sábado, 12 de setembro de 2009

Na pista


Ultimamente, é comum na F1 ver as notícias extra-pista imperarem nos notíciarios, ao invés do que acontece dentro da pista. Com a Classificação em Monza, podemos esquecer o "Programa do Ratinho" que se toornou o rumoroso caso da Renault. Só falta Nelsinho chegar com exame de DNA...

Se os carros com Kers não dominaram de forma absoluta em Monza, como era esperado pelas enormes retas da pista italiana, pelo menos colocaram três carros entre os quatro primeiros. McLaren e Ferrari mostraram que evoluíram de forma impressionante após um início tenebroso de temporada e que finalmente o Kers mostrou a que veio, dando uma pequena vantagem aos seus usuários, a ponto da Renault voltar a usá-lo nesse final de semana. Porém, as duas grandes equipes pareceram conseguir esse domínio através do pouco peso dos seus carros, já que no Q2, onde todos andam leves, Brawn e Force India, sem Kers, ficaram com as primeiras posições. Hamilton parecia saber que faria a pole e no Q3 só entrou no final da sessão para marcar seu tempo com pneus duros e esperar o Q2. Na segunda parte, andou com os pneus macios somente para garantir seu lugar entre os dez primeiros e pareceu forçar apenas no Q3, onde se definia o pole, lugar esse que Hamilton sabia que acabaria sendo seu. Com a ajuda da McLaren, Hamilton foi calculista ao entrar na pista na hora certa, mesmo com o tempo escasso, e frio ao não errar e ser rápido nos momentos cruciais do treino de hoje. Lewis prova que o título de 2008 está mesmo em boas mãos e que em 2010, com o carro da McLaren provavelmente muito forte, voltará a brigar pelo título. Kovalainen acompanhou Hamilton em todos os treinos, mas sempre mais lento. Algo não muito incomum nesse anos mclarianos do filandês.

A Ferrari foi até mesmo discreta nesse sábado, mas Raikkonen soube usar bem sua velocidade nos momentos certos para se livrar de possíveis cortes nas duas primeiras Classificações e rápido quand foi preciso. O finlandês iniciará a segunda fila junto com seu compatriota e correndo em Monza, o nome Ferrari nunca deve ser esquecido, apesar de que o peso possa influenciar em Kimi largar na segunda fila. Mesmo com 225 GPs na carreira, Fisichella pareceu sentir a pressão de andar em Monza, com carro, macacão e capacete vermelhos. Várias faixas de apoio a Fisico foram vistas em Monza, mas Giancarlo não andou no mesmo ritmo de Raikkonen, apesar da desculpa pelo acidente hoje pela manhã. Se não envergonhou a Ferrari como Badoer fez, Fisichella promete bem mais do que seu compatriota. Mesmo realizando seu sonho, Fisichella deve estar pensando que, se estivesse na Force India, poderia estar comemorando outra pole. A equipe de Vijay Mallya mais uma vez surpreendeu e numa pista com ainda menos pressão aerodinâmica, colocou seus dois carros no Q3 e Sutil, que sempre andou mais forte do que Fisichella no ano, mas não aproveitou as melhores chances, finalmente se destacou e participou pela primeira vez na carreira da entrevista dos três primeiros colocados de uma sessão na F1. O alemão começa a chamar a atenção e dificilmente ficará na Force India no próximo ano, indo para um cockpit mais competitivo. Mesmo com tamanha performance, a FI ainda não mostrou isso em circuitos travados, pistas mais comuns no calendário da F1. Apesar de dois anos sem competir num F1, Vitantonio Liuzzi mostrou sua garra ao colocar seu carro no Q3, com um tempo bastante próximo ao de Sutil. O italiano de cabelos espetados surpreendeu e pode até almejar algum cockpit titular no ano que vem.

Na briga pelo título, a Brawn levou vantagem clara em comparação a Red Bull. Mesmo numa pista nem tão quente assim, os carros brancos foram mais rápidos que a equipe energética e Barrichello superou Button mais uma vez. Se mantiver o controle emocional, o inglês poderá até ficar sempre atrás do companheiro de equipe, mas, como hoje, uma posição atrás e ainda garantir o título. Button só precisa marcar Barrichello de perto nessas próximas corridas e se conseguir colocar alguns pontos a mais de vantagem, poderá ganhar uma posição mais confortável no lado psicológico. Após ter feito o melhor tempo do final de semana, a Brawn ficou em 5º e 6º no grid, bem longe do pole, indicando uma provável estratégia de largar mais pesado. A Red Bull sofre com a limitação de motores e por isso foi pra lá de discreta hoje, inclusive com Mark Webber ficando ameaçado de ser cortado no Q1. Apesar de colocar os dois carros no Q3, a Red Bull ficou com as duas últimas posições do treino de dez minutos, provavelmente com os carros mais pesados entre os dez primeiros. A Toro Rosso, mesmo numa pista bem diferente das outras, permaneceu nas últimas posições, apesar de Buemi ter sido atrapalhado em uma de suas voltas rápidas por Hamilton.

Se fora das pistas a coisa anda feia pelos lados da Renault, dentro seguiu na normalidade. Alonso, provavelmente com a cabeça na Ferrari, não pareceu se esforçar tanto como em outras corridas, mesmo correndo na frente dos seus futuros torcedores, e foi apenas oitavo, mas bem longe de ser cortado no Q1 ou Q2. Apesar de todas as acusações de Piquet, sua troca para Grosjean vem se tornando meio que acertada com a evolução do francês. Aqui no Brasil, ele será perseguido por ter substituído Piquet, mas logo em sua 3º corrida, ele ficou muito próximo de ir para o Q3, algo que Nelsinho fez muito pouco em pouco mais de 30 corridas. Praticamente se despedindo da F1, a BMW até que não vinha fazendo uma mal papel, mas um abandono duplo, com Kubica e Heidfeld tendo motores quebrados, mostram que a marca bávara deve ter se cansado de tanta presepada. Algo que a Toyota parece deslumbrar no futuro. A equipe escapou por pouco de ter seus dois carros ficando no Q1, com Trulli se sobressaindo sobre Glock, em casa, por muito pouco, mas muito lento. Provando o quão mal está a marca nipônica, a Williams, sempre colocando Rosberg no Q3, foi muito mal e ficou com seus dois pilotos no Q1, logo atrás das duas Toyotas.

A corrida de amanhã poderá ser marcado pelo equilíbrio. Os tempos foram incrivelmente próximos, com 1s separando vários carros. O kers será essencial na largada e Sutil tende a ser engolido pela segunda fila finlandesa, enquanto Alonso poderá dar muito trabalho a dupla da Brawn na primeira curva pelo mesmo motivo. Isso, se a chuva não der as caras!

Um comentário:

Ron Groo disse...

Foi uma vitória enganadora. Mesmo que ele vença mais, mas com o button na sua cola o inglês nem precisa vencer mais que ainda vai ser campeão..
Vou ser obrigado a torcer pelo Button... pqp.