quarta-feira, 7 de agosto de 2013

História: 40 anos do Grande Prêmio da Alemanha de 1973

Apenas uma semana após os trágicos acontecimentos em Zandvoort, a F1 voltou a se reunir para o Grande Prêmio da Alemanha no não menos perigoso circuito de Nürburgring. A famosa pista alemã de 22km era um verdadeira teste para os pilotos e carros, mesmo que algumas reformas para diminuir os saltos terem sido efetuados para 1973. Nürburgring era um circuito tão específico que não raro as equipes traziam pilotos locais ou com grande conhecimento da pista, como foi o caso da McLaren, que inscreveu um terceiro carro para Jacky Ickx, um grande conhecedor da pista, já que o belga havia quebrado seu contrato com a Ferrari e esta ainda estava de recesso para tentar desenvolver um carro que parecia milhas de distância dos melhores carros de 1973. Com a disputa cada vez mais monopolizada entre Emerson Fittipaldi e Jackie Stewart, o escocês tinha uma enorme vantagem, pois o brasileiro da Lotus ainda não havia se recuperado plenamente do seu forte acidente na Holanda uma semana antes. Com François Cevert sendo um obediente segundo piloto, parecia que apenas Ronnie Peterson com sua impetuosidade e seu Lotus poderia desfiar Stewart.

Stewart começou o final de semana de forma arrebatadora e também mostrando seu conhecimento de Nürburgring que lhe deu duas vitórias, inclusive uma histórica em 1968, conseguiu marcar o melhor tempo logo no início dos treinos de sexta-feira, seguido de Peterson e Cevert. Usando seu know-how de Nürburgring, Ickx foi o melhor piloto com McLaren, sendo seguido por um austríaco que começava a se destacar chamado Niki Lauda. Pegando confiança aos poucos, Emerson terminou o dia apenas em 14º, mas claramente em desenvolvimento. Porém, o brasileiro não mostraria o potencial do carro e dele próprio com uma boa posição de largada quando a chuva se faz presente no sábado e os tempos de sexta definiram o grid.

Grid:
1) Stewart (Tyrrell) - 7:07.8
2) Peterson (Lotus) - 7:08.3
3) Cevert (Tyrrell) - 7:09.3
4) Ickx (McLaren) - 7:09.7
5) Lauda (BRM) - 7:09.9
6) Reutemann (Brabham) - 7:15.1
7) Revson (McLaren) - 7:15.9
8) Hulme (McLaren) - 7:16.5
9) Beltoise (BRM) - 7:18.1
10) Regazzoni (BRM) - 7:18.2

O dia 5 de agosto de 1973 estava nublado e como o circuito de Nürburgring era enorme, existia o risco sério de estar chovendo em um determinado local, e o outro não, vide o clima instável do sábado, mas o desenrolar do dia mostrou um clima seguro nas montanhas ao redor de Nürbur e até um solzinho deu as caras. Stewart larga apenas o suficiente para se manter na ponta, sem ser ameaçado por Peterson. Cevert larga muito bem e toma a posição de Ickx e alguns metros mais tarde assume o segundo lugar, fazendo uma dobradinha da Tyrrell nas duas primeiras posições logo no início.

Como a primeira volta é muita extensa, muitas aconteceram quarenta anos atrás. Primeiramente Ickx teve que segurar o ímpeto de Niki Lauda antes de atacar Peterson na briga pela terceira posição. Os dois trocam de posição até Peterson ter problemas em sua Lotus e continuar com sua temporada de pouca sorte com outro abandono. Com isso, quando os carros retornam a reta dos boxes quase oito minutos mais tarde, Stewart e Cevert tinham exatamente 8s de vantagem sobre Ickx, que começava a se distanciar dos demais. Infelizmente para Lauda, sua boa corrida dura muito pouco quando sofre um acidente e quebra o pulso. Visto o que seria visto quatro anos mais tarde, isso seria muito pouco. Enquanto isso a outra McLaren de Revson roda quando vinha em quarto e acaba perdendo posições, enquanto Emerson sofria com problemas na bomba de combustível da sua Lotus, mas se sentia feliz com a boa corrida do seu irmão Wilsinho Fittipaldi, que corria à sua frente, sendo que os irmãos compartilharam a sétima fila.

Da mesma forma que Wilsinho, José Carlos Pace fazia uma grande corrida pela pequena Surtees e vinha logo atrás de Reutemann na briga pelo quarto lugar. Lá na frente, François Cevert seguia Stewart muito de perto, dando a entender que o francês tinha condições de atacar o companheiro de equipe, mas seguindo ordens da equipe, ficou atrás de Stewart o resto da tarde. Na metade da prova, Reutemann segurava Pace e Dennis Hulme com muita dificuldade. O argentino da Brabham não sabia que tinha um pneu furado, mas por sorte (o que faltou enormemente para Roger Williamson uma semana antes), o motor de Reutemann abriu o bico antes de algum acidente e o piloto da Brabham abandonou sem nenhum arranhão. Com isso, Pace assumia um ótimo quarto lugar, mas quase um minuto atrás dos líderes, enquanto Hulme tinha problemas no escapamento de sua McLaren e perde rendimento de forma drástica. Com os problemas dos seus adversários, os irmãos Fittipaldi ganhavam posições e agora figuravam na zona de pontuação, mas ao contrário do que se normalmente via, era Wilsinho que vinha na frente de Emerson, que sofria com dores em seu tornozelo machucado.

Stewart dominou as 14 voltas da corrida em Nürburgring, mas dá para dizer que o escocês contou com a ajuda preciosa de Cevert, que não o atacou a corrida inteira mesmo tendo, no mínimo, um carro do mesmo nível. Ickx também fez uma corrida tranquila e solitária para conseguir um bom terceiro lugar com a McLaren. Na penúltima volta, José Carlos Pace conseguiu marcar a volta mais rápida da prova (7:11.4), 2s mais rápido do que o tempo de Stewart e que por muito tempo foi recorde no circuito de Nürburgring. A vitória na Alemanha consolidou a liderança de Stewart no campeonato, agora 18 pontos à frente de Emerson, já que Cevert, mesmo à frente de Fittipaldi três pontos, não brigava realmente pelo título. A sua vitória, a 27º na carreira, o consolidava como o maior vencedor da F1 até então, mas seria também a sua última na F1, porém seu recorde duraria 14 anos até ser batido.

Chegada:
1) Stewart
2) Cevert
3) Ickx
4) Pace
5) W.Fittipaldi
6) E.Fittipaldi

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