Numa época dominada por carros e pilotos italianos, um inglês de aparência frágil e meio calvo entrou no cenário da então novata F1 para entrar para a história do automobilismo. Não importando em qual carro estava ou em qual categoria, Stirling Moss era sempre o favorito a vencer uma corrida. E ele esteve presente em um total de 497 provas, onde venceu impressionantes 194 (39%), apesar de Moss alegar que na verdade foram 525. Figura lendária na Inglaterra, Moss é considerado o melhor piloto da história a não ter conquistado um título mundial da F1, onde foi vice por quatro vezes consecutivas. Testemunha ocular de toda a história da Fórmula 1, Moss viu todos os grandes pilotos rente aos seus olhos, sendo que muitos ele os enfrentou na pista, onde se destacou pelo patriotismo e pela velocidade. Completando 80 anos no dia de hoje, iremos conhecer um pouquinho mais sobre este inglês completo, que só lhe faltou o título mundial de F1.
Stirling Crawford Moss nasceu no dia 17 de setembro de 1929 na cidade de West Kensington, na Inglaterra. O pequeno Stirling tinha tudo para se tornar um piloto, pois toda a sua família se envolveu de alguma forma com corridas e competições. Seu pai, Alfred Moss, foi um piloto costumaz da famosa pista de Brooklands e quando Alfred partiu para os Estados Unidos para completar seus estudos, ele chegou a participar das 500 Milhas de Indianápolis de 1924, onde terminou a famosa corrida em 14º. Sua mãe também participou de rallys, enquanto sua irmã, Pat Moss, participou de competições de equitação. Stirling estudou em bons colégios, mas por ter sofrido diversos problemas de saúde, ele sempre competiu em outros esportes, mas sua paixão sempre foram os carros e as corridas, principalmente quando ele ganhou do seu pai, com apenas nove anos, um velho Austin Seven, onde Moss deu suas primeiras aceleradas. Apesar de todo esse histórico no automobilismo, Alfred Moss queria que o filho continuasse com os negócios da família, onde tinha um lucrativo consultório dentário. Stirling sempre pensava nas corridas e isso acabava influenciando negativamente na escola, onde não conseguia boas notas e isso fez com que ele fosse trabalhar cedo, em hotéis.
Stirling Crawford Moss nasceu no dia 17 de setembro de 1929 na cidade de West Kensington, na Inglaterra. O pequeno Stirling tinha tudo para se tornar um piloto, pois toda a sua família se envolveu de alguma forma com corridas e competições. Seu pai, Alfred Moss, foi um piloto costumaz da famosa pista de Brooklands e quando Alfred partiu para os Estados Unidos para completar seus estudos, ele chegou a participar das 500 Milhas de Indianápolis de 1924, onde terminou a famosa corrida em 14º. Sua mãe também participou de rallys, enquanto sua irmã, Pat Moss, participou de competições de equitação. Stirling estudou em bons colégios, mas por ter sofrido diversos problemas de saúde, ele sempre competiu em outros esportes, mas sua paixão sempre foram os carros e as corridas, principalmente quando ele ganhou do seu pai, com apenas nove anos, um velho Austin Seven, onde Moss deu suas primeiras aceleradas. Apesar de todo esse histórico no automobilismo, Alfred Moss queria que o filho continuasse com os negócios da família, onde tinha um lucrativo consultório dentário. Stirling sempre pensava nas corridas e isso acabava influenciando negativamente na escola, onde não conseguia boas notas e isso fez com que ele fosse trabalhar cedo, em hotéis.
