sexta-feira, 15 de março de 2013

Rumo à Melbourne (Pilotos)


Muita gente tem calafrios em ouvir isso, mas a atual geração de pilotos da F1 é uma das melhores de todos os tempos. Minha teoria para essa ojeriza é que não há nenhum brasileiro como protagonista, ao contrário da geração de ouro anterior, quando havia dois. A grande crítica para o atual plantel de pilotos dirigiu-se para o grande número de pilotos-pagantes, inclusive quatro dos cinco estreantes. A crise está braba, mas sempre houve pay-drivers na história da F1, sendo que alguns com algum sucesso, como Niki Lauda, por exemplo.

Como nos fala a maioria das bolsas de apostas, os principais pilotos das cinco principais equipes são os grandes favoritos ao título de 2013. Sebastian Vettel (Red Bull), Fernando Alonso (Ferrari), Jenson Button (McLaren), Kimi Raikkonen (Lotus) e Lewis Hamilton (Mercedes) deverão brigar pelas vitórias em grande parte das corridas e pelo título no final. Vettel tentará um incrível tetracampeonato consecutivo que o deixaria ainda mais consolidado entre os grandes na história da F1 e para isso, terá a mesma força da Red Bull por trás, escudado por Mark Webber, cada vez mais longe do piloto que quase foi o número um da equipe em 2010 e mais próximo da aposentadoria. Na verdade, Webber só não foi mandado embora pelo consultor Helmut Marko, com quem não se dá bem, pela amizade com Christian Horner, chefe da equipe austríaca. Porém, Marko e Horner concordam em afagar Vettel e farão de tudo para levar seu talento a outro momento história na F1.

Mesmo tendo menos títulos do que Vettel, Fernando Alonso passa a impressão de ser o melhor piloto da atualidade e eu (muita gente vai ter faniquito com essa minha afirmação) acho que o espanhol fez mais em 2012 com sua Ferrari capenga do que Senna em 1993 com sua subestimada McLaren. Se serve de consolo ao espanhol, a Ferrari parece estar melhor esse ano e isso poderá ajudar bastante Felipe Massa, que já está na prorrogação na Ferrari e terá que manter o alto nível da segunda metade de 2012 para se manter numa equipe forte em 2014. Ou ir para uma equipe competitiva. A Ferrari terá sentimentos bem diferentes com Sérgio Pérez em 2013, mesmo o mexicano estando na arqui-rival McLaren. Se Pérez fracassar, a Ferrari sentirá que acertou em não trazer o protegido de Carlos Slim para a equipe. Mas se o mexicano brilhar...

A McLaren terá uma sensação estranha em 2013, pois pela primeira vez em muitos anos não terá a agressividade de Lewis Hamilton como ponto de referência, mas sim a delicadeza e a eficácia de Jenson Button, um piloto muito querido na equipe, mas que não tem aquele diferencial em uma volta rápida. Button é experiente e astuto. Como primeiro piloto pode surpreender e chegar nas cabeças. Hamilton decidiu sair da sua zona de conforto e partir para o desafio (claro, com a ‘ajuda’ de milhões de dólares) de alavancar a Mercedes, time que investe muito, mas de resultados fracos. Ninguém duvida do talento de Lewis, mas será interessante ver o inglês liderando um projeto de médio prazo ao lado do amigo e sempre subestimado Nico Rosberg. O alemão sempre andou forte na equipe da estrela de três pontas, mas parece lhe faltar o carisma de campeão que faria a Mercedes apostar nele como o piloto a ser campeão. Rosberg sempre teve companheiros de equipe mais afamados ao seu lado no time alemão. Raikkonen será a referência na Lotus, time com recursos limitados, mas muito organizada. Se deixaram o finlandês trabalhar e a equipe der um carro competitivo, Kimi poderá ser o mesmo piloto que surpreendeu a todos com uma pilotagem segura em 2012, bem ao contrário do rápido e desastrado Romain Grosjean. O francês é rápido, mas seus acidentes quase colocaram seu lugar a perigo mesmo com três pódio em sua primeira temporada completa.

A Sauber trocou de mexicano e trouxe o novato e também queridinho da Telmex Esteban Gutierrez. Claro que o dinheiro de Slim ajudou, mas Gutierrez, assim como Pérez, tem um bom cartel nas categorias de base rumo à F1. Mas Nico Hülkenberg talvez seja o melhor piloto das equipes médias e grande (literalmente, pois é o piloto mais alto da atualidade a ponto de quase não caber no carro...) candidato a conseguir um algo mais no pelotão intermediário. Pastor Maldonado vive um dilema parecido com o de Grosjean: manter a velocidade e não se meter em encrencas. O venezuelano ainda vive a indecisão com a morte de Hugo Chávez, grande mecenas de sua carreira. Pastor terá que fazer algo mais, pois os dólares ditatoriais-bolivarianos podem desaparecer, assim como sua vaga na F1. Para complicar, ele terá ao seu lado o novato Valteri Bottas, provavelmente o melhor novato em 2013. Tratado com muito carinho pela Williams (via Toto Wolff) desde a GP3, o finlandês parece ser outro nórdico voador, do estilo de Hakkinen e Raikkonen. A Force India apresentou seus velhos-novos pilotos com a esperança de sair da crise que se avizinha ao time hindu. A equipe manteve Paul di Resta, louco para conseguir um lugar numa equipe grande, mas que mais reclamou do que fez na pista, além de ter trazido de volta o bom (e briguento fora das pistas) Adrian Sutil. O alemão será uma incógnita, pois um ano fora de ritmo poderá fazer diferença e ele não é mais um garoto começando no automobilismo. A Toro Rosso manteve seus dois garotos Vergne e Ricciardo e provando que o clima, muito competitivo, dentro da equipe deve ser pesado, os dois já declararam várias vezes que não são amigos. E eles sabem que a Red Bull não perdoa se os resultados não vierem! As nanicas vieram com novos pilotos e muitas dificuldades financeiras, a ponto da Marussia ter trocado Luiz Razia por Julien Bianchi faltando poucos dias para o início do campeonato. Bianchi, protegido pela Ferrari e por Nicolas Todt, parece ser o mais promissor, ao contrário de Charles Pic, Giedo van der Garde e Max Chilton.

E a F1 começa com seus grandes pilotos querendo mais um lugar ao sol e tomara que nós vejamos outro campeonato tão espetacular quanto o ano passado.

2 comentários:

Vinicius disse...

ettel tentará um incrível tetracampeonato consecutivo que o deixaria ainda mais consolidado entre os grandes na história da F1 e para isso, terá a mesma força da Red Bull por trás, escudado por Mark Webber, cada vez mais longe do piloto que quase foi o número um da equipe em 2010 e mais próximo da aposentadoria

deveria colocar asapas no escudado João, porque Webber vai ferrar Vettel na primeira oportunidade que tiver,vide a Largada do GP do Brasil do ano passado quando espremeu Vettel deixando espaço enorme pras duas Ferrari ultrapassarem ele e Vettel.

Vinicius disse...

corrigindo:

Vettel tentará um incrível tetracampeonato consecutivo que o deixaria ainda mais consolidado entre os grandes na história da F1 e para isso, terá a mesma força da Red Bull por trás, escudado por Mark Webber, cada vez mais longe do piloto que quase foi o número um da equipe em 2010 e mais próximo da aposentadoria

esqueci do V no nome do Vettel!