Nunca concordei quando um ou outro dizia que Jenson Button tinha sido um campeão medíocre. Quem acompanhou a carreira desse inglês com pinta de galã sabe que sempre lhe faltou carro e seu estilo clássico de guiar se confundia com sua garra em não desistir nunca. Uma tradição inglesa desde os tempos de Nigel Mansell. Pois quem via em Button apenas em um sortudo de ter o carro dominador nas mãos no momento correto e sempre ter lindas namoradas, é bom reavaliar suas convicções após a tumultuada corrida de hoje. E foi exatamente na característica de não desistir nunca que Button conseguiu uma vitória inesperada pelas confusões em que se envolveu e as punições recebidas. Vettel continua líder e dificilmente o título lhe escapará, mas Montreal viu outra corrida histórica e, diferente das demais provas, uma pilotagem para entrar na memória dos que amam a F1.
Durante a semana inteira se falava em previsão de chuva durante o final de semana do Grande Prêmio do Canadá, mas se a metereologia falhou no sábado, a chuva veio forte no domingo. Talvez forte demais... Após um início confuso, com vários incidentes e a corrida truncada por várias intervenções do safety-car, um dilúvio se abateu em Montreal e a bandeira vermelha apareceu pela segunda corrida consecutiva. Até este momento, Vettel liderava fácil, com Kobayashi e Massa logo a seguir. A dúvida de estar com os pneus corretos pairaram no ar e por isso houve várias modificações na corrida, com o segundo colocado no grid Alonso lá atrás, por exemplo. Button também entrou nessa situação, mas de maneira forçada. Em outra diarréia mental de Hamilton, o inglês campeão de 2009 quase teve sua corrida terminada quando foi jogado contra o pit-wall pelo próprio companheiro de equipe e foi aos boxes pela primeira vez, colocando pneus intermediários. A chuva veio forte e Button fez outra parada, sendo que esta era a sua terceira passagem nos pits, já que o inglês fui punido por ter excedido a velocidade atrás do safety-car. Após as duas horas de interrupção, Button se envolveu em um toque com Alonso e ainda foi punido pela manobra. O inglês teve a sensibilidade de colocar os pneus intermediários e depois os slicks, quando uma trilha seca cortava o circuito Gilles Villeneuve. Mais rápido nas voltas finais, Button passou quem vinha pela frente, mas um safety-car no finalzinho da corrida acabou lhe ajudando, pois ele encostou na briga pelo segundo lugar entre Webber e Schumacher. Esperto, Button se aproveitou de um erro de Webber para o ultrapassar, deixando o heptacampeão para trás facilmente mais tarde. Faltavam quatro voltas. A diferença para o intocável Vettel não era grande. E Button não desistiu. Fez volta mais rápida em cima de volta mais rápida e quando encostou na Red Bull do atual campeão, Vettel começou a andar no mesmo ritmo de Button, mesmo com o inglês ligeiramente mais rápido. Em condições normais, Vettel venceria quando cortou a linha de chegada pela penúltima vez. Mas a corrida de hoje foi tudo, menos normal. Vettel segurou de forma sensacional Alonso e o próprio Button na última corrida em Monte Carlo e nada poderia indicar o que aconteceu nas últimas curvas, quando o alemão errou e Button partiu sozinho para uma das vitórias mais sensacionais dos últimos tempos. Uma vitória maiúscula do inglês da McLaren, que mesmo passando nos boxes seis vezes, nunca baixou os braços e não saindo de sua pilotagem limpa, foi o mais rápido da pista e fez Vettel, um piloto sensacional e cada vez mais maduro, errar na última volta.