Perto de completar 18 anos, Moss participou de suas primeiras corridas, mas escondido do seu pai, que quando descobriu, quase acabou com a brincadeira. Sabendo que seria pior se impedisse o filho de continuar o seu sonho e também a possibilidade de Stirling correr escondido, Alfred não apenas deixou o rebento correr, como chegou a emprestar seu BMW para que Stirling corresse. Em meados de 1947, uma pequena oficina de um inglês sonhador e visionário chamado John Cooper começou a despontar no automobilismo inglês e Moss, juntamente com seu pai, foi a oficina de Cooper, em Surbiton, para comprar um dos seus carros de corrida por 600 libras. Isso seria o início de uma das mais brilhantes carreiras da história do automobilismo. A Inglaterra ainda sofria com os efeitos da Segunda Guerra Mundial e por isso o automobilismo tinha que sobreviver a custo de pequenos carros artesanais e com motores de moto. Foi assim que surgiu a F3 e Moss foi um dos primeiros expoentes, vencendo várias corridas da categoria, chamando a atenção dos grandes chefes de equipe locais da época. Em 1950, Moss consegue seu primeiro contrato com uma equipe profissional, a HWM, mas os carros da pequena equipe inglesa não eram páreos aos grandes carros italianos da época, que dominavam a F1. Moss fez várias corridas secundárias de F1 com a HWM, mas sua estréia no Campeonato Mundial seria na primeira etapa de 1951, no Grande Prêmio da Suíça. E seria uma estréia marcante. Com apenas 21 anos de idade, Moss fez uma bela corrida, aonde chegou a andar em quarto, até ter problemas em seu HWM e terminar apenas em 14º. Na verdade, esse período na HWM seria de apenas aprendizagem, pois o carro quebrava demais, trazendo apenas conhecimento técnico a Moss.
Numa época em que não existia um profissionalismo tão exacerbado, Moss disputa a temporada de F1 em 1952 por três equipes (HWM, ERA e Connaught), mas não vê a bandeirada em nenhuma das cinco provas que participou. Como era comum na época, Moss também participava de outras categorias e após uma vitória na França com um Jaguar Tipo C, Moss é convidado pela Ferrari para fazer parte da equipe em 1952. Essa seria uma chance de ouro, pois a equipe italiana já era considerada uma dos grandes times do mundo, mas logo em sua primeira corrida pela equipe, em Bari, Moss foi claramente sobre julgado pelo italiano Piero Taruffi. Moss se sentiu humilhado e mesmo tendo uma grande admiração pela Ferrari, prometeu que se vingaria dos carros vermelhos. Ainda em 1952, Moss participou do famoso Rally de Mônaco, juntamente com John Cooper, e o inglês, mostrando muita versatilidade, venceu o evento, colocando seu nome como o único a vencer em Monte Carlo no Rally e na F1. Mas isso seria mais tarde. A F1 ainda vivia sobre o regime dos grandes pilotos pré-guerra e das equipes italianas e assim lendas como Giuseppe Farina, Luigi Fagioli e Juan Manuel Fangio já tinham passado da casa dos 40 anos, mas com muita experiência nos pesados carros italianos, que eram os mais potentes e dominavam o cenário de então. Extremamente nacionalista, Moss só havia corrido com carros britânicos até então, mas percebe que só andaria no pelotão da frente se estivesse ao volante de um carro vermelho. Junto com seu empresário (Moss esteve na vanguarda neste tipo de personagem da F1), Stirling comprou um Maserati 250F no final de 1953 e disputou a temporada seguinte com o carro italiano numa equipe privada. Logo em sua primeira corrida com o carro, em Spa, Moss consegue seus primeiros pontos. E logo com um pódio, em 3º lugar! As exibições de Moss foram tão especiais, que chamaram a atenção da equipe oficial da Maserati, que o contratou ainda durante a temporada de 1954, mas aquele ano foi dominado pela Mercedes-Benz.
