
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
R31

C30

T128

domingo, 30 de janeiro de 2011
Grand Slam

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
F150

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
História: 35 anos do Grande Prêmio do Brasil de 1976




terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Johnny

Alberto Cecotto nasceu no dia 25 de janeiro de 1956 em Caracas, na Venezuela. A velocidade sempre esteve presente na vida de Johnny, seu apelido de infância que o acompanharia por toda a carreira. Filho do italiano Giovanni

Com uma Yamaha 350cc, Johnny Cecotto começava a despontar como uma jovem promessa do motociclismo latino-americano. Após conquistar sua primeira vitória na carreira em abril de 1973, o venezuelano faz sua primeira prova internacional no mês seguinte em Interlagos, numa prova de longa duração pelo


Quando foi para a Europa pela segunda vez, desta vez para estrear no Mundial de Motovelocidade, Johnny Cecotto era um jovem desconhecido numa equipe particular da Yamaha. Trazendo para os dias de hoje, daria para imaginar um piloto sair da América Latina e em seu primeiro final de semana na Europa vencer as duas corridas da GP2? Pois foi exatamente isso que Cecotto fez, vencendo em Paul Ricard nas 250cc e nas 350cc, causando um verdadeiro vendaval no paddock do Mundial de Motociclismo. Quem era esse venezuelano? Foi sorte? Cecotto demonstraria que não. Ao l


A Yamaha agora tinha dois pilotos ponta (Cecotto e Roberts) para enfrentar a Suzuki de Sheene, mas o destino quis que o campeonato de 1979 fosse disputado apenas entre Roberts e o inglês. Na segunda etapa do campeonato, novamente em Salzburgring, Cecotto sofre uma queda e é atropelado por Gianni Rolando, destruindo sua rótula esquerda. Mais uma vez as chances de título de Cecotto acabam ainda no começo do campeonato, na Áustria, mas o pior ainda estava por vir. A Yamaha não renova com Johnny para 1980 e o venezuelano passa a sentir fortes dores no joelho esquerdo, fazendo com que tivesse sérias dificuldades em pilotar. Ainda com uma Yamaha, mas sem apoio direto da

Agora concentrado unicamente no automobilismo, Johnny Cecotto disputa o Campeonato Europeu de F2 pela equipe Minardi em 1981, um time considerado médio da categoria e que utilizava motores BMW. Seria o início de uma relação que duraria, entre idas e vindas, 15 anos entre Cecotto e a marca bávara. Johnny seria o segundo piloto da equipe, circundando Michele Alboreto e por isso os resultados


Ainda jovem, mas com algumas limitações físicas pelos seus acidentes, Johnny Cecotto resolve se dedicar ao turismo, onde consegue muito sucesso nos anos seguintes. Após retornar ao automobilismo no Campeonato Europeu de Turismo com uma BMW em 1985, Cecotto é contratado pela Volvo no mesmo campeonato e era um dos líderes do certame de 1986 quando acabou desclassificado de algumas provas por que a fábrica sueca tinha usado combustível ilegal. Em 1987 Johnny volta a BMW e disputa o campeonato mundial de turismo (que tinha corridas de média e longa duração) com Gianfranco Brancatelli, conquistando uma vitória marcante nos 1000 Km do Monte Panorama. Em 1988 Cecotto se transfere para o DTM, mas é contratado a peso de ouro pela Mercedes, onde fica apenas um ano, retornando a BMW na temporada seguinte. Juntamente com o DTM, Cecotto também participou do Campeonato Italiano de Turismo pela BMW e com sete vitórias ele foi campeão, garantindo seu primeiro título no automobilismo. Mais concentrado no DTM em 1990, Johnny disputa o título ponto a ponto com a o piloto da Audi Hans-Joachim Stuck, mas na última corrida do ano, em Hockenheim, Cecotto tem sua prova (e o campeonato) prejudicada ao levar um toque na primeira volta de um piloto convidado da Mercedes. Um tal de Michael Schumacher... Em 1994, Johnny Cecotto volta ao Brasil para participar das Mil Milhas de Brasília com uma BMW M3 com Nelson Piquet e Ingo Hoffmann, terminando em 4º. Ao lado do tricampeão mundial de F1, Cecotto participaria das 24h de Le Mans em 1996 com um McLaren F1 GTR e vence duas provas no Brasil, em Brasília e Curitiba. Com o fim do DTM (ou ITC), surge na Europa os Campeonatos de Superturismo, com carros sedã de quatro portas e motor 2l. Eram carros belíssimos e campeonatos nacionais de altíssimo nível, com destaque para o Alemão, Italiano e Inglês. A BMW prepara o modelo 320i para Johnny Cecotto e Joachim W