A forma como Button venceu em Montreal diminuiu a tensão pela interrupção da corrida por mais de duas horas. Mas em matéria de tensão, as coisas não estão tão rosas na McLaren. Lewis Hamilton aprontou novamente, se envolvendo em um toque com Mark Webber na primeira curva da corrida de hoje e quase pôs Jenson Button no muro, mas como os deuses queriam agraciar Button com uma vitória histórica, Hamilton acabou se dando mal e abandonou a corrida com a suspensão quebrada. Lewis é um baita piloto, mas precisa seguir o exemplo de Vettel, que claramente evolui sem nos dar uma sensação que está mais cerebral ou até mesmo mais lento. Hamilton dá a impressão de estar involuindo. Falando em Vettel, o alemão liderou a corrida praticamente de ponta a ponta, mas justamente na volta final cometeu um erro que não foi visto em 2011. Talvez o alemão da Red Bull tenha se assustado com a chegada incrível de Button nas voltas finais e, saindo de sua zona de conforto, precisou forçar seu Red Bull e sem a concentração necessária, acabou saindo da pista, sendo que o fato de não ter batido ou rodado já mostrou bem toda a sua habilidade. Contudo, sem Alonso e Hamilton marcando pontos, esse segundo lugar não deixa de ser um bom resultado para Vettel, que lidera o campeonato com ampla folga. Mark Webber fez uma prova brilhante de recuperação após ter recebido um toque de Hamilton na primeira curva, mas o australiano maculou sua bela pilotagem pelos erros sucessivos na tentativa de ultrapassar Schumacher no final, quando tinha muito mais carro, permitindo com certa facilidade a passagem de Button no final. Webber ainda garantiu seu lugar no pódio, mas pelo o que fez na corrida, Schumacher merecia ter ficado com o terceiro lugar. O alemão fez sua melhor corrida desde sua volta e a ultrapassagem feita sobre Kobayashi e Massa, mesmo com o erro do japonês, merece destaque para aqueles críticos que dizem que Schummy não sabe ultrapassar.
Falando em Kobayashi, novamente o japonês foi brilhante quando ficou na pista no momento certo e quando a bandeira vermelha apareceu, ele era o segundo colocado e com a prerrogativa de poder trocar seus desgastados pneus de chuva, manteve a posição após a relargada. O piloto da Sauber segurou a Ferrari de Felipe Massa com maestria, andando claramente mais do que o carro e quando isso acontece, normalmente erros aparecem e Kobayashi acabou saindo da pista, proporcionando um dos belos momentos da corrida, quando Schumacher o ultrapassou junto com o brasileiro. A ponto de repetir seu melhor resultado do ano, Kobayashi acabou superado por Massa na linha de chegada, numa bandeirada digna da lendária chegada Senna-Mansell em Jerez/86. Apesar dessa alegria final, Massa tem muito o que se lamentar na sua melhor corrida do ano. Felipe chegou a pressionar Alonso no início da corrida e resolveu ficar na pista no momento em que alguns pilotos, como Alonso, colocaram pneus intermediários, capitalizando a bandeira vermelha com o terceiro lugar. Quando a corrida se encaminhava com a tranqüilidade, Massa tinha o segundo lugar nas mãos, mas o brasileiro saiu da trilha seca com pneus slicks e acabou batendo no muro, tendo sorte em ter podido voltar à prova e ter colocado um bico novo. O pódio não veio, mas Felipe mostrou evolução em Montreal, mesmo com a Ferrari não querendo se lembrar deste final de semana canadense. Favorita a vitória após a boa Classificação, a Ferrari viu Massa ficar apenas em 6º e Alonso no muro, após um toque com Button. Muito pouco para quem largou em 2º e 3º.
A Renault voltou a andar bem, com Heidfeld e Petrov sempre entre os primeiros colocados, mas Heidfeld se afobou em uma tentativa de ultrapassagem sobre Kobayashi e acabou provocando um acidente perigoso quando sua asa dianteira foi para baixo do seu carro e seu Renault descontrolado bateu forte no muro, trazendo o último safety-car do dia. Petrov, sem a confiança da equipe após um 2010 instável, já está à frente de Heidfeld no campeonato, teoricamente o primeiro piloto da equipe após o acidente de Kubica. Por isso que a TV sempre procura Bruno Senna após um take de Heidfeld. Sem condições com seu Williams, Barrichello pontuou mais uma vez, enquanto Maldonado acabou abandonando mais uma vez quando estava na zona de pontuação de forma sólida no final da corrida. O venezuelano está precisando de uma rezadeira... Paul di Resta vem se tornando a revelação do ano, com uma pilotagem sólida em condições traiçoeiras e um carro que também não está entre os melhores. Por isso, sua punição, o toque e o acidente no final não era o fim da corrida merecido para Di Resta, enquanto Sutil abandonou a corrida, mas não fez frente ao seu jovem companheiro de equipe. Rosberg ficou bem abaixo do companheiro de equipe, enquanto a Toro Rosso marcou pontos com seus dois pilotos, algo muito bom para dois jovens pressionados como Buemi e Alguersuari. De la Rosa, que foi avisado de que iria correr faltando dez minutos para o início do segundo treino livre, ao menos não comprometeu e completou a corrida. Das pequenas, que podiam se aproveitar da confusa corrida de hoje, pouco fizeram e ficaram uma volta atrás dos líderes.
