segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Impacto imediato


Já falei várias vezes do quanto eu leio as antigas Quatro Rodas através do seu site. Desde que descobri essa inestimável fonte de pesquisa pela internet, todo dia leio uma edição sobre F1 e as corridas de então. Fixei Janeiro de 1971 como marco inicial por ter sido a primeira temporada completa de Emerson Fittipaldi na F1 e assim a categoria teria uma cobertura regular. Não me arrependi. Porém, hoje estava ansioso pois leria a edição de Junho de 1982, onde se falaria da morte de Gilles Villeneuve.

Como não poderia deixar de ser, acompanhei toda a carreira do canadense pela ótica do momento através da Quatro Rodas e a cobertura de sua morte não mudou muito a opinião quase unânime da revista na época de que Villeuneuve era um 'louco' e 'destruidor de carros'. A velocidade do piloto da Ferrari era sempre destacada, claro, mas sua idolatria pelos italianos não era muito mencionada, chegando a se falar da saída de Gilles da Ferrari na edição de Novembro de 1981, insatisfeito com as quebras do carro. Quando a revista falou sobre as expectativas da temporada 1982, afirmou-se que a Ferrari não acreditava muito em Villeneuve, pois ele tinha 'o pé direito mais pesado do que o cérebro'. Inclusive, Pironi era mais bem falado do que Villeneuve na comparação entre os pilotos ferraristas.

Na famosa prova em Ímola, a última de Villeneuve antes de sua morte em Zolder, durante os treinos, nada se falou da insatisfação do canadense com relação a Pironi e, surpreendentemente, a revista falou que houve, sim, ordens de equipe naquele dia. Mas era Pironi à frente de Villeneuve! Naquele dia, o enfoque foi maior na briga entre FISA e FOCA. Sobre o acidente fatal em si, um artigo na revista não se furtou em culpar a impetuosidade de Villeneuve como causa do sinistro.

Uma ótica bem diferente da atual, onde sempre olhamos Villeneuve como uma santidade da velocidade na história.

2 comentários:

Diego Wendhausen Passos disse...

Meu pai dizia que ele era maluco, extremamente arrojado. Vi alguns vídeos dele. O piloto da Fórmula 1 atual que chegam mais próximo ao canadense são o britânico Lewis Hamilton e o japonês Kamui Kobayashi, mas são menos barbeiros que o canadense.

Era um piloto que disputava desde a liderança a uma posição intermediária, gostava do espetáculo. Na Fórmula 1 atual, poderia durar pouco, pois o excesso de arrojo provocava vários acidentes.

Virei fã dele em 2007, quando o Lancenet fez um especial sobre ele, mostrando alguns vídeos de manobras do pai do campeão de 1997.

Quando li o especial lançado sobre ele, em 2007, no Lancenet, comprei a ideia de que ele acabou “se matando”, pois não mediu esforços ao tentar superar o já desafeto Pironi, companheiro de equipe de Gilles na época.

Matéria que fiz sobre Gilles Villeneuve em 2008
http://ocircodaformula1.blogspot.com/2008/05/piloto-da-semana-gilles-villeneuve.html

Sidney Andreato disse...

É por isso que considero o filho melhor piloto que o pai.