Parabéns!
Johnny Cecotto
domingo, 23 de janeiro de 2011
A luta de Stoneman

terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Tributo a Burns
Homem Borracha

Christian Fittipaldi nasceu no dia 18 de janeiro de 1971 na cidad


Levando o sobrenome Fittipaldi, Christian sofria toda a pressão de ser rápido e vencer, mas o paulistano não decepcionou, se tornando um dos pilotos dominantes do kartismo brasileiro ao longo dos anos 80, utilizando uma réplica do capacete do seu pai, mas com as cores ao contrário. Enquanto Wilsinho utilizava um casco verde escuro com gotas amarelas, Christian sempre correu com um capacete amarelo com gotas verdes. Logo no início de sua carreira, Christian Fittipaldi encontrou aquele que seria seu maior adversário nas pistas de kart. Um loirinho apenas um ano mais jovem do que ele: Rubens Barrichello. Christian e Rubinho passaram várias temporadas se degladiando nos kartodromos nacionais, enquanto seus pais, Wilsinho e Rubão Barrichello, discutiam asperamente fora das pistas. Conta a lenda que, enquanto seus pais quase se agrediam por uma ou outra manobra dentro das pistas, Christian e Rubinho brincavam juntos de pipa no lado de fora do kartodromo. Quando completou 17 anos, Christian estreou nos monopostos, na F-Ford brasileira, enquanto seu pai retornava ao cargo de chefe de equipe. Com uma baita estrutura e utilizando seu talento, Fittipaldi conseguiu fazer um bom campeonato, mas perdeu o título de 1989 para Tom Stefani. Se sentindo preparado para dar um passo adiante, Christian se mudou para a F3 em 1990, mas o brasileiro foi ainda mais ambicioso. Utilizando a sua equipe, a Fittipaldi Competicíon, Christian participou dos Campeonatos Sul-Americano e Inglês da categoria, conseguindo muito sucesso em ambas. Na América do Sul, o time conseguiu bater as equipes argentinas e Christian se tornou campeão, enquanto que na Inglaterra o paulista conseguiu vários bons resultados, culminando com um 2º lugar em Silverstone, logo atrás do campeão daqu

Com um sobrenome famoso e talento


Continuando o bom momento, Christian consegue sua melhor posição na F1 logo na primeira corrida de 1993, em Kyalami, com um 4º lugar. Porém, mesmo conseguindo pontuar mais uma vez com um 5º lugar em Mônaco, o brasileiro não estava nada satisfeito com seu carro, onde raramente largava entre os 20 primeiros. No Grande Prêmio da Itália, Christian sofre um dos acidentes mais espetaculares e fotografados da história da F1 quando toca na roda traseira do seu companheiro de equipe Pierluigi Martini na última volta, na reta de chegada, dando um looping e batendo forte no chão. Apesar do susto, desta vez Christian não sofreria nenhuma consequencia desta pancada. Com vários patrocinadores lhe apoiando, Christian se mudou para a Footwork em 1994, mas os resultados não melhoraram muito e o brasileiro ainda sofreria com o choque da morte de Senna em Ímola. Com 40 corridas de F1 no currículo e poucas perspectivas de melhorar na categoria, Christian tomou uma atitude radical no final de 1994. Repetindo o que fez seu tio Emerson dez anos antes, Christian se mudou para os Estados Unidos em 1995 para competir na Fórmula Indy. Era o auge da categoria, um ano antes da separação que se provaria extremamente danosa para o automobilismo de monoposto dos Estados Unidos. Correndo pela equipe Walker num carro com o desenho da bandeira brasileira, Christian teve a honra de protagonizar uma disputa sensacional com o seu tio em Long Beach, onde Emerson, 25 anos mais velho, levou vantagem sobre o sobrinho. Na sua única 500 Milhas de Indianápolis, Christian superou vários problemas para conseguir um surpreendente segundo lugar e mesmo com poucos resultados que lhe garantiram apenas a 15º colocação no campeonato, o mais jovem dos Fittipaldi se transferiu na tempor