Foi uma corrida que ficará marcada na história pela chuva que caiu, a longa interrupção, pelo final emocionante e pela pilotagem antológica de Jenson Button. O título está indo para as mãos de Vettel de forma até fácil, mas ninguém poderá reclamar de provas chatas.
Durante a semana inteira se falava em previsão de chuva durante o final de semana do Grande Prêmio do Canadá, mas se a metereologia falhou no sábado, a chuva veio forte no domingo. Talvez forte demais... Após um início confuso, com vários incidentes e a corrida truncada por várias intervenções do safety-car, um dilúvio se abateu em Montreal e a bandeira vermelha apareceu pela segunda corrida consecutiva. Até este momento, Vettel liderava fácil, com Kobayashi e Massa logo a seguir. A dúvida de estar com os pneus corretos pairaram no ar e por isso houve várias modificações na corrida, com o segundo colocado no grid Alonso lá atrás, por exemplo. Button também entrou nessa situação, mas de maneira forçada. Em outra diarréia mental de Hamilton, o inglês campeão de 2009 quase teve sua corrida terminada quando foi jogado contra o pit-wall pelo próprio companheiro de equipe e foi aos boxes pela primeira vez, colocando pneus intermediários. A chuva veio forte e Button fez outra parada, sendo que esta era a sua terceira passagem nos pits, já que o inglês fui punido por ter excedido a velocidade atrás do safety-car. Após as duas horas de interrupção, Button se envolveu em um toque com Alonso e ainda foi punido pela manobra. O inglês teve a sensibilidade de colocar os pneus intermediários e depois os slicks, quando uma trilha seca cortava o circuito Gilles Villeneuve. Mais rápido nas voltas finais, Button passou quem vinha pela frente, mas um safety-car no finalzinho da corrida acabou lhe ajudando, pois ele encostou na briga pelo segundo lugar entre Webber e Schumacher. Esperto, Button se aproveitou de um erro de Webber para o ultrapassar, deixando o heptacampeão para trás facilmente mais tarde. Faltavam quatro voltas. A diferença para o intocável Vettel não era grande. E Button não desistiu. Fez volta mais rápida em cima de volta mais rápida e quando encostou na Red Bull do atual campeão, Vettel começou a andar no mesmo ritmo de Button, mesmo com o inglês ligeiramente mais rápido. Em condições normais, Vettel venceria quando cortou a linha de chegada pela penúltima vez. Mas a corrida de hoje foi tudo, menos normal. Vettel segurou de forma sensacional Alonso e o próprio Button na última corrida em Monte Carlo e nada poderia indicar o que aconteceu nas últimas curvas, quando o alemão errou e Button partiu sozinho para uma das vitórias mais sensacionais dos últimos tempos. Uma vitória maiúscula do inglês da McLaren, que mesmo passando nos boxes seis vezes, nunca baixou os braços e não saindo de sua pilotagem limpa, foi o mais rápido da pista e fez Vettel, um piloto sensacional e cada vez mais maduro, errar na última volta.
A forma como Button venceu em Montreal diminuiu a tensão pela interrupção da corrida por mais de duas horas. Mas em matéria de tensão, as coisas não estão tão rosas na McLaren. Lewis Hamilton aprontou novamente, se envolvendo em um toque com Mark Webber na primeira curva da corrida de hoje e quase pôs Jenson Button no muro, mas como os deuses queriam agraciar Button com uma vitória histórica, Hamilton acabou se dando mal e abandonou a corrida com a suspensão quebrada. Lewis é um baita piloto, mas precisa seguir o exemplo de Vettel, que claramente evolui sem nos dar uma sensação que está mais cerebral ou até mesmo mais lento. Hamilton dá a impressão de estar involuindo. Falando em Vettel, o alemão liderou a corrida praticamente de ponta a ponta, mas justamente na volta final cometeu um erro que não foi visto em 2011. Talvez o alemão da Red Bull tenha se assustado com a chegada incrível de Button nas voltas finais e, saindo de sua zona de conforto, precisou forçar seu Red Bull e sem a concentração necessária, acabou saindo da pista, sendo que o fato de não ter batido ou rodado já mostrou bem toda a sua habilidade. Contudo, sem Alonso e Hamilton marcando pontos, esse segundo lugar não deixa de ser um bom resultado para Vettel, que lidera o campeonato com ampla folga. Mark Webber fez uma prova brilhante de recuperação após ter recebido um toque de Hamilton na primeira curva, mas o australiano maculou sua bela pilotagem pelos erros sucessivos na tentativa de ultrapassar Schumacher no final, quando tinha muito mais carro, permitindo com certa facilidade a passagem de Button no final. Webber ainda garantiu seu lugar no pódio, mas pelo o que fez na corrida, Schumacher merecia ter ficado com o terceiro lugar. O alemão fez sua melhor corrida desde sua volta e a ultrapassagem feita sobre Kobayashi e Massa, mesmo com o erro do japonês, merece destaque para aqueles críticos que dizem que Schummy não sabe ultrapassar.
