segunda-feira, 2 de junho de 2008

História: 5 anos do Grande Prêmio de Mônaco de 2003


Após as confusas primeiras etapas, quando as equipes ainda se acostumavam as novas regras, a F1 chegou à Mônaco muito mais adaptada e via o crescimento das equipes com pneus Michelin, em especial a Williams. Depois de muito investimento da BMW, a equipe de Grove se recuperava de um início apenas regular de campeonato e a chegada de Franck Dernie, engenheiro de Nelson Piquet nos bons tempos da equipe, foi uma grande requisição da Williams. Contudo, a Ferrari mostrava que o seu novo modelo, o F2003-GA, era tão bom quantos os demais carros vencedores da equipe e Michael Schumacher tinha conquistado três vitórias seguidas, assumindo a liderança do campeonato e mostrando que o alemão ainda tinha lenha para queimar.

Em meio a isso tudo, a McLaren tentava se manter entre as líderes e ainda tentava lançar o seu novo carro, o já famoso McLaren MP4/18. Ainda com o carro de 2002, a equipe de Ron Dennis se mantinha na frente pelo talento de Kimi Raikkonen, que estava na vice-liderança. No ano anterior, em que a Ferrari tinha massacrado seus adversários, uma de suas poucas derrotas fora justamente em Monte Carlo. E pela McLaren de David Coulthard. A principal arma do escocês na edição de 2002 foi a aderência dos pneus super-macios da Michelin e em 2003 os pneus franceses voltaram a funcionar muito bem. As duas primeiras filas foram dominadas por pilotos calçados com pneus Michelin, com a pole de Ralf Schumacher, que até então vinha sendo dominado por Juan Pablo Montoya, terceiro no grid. Trulli demonstrava a boa fase da Renault e colocava seu carro em quarto, à frente de Michael Schumacher. A nota triste foi o forte acidente sofrido por Jenson Button no final da reta do túnel no sábado, tirando o inglês do resto do final de semana.

Grid:
1) R.Schumacher (Williams) - 1:15.259
2) Raikkonen( McLaren) - 1:15.295
3) Montoya (Williams) - 1:15.415
4) Trulli (Renault) - 1:15.500
5) M.Schumacher (Ferrari) - 1:15.644
6) Coulthard (McLaren) - 1:15.700
7) Barrichello (Ferrari) - 1:15.820
8) Alonso (Renault) - 1:15.884
9) Webber (Jaguar) - 1:16.237
10) Da Matta (Toyota) - 1:16.744

O dia primeiro de junho começou com sol forte às margens do mediterrâneo e a corrida seria com um tempo perfeito para uma corrida que prometia ser equilibrada. Na largada, Montoya sai muito bem e antes da St. Devote fica à frente de Raikkonen, começando uma dobradinha da Williams, que na ocasião comemorava o vigésimo aniversário de sua última vitória no principado com Keke Rosberg. Mais atrás, Alonso se aproveitava do cada vez melhor sistema de largada da Renault e ganha duas posições na largada, ultrapassando os veteranos Coulthard e Barrichello.

Como era previsto, a corrida é muito equilibrada em seu início, com os oito primeiros colocados andando próximos, mas sem grandes tentativas de ultrapassagem. Era mais do que lógico que as posições seriam decididas nos boxes. Ralf Schumacher, o pole, foi o primeiro a fazer sua parada na volta 20, deixando caminho livre para Montoya fazer voltas mais rápidas e tentar a ultrapassagem nos boxes. Raikkonen fazia o mesmo e colava no colombiano. Mais atrás Michael Schumacher tentava a mesma estratégia e colava na Renault de Trulli, que claramente tinha um ritmo mais lento do que o alemão. Montoya parou duas voltas depois do seu companheiro de equipe e essas voltas foram suficientes para que ele saísse à frente do Schumacher Jr. Na volta 24 foi a vez de Kimi e o finlandês se meteu entre os dois carros da Williams e também deixava Ralf para trás.

Trulli assumia a liderança por duas voltas, mas quando o italiano parou, Schumacher utilizou sua mais letal arma para ultrapassar: suas voltas antes de sua parada. De forma clínica, o alemão voou com pista livre e com quatro voltas com a cara no vento, o piloto da Ferrari não apenas deixou Trulli para trás, como também seu irmão. Após a primeira rodada de paradas, as posições eram: Montoya -> Raikkonen -> M.Schumacher -> R.Schumacher -> Trulli -> Coulthard -> Alonso -> Barrichello. Dos líderes, apenas Barrichello permanceu na mesma posição, ou seja, fechando o primeiro pelotão...

Como era de se esperar, os pilotos mantiveram suas posições esperando pela segunda rodada de paradas. Montoya ficava à uma distância segura de Raikkonen, enquanto o finlandês via a aproximação de Schumacher. A vitória ficaria entre os três. A decisão da prova começaria na volta 49, quando Montoya fez sua última parada. Raikkonen apertou o ritmo. Schumacher também. Essa era a chance dos dois de ultrapassarem o colombiano. Kimi fazia bem seu papel, mas encontrou um lento retardatário Jacques Villeneuve e perdeu tempo. Resultado? Quando fez sua parada quatro voltas depois, Kimi estava atrás de Montoya. Agora restava Schumacher. O alemão ainda não estava em posição de atacar os dois primeiros, mas nem assim diminuiu seu ritmo, marcando ótimos tempos. E as voltas passavam... e nada do alemão parar. Nos boxes de McLaren e Williams, a apreensão era grande pelo filme que eles já tinham visto tantas vezes. Mais atrás, Alonso aprontava das suas e o espanhol ultrapassou, nos boxes, seu companheiro de equipe.

Finalmente na volta 58 o piloto da Ferrari faria sua parada e apesar do seu esforço, Schumacher saía logo atrás de Raikkonen. Montoya ainda liderava, mas tinha Raikkonen colado em seu câmbio. Qualquer erro era fatal. Para piorar, Schumacher se aproximava perigosamente de Raikkonen. Nas voltas finais, finalmente o alemão encostou nos dois primeiros. Para aumentar a dramaticidade, o tempo em Mônaco virou e de repente o clima ficou carrancudo. Patrick Head, sócio da Williams, olhava para o céu nervosamente. Será que viria chuva? Não veio e Montoya dava para a Williams sua primeira vitória em Monte Carlos vinte anos depois de Rosberg. Com esse resultado, Montoya entrava na briga pelo campeonato de forma gradual, enquanto a Williams, juntamente com a Michelin, crescia no campeonato. Seria uma das melhores temporadas do século 21!

Chegada:
1) Montoya
2) Raikkonen
3) M.Schumacher
4) R.Schumacher
5) Alonso
6) Trulli
7) Coulthard
8) Barrichello

Um comentário:

Anônimo disse...

Amigo João Carlos,
Lembro-me como se fosse ontem: grande vitória de Montoya, que largou excepcionalmente bem e superou Raikkonen na estratégia. (Acho que aquele ano a Williams poderia ter levado o caneco, se fosse inteligente...)
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Mr Stripes
(Rodrigo Felix)