quarta-feira, 27 de agosto de 2014

O vetado

Para muitos, ele foi um dos melhores pilotos da F1 a não conseguirem uma vitória na categoria, muito pelas escolhas que Derek Warwick fez ao longo de sua extensa carreira na F1 e outras por ter incomodado demais. Nem tanto pelo seu talento, mas pela simpatia e carisma que esse inglês tinha com seus pares e com todo o pessoal da F1. Tendo feito um bom trabalho em equipes médias, Warwick fazia uma carreira ascendente até ser protagonista de umas grandes polêmicas envolvendo Ayrton Senna fora das pistas. Completando sessenta anos hoje, iremos conhecer um pouco mais da carreira de Derek Warwick.

Derek Stanley Arthur Warwick nasceu no dia 27 de agosto de 1954 em Alresford, na Inglaterra. Vindo de uma família que era ligado aos carros (a Warwick Trailers), o pequeno Derek começou nas corridas bem cedo e de uma forma não muito usual. Ele começou na Stock Car inglesa, mas essa categoria nada tem a ver com a versão americana ou brasileira de Stock, com seus carros mais parecidos com os carros de midjet americanos, com as corridas sendo realizadas em pista de terra. Com apenas 16 anos Derek venceu o campeonato inglês da 'stock' em 1971 e dois anos depois, em pleno estádio Wembley, se tornou campeão mundial da categoria. A habilidade em correr em carros de grande potência e pouca aderência fez com que Warwick se sentisse preparado para ir aos monopostos, estreando na F-Ford 1600 em 1975 e conseguindo um vice-campeonato no ano seguinte, fazendo graduar-se na tradicional F3 Inglesa em 1977, onde ainda utilizando o patrocínio familiar e com um Chevron, Warwick consegue um promissor terceiro lugar. O título era o objetivo de Derek Warwick na F3 Inglesa em 1978, mas teria que enfrentar dois brasileiros extremamente promissores: Chico Serra e Nelson Piquet.

Foi uma temporada emocionante e dominada pelos três pilotos, particularmente Warwick e Piquet, que já tinham um ano de experiência na F3. Naquela época haviam dois campeonatos de F3 e Warwick faturou o Vandervell Cup com quatro vitórias, deixando Piquet com o vice-campeonato, enquanto Piquet dava o troco no BP Cup, com Warwick ficando com o vice também com quatro triunfos. No entanto, Warwick vê seu rival na F3 se destacar mais do que ele e Piquet estreia na F1 ainda em 1978, se transferindo para a forte equipe Brabham em 1979, enquanto o inglês ainda fazia uma escala na F2. O primeiro ano de Derek Warwick seria na equipe Theodore e os resultados do inglês não impressionam muito, conquistando apenas um quinto lugar em Mugello. Porém, os bons resultados do começo da carreira de Warwick não foram esquecidos e o inglês foi contratado pela promissora equipe Toleman de F2 em 1980. O time de Ted Toleman tinha planos de entrar na F1 em breve e para ganhar experiência, iria construir seu próprio chassi de F2 a partir de 1980. Seu primeiro piloto, Brian Henton, ficou com o vice-campeonato em 1979 pela Toleman e confirmando as expectativas, juntamente com o bom carro construído pela Toleman, Henton foi campeão europeu de F2 em 1980. Com um ano de experiência, Derek Warwick faz uma ótima temporada e completou algumas dobradinhas com Henton, conseguindo uma vitória em Silverstone e ficando com o vice-campeonato. Continuando a ascensão da equipe, a Toleman constrói seu primeiro carro de F1 em 1980 e faz sua estreia na categoria no ano seguinte, tendo como seus pilotos os dois primeiros colocados do Europeu de F2 em 1980. Seria a estreia de Derek Warwick na F1. Contudo, estreando não apenas um novo chassi, mas também o motor Hart turbo, a primeira temporada da Toleman seria de muito aprendizado e várias não-classificações ao longo do ano. Warwick mostrava talento a ponto da Toleman lhe ceder um carro-teste, mais leve, para a última corrida da temporada em Las Vegas e de forma surpreendente o inglês consegue lugar na última fila do grid e finalmente fazia sua primeira corrida na F1, mesmo que abandonando precocemente com problemas de câmbio.

