Não sei o porquê das TVs brasileiras não transmitirem corridas de kart, sejam as TVs aberta ou fechada. As corridas nesses microcarros são sempre eletrizantes e cheio de disputa e com o adicional de ter vários nomes famosos, o Desafio das Estrelas disputado hoje de manhã foi recheado de um grande charme e acabou vencido por Michael Schumacher, demonstrando o que o próprio alemão disse depois da primeira bateria, "ainda ter um pouco de habilidade." O mais legal disso foi o carinho com que o público que lotou o kartódromo dos ingleses em Florianópolis teve com o alemão, gritando o nome do heptacampeão várias vezes durante o pódio. E no degrau mais alto do pódio, onde Schumacher já está mais do que acostumado, Michael parecia realmente emocionado com a reação do público, tantas vezes hostil ao alemão num passado bem recente.
Tudo muito bom, tudo muito bonito, mas há um porém. Mesmo com toda essa festa, o kartismo brasileiro está morrendo aos poucos. Quando se tinha até 200 pilotos por final de semana no anteriormente concorrido Campeonato Paulista, hoje temos 50. Os custos impostos pelos pais que querem dar o melhor equipamento para os filhos tornou o kart praticamente impraticável para quem quer começar uma carreira no automobilismo. A falta de pilotos novos já começa a refletir nas categorias posteriores dentro do automobilismo local em termos de monopostos. Hoje, não adianta muito fazer uma forte categoria de monopostos nacional se não há pilotos disponíveis. E pensando no médio prazo, isso deverá afetar a presença brasileira na F1, pois no vácuo da geração Bruno Senna, Nelsinho Piquet e Lucas di Grassi não há ninguém sequer próximo de ser campeão de uma F3 Inglesa, por exemplo.
Tomara que num futuro próximo as pessoas que organizam o nosso kartismo se sensibilizem com toda essa festa promovida por Felipe Massa em Floripa e façam que o kart realmente se torne um celeiro de talentos e nos revelem os próximos campeões mundiais. Sob o risco de vermos os melhores pilotos do Brasil se batendo na Stock-Car...
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