Com mais esse acidente grave, Christian Fittipaldi confessou nunca ter sido o mesmo piloto. A temporada de 1998 foi terrível, com poucos resultados bons, m

Com a saída de Michael Andretti d


Parabéns!
Christian Fittipaldi
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Richard

Richard Alexander Burns nasceu no dia 17 de janeiro de 1971 em Reading, na Inglaterra. A paixão do pequeno Richard pelos carros começou muito cedo, pois já aos oito anos de idade ele dirigia o carro do seu pai, Alex Burns, em um pequeno terreno próximo a sua casa. Mostrando sua precocidade, aos 13 anos Burn

Como prêmio pelo título, Richard Burns fez sua estréia no Mundial de Rally participando com o seu Peugeot do Rally do RAC, ficando apenas em 28º lugar. Tent

Burns subia de produção na medida em que ganhava mais experiência e em 1997 consegue outro pódio no difícil Rally do Safári,


Mesmo com a terceira vitória consecutiva no Rally do RAC, Burns perdeu o título para Grönholm, ficando novamente em 2º lugar no Campeonato, mas ajudando a Subaru a reaver o título do Mundial de Construtores. O ano de 2001 começa com a mesma expectativa do ano anterior, com uma disputa equilibrada e em alto nível. Porém, o ano não começou bem para Burns, com dois abandonos nas duas primeiras provas. Com dois segundos lugares na Argentina e no Chipre, logo atrás de McRae, Burns dava sinais de recuperação, mas então dois abandonos seguidos fizeram com que as esperanças de título do inglês diminuíssem bastante, inclusive complicando a renovação de contrato de Burns. A Subaru não vencia um título de 1995 com McRae e não se esforça para renovar com Burns, que se recupera com uma bela vitória na Nova Zelândia. Foi o começo da reação! O que ninguém sabia naquele momento, era que essa seria a última vitória de Burns no Mundial de Rally... Com resultados consistentes, Richard chega à Inglaterra, local da última etapa, ainda com chances reais de título, mesmo estando apenas em 3º no Mundial. Os favoritos eram Makkinen e McRae, com o escocês estando numa ótima forma. O finlandês, sofrendo com um Mitsubishi considerado antiquado, tem problemas mecânicos após bater numa pedra e perde a chance de conquistar o quinto título. Essa seria a última vez que Makkinen brigaria seriamente pelo título. Porém, McRae liderava o Rally com facilidade, mas acabaria capotando seu Ford Focus e abandona a competição. Como Carlos Sainz, esse com chances apenas matemáti

Mesmo com várias homenagens da Subaru no final do ano, Burns não acerta a renovação do seu contrato e se transfere para a Peugeot em 2002, onde seria o companheiro de equipe de Gronholm. Com os dois últimos campeões nas mãos e tendo o melhor carro, a Peugeot dizimou seus adversários, mas Burns não se aproveitou muito disso. Mais acostumados com carros longos (Mitsubishi Lancer e Subaru Impreza), Burns passou por um longo período de adaptação com o ágil e pequeno Peugeot 206 WRC. O carro era tão bom que Burns, mesmo não estando muito à vontade no pequeno bólido, conseguiu vários pódios. Para 2003, a pontuação havia mudado ficando igual a F1, privilegiando os pilotos mais regulares. Mesmo ainda não estando completamente à vontade com seu carro, Burns lidera a maior parte do campeonato mesmo sem conseguir nenhuma vitória. Na penúltima etapa do ano, na Espanha, Burns abandona e a liderança cai no colo de Petter Solberg, seu substituto na Subaru.
Alguns dias antes do Rally da Grã Bretanha, que decidiria o Mundial e no qual Burns ainda tinha chances, o inglês era uma pessoa tranqüila e com o futuro garantido. Com a FIA proibindo as equipes oficiais de terem mais de dois pilotos, Burns tinha acertado a sua volta para a Subaru em 2004, para correr ao lado de Solberg. Muito querido por toda a comunidade do WRC, Burns dava uma carona a Markko Martin rumo ao local do Rally, num carro de passeio, quando o inglês teve um desmaio repentino. O carro saiu da estrada, mas Martin consegu

terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Que pena...