Tendo já um ano de experiência, o patrocínio fundamental da Candy, a Toleman entrava mais forte em 1982, mesmo que a chegada do patrocínio tenha significado a saída de Henton da equipe e a chegada do italiano Teo Fabi. Porém, para Warwick significava que agora era ele o primeiro piloto da Toleman. Após conseguir largar na África do Sul, Warwick não consegue classificar seu carro para as duas primeiras corridas americanas (Brasil e Long Beach), fazendo com que a Toleman retire seu carro de algumas provas para conseguir melhorar o seu carro com mais calma e esmero. Isso parece funcionar quando Warwick consegue uma corrida esplêndida em Zandvoort e marca a volta mais rápida da corrida, mas o inglês abandonaria com problemas mecânicos. Porém, o melhor ainda estava por vir. A próxima corrida do calendário seria em Brands Hatch, casa de Warwick e da Toleman. Numa prova sensacional de recuperação, Derek Warwick conseguiu fazer várias ultrapassagens e brigava pela segunda posição com vários pilotos de ponta da época até abandonar tristemente com outro problema mecânico. Conta a lenda que a Toleman tinha colocado menos combustível do que o necessário para aparecer lá na frente e tentar conseguir algum patrocinador, mas para Warwick, aquela prova em Brands Hatch significou também seu cartão de visitas na F1. Derek terminaria sua primeira corrida na F1 duas semanas mais tarde em Paul Ricard, mas o inglês acabaria a prova fora dos pontos e mesmo com todos os esforços, a Toleman terminaria zerada mais uma vez no campeonato. Permanecendo fiel a Ted Toleman, Warwick fica mais um ano na equipe e com um carro bem diferente do ano anterior (até mesmo pelos novos regulamentos da F1...), Derek consegue um impressionante quinto lugar no grid do Grande Prêmio do Brasil, primeira corrida de 1983, mas o inglês não repete o mesmo desempenho na corrida e fica fora dos pontos.

Derek consegue mostrar sua velocidade e põe seu carro várias vezes no top-10 no grid em 1983, batendo com facilidade seu conceituado companheiro de equipe, Bruno Giacomelli. Porém, a terrível confiabilidade do Toleman-Hart roubava pontos importantes de Warwick, mas a simpatia dele e da equipe fez com que todo o paddock vibrasse quando Derek cruzou a linha de chegada do Grande Prêmio da Holanda, já no final da temporada, em quarto lugar, marcando os primeiros pontos da Toleman e do inglês. Após sentir o gostinho de marcar pontos, Warwick chega entre os seis primeiros nas três corridas restantes do campeonato de 1983, terminando o campeonato em 14º com nove pontos. Essa boa exibição do inglês no final da temporada chama a atenção das equipes maiores e Warwick estava bem cotado no final de 1983. No entanto, o futuro de Derek só foi consumado após a rumorosa saída de Alain Prost da Renault, abrindo espaço para o inglês na equipe que acabara de se sagrar vice-campeã mundial. A Renault era uma equipe muito forte, extremamente nacionalista (Warwick era apenas o segundo piloto não-francês na equipe) e traumatizada pelas perdas de campeonato nos últimos anos. A equipe mudou tudo para 1984, trazendo como parceiro de Warwick o francês Patrick Tambay, primeiro piloto no coração da equipe, mas Warwick mostrou suas credenciais logo na primeira corrida de 1984, quando largou em terceiro, sua melhor posição de grid na F1, superando Tambay. Durante a corrida, Warwick brigou o tempo todo pela ponta, liderou algumas voltas e numa dessas disputas, acabou tocando em Niki Lauda, que faria o inglês abandonar a corrida nas voltas finais com a suspensão quebrada quando estava em segundo. Contudo, o primeiro pódio de Warwick não tardaria a acontecer e numa prova de sobreviventes em Kyalami, o inglês chegou em terceiro, atrás das duas McLarens. E esse foi o grande problema de Warwick e os demais pilotos daquele ano: o domínio da McLaren em 1984. Derek teve pouco espaço para tentar a vitória, chegando em segundo lugar em Zolder e Brands Hatch. Mesmo machucando a perna num acidente no Grande Prêmio da França, o primeiro ano de Warwick numa equipe grande havia sido promissor, ficando em sétimo no campeonato, superando com o dobro de pontos seu mais experiente companheiro de equipe Tambay. 

