segunda-feira, 2 de junho de 2014

Centenário

Não minto que meu humor varia muito durante a semana. Quando ganha, posso ter passado por todos os problemas do mundo, mas a alegria estar lá. Se perde ou não consegue o resultado desejado, posso ter saído com a Miss Universo ou ter ganho na loteria, mas estaria faltando alguma coisa. Esse é meu relacionamento com o Ceará Sporting Club. De alegrias e tristezas. Razão e contradição. Meu coração pode não ter sido arrebatado ainda, mas acho que isso é amor.

Desde sempre acompanho o Ceará, mas de 2001 para cá estou mais próximo do clube, vou ao estádio e tento saber de tudo um pouco. Por ironia do destino, essa foi uma das piores épocas do Ceará. O rival estava na crista da onda, subiu duas vezes para a 1º Divisão do Campeonato Brasileiro, venceu vários títulos cearenses, enquanto o Ceará patinava na 2º Divisão, flertando com a temida 'terceirona' e vivia de atrasos salariais e má administração. Mas a grandiosidade da torcida do Ceará era maior do que qualquer problema extra-campo. Fazíamos a diferença. As vitórias eram mais sofridas e mais saborosas. Como esquecer o título cearense de 2006? Fui a quase todos os jogos daquela campanha, nosso time era inferior aos 'Galáticos do Nordeste', levamos dez gols em dois jogos do nosso rival na fase de classificação, mas na finalíssima, não levamos nenhum gol e fizemos dois. 1x0 e 1x0. E título conquistado na raça!

Minha vida passou a ser lembranças de jogos. Momentos da minha vida era refletidos em momentos do Ceará. E de 2008 para cá, passei por altos e baixos como todas as pessoas, mas o Ceará conseguiu entrar nos eixos, subiu de forma inesquecível para a 1º Divisão do Campeonato Brasileiro em 2009, foi às semifinais da Copa do Brasil num jogo épico contra o Flamengo e hoje domina o Campeonato Cearense com seu quatro tetracampeonato. 

Quando comprei meu primeiro carro, a primeira coisa que pensei foi na facilidade de ir ao Castelão, apesar de gostar mais de ver os jogos no meu PVzim. Meu lugar é na arquibancada, lá onde conheci várias pessoas como eu, onde fiz amigos que levarei para sempre comigo e sempre nosso ponto de encontro é na arquibancada, onde fazemos resenhas e nos fazemos de entendidos de futebol. Particularmente não gosto de assistir jogo pela TV, fico tenso demais. Clássico? Normalmente não tenho condições psicológicas para tal. 

Nesse dois de junho de 2014 essa paixão completa cem anos. Cem anos de alegrias e glórias, mas também de decepções e fracassos. Vi crises, mas agora vejo o Ceará estruturado e num ótimo momento. Vários torcedores não viveram esse momento de festa, mas sou um privilegiado por estar vendo o centenário do clube que amo. Ainda vou ver muitas alegrias e tristeza, mas o que tiver que ser... CEARÁ!

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