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
A tragédia com Giunti
Ignazio

Após Alberto Ascari, a Itália nunca teve sucesso em termos de Campeões Mundiais, mesmo com alguns de seus representantes correndo pela Ferrari nos anos seguintes. Alguns obtiveram algum sucesso, como Lorenzo Bandini e Ludovico Scarfiotti, mas nosso personagem tinha tudo para alcançar ou até mesmo superar seus compatriotas mortos. Ignazio Giunti fez sua carreira em carros esporte, mas sua passagem curta e marcante na F1 o fez se tornar uma verdadeira promessa italiana, mas o destino não quis que Giunti, dono de um dos capacetes mais exóticos e bonitos da história do automobilismo, não chegasse ao estrelato para onde se encaminhava. Fazendo quarenta anos de sua trágica morte, vamos ver um pouco da carreira de Giunti.
Ignazio Giunti nasceu no dia 30 de Agosto de 1941 em Roma, em meio a Segunda Guerra Mundial. De uma rica família romana, Giunti pôde desfrutar de tudo do bom e do melhor durante sua juventude, inclusive sua grande paixão: dirigir o mais rápido possível suas Alfas. Em 1966 Ignazio começou sua carreira no automobilismo numa categoria muito forte e tradicional na Europa, a Subida de Montanha, ainda utilizando sua Alfa Romeo, sua marca preferida. Rapidamente o italiano conseguiu sucesso e em 1967 ele se tornou Campeão Europeu de Subida de Montanha e isso chamou a atenção da própria Alfa Romeo, que o contratou através do seu braço automobilístico, a Autodelta em 1968. Correndo no Campeonato de Esporte-Protótipo com o modelo T33, Giunti consegue sucesso imediato, correndo sempre ao lado do compatriota Nanni Galli. Ele termina a famosa Targa Florio em 2º lugar e, mais importante, completa sua primeira 24 Horas de Le Mans em 4º lugar no geral, vencendo em sua classe, lhe garantindo a vitória no Criterium des Cévennes. No final de 1968, Ignazio Giunti acabaria por se tornar Campeão Italiano de Esporte-Protótipo pela equipe oficial da Alfa Romeo.
Isso chamou a atenção de Enzo Ferrari, ávido em contratar pilotos italianos para o Campeonato de Esporte-Protótipo e substituir ídolos como Bandini e Scarfiotti, mortos recentemente. A dupla Giunti/Galli permaneceu com a Alfa Romeo em 1969, mas a temporada foi terrível, com vários abandonos e com o interesse da forte equipe da Ferrari, os dois não pensaram duas vezes em se transferir para o time de Maranello em 1970. Foi um casamento que deu certo quase que imediatamente. Logo na primeira corrida de Giunti com a Ferrari, ele venceu a tradicional 12 Horas de Sebring, utilizando o belo modelo 512S. Após ter chegado em segundo dois anos antes na Targa Florio, o duo Giunti/Galli, agora melhor equipado, venceu os Porsches e se consagrou na tradicional corrida de estrada italiana. Ignazio Giunti se destacava no Campeonato de Esporte-Protótipo e a Ferrari pensou em dar uma oportunidade ao italiano na F1. Naquele momento, a Ferrari se desdobrava nos dois fortes campeonatos (F1 e Mundial de Esporte-Protótipo) e isso por muitas vezes acabou atrapalhando o time, pois a divisão de forças fazia com que o time não obtivesse muito sucesso em ambos os campeonatos. Na F1, a Ferrari decidiu investir em um único carro para Jacky Ickx, mas as três primeiras etapas de 1970 somente com o belga não deu os resultados esperados e Ickx abandonou as três primeiras corridas. Porém, um novo carro estava para ser estreado e havia uma ótima expectativa para a segunda metade do campeonato, mas Ickx necessitava de uma referência. Então a Ferrari decidiu numa solução caseira e recrutou seus dois pilotos mais
promissores para dividir a equipe de F1 com Ickx. O primeiro foi o ítalo-suíço Clay Regazzoni, que tinha corrido pela Ferrari na F2 em 1969 e mesmo tendo contrato com a Tecno na categoria de acesso, participava de algumas provas no Mundial de Esporte-Protótipo com a Ferrari e mostrava sua garra e agressividade em excesso.
