domingo, 16 de setembro de 2012

Laranja poderosa


Quando a Seleção Holandesa de futebol começa uma Copa do Mundo, ela sempre é favorita. Suas estrelas jogam nas equipes de ponta do futebol mundial e seu jogo bonito normalmente faz com que os holandeses cheguem fortes na Copa do Mundo. Mas sempre acontece algo e os homens de laranja acabam fracassando no final. Esse enredo todo tem muito a ver com Will Power. Para mim, o piloto da Penske é melhor da Indy, talvez o único com chance de fazer bonito na F1, mas sua falta de aptidão em circuitos ovais vem destruindo campeonatos em que Power é sempre o mais rápido, com várias poles e vitórias, mas o piloto da Penske acaba se dando mal no final. Em Fontana, com 17 pontos de vantagem antes da largada, mais uma vez Power sucumbiu por uma afobação ainda no primeiro terço de uma corrida de 500 Milhas e pela terceira vez consecutiva, Power tem que se conformar com o vice. Assim como a Holanda.

Desde o começo da década passada correndo em alto nível nos monopostos americanos, Ryan Hunter-Reay era típico piloto em que todos queriam ver numa equipe de ponta, ao contrário do que sempre aconteceu com ele ao longo de sua já longa carreira. Dá para afirmar que Hunter-Reay não tinha feito nada demais até o ano passado e que não era favorito para este ano, mas uma arrancada espetacular no meio da temporada o fez conquistar três vitórias consecutivas em três tipos de pistas. Esse foi o diferencial do piloto da Andretti, que volta a comemorar um título depois de longa seca. Hunter-Reay andou bem em circuitos ovais longos, ovais curtos, circuitos mistos e circuitos de rua, enquanto Power só andava bem única e exclusivamente em circuitos com curvas para direita e para a esquerda.

Porém, o título de Hunter-Reay não veio sem drama. Mesmo com Power fora da corrida, Hunter-Reay teria que ficar no top-5 e no fim da corrida isso parecia improvável, pois o americano não tinha ritmo suficiente para alcançar o pelotão da frente formado por Ed Carpenter (o vencedor), Franchitti, Sato, Dixon e Tagliani. Correndo em sexto, Hunter-Reay perderia o título por um ponto. A quebra de Tagliani foi provicencial para Hunter-Reay e ele ainda conseguiu um quarto lugar na bandeirada que lhe deu o primeiro título da Indy e quebrando outro jejum, desta vez de americanos sem título desde 2006 com Sam Hornish Jr.

A primeira temporada dos novos carros foi tão empolgante quanto com o novo carro, só que bem mais segura, graças a saída de ovais-Nascar e da própria precaução dos pilotos. A decantada estréia de Rubens Barrichello ficou abaixo das expectativas, com o brasileiro ainda tendo devaneios com uma volta à F1 e se esquecendo de se concentrar na categoria que o abrigou de braços abertos. O talento de Barrichello ainda o fez conseguir bons resultados nas últimas provas em mistos e talvez em pouco mais de foco, além de uma equipe melhor, podem fazer Rubens melhorar. Hélio Castroneves chegou a estar na briga pelo título até a penúltima prova, mas sua conhecida inconsistência o fez se conformar em ajudar Power na final em Fontana, já que o barsileiro, ao contrário do companheiro de equipe, anda bem em ovais. É incrível um piloto nunca ter conquistado um título na Indy permanecer tanto tempo numa equipe como a Penske. Por isso que sempre digo que Helio Castroneves é um dos pilotos mais abençoados da história do automobilismo americano. Mesmo estando na mesma equipe de Barrichello, Tony Kanaan se superou e conseguiu resultados pouco condizentes com o carro ruim que tinha, conseguindo alguns pódios, mas seus problemas nos treinos afastaram possíveis vitórias. Neste ano, a Ganassi teve Scott Dixon como seu representante na luta pelo título, já que Franchitti fez um péssimo campeonato, mas o escocês não tem do que reclamar, já que venceu as outras 500 Milhas, as que importam, em Indianápolis. E pela terceira vez!

E a Indy encerra seu campeonato ainda na metade de setembro coroando Ryan Hunter-Reay. O norte-americano não é nenhum virtuose, mas soube utilizar o bom equipamento da Andretti e superou Will Power no ponto fraco do australiano: os ovais. Resta saber como se comportará Power com o terceiro vice consecutivo e pelo mesmo motivo. Também vamos ver como será a tratada a Indy aqui no Brasil. O destaque foi menor do que em outros anos e o exemplo aconteceu hoje pela manhã, na reprise da corrida no Bandsports. Como a corrida foi muito tarde e cheguei de uma viagem de oito horas muito cansado, deixei para ver a prova hoje pela manhã. Na penúltima bandeira amarela, decisiva, quando faltavam 15 voltas, a reprise foi cortada para passar, menos mal, a corrida da World Series. Bem emblemático... 

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