quinta-feira, 4 de junho de 2009

História: 20 anos do Grande Prêmio dos Estados Unidos de 1989


Após anos correndo nas ruas de Detroit, a F1 mudava seu rumo nos Estados Unidos. A falta de público fiel a F1 no mais rico país do mundo fez com que a prefeitura de Detroit desistisse de investir na corrida local e para não ficar sem um dos mais tradicionais Grandes Prêmios, Bernie se mudou para Phoenix, no meio do deserto do Arizona. Mais conhecido pelo seu oval de uma milha e por ser terra natal do único ianque no paddock, Eddie Cheever, os organizadores de Phoenix tentaram construir o melhor circuito de rua do mundo, mas uma semana após a passagem pelo México, o circuito improvisado não era tão atraente assim e o forte calor fez com que a média de velocidade no primeiro dia ficasse abaixo dos 140 km/h. Corroborando com a falta de interesse do americano típico pela F1, poucas pessoas se deram o trabalho de ir aos primeiros dias e afora as pessoas da região, quase ninguém sabia da passagem da F1 pela América.

Continuando a briga particular dentro da McLaren, Senna fazia mais uma pole na sua carreira, mas desta vez seria especial. Ele quebrou o recorde de 33 poles de Jim Clark e se tornava, de forma isolada, o piloto com mais poles na história da F1. Prost completava a primeira fila e atrás do francês, o que se viu foi um grid apertado, com os pilotos separados na casa dos milésimos. A surpresa, mais uma vez, foi o desempenho dos pilotos com pneus Pirelli, que dominaram os lugares pós-McLaren, deixando as tradicionais Ferarri e Williams mais para trás.

Grid:
1) Senna (McLaren) - 1:30.108
2) Prost (McLaren) - 1:31.517
3) Nannini (Benetton) - 1:31.799
4) Mansell (Ferrari) - 1:31.927
5) Brundle (Brabham) - 1:31.960
6) Caffi (Dallara) - 1:32.160
7) Modena (Brabham) - 1:32.286
8) Berger (Ferrari) - 1:32.364
9) Alboreto (Tyrrell) - 1:32.491
10) Warwick (Arrows) - 1:32.492

O dia 4 de junho de 1989 estava extremamente quente e ensolarado no Arizona e os pneus poderiam interferir decisivamente na luta pelo pódio. Afinal, as duas McLarens eram as principais favoritas. Desta vez Prost larga melhor do que Senna, algo anormal na época, mas a reta longa proporciona ao brasileiro uma recuperação para a primeira curva, uma esquina à direita, e Senna liderava à frente do seu desafeto, com Nannini e Mansell mantendo suas posições. As duas McLarens já começavam a sumir na frente ainda nas primeiras voltas. O resto só voltariam a vê-los no final da prova.

Enquanto isso, Nannini, que havia sofrido um forte acidente no warm-up, abandona ainda no início da corrida com problemas de dirigibilidade em seu Benetton, mas o italiano na verdade estava com fortes dores no pescoço. Mansell era um solitário terceiro colocado, com vários pilotos com pneus Pirelli brigando pela quarta posição. Alex Caffi tinha subido para o 4º posto, mas tinha os dois Brabhams colados em sua traseira. Mais atrás, o atrapalhado Andrea de Cesaris tenta uma ultrapassagem sobre Derek Warwick por posições intermediárias e acaba tocando o inglês, furando o seu pneu. O italiano da Dallara tem que ir aos boxes trocar os pneus e mais tarde apareceria decisivamente na corrida.

Modena ultrapassa Caffi ainda na 7º volta, enquanto Brundle pressionava o piloto da Dallara. No entanto, Caffi ainda mantinha Modena na sua alça de mira e após voltas sem mudanças de posição, o piloto da Dallara ultrapassou seu compatriota na volta 25. Modena começava a ter problemas de freios e acabaria sendo ultrapassado por Brundle antes de abandonar. Bem nesse momento, o câmbio semi-automático da Ferrari de Mansell faz mais um dos seus caprichos e o inglês tem que ir aos boxes para abandonar sem nenhuma marcha. Lá na frente, Senna liderava com facilidade, com Prost o seguindo de perto, mas o brasileiro começa a perder rendimento e sinaliza para que Prost o ultrapasse. Estava claro que Senna estava com problemas e no final da 33º volta ele foi aos boxes tentar resolver problemas eletrônicos em seu McLaren. Algo que não conseguiria.

O forte calor de Phoenix começava a causar problemas aos pilotos e Caffi, num excepcional segundo lugar, vai aos boxes trocar seus pneus. O italiano volta à pista em 5º lugar, atrás de Patrese e Cheever, que haviam largada mais atrás, mas faziam uma prova sólida rumo aos pontos. Quando Caffi se aproximava de Cheever, ele encontra Andrea de Cesaris, seu companheiro de equipe, que estava nas últimas posições e a ponto de tomar uma volta. Nunca muito confiável, De Cesaris deu razão aos que o chamavam de ímã de acidentes e ele simplesmente coloca seu companheiro de equipe para fora da corrida, ao jogá-lo contra o muro. Os boxes da Dallara foram os mais quentes daquele dia infernal!

Enquanto De Cesaris aprontava mais uma das suas, Berger perdia rendimento e era ultrapassado pela dupla Patrese e Cheever, que haviam largado em 14º e 17º respectivamente. Não demorou e o austríaco encostou sua Ferrari nos boxes para abandonar. Até aquele momento, Berger não sabia o que era receber a bandeirada. Ao final de 75 voltas, apenas seis carros receberam a bandeira quadriculada, com Prost sobrando frente aos demais. Patrese e Cheever completavam o pódio, com o americano chegando ao que seria o último pódio da sua longa carreira na frente do seu (pequeno) público. Atrás deles, apenas surpresas. Christian Danner levou seu pequeno Rial ao quarto lugar, seguido por Johnny Herbert da Benetton e um problemático Williams de Thierry Boutsen. Após a prova, todos estavam esgotados e no ano seguinte a corrida seria mudada para o início do ano, para evitar tanto calor. Mas o que estava quente era a briga entre Senna e Prost. Perguntado se tinha condições de bater Senna se ele não tivesse abandonado, Prost foi irônico. "Eu estava mais para trás porque Senna ficava freando antes da hora na minha frente. É uma tática dele!"

Chegada:
1) Prost
2) Patrese
3) Cheever
4) Danner
5) Herbert
6) Boutsen

2 comentários:

Arthur Simões disse...

Po!Danner de Rial em quarto!!!

Isso não teve uma repercussão grande na F1 não,JC??
Poxa,no ano seguinte o Danner saiu da F1...
Essa quarta posição poderia terdado mais chances para o alemão.

João Carlos Viana disse...

Na verdade, pouco adiantou, pois ele seria dispensado da Rial antes do final desta temporada e não correria mais na F1 a partir de então.