O outro era Ignazio Giunti e seus ótimos resultados pela Ferrari pelo Mundial de Esporte-Protótipo. Haveria uma esquema de revezamento e Giunti foi o escolhido para correr na famosa, reformada e perigosa pista de Spa, onde fez sua estréia na F1. E que estréia! Largando em 8º, Giunti levou sua arisca Ferrari ao 4º lugar, marcando seu primeiros pontos logo em sua primeira corrida na F1. Tudo levava a crer que Giunti poderia ser facilmente o piloto da vez na Ferrari, mas na Holanda, a etapa seguinte do campeonato, era a vez de Clay Regazzoni mostrar suas habilidades e o suíço não se fez de rogado ao emular o 4º lugar de Giunti. Mais adaptado aos monopostos, com uma agressividade que beirava a selvageria e com a Ferrari cada vez melhor em 1970, Regazzoni foi tomando conta da disputa com Giunti. Após outro 4º lugar na Inglaterra, Regazzoni cedeu seu lugar a Giunti e o italiano não repetiu o desempenho da estréia e foi apenas o 11º na França, graças a um demorado pit-stop para consertar um problema no cabo do acelerador de sua Ferrari. Contudo, a equipe italiana estava satisfeita com seus dois pilotos e nas duas próximas corridas, Áustria e Itália, inscreveu Giunti e Regazzoni ao lado de Ickx. Giunti não fazia um mal papel, mas Regazzoni se sobressaiu nessas duas corridas, com um 2º lugar e uma vitória em Monza, enquanto Giunti chamaria mais atenção por uma das fotografias mais conhecidas da história da F1. Na aproximação da curva Parabólica, Emerson Fittipaldi erra a freada e sobe na traseira de Giunti, destruindo a Lotus que era de Rindt.
A prova em Monza seria a última de Giunti na F1. Regazzoni, mesmo começando o campeonato em andamento, terminou o certame em 3º e foi o escolhido pela Ferrari para ser o 2º piloto da escuderia em 1971. Porém, Giunti correria em algumas provas mais importantes, principalmente porque Mario Andretti, o 3º piloto, ainda se concentrava mais nos seus compromissos nos Estados Unidos. Ignazio Giunti passaria a se concentrar mais no Mundial de Esporte-Protótipo e a briga encardida contra as Porsche da equipe de John Wyer. A primeira prova seria os 1000 km de Buenos Aires, logo no começo do ano, em 10 de janeiro de 1971. Foi na tradicional pista portenha que Ignazio Giunti morreria num dos acidentes mais bizarros e impressionantes da história do automobilismo mundial.
Correndo ao lado de Arturo Merzario, Giunti foi designado para fazer a primeira perna da longa corrida e o italiano vinha nas primeiras posições. Apenas na 36º volta, Jean Pierre Beltoise ficou sem combustível faltando apenas 200m da entrada dos boxes. Como era uma corrida longa, o francês não pensou duas vezes e passou a empurrar seu Matra MS660 rumo aos boxes. Eram, definitivamente, outros tempos. O problema para Beltoise era que a última curva era um aclive e o francês encontrava muitas dificuldades em empurrar seu pesado bólido, passando a fazer um irresponsável zigue-zague pela pista, que foi pouca sinalizada pelos comissários. Se aproximando da reta dos boxes, vinham duas Ferraris, com Mike Parkes (uma volta atrás) logo à frente de Giunti. O inglês desviou da Matra de última hora, pela grama, mas Giunti, com a visão encoberta, não teve chances e atingiu a traseira da Matra em cheio, com Beltoise se salvando por milagre. A Ferrari imediatamente se transformou numa bola de fogo, se arrastando pela reta dos boxes. Merzario, como faria cinco anos mais tarde em Nürburgring com Niki Lauda, saiu correndo e enfrentou o fogo para tirar o corpo desfalecido de Ignazio Giunti. Porém, era tarde demais. O forte impacto com a traseira da Matra tinha sido suficiente para matar Ignazio Giunti, aos 29 anos de idade.
O mundo inteiro ficou horrorizado com a morte de Giunti e imediatamente apontou o dedo para Beltoise. O francês foi preso e acusado de homício culposo, sendo libertado sob fiança, desde que ele estivesse a disposição de um tribunal argentino em dois meses. Na Itália exigiu-se que Beltoise nunca mais corresse, mas Beltoise acabou suspenso por seis meses das corridas. Apesar da irresponsabilidade em empurrar seu carro em zigue-zague pela pista, Beltoise teve várias atenuantes em seu julgamento. Primeiro, ele não foi impedido pelos comissários argentinos de empurrar seu carro rumo aos boxes e além disso, não havia nenhuma sinalização no local. Mike Parkes, que desviou da Matra no último momento, confirmou isso. E outro detalhe foi que Beltoise passou duas voltas tentando empurrar seu carro, ou seja, teoricamente as duas Ferraris já tinham visto o esforço do francês outras duas vezes. No final da investigação, a FIA decidiu que a partir daquele momento estava proibido de se empurar carros rumo ao boxe, com o piloto sendo excluído imediatamente da corrida quando ficar parado no meio da pista. Infelizmente, isso não veio a tempo de salvar a vida de Ignazio Giunti, que recebeu algumas homenagens post-mortem, como um busto no circuito de Vallelunga, próximo a sua Roma natal. Uma justa referência a um jovem piloto que teria um belo futuro pela frente.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Chilique alonsiano
domingo, 2 de janeiro de 2011
Striezel

