Como explicar um piloto com seis vitórias não vencer um campeonato? Scott Dixon foi merecedor do título conquistado neste domingo e mesmo tendo perdido a vitória por meros centímetros, vitórias essa que lhe garantiria o recorde de vitórias numa mesma temporada, o segundo lugar foi o bastante para coroar uma temporada quase perfeita, inclusive com a vitória na edição deste ano das 500 Milhas de Indianápolis.
Dixon chegou pressionado a Chicago pela recente performance de Hélio Castroneves, mas o neo-zelandês se portou com muita frieza na perigosa corrida de hoje. Sinceramente detesto corridas como a de hoje, onde a tragédia está a poucos centímetros de acontecer. Correr lado a lado com carros de Fórmula é um absurdo a ponto de ser quase como uma tentativa de suícidio dos 28 pilotos quem compunham o grid de hoje.
Dixon teve que enfrentar a inteligente tática da Penske, que trouxe um inspirado Castroneves da última para a primeira posição antes da metade da corrida e colocou "Brian Riscoe" na segunda posição, fazendo com que os dois carros fizessem uma espécia de bloqueio aos demais, colocando Dixon numa arapuca, pois tinha que enfrentar pilotos do naipe de A.J. Foyt IV, Ernesto Viso e Danica Patrick. Ou seja, queria que o neo-zelandês sofresse um acidente, mas felizmente não conseguiram!
No último pit-stop Dixon deu o pulo do gato e saiu na frente e então passou a disputar roda a roda com Castroneves até linha de chegada, com Helinho vencendo, apesar da organização ter dado o triunfo inicialmente para o neo-zelandês. Com outro vice-campeonato no seu já vasto currículo, Castroneves tende a ficar com a síndrome do amarelão, apesar de não ter sido o caso em 2008.
Outro ponto a destacar foi a transmissão da Rede Bandeirantes. Recentemente o site Grande Prêmio fez uma enquete para saber quem é o melhor narrador brasileiro da atualidade e a vitória ficou com Téo José. Por isso é inacreditável tirar o Téo da corrida decisiva e colocar um enferrujado Luciano do Valle para narrar. Além de secar descaradamente Dixon, Luciano cometeu gafe incríveis, como o já conhecido "Brian Riscoe" (Ryan Briscoe), ter ressuscitado Graham Hil (Rahal) e dizer que o filho de Bobby Rahal era o Ryan Hunter-Rahal (Reay). Mas ao menos acertou o vencedor ao vivo, quando gritou Hélio Castroneves, enquanto a TV dizia que o vencedor fora Dixon.
Com o bicampeonato, Dixon deve ter passado por cima da decepção do ano passado quando perdeu o título para Dario Franchitti na última curva da mesma prova de Chicago e como terá o escocês como companheiro de equipe em 2009, a disputa será intensa dentro da Chip Ganassi. Numa rápida analisada deste primeira temporada da junção da IRL com a Champ Car, fica a sensação da enorme vantagem das equipes dominadoras dos últimos anos, mas Penske, Chip Ganassi e Andretti-Green vieram da Cart no auge da categoria e como a Newman-Hass mostrou nas últimas corridas, não demorará a se juntar ao trio e se tornar vencedora. Como nos velhos tempos!
2 comentários:
Foi um final à Hollywood, emocionante quanto baste. O Dixon mereceu, e o Castroneves tem como consolação vencer na prova de encerramento.
Para temporada de reunificação, acho que a IRL se safou bem. Agora vamos a ver como será no ano que vêm. O Franchitti vai voltar. E quem mais?
P.S: Já agora, mandando as polémicas para a cucuia, só para avisar que para as minhas bandas vai começar a Semana Ronnie Peterson. É uma coisa em grande, portanto acho que vais gostar. Aparece!
A decisão foi eletrizante, o Título está em boas mãos, Dixon merecia e Hélio fez o que podia em sua primeira temporada com piloto nº1, o que muita gente se esquece.
Só não concordo em vc dizer que Dixon andando perto da Danica Patrick poderia significar acidente. Ela cresceu muito nesta temporada e não pode mais ser rotulada assim.
Agora é esperar pela temporada do ano que vem. Até mais.
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