A equipe comandada por Alfred Neubauer construiu um carro revolucionário, o modelo W196, e se preparou como nunca para entrar na F1 pela porta da frente. Contratando o melhor piloto da época, Juan Manuel Fangio, a equipe germânica ainda teve tempo para ser campeã com o argentino em 1954 e queria muito mais no ano seguinte. Percebendo o potencial de Moss, a equipe traz o inglês para a equipe em 1955, para ser uma espécie de aprendiz de Fangio. O que Moss fez com perfeição. Mesmo bem mais jovem do que o lendário argentino, Moss e Fangio se tornaram muito amigos, com o inglês demonstrando uma verdadeira veneração a Fangio. Em muitas corridas, Moss perseguiu Fangio de muito perto e a Mercedes sempre pedia a Moss para não ficar tão próximo de Fangio, no caso de um acidente do argentino. “Primeiro, Fangio não erra. Segundo, andando próximo a ele, eu posso aprender ainda mais!” Foi uma impressionante sequencia de dobradinhas, com Fangio sempre à frente de Moss, mas na Inglaterra, em Aintree, a dupla ia muito à frente dos demais e colados, com Fangio em 1º e Moss logo atrás. Então, na última volta, Moss ultrapassou Fangio para garantir a sua primeira vitória na F1. Após a corrida, Moss perguntou a Fangio. “Você me deixou ganhar?”. Com sua sabedoria budista e calma tibetana, Fangio respondeu que não. “Você foi mais rápido hoje!” Na Mille Miglia de 1955, uma das corridas de estrada mais conhecidas do mundo, a Mercedes levou seu modelo 300 SLR (na verdade, um F1 carenado) para as estradas italianas e também suas duas estrelas. A corrida tinha 1.597 km de cumprimento, pelas estradas italianas, recheadas de torcedores na beira da pista. Era um cenário muito parecido com o do Mundial de Rally, onde Moss se inspirou e transformou o reconhecido jornalista inglês Denis Jenkinson em navegador. Jenkinson lia anotações de anos anteriores, enquanto Moss sentava a bota. Fangio corria sozinho, principalmente pelo trauma de ter perdido um acompanhante em corrida de estrada na Argentina. Dizem que esse foi o fator principal da vitória de Moss, enquanto Jenkinson escrevia um livro sobre suas aventuras ao lado de Moss. Porém, mais de 50 anos depois, descobriu-se que na verdade houve outros tipos de ajuda. Num tempo em que anti-doping era mera ficção científica, Fangio ofereceu “bolinhas” a Moss antes da largada da Mille Miglia. Eram anfetaminas, que faziam que o piloto enxergasse gato preto numa noite escura de lua nova. Moss estava tão acordado naquele dia que, após a vitória em Roma, ele ainda teve pique para chegar em Stuttgart dirigindo seu Mercedes!
Numa época em que não existia um profissionalismo tão exacerbado, Moss disputa a temporada de F1 em 1952 por três equipes (HWM, ERA e Connaught), mas não vê a bandeirada em nenhuma das cinco provas que participou. Como era comum na época, Moss também participava de outras categorias e após uma vitória na França com um Jaguar Tipo C, Moss é convidado pela Ferrari para fazer parte da equipe em 1952. Essa seria uma chance de ouro, pois a equipe italiana já era considerada uma dos grandes times do mundo, mas logo em sua primeira corrida pela equipe, em Bari, Moss foi claramente sobre julgado pelo italiano Piero Taruffi. Moss se sentiu humilhado e mesmo tendo uma grande admiração pela Ferrari, prometeu que se vingaria dos carros vermelhos. Ainda em 1952, Moss participou do famoso Rally de Mônaco, juntamente com John Cooper, e o inglês, mostrando muita versatilidade, venceu o evento, colocando seu nome como o único a vencer em Monte Carlo no Rally e na F1. Mas isso seria mais tarde. A F1 ainda vivia sobre o regime dos grandes pilotos pré-guerra e das equipes italianas e assim lendas como Giuseppe Farina, Luigi Fagioli e Juan Manuel Fangio já tinham passado da casa dos 40 anos, mas com muita experiência nos pesados carros italianos, que eram os mais potentes e dominavam o cenário de então. Extremamente nacionalista, Moss só havia corrido com carros britânicos até então, mas percebe que só andaria no pelotão da frente se estivesse ao volante de um carro vermelho. Junto com seu empresário (Moss esteve na vanguarda neste tipo de personagem da F1), Stirling comprou um Maserati 250F no final de 1953 e disputou a temporada seguinte com o carro italiano numa equipe privada. Logo em sua primeira corrida com o carro, em Spa, Moss consegue seus primeiros pontos. E logo com um pódio, em 3º lugar! As exibições de Moss foram tão especiais, que chamaram a atenção da equipe oficial da Maserati, que o contratou ainda durante a temporada de 1954, mas aquele ano foi dominado pela Mercedes-Benz.