Isso era um lado da moeda. O outro era que a Renault não tinha uma vitória na F1 pela primeira vez desde 1979 e como era uma empresa estatal francesa, havia pressões para que a cara aventura (a Renault era a equipe que mais investia na F1 naquela época) do time amarelo e negro fosse terminada. Nessa época, a Williams precisava de um piloto para o lugar do francês Jacques Laffite, que não teve uma passagem nada auspiciosa na equipe Williams, e estava retornando para a Ligier. Já tendo Keke Rosberg como primeiro piloto, os patrocinadores ingleses pressionaram Frank Williams para ter um piloto inglês na equipe e com isso Frank entrou em negociações com o piloto número um da Inglaterra na época. Para quem pensou em Nigel Mansell, errou feio. Quase trinta anos depois, é complicado imaginar que Derek Warwick era considerado o melhor piloto da ilha no final de 1984, mas o fato era esse. A Williams, estreando o motor Honda turbo, teve uma temporada conturbada e cheio de abandonos em 1984 e Warwick, se lembrando dos seus complicados anos na Toleman, onde vivia retornando aos boxes a pé, preferiu declinar do convite de Frank Williams e ficar mais um ano na Renault. Este seria a grande escolha errada de Derek Warwick, digna de se entrar na categoria 'bad moves ever'. Com Mansell sobrando na Lotus, Frank Williams se viu obrigado a contratar o piloto 'numero 2' da Inglaterra para 1985, com o jovem Ayrton Senna entrando no lugar de Mansell. Essa seria a primeira vez que Senna entraria, mesmo que indiretamente, na vida de Warwick. E não demoraria muito para entrar novamente. Com a Renault ameaçando abandonar constantemente o programa de F1, a equipe tem suas torneiras de dinheiro fechadas e faz uma temporada para esquecer em 1985. Warwick marca pontos apenas três vezes, ficando longe do seu bom desempenho em 1984, enquanto vê Mansell, o piloto que o substituiu na Williams, vencer duas corridas no final de 1985, enquanto o time de Frank Williams provava estar bastante promissor para 1986. Para piorar, no final da temporada a Renault realmente fecha as portas e Warwick tem caminho livre para negociar com quem quisesse, enquanto boa parte do pessoal técnico da Renault se transfere para a Ligier.

Alguns boxes ao lado, a Lotus tinha um problema parecido que a Williams no final de 1984. Ayrton Senna confirma tudo que dele se espera e toma a equipe como um furacão, mas o problema era que a Lotus tinha em Elio de Angelis um antigo e adorado primeiro piloto bastante descontente em ser escanteado após se dedicar tantos anos para a equipe comandada por Peter Warr. Chateado, o italiano quase dar uns tapas em Senna após o Grande Prêmio da África do Sul e desiludido, De Angelis abandona a Lotus após seis anos na equipe. Já tendo Senna como estrela, a John Player Special, principal patrocinadora da Lotus, pressiona Warr a contratar um piloto inglês. Com Warwick no mercado e o inglês sendo reconhecidamente um bom piloto, a escolha parecia lógica, principalmente por causa da nacionalidade de Derek. No final de 1985, Warwick chega a vestir o macacão preto da JPS e dá algumas voltas com o Lotus negro de número 11. Quando Warr foi contar a novidade para Ayrton Senna, a resposta do brasileiro foi surpreendente e caiu como uma bomba no colo de Warr. Senna diz que não aceitava Derek Warwick como companheiro de equipe, com o argumento (suspeito, diga-se de passagem) de que a Lotus não tinha condições de dar dois bons carros a eles. A realidade era que Senna tinha mais receio da simpatia de Warwick do que do talento do inglês. Simpático e querido por todos na F1, Warwick poderia fazer com que a Lotus trabalhasse para ele, tirando de Senna o direito de ser o centro das atenções da Lotus. O fato foi que Derek Warwick foi vetado por Senna na Lotus e com a maioria dos lugares da F1 ocupados naquela momento, o inglês não tinha para onde ir em 1986, tendo que acertar com a Jaguar no Mundial de Marcas. Porém, o estrelismo de Senna deixou a imprensa inglesa uma arara com ele, o criticando sempre que podia e exaltando Derek Warwick. Senna chega a indicar o seu amigo Mauricio Gugelmin, que havia acabado de conquistar a F3 Inglesa, para a vaga na Lotus, mas a JPS exige um piloto inglês e o inexpressivo Johnny Dumfries foi contratado para ser o segundo piloto da Lotus ou, como disse Clive James no filme oficial da temporada 1986, 'o escravo de Ayrton Senna'.

