quinta-feira, 5 de junho de 2008

História: 35 anos do Grande Prêmio de Mônaco de 1973


Após cinco etapas, o Campeonato Mundial de 1973 vinha sendo uma disputa reservada aos dois últimos campeões, Emerson Fittipaldi e Jackie Stewart, que compartilharam as cinco primeiras vitórias, com vantagem para o brasileiro, que tinha três triunfos, frente a dois do escocês. Porém, o campeonato daquele ano não vivia unicamente das duas estrelas e os coadjuvantes das respectivas equipes também andavam no pelotão da frente junto com seus companheiros de equipe. François Cevert começava a dar o retorno do investimento feito nele pela Tyrrell, enquanto Ronnie Peterson mostrava todo o seu talento na Lotus. Emerson liderava o campeonato sete pontos à frente de Stewart, enquanto Cevert era um distante terceiro colocado e Peterson ainda não havia transformado suas espetaculares exibições em pontos.

O Grande Prêmio de Mônaco seria realizado um pouco mais tarde do que o habitual por causa de algumas mudanças ocorridas no circuito, como a nova sessão do Túnel e uma nova curva chamada La Rascasse. Essa foi a última grande reforma do traçado nas ruas de Monte Carlo e até hoje a pista segue sem praticamente nenhuma mudança. Na briga pela pole, Stewart mostrava a evolução da Tyrrell e assegurava mais uma pole, enquanto Peterson fazia mais uma das suas e acompanhava o escocês na primeira fila. Emerson era apenas quinto e ao seu lado teria uma das surpresas do dia: o austríaco Niki Lauda. O jovem austríaco pagava para ficar na equipe BRM corrida após corrida, mas desta vez Lauda mostrou o seu valor e largaria à frente do seu mais conhecido companheiro de equipe Clay Regazzoni. Mais atrás, à bordo de um March privado, um jovem inglês fazia sua estréia na F1 ao lado do seu rico chefe de equipe, Lord Hesketh. O seu nome era James Hunt!

Grid:
1) Stewart (Tyrrell) - 1:27.5
2) Peterson (Lotus) - 1:27.7
3) Hulme (McLaren) - 1:27.8
4) Cevert (Tyrrell) - 1:27.9
5) E.Fittipaldi (Lotus) - 1:28.1
6) Lauda (BRM) - 1:28.5
7) Ickx (Ferrari) - 1:28.7
8) Regazzoni (BRM) - 1:28.9
9) W.Fittipaldi (Brabham) - 1:28.9
10) Ganley (Iso-Marlboro) - 1:29.0

Ao contrário do ano anterior, o dia 3 de junho de 1973 amanheceu debaixo de sol forte no principado de Mônaco. Assim, uma zebra como a vitória de Beltoise era praticamente impossível, mas essa corrida seria marcada por algumas surpresas. Na luz verde, François Cevert consegue uma excepcional largada e pula de quarto para a liderança da prova, seguido por Peterson. Ou seja, os dois pilotos número 2 das duas principais equipes lideravam a prova. Atrás deles, Clay Regazzoni também surpreendia ao pular de oitavo para terceiro, ficando à frente de Stewart e Fittipaldi. Infelizmente para Cevert, sua liderança seria efêmera e o francês bateu num meio fio ainda na segunda volta, cortando seu pneu e caindo para a última posição.

Com isso, Peterson voltava a liderar um Grande Prêmio e com um bom acerto em seu Lotus, o sueco começa a abrir vantagem sobre os demais, enquanto Regazzoni segurava todos os pilotos atrás de si. Mesmo com um BRM longe de poder enfrentar Lotus e Tyrrell, o suíço era carne de pescoço e ninguém conseguia deixá-lo para trás. Contudo, Rega estava forçando demais, andando mais do que o próprio carro e na sexta volta ele acaba passando reto na chicane. Quando o suíço se recuperou de sua burrada, ele já estava atrás de Cevert na última posição.

Com pista livre, Stewart passa a atacar Peterson, com Emerson à espreita. Quando uma grande briga pela liderança parecia se iniciar, Peterson perde rendimento em sua Lotus. O sueco é ultrapassado por Stewart e Fittipaldi na oitava volta e depois perderia mais três lugares, para se alojar na sexta posição. Stewart liderava mais um Grande Prêmio em Mônaco, mas tinha Emerson Fittipaldi em seu encalço, pronto para se aproveitar de qualquer erro do escocês. Eles eram as estrelas de 1973, mas atrás deles uma outra grande estrela começava a desabrochar. Mesmo com um pequeno BRM, Lauda estava num impressionante terceiro lugar, à frente da Ferrari de Ickx e de um não menos impressionante Brabham de Wilson Fittipaldi. Até então, todos viam Lauda como um piloto-pagante e sem nenhuma expressão na F1, mas Mônaco seria um divisor de águas para o austríaco.

A corrida se mantém extática até Lauda abandonar na volta 25 com o câmbio quebrado. Ickx coloca sua Ferrari na terceira posição, mas aquele ano não seria vermelho e o belga abandonaria vinte voltas depois com o semi-eixo quebrado. Com essas quebras, Wilson Fittipaldi ocupava sua melhor posição na F1 e estava na terceira posição, mas muito atrás do seu irmão, que nesse momento estava mais preocupado em atacar Stewart. Porém, Jackie era conhecido como um dos pilotos mais largos da história da F1 e o escocês não deu chance ao azar, conquistando sua terceira vitória em 1973 e se igualando a Jim Clark como o maior vencedor da F1 até então, com 25 primeiros lugares. Com o segundo lugar, Emerson permanecia sem ganhar em Mônaco, mas continuava na liderança, mas agora com Stewart apenas quatro pontos atrás. Infelizmente para a família Fittipaldi, Wilson teve problemas no final da prova e abandonou faltando sete voltas para o fim da corrida. Peterson, que se acomodou após o seu problema, chegou na terceira posição e marcava seus primeiros pontos no ano, enquanto Cevert fazia uma grande prova de recuperação e chegava em quarto. Porém, Emerson e Jackie pareciam estar em outro mundo e colocou uma volta no piloto da Lotus. Na volta de desaceleração, os dois líderes do campeonato e amigos ficaram tão emocionados que tocaram seus carros, quase causando um acidente. Coisas de gênios!

Chegada:
1) Stewart
2) E.Fittipaldi
3) Peterson
4) Cevert
5) Revson
6) Hulme

Um comentário:

Anônimo disse...

O Gp do ano em que nasci... Nunca tinha lido nada sobre ele...
Valeu JC