A equipe comandada por Alfred Neubauer construiu um carro revolucionário, o modelo W196, e se preparou como nunca para entrar na F1 pela porta da frente. Contratando o melhor piloto da época, Juan Manuel Fangio, a equipe germânica ainda teve tempo para ser campeã com o argentino em 1954 e queria muito mais no ano seguinte. Percebendo o potencial de Moss, a equipe traz o inglês para a equipe em 1955, para ser uma espécie de aprendiz de Fangio. O que Moss fez com perfeição. Mesmo bem mais jovem do que o lendário argentino, Moss e Fangio se tornaram muito amigos, com o inglês demonstrando uma verdadeira veneração a Fangio. Em muitas corridas, Moss perseguiu Fangio de muito perto e a Mercedes sempre pedia a Moss para não ficar tão próximo de Fangio, no caso de um acidente do argentino. “Primeiro, Fangio não erra. Segundo, andando próximo a ele, eu posso aprender ainda mais!” Foi uma impressionante sequencia de dobradinhas, com Fangio sempre à frente de Moss, mas na Inglaterra, em Aintree, a dupla ia muito à frente dos demais e colados, com Fangio em 1º e Moss logo atrás. Então, na última volta, Moss ultrapassou Fangio para garantir a sua primeira vitória na F1. Após a corrida, Moss perguntou a Fangio. “Você me deixou ganhar?”. Com sua sabedoria budista e calma tibetana, Fangio respondeu que não. “Você foi mais rápido hoje!” Na Mille Miglia de 1955, uma das corridas de estrada mais conhecidas do mundo, a Mercedes levou seu modelo 300 SLR (na verdade, um F1 carenado) para as estradas italianas e também suas duas estrelas. A corrida tinha 1.597 km de cumprimento, pelas estradas italianas, recheadas de torcedores na beira da pista. Era um cenário muito parecido com o do Mundial de Rally, onde Moss se inspirou e transformou o reconhecido jornalista inglês Denis Jenkinson em navegador. Jenkinson lia anotações de anos anteriores, enquanto Moss sentava a bota. Fangio corria sozinho, principalmente pelo trauma de ter perdido um acompanhante em corrida de estrada na Argentina. Dizem que esse foi o fator principal da vitória de Moss, enquanto Jenkinson escrevia um livro sobre suas aventuras ao lado de Moss. Porém, mais de 50 anos depois, descobriu-se que na verdade houve outros tipos de ajuda. Num tempo em que anti-doping era mera ficção científica, Fangio ofereceu “bolinhas” a Moss antes da largada da Mille Miglia. Eram anfetaminas, que faziam que o piloto enxergasse gato preto numa noite escura de lua nova. Moss estava tão acordado naquele dia que, após a vitória em Roma, ele ainda teve pique para chegar em Stuttgart dirigindo seu Mercedes!
Tudo ia bem para a Mercedes, com Fangio sendo campeão do Mundo novamente e Moss conquistando seu primeiro vice-campeonato, mas durante as 24 Horas de Le Mans, uma tragédia se abateu no automobilismo e na Mercedes, em particular. O terceiro carro da equipe, de Pierre Levegh, acerta em cheio o Austin de Lance Macklin e o Mercedes do francês é lançado contra os espectadores, matando Levegh e outras 78 pessoas. Fangio por muito pouco não se envolveu no acidente, enquanto Moss também participava da corrida e liderava quando a Mercedes-Benz, por meio de sua presidência, anunciou que estava abandonando aquela corrida e o automobilismo em geral no final de 1955. Era o final de um rápido ciclo que entrou para a história do automobilismo e que Moss foi parte integrante de forma atuante. Mesmo tendo ficado apenas um ano vinculado a Mercedes, Stirling ficou tão marcado na fábrica alemã, que um Merceder SLR, réplica do seu carro usado em 1955 na Mille Miglia, foi recriado esse ano. Moss passou a ser sondado a ir para outras equipes, mas Stirling primeiramente procurou as equipes inglesas, onde viu que não teria chances no campeonato seguinte. Moss poderia ter acompanhado Fangio e ter ido para a Ferrari em 1956, mas se lembrou do que sofreu cinco anos antes e declinou do convite. Stirling Moss foi considerado por muito tempo o primeiro piloto profissional da F1, onde o inglês sempre cobrava alto para estar numa corrida. E sempre recebia o que pedia! Dessa forma, Moss participava de várias provas ao mesmo tempo, muitas vezes no mesmo dia, e faturava alto com isso. Foi desta forma que Moss voltou à Maserati em 1956, desta vez como piloto principal, à frente dos pilotos italianos da época.