Contudo, Derek Warwick não ficaria muito tempo longe da F1, mas pelo pior dos motivos. Durante um teste particular em Paul Ricard, Elio de Angelis sofre um terrível acidente e morre, deixando um espaço livre na Brabham. Como as demais corridas do calendário da F1 não batiam com o Mundial de Marcas, Derek Warwick é contratado pela Brabham, mas conta-se que Bernie Ecclestone só escolheu Warwick por que o inglês foi o único piloto disponível a não ligar para ele logo após a morte de Elio de Angelis. Porém, o novo Brabham BT55 se mostrava muito avançado para a época e com sérios problemas de alimentação no motor BMW, além de instável nas curvas, o carro se mostra difícil demais de guiar, ainda mais para Warwick, que não conhecia muito bem o carro e acabou o ano sem pontos, mas com um contrato com a Arrows para os anos seguintes. Mesmo tendo vencido uma corrida em Silverstone pela Jaguar, o objetivo de Warwick permanecia sendo a F1, mas o veto de Ayrton Senna foi decisivo para sua carreira, pois ele nunca mais conseguiria uma chance numa equipe grande na categoria. Logicamente Derek Warwick fica extremamente magoado com Senna, mas as pazes seriam feitas em 1991, num momento muito dolorido para o inglês. Seu irmão mais novo, Paul, começava a brilhar nas categorias de base inglesas e já estava na F3000 Inglesa quando acabou morrendo num forte acidente em Oulton Park. Ayrton Senna seria o primeiro a mandar condolências para  um devastado Derek Warwick, que perdoou o brasileiro. 

Usando o conhecimento que tinha do motor BMW turbo, Warwick fez temporadas decentes com a Arrows, que usava o motor Megatron, que nada mais era que um motor BMW de uma versão anterior. Como estava numa equipe média, Warwick tinha que se conformar em marcar pontos quando os pilotos das equipes grandes abandonavam. Em 1988, um problema na válvula pop-off do motor turbo de Warwick foi resolvido e o inglês consegue vários bons resultados. Em Monza, Warwick estava colado no seu companheiro de equipe Eddie Cheever, mas recebe ordens de não atacar o americano e foi Cheever que subiu ao pódio em terceiro lugar na ocasião. Com quatro quartos lugares em 1988, Warwick repete sua melhor posição no campeonato (sétimo) e o fim da era turbo quase dá a Warwick sua sonhada primeira vitória duas vezes em 1989. A primeira foi no Grande Prêmio do Brasil. Largando em oitavo, Warwick fazia uma corrida correta e estava em terceiro lugar no terço final da prova, tendo à sua frente Mansell (que estreava seu problemático câmbio semi-automático) e Prost (com problemas de embreagem e tendo que andar devagar, pois não podia fazer um necessário segundo pit-stop). Quando Warwick faz sua segunda parada, a Arrows demora longos 17s para devolver o inglês à pista e ele cai para sexto. Com Mansell tendo que fazer uma parada não
programada por causa de problemas no câmbio semi-automático e com Prost tendo problemas em seu McLaren, simulações posteriores provaram que se tivesse tido um pit-stop básico por parte da Arrows, mesmo sem ter sido o mais rápido da corrida, Warwick teria sido o vencedor da prova em Jacarepaguá. A outra grande chance seria em Montreal, numa corrida debaixo de muita chuva. Warwick estava pilotando muito bem numa pista encharcada e fazendo suas paradas na hora correta, o inglês liderava a prova no final quando foi ultrapassado por Senna, mas Derek estava mantendo o terceiro colocado Boutsen à distância quando teve o seu motor quebrado. Faltando três voltas, Senna teve seu motor quebrado e foi Boutsen quem conseguiu sua primeira vitória na F1, enquanto Warwick via mais uma vez sua primeira vitória lhe escorrer entre os dedos. Numa temporada equilibrada e mesmo desperdiçando essas oportunidades valiosas, Warwick marca pontos com alguma regularidade, chamando a atenção, novamente, da Lotus. Quatro anos depois, Derek Warwick finalmente assina com a Lotus, que teria por trás o projeto do novo motor Lamborghini e as expectativas eram boas.

