Desde sexta-feira que se previa a corrida de hoje da forma como ela foi. Uma neblina minutos antes da largada chegou a criar uma expectativa de algo diferente, mas a chuva foi tão leve que o apagar das luzes vermelhas se deu com todo mundo com pneu slick e lá se foi Sebastian Vettel para mais uma corrida em que dominou como quis, assim como fez em Spa e na grande maioria de suas vitória na sua prodigiosa carreira. Nesse momento, já se fazem contas de quando Vettel irá confirmar seu tetracampeonato, pois mesmo com um carro que não parecia estar 100%, o alemão sequer foi incomodado até a bandeirada de chegada em Monza, onde a torcida invadiu o pódio mesmo sem uma vitória ferrarista, mas para gritar por Alonso, que hoje tinha uma cara um pouco mais animada no pódio, mesmo com um segundo lugar que praticamente afirma que a partir de agora o pensamento será para 2014.
Assim como em Spa, o Grande Prêmio da Itália não foi um primor de emoção, com Vettel liderando desde a primeira volta até a bandeirada, mas há indícios de que a coisa não foi tão tranquila para os lados rubro taurinos. Desde as primeiras voltas uma luz vermelha piscava na traseira de Vettel. Aparentemente inofensivo, isso era sinal de um problema hidráulico que tanto abandono causava alguns anos atrás. E isso aparecer ainda nas primeiras voltas não era um bom sinal. O pneu dianteiro travado na primeira curva para se livrar de Felipe Massa também preocupou, mas após o pit-stop, nem isso mais era um fator. O que é líquida e certo é que mesmo com tantos problemas, o carro da Red Bull está imbatível como esteve em 2011 e Vettel segue numa fase incrível, onde vencer virou rotina e recordes são quebrados da mesma forma como com o seu compatriota. Da mesma forma como o companheiro de equipe, a corrida de Webber não foi livre de problemas, como um defletor quebrado quando era ultrapassado por Alonso e um problema de câmbio enquanto brigava com o espanhol. Mas nem isso fez com que o australiano chegasse colado em Alonso com o seu Red Bull, mesmo meia-boca, pronto para dar o dote se Alonso desse mole. Como não foi o caso, Mark completou a prova com um bom terceiro lugar que o faz se aproximar da mesma posição no campeonato, já que Hamilton e Raikkonen tiveram corridas problemáticas em Monza.
A feição de Alonso no pódio era de felicidade de chegar ao pódio em Monza, casa espiritual da Ferrari, mas também de resignação, frente ao poderio da Red Bull. Alonso demonstra a cada final de semana de corrida que está enfrentando um carro bem melhor do que o seu e consegue incomoda-los, fazendo um algo a mais que o caracteriza como um dos grandes da história da F1. Se Massa necessitava de uma 'grande corrida' para renovar o contrato, que pode ser ou não anunciado nessa semana, na minha opinião isso não aconteceu. Ok, ele andou na mesma balada de Alonso, mas perdeu o pódio para Webber na rodada de paradas e em nenhum momento parecia que ultrapassaria o australiano, ficando em quarto lugar atrás de um carro cheio de problemas, mesmo que superior ao seu. Acho que Massa acaba renovando, mas o brasileiro entrará para a história da Ferrari como o piloto no qual o time italiano, conhecido pela capacidade de destruir carreiras, mas teve paciência em engolir corridas e mais corridas fracassadas, pontuados por algumas corridas boas, como a de hoje, mas apenas boas e nada mais. Enquanto isso, Nico Hulkenberg fazia a melhor corrida do ano do jovem e talentoso alemão. Com uma carroça nas mãos, Nico perdeu as posições para a Ferrari, o que já era esperado, mas segurou a quinta posição a prova inteira, não se importando em ter uma Mercedes colado na sua asa traseira no final da corrida. Nico é jovem, talentoso e vive mostrando serviço, mas parece que Hulkenberg não tem a sorte de estar no hora certa e no momento certo.
A Mercedes fez uma corrida discreta, longe de brigar com Red Bull e Ferrari pela ponta. Rosberg fez uma corrida burocrática, onde não conseguiu sequer ultrapassar uma Sauber, mesmo pilotado brilhantemente por Hülkenberg. Talvez por isso Nico seja tão menosprezado no paddock da F1, mesmo mostrando velocidade e um exemplo foi as ultrapassagens na raça de Hamilton sendo aplaudidas pelos mecânicos, enquanto mal se mostrava Nico pressionando seu xará e compatriota Hulkenberg. Hamilton continuou seu inferno astral em Monza e teve um pneu furado no começo da corrida, forçando-o a fazer dois pit-stops, ao contrário da única visita aos boxes de todos os demais. Isso fez com que Lewis fosse um dos mais rápidos da pista em vários momentos da corrida e o fez passar muita gente, mas isso só lhe rendeu um oitavo lugar. Raikkonen teve destino semelhante quando bateu na largada e teve que trocar a asa dianteira logo na primeira volta, mas a Lotus não estava num bom final de semana e a evolução de Kimi não foi tão enfática como a de Hamilton, com a mesma estratégia e pela segunda corrida consecutiva Raikkonen não marcou pontos, enquanto Grosjean se esforçou para garantir os dois pontinhos do nono lugar.
Querendo mostrar que a Red Bull fez o certo ao promove-lo, Daniel Ricciardo fez uma corrida para fechar a prova em sétimo e finalmente ultrapassar seu companheiro de equipe Vergne, que foi um dos poucos abandonos da prova. A McLaren parecia forte ao colocar seus dois carros no Q3, mas na corrida foi outra história e Button teve que segurar Raikkonen nas voltas finais para marcar o ponto final da prova, com Sergio Pérez logo atrás. Apenas se destacar o boné diferente de toda a equipe McLaren pelo marco de 50 anos da equipe. A Force India segue em queda com Paul di Resta sendo o primeiro a abandonar quando bateu na primeira volta, mas dificilmente o escocês faria muito diferente de Adrian Sutil, que brigou muito nas posições intermediárias, mas fora da zona de pontos. A Williams segue seu calvário, juntamente com Gutierrez, enquanto as duas equipes nanicas brigaram muito entre si, chegando a atrapalhar alguns carros mais rápidos.
E assim a F1 se despede da Europa com o campeão e o vice praticamente decidido. A questão já não é 'se', mas 'quando' para Vettel, enquanto Alonso olha desconsolado seu rival já ter o dobro de títulos que possui, sendo o bicampeonato do espanhol aconteceu há sete longos anos atrás. Resta saber quem será o companheiro de Alonso em 2014 para que a F1 se defina e parta para a consagração de Vettel e da Red Bull em 2013.
Um comentário:
E com muita justiça.
Vettel é o cara.
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