Assim como havia acontecido no ano anterior, Moss passou o ano correndo atrás de Fangio, mesmo que ambos estivessem em carros diferentes. Foram duas vitórias, mas Fangio dominou novamente o Mundial daquele ano, mas o argentino nunca tinha se adaptado totalmente a Ferrari e no final do ano ele saiu da equipe de Maranello e se juntou novamente à Maserati. Moss se tornou o substituto natural de Fangio na Ferrari, mas o inglês recusou a proposta de Enzo Ferrari e resolveu investir num novo projeto na F1. Tony Vandervell planejava acabar com o domínio dos carros italianos e por isso abriu a equipe Vanwall, que desde 1954 estava na F1 e evoluía a olhos vistos. O caminho para os carros italianos era bem mais fácil para Moss, mas ele se voltou para o nacionalista novamente e preferiu a Vanwall. “É melhor perder com honra por um time inglês do que vencer por uma equipe estrangeira” era o lema de Moss quando perguntado sobre essa predileção pelas equipes de sua nacionalidade. A equipe tinha ainda Tony Brooks, grande amigo de Moss desde os tempos de F3, que admitiu anos depois que Moss tinha o status de primeiro piloto da equipe, a ponto do time muitas vezes dar os melhores equipamentos a Stirling, ou, até mesmo, dar o carro de Brooks ao compatriota. Trapaças ocorrem na F1 desde os seus primórdios...
Ainda numa equipe nova, Moss sofreu com algumas quebras, mas o carro inglês já rivalizava com Ferraris e Maseratis em termos de performance. No Grande Prêmio da Inglaterra, a Vanwall se preparou para vencer, pela primeira vez em anos, com um carro inglês e um piloto inglês o Grande Prêmio da Inglaterra. Brooks tinha sofrido um sério acidente durante as 24 Horas de Le Mans e foi para pista vindo diretamente do hospital. Moss larga na pole em Aintree, mas tem um problema em seu carro, mas como as regras da época permitiam que pilotos trocassem de carro durante a corrida, Moss voltou aos boxes e montou no carro de Brooks, ainda debilitado pelo acidente em Sarthe. Com grande maestria, Moss venceu a corrida e entrou definitivamente para a história do automobilismo inglês. Moss vence as duas últimas corridas na temporada 1957, realizadas na Itália, inclusive na única corrida em Pescara pela F1, no que seria a maior pista da categoria em termos de extensão (25 km), e o inglês se torna vice-campeão pelo terceiro ano seguido. Naquele momento, Stirling Moss era a maior estrela do automobilismo inglês e talvez a pessoa mais famosa da ilha, com seu nome se ligando automaticamente às corridas.
Assim como havia acontecido no ano anterior, Moss passou o ano correndo atrás de Fangio, mesmo que ambos estivessem em carros diferentes. Foram duas vitórias, mas Fangio dominou novamente o Mundial daquele ano, mas o argentino nunca tinha se adaptado totalmente a Ferrari e no final do ano ele saiu da equipe de Maranello e se juntou novamente à Maserati. Moss se tornou o substituto natural de Fangio na Ferrari, mas o inglês recusou a proposta de Enzo Ferrari e resolveu investir num novo projeto na F1. Tony Vandervell planejava acabar com o domínio dos carros italianos e por isso abriu a equipe Vanwall, que desde 1954 estava na F1 e evoluía a olhos vistos. O caminho para os carros italianos era bem mais fácil para Moss, mas ele se voltou para o nacionalista novamente e preferiu a Vanwall. “É melhor perder com honra por um time inglês do que vencer por uma equipe estrangeira” era o lema de Moss quando perguntado sobre essa predileção pelas equipes de sua nacionalidade. A equipe tinha ainda Tony Brooks, grande amigo de Moss desde os tempos de F3, que admitiu anos depois que Moss tinha o status de primeiro piloto da equipe, a ponto do time muitas vezes dar os melhores equipamentos a Stirling, ou, até mesmo, dar o carro de Brooks ao compatriota. Trapaças ocorrem na F1 desde os seus primórdios...