Falando em Kobayashi, novamente o japonês foi brilhante quando ficou na pista no momento certo e quando a bandeira vermelha apareceu, ele era o segundo colocado e com a prerrogativa de poder trocar seus desgastados pneus de chuva, manteve a posição após a relargada. O piloto da Sauber segurou a Ferrari de Felipe Massa com maestria, andando claramente mais do que o carro e quando isso acontece, normalmente erros aparecem e Kobayashi acabou saindo da pista, proporcionando um dos belos momentos da corrida, quando Schumacher o ultrapassou junto com o brasileiro. A ponto de repetir seu melhor resultado do ano, Kobayashi acabou superado por Massa na linha de chegada, numa bandeirada digna da lendária chegada Senna-Mansell em Jerez/86. Apesar dessa alegria final, Massa tem muito o que se lamentar na sua melhor corrida do ano. Felipe chegou a pressionar Alonso no início da corrida e resolveu ficar na pista no momento em que alguns pilotos, como Alonso, colocaram pneus intermediários, capitalizando a bandeira vermelha com o terceiro lugar. Quando a corrida se encaminhava com a tranqüilidade, Massa tinha o segundo lugar nas mãos, mas o brasileiro saiu da trilha seca com pneus slicks e acabou batendo no muro, tendo sorte em ter podido voltar à prova e ter colocado um bico novo. O pódio não veio, mas Felipe mostrou evolução em Montreal, mesmo com a Ferrari não querendo se lembrar deste final de semana canadense. Favorita a vitória após a boa Classificação, a Ferrari viu Massa ficar apenas em 6º e Alonso no muro, após um toque com Button. Muito pouco para quem largou em 2º e 3º.
A Renault voltou a andar bem, com Heidfeld e Petrov sempre entre os primeiros colocados, mas Heidfeld se afobou em uma tentativa de ultrapassagem sobre Kobayashi e acabou provocando um acidente perigoso quando sua asa dianteira foi para baixo do seu carro e seu Renault descontrolado bateu forte no muro, trazendo o último safety-car do dia. Petrov, sem a confiança da equipe após um 2010 instável, já está à frente de Heidfeld no campeonato, teoricamente o primeiro piloto da equipe após o acidente de Kubica. Por isso que a TV sempre procura Bruno Senna após um take de Heidfeld. Sem condições com seu Williams, Barrichello pontuou mais uma vez, enquanto Maldonado acabou abandonando mais uma vez quando estava na zona de pontuação de forma sólida no final da corrida. O venezuelano está precisando de uma rezadeira... Paul di Resta vem se tornando a revelação do ano, com uma pilotagem sólida em condições traiçoeiras e um carro que também não está entre os melhores. Por isso, sua punição, o toque e o acidente no final não era o fim da corrida merecido para Di Resta, enquanto Sutil abandonou a corrida, mas não fez frente ao seu jovem companheiro de equipe. Rosberg ficou bem abaixo do companheiro de equipe, enquanto a Toro Rosso marcou pontos com seus dois pilotos, algo muito bom para dois jovens pressionados como Buemi e Alguersuari. De la Rosa, que foi avisado de que iria correr faltando dez minutos para o início do segundo treino livre, ao menos não comprometeu e completou a corrida. Das pequenas, que podiam se aproveitar da confusa corrida de hoje, pouco fizeram e ficaram uma volta atrás dos líderes.
Foi uma corrida que ficará marcada na história pela chuva que caiu, a longa interrupção, pelo final emocionante e pela pilotagem antológica de Jenson Button. O título está indo para as mãos de Vettel de forma até fácil, mas ninguém poderá reclamar de provas chatas.
Um comentário:
JC meu querido ontem o bicho pegou! Fazia muito, muito tempo que não presenciava uma corrida tão espirituosa e louca quanto essa - bem a cara do Canadá - bem a cara de Piquet x Mansell em 1991 já na última volta. Mais um post super show. Continue assim e um dia alguém reconhecerá o seu valor.
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