Quando a Seleção Holandesa de futebol começa uma Copa do
Mundo, ela sempre é favorita. Suas estrelas jogam nas equipes de ponta do
futebol mundial e seu jogo bonito normalmente faz com que os holandeses cheguem
fortes na Copa do Mundo. Mas sempre acontece algo e os homens de laranja acabam
fracassando no final. Esse enredo todo tem muito a ver com Will Power. Para
mim, o piloto da Penske é melhor da Indy, talvez o único com chance de fazer
bonito na F1, mas sua falta de aptidão em circuitos ovais vem destruindo
campeonatos em que Power é sempre o mais rápido, com várias poles e vitórias,
mas o piloto da Penske acaba se dando mal no final. Em Fontana, com 17 pontos
de vantagem antes da largada, mais uma vez Power sucumbiu por uma afobação
ainda no primeiro terço de uma corrida de 500 Milhas e pela terceira vez
consecutiva, Power tem que se conformar com o vice. Assim como a Holanda.
Desde o começo da década passada correndo em alto nível nos
monopostos americanos, Ryan Hunter-Reay era típico piloto em que todos queriam
ver numa equipe de ponta, ao contrário do que sempre aconteceu com ele ao longo
de sua já longa carreira. Dá para afirmar que Hunter-Reay não tinha feito nada
demais até o ano passado e que não era favorito para este ano, mas uma
arrancada espetacular no meio da temporada o fez conquistar três vitórias
consecutivas em três tipos de pistas. Esse foi o diferencial do piloto da
Andretti, que volta a comemorar um título depois de longa seca. Hunter-Reay
andou bem em circuitos ovais longos, ovais curtos, circuitos mistos e circuitos
de rua, enquanto Power só andava bem única e exclusivamente em circuitos com
curvas para direita e para a esquerda.
Porém, o título de Hunter-Reay não veio sem drama. Mesmo com
Power fora da corrida, Hunter-Reay teria que ficar no top-5 e no fim da corrida
isso parecia improvável, pois o americano não tinha ritmo suficiente para
alcançar o pelotão da frente formado por Ed Carpenter (o vencedor), Franchitti,
Sato, Dixon e Tagliani. Correndo em sexto, Hunter-Reay perderia o título por um
ponto. A quebra de Tagliani foi provicencial para Hunter-Reay e ele ainda
conseguiu um quarto lugar na bandeirada que lhe deu o primeiro título da Indy e
quebrando outro jejum, desta vez de americanos sem título desde 2006 com Sam
Hornish Jr.
A primeira temporada dos novos carros foi tão empolgante
quanto com o novo carro, só que bem mais segura, graças a saída de ovais-Nascar
e da própria precaução dos pilotos. A decantada estréia de Rubens Barrichello
ficou abaixo das expectativas, com o brasileiro ainda tendo devaneios com uma
volta à F1 e se esquecendo de se concentrar na categoria que o abrigou de
braços abertos. O talento de Barrichello ainda o fez conseguir bons resultados
nas últimas provas em mistos e talvez em pouco mais de foco, além de uma equipe
melhor, podem fazer Rubens melhorar. Hélio Castroneves chegou a estar na briga
pelo título até a penúltima prova, mas sua conhecida inconsistência o fez se
conformar em ajudar Power na final em Fontana, já que o barsileiro, ao
contrário do companheiro de equipe, anda bem em ovais. É incrível um piloto
nunca ter conquistado um título na Indy permanecer tanto tempo numa equipe como
a Penske. Por isso que sempre digo que Helio Castroneves é um dos pilotos mais
abençoados da história do automobilismo americano. Mesmo estando na mesma
equipe de Barrichello, Tony Kanaan se superou e conseguiu resultados pouco
condizentes com o carro ruim que tinha, conseguindo alguns pódios, mas seus problemas
nos treinos afastaram possíveis vitórias. Neste ano, a Ganassi teve Scott Dixon
como seu representante na luta pelo título, já que Franchitti fez um péssimo
campeonato, mas o escocês não tem do que reclamar, já que venceu as outras 500
Milhas, as que importam, em Indianápolis. E pela terceira vez!
E a Indy encerra seu campeonato ainda na metade de setembro
coroando Ryan Hunter-Reay. O norte-americano não é nenhum virtuose, mas soube
utilizar o bom equipamento da Andretti e superou Will Power no ponto fraco do
australiano: os ovais. Resta saber como se comportará Power com o terceiro vice
consecutivo e pelo mesmo motivo. Também vamos ver como será a tratada a Indy
aqui no Brasil. O destaque foi menor do que em outros anos e o exemplo
aconteceu hoje pela manhã, na reprise da corrida no Bandsports. Como a corrida
foi muito tarde e cheguei de uma viagem de oito horas muito cansado, deixei
para ver a prova hoje pela manhã. Na penúltima bandeira amarela, decisiva,
quando faltavam 15 voltas, a reprise foi cortada para passar, menos mal, a
corrida da World Series. Bem emblemático...
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