Ainda numa equipe nova, Moss sofreu com algumas quebras, mas o carro inglês já rivalizava com Ferraris e Maseratis em termos de performance. No Grande Prêmio da Inglaterra, a Vanwall se preparou para vencer, pela primeira vez em anos, com um carro inglês e um piloto inglês o Grande Prêmio da Inglaterra. Brooks tinha sofrido um sério acidente durante as 24 Horas de Le Mans e foi para pista vindo diretamente do hospital. Moss larga na pole em Aintree, mas tem um problema em seu carro, mas como as regras da época permitiam que pilotos trocassem de carro durante a corrida, Moss voltou aos boxes e montou no carro de Brooks, ainda debilitado pelo acidente em Sarthe. Com grande maestria, Moss venceu a corrida e entrou definitivamente para a história do automobilismo inglês. Moss vence as duas últimas corridas na temporada 1957, realizadas na Itália, inclusive na única corrida em Pescara pela F1, no que seria a maior pista da categoria em termos de extensão (25 km), e o inglês se torna vice-campeão pelo terceiro ano seguido. Naquele momento, Stirling Moss era a maior estrela do automobilismo inglês e talvez a pessoa mais famosa da ilha, com seu nome se ligando automaticamente às corridas.
Quando Fangio se aposentou ainda nas primeiras corridas de 1958, tudo levava a crer que Moss finalmente venceria o Mundial de F1, mas seu ímpeto em sempre tentar a vitória acabaria por lhe atrapalhar. Mike Hawthorn, inglês que correu a maior parte da carreira pela Ferrari, era o principal rival de Moss durante a temporada. Contudo, ainda na primeira prova do ano, Stirling entrava para a história novamente. Para o esvaziado Grande Prêmio da Argentina, a Vanwall não mandou seus carros, mas Moss foi a América do Sul com a equipe do amigo John Cooper. O dono de equipe tinha colocado dois motores de moto na traseira do seu F1 e o chassi inglês era minúsculo frente aos enormes carros italianos da Ferrari e da Maserati. Apesar de 150 cv mais potentes, os pesados carros vermelhos não eram nada ágeis, enquanto o Cooper de Moss se destacava justamente pela maneabilidade do seu chassi e Moss tirou o máximo proveito disso para se tornar o primeiro piloto a vencer uma corrida de F1 com motor traseiro. De volta a Vanwall na temporada européia, Moss tinha o ideal de sempre vencer quando possível, mas como isso não estava ao seu alcance na maior parte das oportunidades, Stirling ora vencia, ora abandonava. Hawthorn seguiu a via da consistência e com isso liderou a maior parte do campeonato. Em Portugal, antepenúltima etapa de 1958, Moss estava atrás de Hawthorn quando o inglês da Ferrari roda à sua frente. Desesperado em voltar rapidamente à pista, Hawthorn acaba pedindo para ser empurrado e com isso retorna para a pista para chegar em segundo, atrás de Moss. Após a corrida, Hawthorn seria desclassificado pelos comissários pela ajuda recebida mais cedo, mas Moss, principal beneficiado pela desclassificação de Hawthorn, foi em pessoa depor a favor do rival, que teve os pontos devolvidos. Pontos esses que seriam decisivos. Mesmo com apenas uma vitória, Hawthorn corria a última corrida do ano, em Marrocos, com o regulamento debaixo do braço, enquanto Moss, com três vitórias, tinha que ganhar novamente e torcer para Mike não terminar em segundo. Correndo ao seu estilo, Moss venceu com tranqüilidade, enquanto Hawthorn passou a maior parte da corrida em terceiro, mas o segundo colocado era Phil Hill, companheiro de equipe de Hawthorn, que foi gentilmente obrigado pela Ferrari abrir caminho para Hawthorn receber a bandeirada em 2º e ganhar o campeonato.