No entanto, aquela Lotus onde desembarcou Derek Warwick era bem diferente da onde ele quase pilotou em 1986. Desde a saída de Senna em 1987 a Lotus entrou numa espiral descendente e o final da parceira com a Honda apenas diminuía ainda mais o tamanho do que já foi a grande Lotus. Warwick teria ao seu lado o novato Martin Donnelly, piloto muito promissor a quem Warwick ajuda bastante, mas durante os treinos para o Grande Prêmio da Espanha de 1990, Donnelly sofre um terrível acidente e tem sua promissora carreira encerrada naquele momento. A  forte imagem de Donnelly jogado no meio da pista, amarrado no seu banco e com o pé retorcido horrorizou a F1, mas Warwick liderou a equipe para continuar adiante e participou da corrida espanhola normalmente, mesmo que o resultado tenha sido bem parecido com as demais provas naquele ano: um abandono. Durante o Grande Prêmio da Itália, exatamente vinte anos após a morte de Jochen Rindt na curva Parabolica, Warwick deu um susto enorme quando bateu no mesmo local ainda na primeira volta e com a maior tranquilidade, o inglês saiu dos destroços do seu carro, deu uma olhadinha para ver se não vinha carro e correu para os boxes para pegar o carro reserva! Era mais uma mostra da tenacidade de Derek Warwick, mas isso não significou a renovação do seu contrato com a Lotus,
onde o próprio Warwick não queria mais ficar, ou o contrato com outro time. O inglês sai da F1 aparentemente de forma definitiva, indo para o Mundial de Marcas. Assim como ocorreu em 1986, Warwick acha abrigo na TWR Jaguar e consegue três vitórias (Silverstone, Monza e Nürburgring) em 1991, conseguindo um contrato com a Peugeot, melhor equipe da época no Endurance, para 1992. Com vitórias em Silverstone, Suzuka e, principalmente, nas 24 Horas de Le Mans, Derek Warwick se sagra Campeão Mundial de Marcas ao lado de outro ex-piloto de F1, Yannick Dalmas. Mas quem disse que Warwick era um ex-piloto de F1? De forma surpreendente, Derek assina com a Footword para 1993, que nada mais era do que a continuação da Arrows para ajudar a desenvolver o novo FA14, porém, o fraco motor Mugen-Honda não ajuda a causa da equipe e de Warwick, fazendo do quarto lugar em Hungaroring do inglês, não por coincidência uma pista onde o motor não era muito exigido, o único bom momento da equipe e do piloto. Já contando com 39 anos de idade, esse foi o canto do cisne do inglês, que em doze anos na F1, fez 146 corridas, duas melhores voltas, quatro pódios e somou 71 pontos.

Após sua aposentadoria na F1, Derek Warwick passou a se dedicar ao Turismo e o então forte BTCC. Em 1995 ele foi piloto da equipe oficial da Alfa Romeo, que tinha sido campeã no ano anterior, mas Derek faz uma temporada sofrível. Após um ano sabático, Warwick retornou ao BTCC fazendo a dupla função de piloto e chefe de equipe oficial da Vauxhall. No final de 1998 Warwick abandonou definitivamente a vida de piloto, chefiando sua equipe até 2001. Após uma breve aparição na defunta GP Masters, Derek Warwick é chamado como comissário convidado das corridas atuais de F1, além de ser dono de concessionárias de carros em Jersey, onde mora. Derek foi um daqueles típicos pilotos 'se'. Sua recusa em ir para a Williams em 1985 e seu posterior veto de Senna atrapalhou o que poderia ser uma carreira vitoriosa na F1. Mas como o 'se' não joga, Derek Warwick fez uma carreira decente nos seus anos na F1, conseguindo respeito numa das épocas mais competitivas da categoria.

Parabéns!
Derek Warwick

2 comentários:

Vinicius disse...

Excelente,só faltou lembrar um outro episódio trágico do Warwick,onde na F2 em 80,numa corrida em Hockenheim,Warwick havia batido logo no começo da corrida e um de seus pneus que se desprendeu qatingiu a cabeça de Markus Hottinger,matando o austríaco.

Por Dentro dos Boxes disse...

João,

excelente texto... o Warwick tem uma 'ficha' extensa na F1... hehehe

e episódio com Senna é controverso mesmo...

abs...