Ele era loiro, simpático e seus 1,94m não indicava que ele seria um piloto de corridas. Porém, Hans Joachim Stuck, filho de uma lenda do automobilismo alemão, se tornou um grande (literalmente) piloto não apenas de F1, mas principalmente no turismo ao longo de três décadas. Completando 60 anos no alvorecer de 2011, iremos conhecer um pouco a mais a carreira desse alemão carismático e bem-humorado.
Hans Joachim Stuck nasceu no dia primeiro de janeiro de 1951 em Garmisch-Partenkirchen, na Alemanha. Ainda bebê, foi morar na Áustria com seus pais e sua avó lhe apelidou de Striezel, pois ele se parecia com um dos famosos bolos bávaros. O automobilismo entrou muito cedo na vida do pequeno Hans Joachim, pois seu pai e quase xará, Hans Stuck, foi uma lenda do automobilismo alemão e mundial, inclusive sua amizade pessoal com Adolf Hitler ajudando a arquitetar o investimento nazista no automobilismo tedesco na década de 30. Stuck correu com ao lado de pilotos do naipe de Rudolf Caracciola, Bern Rosemeyer e Tazio Nuvolari, mas após a Segunda Guerra Mundial, Stuck passou a se dedicar em corridas de subida de montanha, inclusive ficando conhecido como ‘Rei da Montanha’. Quando Hans-Joachim nasceu, Stuck Sr. já estava na parte final da carreira, mas ainda houve tempo para Stuck pai ensinar Stuck filho a correr, no Inferno Verde de Nürburgring. Isso foi de valia dupla para a carreira de Hans Joachim. Primeiro, ele virou um especialista na perigosa e empolgante pista alemã. Segundo, por causa da inconstância climática na região, Stuck passou a andar maravilhosamente em pistas escorregadias, a ponto de também ser conhecido como Regenmeister (Mestre na Chuva).
A primeira corrida oficial de Hans Joachim foi em maio de 1969, aos 18 anos, com um BMW. Logicamente na pista de Nürburgring. Stuck correu o ano inteiro com o mesmo carro e rapidamente conseguiu destaque no automobilismo alemão, sempre correndo em turismo. No ano seguinte, de forma surpreendente, Stuck venceu a tradicional 24 Horas de Nürburgring com o mesmo BMW e em 1972 ele venceu a não menos tradicional 24 Horas de Spa, desta vez com um Ford Capri. Até então Stuck corria apenas em carros de turismo, mas começava a se destacar pelo seu estilo agressivo e muitas pessoas lotavam as arquibancadas de Nürburgring e Hockenheim apenas para ver Stuck. Mesmo tendo conquistado essa importante vitória com um Ford em 1972, Hans era apoiado fortemente pela BMW e a marca bávara investia forte no Campeonato Europeu de F2. Mesmo muito alto para correr em monopostos, Stuck passou a correr na F2 a partir de 1973, na equipe oficial da March, com motores BMW. Mesmo sem marcar um único ponto na temporada, Stuck conseguiu um lugar na equipe March de F1 para 1974, onde obtém resultados bem melhores. Logo em sua terceira corrida, Hans Joachim marcar seus primeiros pontos na F1 com um 5º lugar na África do Sul. A fase do alemão era muito boa, pois na F2 Stuck, ainda na equipe oficial da March-BMW, termina o campeonato de 1974 em 2º lugar com três vitórias (Barcelona, Hockenheim e Enna-Pergusa). Apesar da ótima temporada, Stuck perdeu seu lugar na F1 e se dedicou ao Campeonato Alemão de Turismo, onde foi campeão com a BMW. Isso forçou a March a recontratá-lo para 1976 e o alemão fez uma temporada de poucos pontos, pois na época, a March investia mais na F2, como provava as vitórias de Stuck quando era convidado a correr nas corridas alemãs.