Nessa mesma corrida em Ain-Diab, o companheiro de equipe de Moss, Stuart Lewis-Evans, morreu após um acidente e Tony Vandervell, mesmo com o melhor carro do pelotão, fechou as portas da sua equipe, traumatizado com a morte do seu jovem piloto. Ligeiramente desempregado, não faltou oportunidades de emprego a Moss, mas as principais vagas já estavam preenchidas e Stirling teve que se conformar com a equipe particular de Rob Walker, pelo qual correria o resto da vida. Porém, a equipe de Walker era tão forte que as equipes de fábrica e Moss nunca andou no pelotão intermediário, apesar de sua ida a equipe de Rob Walker o fez não brigar mais pelo título. Agora com um Cooper com motor traseiro, Moss venceria duas vezes nas duas últimas provas do campeonato e terminaria o campeonato em terceiro, após não ter pontuado nas primeiras corridas. Ainda com Walker, Moss agora teria a disposição o Lotus 18, praticamente o mesmo carro da equipe oficial da Lotus, o time que mais crescia naquele início de década de 60. A Ferrari ainda tinha carros com motor na dianteira, apesar do título da Cooper com motor traseiro com Jack Brabham em 1959. O australiano revalidaria seu título, mas Moss não deixa de vencer corridas, sendo o primeiro piloto a vencer com um carro da Lotus no Grande Prêmio de Mônaco. Para 1961, a F1 mudava para os motores de 1.5l e a Ferrari leva uma grande vantagem com seu modelo “nariz de tubarão” com os vencedores motores de F2. Foi um massacre da equipe italiana, enquanto as equipes inglesas tiveram que lhe dar com o fraco motor Clímax. Porém, Moss ainda podia tirar um algo mais do seu Lotus-Climax e numa das corridas mais famosas da história da F1, o inglês venceu o Grande Prêmio de Mônaco, mesmo sendo atacado por uma horda de carros vermelhos da Ferrari. Foi uma vitória tão especial quanto o triunfo em Nürburgring, quando Stirling se aproveitou da chuva para ganhar na Alemanha. O que Stirling Moss não sabia era que essa seria sua última vitória na F1.
Nessa mesma corrida em Ain-Diab, o companheiro de equipe de Moss, Stuart Lewis-Evans, morreu após um acidente e Tony Vandervell, mesmo com o melhor carro do pelotão, fechou as portas da sua equipe, traumatizado com a morte do seu jovem piloto. Ligeiramente desempregado, não faltou oportunidades de emprego a Moss, mas as principais vagas já estavam preenchidas e Stirling teve que se conformar com a equipe particular de Rob Walker, pelo qual correria o resto da vida. Porém, a equipe de Walker era tão forte que as equipes de fábrica e Moss nunca andou no pelotão intermediário, apesar de sua ida a equipe de Rob Walker o fez não brigar mais pelo título. Agora com um Cooper com motor traseiro, Moss venceria duas vezes nas duas últimas provas do campeonato e terminaria o campeonato em terceiro, após não ter pontuado nas primeiras corridas. Ainda com Walker, Moss agora teria a disposição o Lotus 18, praticamente o mesmo carro da equipe oficial da Lotus, o time que mais crescia naquele início de década de 60. A Ferrari ainda tinha carros com motor na dianteira, apesar do título da Cooper com motor traseiro com Jack Brabham em 1959. O australiano revalidaria seu título, mas Moss não deixa de vencer corridas, sendo o primeiro piloto a vencer com um carro da Lotus no Grande Prêmio de Mônaco. Para 1961, a F1 mudava para os motores de 1.5l e a Ferrari leva uma grande vantagem com seu modelo “nariz de tubarão” com os vencedores motores de F2. Foi um massacre da equipe italiana, enquanto as equipes inglesas tiveram que lhe dar com o fraco motor Clímax. Porém, Moss ainda podia tirar um algo mais do seu Lotus-Climax e numa das corridas mais famosas da história da F1, o inglês venceu o Grande Prêmio de Mônaco, mesmo sendo atacado por uma horda de carros vermelhos da Ferrari. Foi uma vitória tão especial quanto o triunfo em Nürburgring, quando Stirling se aproveitou da chuva para ganhar na Alemanha. O que Stirling Moss não sabia era que essa seria sua última vitória na F1.
A F1 havia mudado muito desde que Moss havia estreado e apenas a Ferrari ainda resistia como representante dos grandes carros italianos e as pequenas equipes inglesas começavam a desabrochar como os times dominadores. Antes dominados pelos pilotos da bota, a F1 era invadida pelos pilotos britânicos, com destaque para Jim Clark e Graham Hill. Mesmo relativamente jovem Moss parecia um veterano frente aos novos ases que surgiam, mas ainda podia mostrar que tinha talento suficiente para correr no pelotão dianteiro. Ainda correndo pela equipe de Rob Walker, apesar de novamente assediado pela Ferrari, Moss foi a Goodwood disputar o Glover Trophy, uma corrida fora do campeonato de F1. Ainda no início da corrida, Moss perde o controle do seu Lotus 21 e bateu forte. Foi um acidente muito sério e toda a Inglaterra parou para ver a lenta e dolorosa recuperação do seu maior ídolo. Stirling chegou ao hospital em coma e com a metade esquerda do corpo paralisada. Foi uma espécie de passagem de bastão no automobilismo inglês, com Clark e Hill definitivamente dominando o automobilismo mundial, enquanto Moss se recuperava numa cama de hospital.
