domingo, 13 de fevereiro de 2011

Questão de marca


Muitos pilotos da F1 se seguram na categoria por vários anos por feitos conseguidos há anos. Exemplos não faltam. Alexander Wurz. O austríaco começou na F1 em 1997 substituindo o compatriota Gerhard Berger na Benetton e na sua terceira corrida Wurz conseguiu um pódio e as outras atuações foram convicentes a ponto do time o contratar como piloto oficial nos próximos anos. E Wurz passou três temporadas na Benetton fazendo absolutamente nada, mais lembrado como o piloto mais alto do grid. Demitido da Benetton, Wurz passou outros vários anos como piloto de testes até ser chamado de volta na equipe Williams em 2005, onde não fez quase nada. Esse quase foi um pódio acidental no Canadá. E no final daquela temporada o austríaco saiu da F1 como um piloto consolidado, mas com sua marca feita oito anos atrás e mais nada.

Falo isso pelo teste de Bruno Senna na Renault hoje. O brasileiro teria uma chance única ao testar o carro que seria de Kubica, mas Senna acabou suplantado por Nick Heidfeld, que fez um dos melhores tempos da semana de testes em Jerez com o mesmo carro e praticamente garantiu seu lugar no time francês em 2011. Ok, Bruno Senna já sabia que dificilmente substituiria Kubica por que a Renault já havia anunciado que queria um piloto experiente e Bruno Senna não tinha esse perfil. Contudo, o jovem brasileiro não soube aproveitar a chance de deixar sua marca e, quem sabe, colocar um pulga atrás da orelha nos dirigentes da Renault.

A grande verdade é que nenhum piloto brasileiro chegou na F1 falando alto nos últimos anos e por isso a renovação se torna cada vez mais difícil, tendendo a se tornar dramática em pouco tempo. Vamos relembrar alguns pilotos tupiniquins em suas primeiras temporadas na F1. Felipe Massa terminou o ano demitido da Sauber em 2002 após inúmeros erros. Antônio Pizzônia nem isso, demitido ainda antes de terminar o ano em 2003. A melhor corrida de Barrichello em 1993 foi em Donington, mas alguém se lembra de algo desta corrida além da excepcional exibição de Ayrton Senna? Bruno Senna e o recém-demitido Lucas di Grassi estavam em carros péssimos em 2010? Vamos voltar dez anos no tempo. Fernando Alonso estreava na F1 pela Minardi, numa equipe que uma semana antes da primeira etapa na Austrália não sabia se estaria na pista. Pois o espanhol conseguiu tirar sua cadeira elétrica várias vezes da última fila, lugar mais normal de uma Minardi naquele ano. Ou seja, Alonso superou as expectativas e deixou sua marca na F1. Se Di Grassi ou Senna conseguisse superar Lotus ou até mesmo brigar com uma Toro Rosso ano passado, eles fariam algo marcante, mas eles fizeram o trivial e seus nomes ficaram longe das principais mesas de negociações para 2011 como titulares em todas as equipes. Até mesmo as suas.

Enquanto isso, outros pilotos deixam suas marcas e vão ficando na F1 por muitos anos. Jarno Trulli teve um início de carreira auspiciosa na F1, mas vive dela há 13 anos. E neste sábado Nick Heidfeld mostrou sua marca mais uma vez ao pontear os testes em Jerez no último sábado, garantindo mais um ano na F1. E quem sabe, até mais alguns.

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