sábado, 13 de julho de 2013

Ponto de virada

Duas semanas atrás a equipe Ganassi era a grande decepção da temporada e os motores Honda estava a léguas de distância dos motores Chevrolet. Seus pilotos não pareciam ter chances no campeonato, que estava nas mãos dos pilotos da Penske e Andretti. Porém, os carros vermelhos acordaram do preocupante marasmo e hoje Scott Dixon, após duas convincentes vitórias, já aparece em terceiro no campeonato e se aproxima dos líderes do campeonato, enquanto a Ganassi coloca seus dois pilotos no pódio e amanhã, na segunda bateria de Toronto, terá a primeira fila nas mãos.

A prova de hoje em Toronto foi bastante interessante e cheia de alternativas, com a famosa longa reta oposta proporcionando várias ultrapassagens em todo o pelotão, assim como também não faltou acidentes nas apertadas curvas e cotovelos no circuito de rua canadense. Porém, o mico do final de semana aconteceu no que seria um momento histórico da Indy. Hoje estava programado a primeira largada parada da história da categoria, porém, com todos os carros alinhados no grid, uma bandeira amarela apareceu sem nenhuma explicação e todo o clímax de se ver um momento para entrar para a história se foi por culpa dos comissários, que não se entenderam e a largada foi na tradicional forma da categoria americana: lançada. E o começo da prova foi dominada por dois veteranos campeões da década passada: Dario Franchitti e Sebastien Bourdais. Ambos dominaram a segunda metade da primeira década do século 21 nas duas categorias de monopostos americanas, mas vinham em baixa nos últimos tempos, principalmente Franchitti, já que Bourdais nunca teve um equipamento decente nas mãos desde que a Indy se reunificou.

E o francês mostrou suas garras quando efetuou uma ultrapassagem audaciosa sobre o escocês num ponto tão incomum de ultrapassagem, que Franchitti acabou ultrapassado também por Scott Dixon e Will Power. Após um começo de corrida empolgante e recheado de ultrapassagens, Dixon encostou no trio que liderava a corrida e ficou claro que, não ocorrendo uma bandeira amarela que embaralhasse as coisas, o vitorioso sairia destes quatro. Bourdais liderou até a primeira rodada de paradas, mas acabou ultrapassado logo após seu pit por Will Power, que parecia ter voltado aos bons tempos. Porém, o piloto da Penske era acossado por Dixon, que havia ultrapassado Bourdais. Quando a segunda rodada de paradas aconteceu, nova reviravolta e quem liderava era Dixon, com Bourdais em segundo, seguido por Franchitti e Power. Quando a bandeira amarela foi acenada faltando pouquíssimas voltas, a prova seria decidida na última relargada e foi aí que Power mostrou o porquê de não estar brigando pelo título esse ano. Numa tentativa de amalucada de ultrapassagem na reta oposta, o australiano acabou passando reto e estragando seu final de semana. Incrivelmente, os melhores resultados de Power em 2013 foram em ovais, em total contraste de quando dominava nos mistos e sofria nos ovais.

Com a segunda vitória consecutiva, Dixon assumiu a terceira posição no campeonato e um tricampeonato para o neozelandês já não parece tão impossível assim, principalmente pelo ritmo imposto pelo piloto da Ganassi e por ele estar largando na pole amanhã. Numa campeonato praticamente sem intervalos como está sendo este da Indy, é incrível como a Ganassi se recuperou e conseguiu dominar em circuitos tão diferentes como em Pocono, na semana passada onde conseguiu um trifeta, e agora no circuito de rua de Toronto. A celebração de Bourdais após a prova quando deu vários zerinhos mostra o alívio que o talentoso francês estava sentindo. Achei bastante esquisito Sebastien ter se dado tão mal na F1 e acho mais estranho ainda ele não estar numa equipe de ponta da Indy, mesmo seu time, a Dragon, ter um certo apoio da Penske. Por sinal, o dono da equipe Jay Penske tinha um comportamento totalmente oposto ao do seu pai, Roger. Enquanto o 'Capitão' passa a corrida impassível no pit-wall, Jay vibrava a cada momento bom de Bourdais. Em decadência na carreira, Franchitti está longe da briga pelo título e parece ser agora apenas um escudeiro de Dixon nas corridas que faltam para o campeonato.

Na briga pelo título, Helio Castroneves teve novamente a sorte como aliada após um final de semana opaco. Primeiro, viu o vice-líder Ryan Hunter-Reay ter constantes problemas na saída dos boxes até o americano errar e passar reto na freada da reta oposta e perder uma volta. Depois, sempre no pelotão intermediário, ganhou uma posição na última com a manobra tresloucada de Power e ainda salvou um bom sexto lugar e como Hunter-Reay ficou para trás, viu sua vantagem na liderança crescer, porém, com Scott Dixon em boa fase e com a Ganassi novamente bem, está na hora de Helio ficar de olho.

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