sábado, 31 de outubro de 2009

Realmente necessário?


Quando Jenson Button cruzou a linha de chegada na quinta posição em Interlagos e assegurou seu primeiro título, a F1 entrou numa espécie de ressaca e poucos se lembravam da última etapa do ano em Abu Dhabi. O suntuoso circuito na capital dos Emirados Árabes, construído a 'módicos' 50 bilhões de reais em três anos é de se chamar atenção e as formas do autódromo, ao lado de uma marina cheia de iates enormes e dentro de um hotel luxuoso dá uma pinta toda especial a paisagem do autódromo, ainda mais com a ajuda da mãe natureza, com o pôr do sol dando todo um toque ao cenário. Porém, tanto dinheiro e fosfato gasto no entorno da pista e esqueceram de investir na pista em si, não passando de uma pista sem graça. Essa ida para o oriente me traz várias perguntas. Para quê dois circuitos sem graça no oriente médio? Não seria melhor revezar Abu Dhabi e Bahrein? Para que Cingapura e Malásia no mesmo calendário, onde se podia fazer um revezamento nos dois? Já que preocupam tanto com o entorno das pistas, como amante da F1 também me preocupo com o entorno da categoria, pois as duas vagas que falei nesse teórico revezamento poderiam trazer de volta França e Estados Unidos ao circuito de Grandes Prêmios, por exemplo. Mas quando Bernie vê 50 bilhões de reais, ele não liga muito para tradições...

Já dentro da pista brilhante e cheia de poeira, Lewis Hamilton conquistou uma pole cantada desde ontem, com um domínio avassalador durante todo o final de semana árabe, com o inglês chegando a colocar mais de 1s em cima de todo mundo. Nem mesmo a diferença de 0.6s sobre o segundo colocado imposto por Hamilton deve ser colocado na conta da estratégia da McLaren, que ainda viu Kovalainen parar no Q2 com seu carro quebrado, mas como o finlandês nunca esteve à altura do companheiro de equipe, Heikki tem mesmo que parar de reclamar o porquê de estar sendo dispensado. Brawn e Red Bull ficaram no segundo escalão, com seus quatro pilotos brigando pelas posições de 2º à 5º. Por um instante essas posições pareciam destinadas a Brawn, com Button sendo mais veloz que Barrichello na maior parte do tempo, mas no Q3 a Red Bull surpreendeu e pôs Vettel na primeira fila, com Webber lhe protegendo das investidas de Barrichello, já que o alemão e o brasileiro ainda brigam pelo vice-campeonato. Aliás, essas apostas da pole feita pelo pessoal da Globo estão enchendo o saco, com sempre alguém apostando num brasileiro quando está na cara que nenhum deles tem chances reais para tal!

No resto das posições, vale destacar a evolução de Toyota e BMW, com Trulli ficando logo atrás das três equipes mais fortes, sendo seguido pelos pilotos da BMW, que se despede nesse final de semana. Por sinal, a marca bávara se despede no seu melhor momento em 2009, provando um possível erro estratégico da montadora. Por ser fã da marca, tenho esperança de um retorno breve da BMW. Outro que se despede é Rosberg, cada vez mais próximo da Brawm-Mercedes, mas ainda tendo que se virar num carro da Williams não muito bom na pista freia-acelera de Marina Yas. Fica de olho, Rubinho! Buemi, em franca ascenção, coonseguiu outra posição no Q3 e poderá marcar pontos novamente, com Alguersuari também conseguindo ir para o Q2. Agora como destaque negativo, vem a Ferrari e Renault, com seus carros longe de fazer milagres e vendo seus três pilotos ficando no Q1, com Fisichella tendo que largar na sua provável última corrida na carreira em último, logo atrás da dupla da Force India, provando que os carros hindus só andam bem em pistas rápidas e sem muito apoio aerodinâmico. Será que Alonso não estaria trocando uma cadeira elétrica por outra?

Se tudo ocorrer na perfeita normalidade, Hamilton leva essa prova com os pés nas costas, assim como aconteceu em Cingapura, uma pista de características parecidas. Porém, será animado a briga pela segunda posição, apesar de achar que a Brawn acabará levando vantagem de um carro muito leve da Red Bull. Ao contrário do que acha o Galvão, as enormes retas deverão proporcionar ultrapassagens, mas a pista é mais uma da leva de Tilke, o alemão mais preocupado com a beleza do hotel e dos boxes, do que com a pista em si. Será que foi mesmo necessário levar uma pista de F1 a um lugar tão inóspito e sem tradição para se correr numa pista tão sem sal?

Um comentário:

Sidney Andreato disse...

Se dependesse de mim, teriamos só 2 corridas na Ásia: GP do Japão (em Suzuka) e GP do Pacifico (Fuji).