estando mais pesado, o alemão da Benetton se aproximou de Hill em cinco voltas, mas sabendo que o inglês pararia em poucas voltas, Schummy resolveu ficar atrás da Williams. Correndo em casa, Alesi decepcionava novamente ao rodar e perder tempo, mas quando o francês voltava à pista, Barrichello estava passando e o acidente foi inevitável. Rubinho ficou bastante irritado com a manobra de Alesi!

Quando Hill fez sua parada, o inglês ficou 20s atrás de Schumacher e com o abandono de Mansell na volta 45, a corrida ficou praticamente decidida. Mostrando seu carisma, mesmo num país estrangeiro, Mansell foi extremamente aplaudido pela torcida francesa enquanto voltava aos boxes. Schumacher venceria novamente e fazia do campeonato apenas uma questão de tempo. Hill era o único que podia fazer frente ao alemão em 1994, mas Schumacher mostrava que substituiria, e bem, os quatro fantáticos nas próximas quatorze temporadas com vários títulos, polêmicas e vitórias.

Chegada:
1) Schumacher
2) Hill
3) Berger
4) Frentzen
5) Martini
6) De Cesaris

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