Em 1963, ainda com 33 anos de idade, Moss voltou ao cockpit de um Lotus na pista de Goodwood. O piloto inglês fez tempos bons, mas ele decidia ali que estaria abandonando as corridas. Moss sentia que não corria da forma intuitiva de antes e que estava na hora de parar, apesar de muitos especialistas dissessem que Moss ainda podia ter corrido por muitos anos. O cartel de Stirling Moss, mesmo não contendo nenhum título mundial, era de dar inveja a qualquer campeão. Em 66 Grandes Prêmios, Moss venceu 16 vezes, conquistou 16 poles, 19 melhores voltas, 24 pódios e 186,6 pontos. Para mostrar o quanto perseguia a vitória, Moss tinha um aproveitamento de quase 50% de vitórias em corridas completadas. Stirling se tornou um comentarista respeitado e tentou uma fracassada volta ao automobilismo em 1980, quando foi contratado pela Audi no BTCC. Nos últimos anos, Moss participou de vários encontros com carros de corrida históricos e travou animadas conversas com seus companheiros de pista que ainda estão vivos. Pena que o número de pilotos daqueles tempos diminui cada vez mais, com Moss sendo um dos poucos pilotos ainda vivo a correr nos primórdios da F1. Sempre crítico com relação a F1 dos tempos atuais, seja com relação ao comportamento dos pilotos, ou com as pistas atuais, Stirling Moss foi um dos grandes ícones das pistas e sua opinião é até hoje respeitada. Dono de uma tocada impressionante, Moss foi o piloto inglês com o maior número de vitórias até 1991, quando foi superado por Nigel Mansell. Muitos o acusam de piloto “profissional” numa época “romântica”, mas Moss foi um piloto a frente do seu tempo e ninguém o esquecerá jamais. Seja pela forma de pilotar, pelos quatro vice-campeonatos na F1, ou pelas suas opiniões.
Parabéns!
Stirling Moss
Em 1963, ainda com 33 anos de idade, Moss voltou ao cockpit de um Lotus na pista de Goodwood. O piloto inglês fez tempos bons, mas ele decidia ali que estaria abandonando as corridas. Moss sentia que não corria da forma intuitiva de antes e que estava na hora de parar, apesar de muitos especialistas dissessem que Moss ainda podia ter corrido por muitos anos. O cartel de Stirling Moss, mesmo não contendo nenhum título mundial, era de dar inveja a qualquer campeão. Em 66 Grandes Prêmios, Moss venceu 16 vezes, conquistou 16 poles, 19 melhores voltas, 24 pódios e 186,6 pontos. Para mostrar o quanto perseguia a vitória, Moss tinha um aproveitamento de quase 50% de vitórias em corridas completadas. Stirling se tornou um comentarista respeitado e tentou uma fracassada volta ao automobilismo em 1980, quando foi contratado pela Audi no BTCC. Nos últimos anos, Moss participou de vários encontros com carros de corrida históricos e travou animadas conversas com seus companheiros de pista que ainda estão vivos. Pena que o número de pilotos daqueles tempos diminui cada vez mais, com Moss sendo um dos poucos pilotos ainda vivo a correr nos primórdios da F1. Sempre crítico com relação a F1 dos tempos atuais, seja com relação ao comportamento dos pilotos, ou com as pistas atuais, Stirling Moss foi um dos grandes ícones das pistas e sua opinião é até hoje respeitada. Dono de uma tocada impressionante, Moss foi o piloto inglês com o maior número de vitórias até 1991, quando foi superado por Nigel Mansell. Muitos o acusam de piloto “profissional” numa época “romântica”, mas Moss foi um piloto a frente do seu tempo e ninguém o esquecerá jamais. Seja pela forma de pilotar, pelos quatro vice-campeonatos na F1, ou pelas suas opiniões.
Parabéns!
Stirling Moss
Um comentário:
Como se vê trocas de posições na F1 são comuns a muito tempo. Em 1958, acabou decidindo o título.
Mesmo assim, Moss foi um dos poucos que defendeu Schumacher e a Ferrari depois do episódio da Áustria-2002.
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