quarta-feira, 20 de março de 2013

Em busca da popularidade perdida


Uma semana após o início da temporada da F1, a Indy começa 2013 no já tradicional palco de Saint Petersburg. Ano passado foi de transição para a categoria, que passa a impressão de só ter destaque nos Estados Unidos e no mundo durante as 500 Milhas de Indianápolis, enquanto o resto do campeonato fica escondido perante a popularidade da F1 (no mundo) e da Nascar (nos Estados Unidos). Além disso houve a trágica perda de Dan Wheldon na corrida final de 2011 e a mudança de chassi e motores para fazer de 2012 um ano ainda mais atípico do que os demais.

Porém, 2012 foi igual em alguns aspectos com relação aos outros. Will Power dominou nos mistos, pecou nos ovais e perdeu o título da corrida final, conseguindo um tri-vicecampeonato de fazer inveja ao Vasco da Gama. Melhor piloto disparado nos mistos, o australiano da Penske ainda não tem a mesma consistência nos ovais e Power vacilou em momentos cruciais das provas finais, mesmo ela nos mistos. Só que ao invés de entregar, de mão beijada, o título à Dario Franchitti, ano passado quem levou a melhor foi Ryan Hunter-Reay. O americano da
equipe Andretti quase ficou de fora da Indy algumas vezes por falta de apoio, mas achou em Michael Andretti quem acreditasse nele e Hunter-Reay justificou a aposta com um surpreendente título, pois Ryan não estava entre os favoritos do ano passado, mas com três vitórias consecutivas, entrou na briga com Power e tirou o sonhado título do australiano em uma prova dramática no oval de Fontana.

As equipes começam 2013 com as mesmas caras de sempre a ponto dos maiores favoritos para este ano serem pilotos muito experientes, a maioria tendo passado da casa dos 30 anos. A Penske dispensou Ryan Briscoe (para alegria do Luciano do Valle e o famoso ‘Brian Riscoe’) e manteve Power e Helio Castroneves, este, pela 14º temporada consecutiva. De Power todos sabem o que esperar nos mistos e para tentar o título, somente uma evolução nos ovais, mesmo sendo minoria no campeonato. Já Castroneves tentará conquistar seu primeiro título no automobilismo. Isso mesmo, o brasileiro já venceu três vezes em Indianápolis, mas não sabe o gostinho de um título. Mesmo quando era jovem Hélio sempre foi um piloto muito inconsistente, com altos (como nas vitórias em Indianápolis) e baixos. Depois de velho, os baixos vêm se sobressaindo cada vez mais e só a popularidade em concursos de dança e suas vitórias nas 500 Milhas para deixá-lo na poderosa Penske.

A Ganassi permanece com a experiente dupla Dario Franchitti e Scott Dixon que já lhe garantiu cinco títulos na Indy. Franchitti não fez uma boa temporada em 2012, mas como venceu as 500 Milhas, não dá para dizer que foi um ano perdido para o escocês. Mais acostumado com o novo carro e pilotando como vinho (quanto mais velho, melhor), Franchitti pode voltar à briga este ano. Já Dixon é um piloto pouco carismático, mas muito bom em todos os tipos de circuito, apesar de passar a impressão de que seu melhor momento na carreira já passou. Com a má fase de Franchitti, Dixon tomou as rédeas da Ganassi e brigou pelo título até próximo do final. Ryan Hunter-Reay terá uma maior visibilidade com o título conquistado em 2012 e liderará a Andretti rumo ao bicampeonato e rumar aos bons tempos de Wheldon e Kanaan na metade da década passada. Forte em todo tipo de circuito, Hunter-Reay não terá tanto trabalho em sobressair-se dentro da equipe, já que Marco Andretti só está no time por ser filho do dono, enquanto o venezuelano Ernesto Viso, ao mesmo tempo rápido e maluquinho, só está na equipe devido ao patrocínio estatal que carrega. Por enquanto. Hinchcliffe mostrou ser um bom piloto, além de ser muito simpático, mas teve muito azar e se superar isso, poderá andar mais constantemente entre os ponteiros. Agora, um detalhe pouco percebido: repararam que a Andretti só fez crescer desde a saída de Danica Patrick? Sinceramente, não acho isso coincidência...

Fora as chamadas equipes grandes, o melhor é mesmo Tony Kanaan, que ano passado levou a sua equipe KV nas costas, tendo Viso e Rubens Barrichello como peso morto no time. Com Barrichello indo para a Stock e tendo a talentosa Simona de Silvestro como companheira de equipe no lugar de Viso, Kanaan poderá ter melhores referências e brigar na ponta em certos momentos quando o carro assim permitir. Bia Figueiredo correrá em algumas provas, começando por St. Pet., mas acho que a brasileira, conhecida nos EUA como Ana Beatriz, uma Danica tupiniquim. Só está lá por ser mulher e bonita. Outros que podem aparecer bem são Sebastien Bourdain, Tristan Gommendy e Josef Newgarden, pilotos que sobressaíram em suas equipes pequenas no ano passado. No caso de Bourdais, ainda não entendi como o ótimo piloto francês ainda não está numa equipe grande!

E com essa perspectiva a Indy 2013 buscando a popularidade perdida desde a fatídica cisão de 1996 e permanecendo na emoção, que sempre marcou a categoria.

2 comentários:

Vinicius disse...

João

Uma correção: é Tristan Vaultier e não Tristan Gommendy que fará sua estreia na Indy este ano.

João Carlos Viana disse...

Corrigindo sua correção Vinicius: não estava falando dos pilotos novatos, mas dos pilotos que se destacaram em 2012 com carros de equipes médias e permanecerão assim em 2013, com a perspectiva de fazerem o mesmo neste ano!

Escreva sempre!