Na época, a agressividade de Stuck começava a ser confundida com irresponsabilidade e o alemão começava a ficar marcado na F1 como um piloto perigoso, com algumas manobras temerosas. Para piorar, a March contrata Ian Scheckter e Alex Dias Ribeiro para sua equipe de F1 para 1977 e Stuck tem que se conformar com uma equipe particular. No entanto, o destino fez a carreira do alemão dar uma guinada. A Brabham-Alfa Romeo começava a se mostrar uma força graças aos acertos conseguidos por José Carlos Pace, mas bem no momento em que o carro deixava as quebras para trás, o brasileiro acabou morrendo no início de 1977 num acidente aéreo. Com os grandes nomes já empregados e com a temporada em andamento, Bernie Ecclestone traz Hans-Joachim Stuck para o time. No começo, o alemão não é páreo para John Watson, o outro piloto da Brabham, mas aos poucos Stuck consegue melhorar seu desempenho e os resultados melhoraram a ponto do alemão conseguir dois pódios consecutivos (3º na Alemanha e na Áustria). No final da temporada, Stuck lidera o chuvoso Grande Prêmio dos Estados Unidos-Leste depois de largar em 2º, mas acabaria por sofrer um acidente. Hans Joachim termina a temporada de 1977 em alta, mas a Brabham, numa grande sacada de Ecclestone, contrata Niki Lauda por um contrato milionário e Stuck tem que procurar uma equipe para 1978, o que não foi difícil graças a sua boa temporada. Stuck tinha uma proposta da Williams, que construiria seu novo carro com o dinheiro dos árabes, mas o alemão comete o erro estratégico de escolher a tumultuada equipe Shadow, que passava por grandes reformulações e a cisão que faria surgir a Arrows. Mais preocupado em provar na justiça que a Arrows era uma cópia do seu carro, a Shadow não faz uma boa temporada e Stuck só marca pontos com um 5º lugar. Em 1979, Stuck troca a Shadow pela ATS, tão alemã quanto ele, mas o time não constrói um bom carro e Hans Joachim larga a maioria das provas abaixo do 20º lugar. Na última corrida da temporada, no que seria sua despedida da F1, Stuck marca seus únicos pontos do ano e termina sua participação na F1 com 74 corridas, dois pódios e 29 pontos no total. Enquanto isso, a Williams, que Stuck havia desprezado, conseguia suas primeiras vitórias e iniciava sua trajetória para se tornar uma equipe vencedora...
Após sua aventura nos monopostos, Stuck retorna as origens e volta a correr de turismo, com um BMW no Campeonato Mundial de Turismo e posteriormente para o Mundial de Esporte-Protótipo. O alemão consegue vitórias eventuais em equipes particulares, mas em 1985 ele se transfere para a famosa equipe Rothmans Porsche, com o espetacular modelo 962. Ao lado de Derek Bell, ele vence em Hockenheim, Mosport Park e Brands Hatch, terminando no pódio várias vezez e garantiria o título da temporada. Ele manteria título no ano seguinte, depois de vencer em Monza e, mais importante, triunfar nas 24 Horas de Le Mans. No ano seguinte ele se juntou a Joest Racing e não consegue o tricampeonato, mas vence novamente no circuito de Sarthe. Em 1989, ele competiu na IMSA e na temporada seguinte ele retorna a Europa para disputar o DTM pela equipe oficial da Audi, com o modelo Quattro SMS. Após sete vitórias em 22 provas, Stuck se sagra campeão do DTM em sua reestréia. Em 1995 ele termina o Campeonato do DTM em 4º na equipe Opel Rosberg e então decide se aposentar como piloto, participando de corridas eventuais, principalmente em Le Mans, onde jamais voltaria a vencer. Em 2004, ele venceu as 24 Horas de Nurburgring, 35 anos após seu primeiro sucesso e no ano seguinte participou do mal-fadado GP Masters. Morando na Áustria, Stuck foi durante muitos anos comentarista da F1, onde destilou o mesmo bom humor que o fez ser um dos pilotos mais carismáticos e queridos do automobilismo mundial. Desde 2008, Stuck é presidente da Volkswagen Motorsport e pode ser o homem por trás da ida da montadora da F1 num futuro próximo. Assim como seu pai fez quase setenta anos atrás.
Parabéns!
Hans Joachim Stuck