segunda-feira, 16 de junho de 2014

História: 15 anos do Grande Prêmio do Canadá de 1999

A F1 ia para a América do Norte com a Ferrari empenhada a voltar a vencer a qualquer custo e num tempo em que o desenvolvimento dos carros era mais livre e os testes praticamente ilimitados, a casa de Maranello construiu praticamente um carro novo para que Michael Schumacher pudesse enfrentar as McLarens, que dominaram em Barcelona, corrida anterior, com extrema facilidade. 

Logo nos primeiros treinos livres ficou claro que se em Barcelona a McLaren reinou absoluta, em Montreal seria a Ferrari a dona da festa canadense. Schumacher quebrou a série de cinco poles consecutivas de Mika Hakkinen com facilidade, fixando o melhor tempo da classificação ainda na primeira tentativa dele. Hakkinen se recuperou de difíceis treinos livres para compartilhar a primeira fila com Schumacher, superando Eddie Irvine, o mais rápido na sexta-feira, mas agora abrindo a segunda fila e largando ao lado de Coulthard. Atrás dos quatro 'grandes' estava Rubens Barrichello, enquanto Frentzen continuava a sua boa forma.

Grid:
1) M.Schumacher (Ferrari) - 1:19.298
2) Hakkinen (McLaren) - 1:19.327
3) Irvine (Ferrari) - 1:19.440
4) Coulthard (McLaren) - 1:19.729
5) Barrichello (Stewart) - 1:19.930
6) Frentzen (Jordan) - 1:20.158
7) Fisichella (Benetton) - 1:20.378
8) Alesi (Sauber) - 1:20.459
9) Trulli (Prost) - 1:20.557
10) Herbert (Stewart) - 1:20.829

O dia 13 de junho de 1999 estava quente e ensolarado, fazendo com que o circuito Gilles Villeneuve recebesse o grande público habitual. Com um esse apertado logo após a reta de largada, acidentes não são raros na primeira curva do Grande Prêmio do Canadá e todos ainda lembram do espetacular acidente de Wurz no ano anterior. Michael Schumacher largou de forma perfeita, com Hakkinen ficando em segundo, seguido de Irvine e Fisichella, que ultrapassou Coulthard, em quarto. Mais atrás, Trulli coroou outro final de semana ruim da Prost quando o italiano quis imitar Wurz na primeira curva de Montreal. Trulli perdeu o controle do seu carro na freada da primeira curva, rodou pelo lado de dentro, foi para a grama e atingiu Barrichello e Alesi. Trulli e Alesi abandonaram imediatamente, enquanto a promissora corrida de Barrichello acabou praticamente ali, mas o brasileiro só abandonaria mais tarde.

O safety-car entrou pela primeira de muitas intervenções naquela tarde. Na saída da Chicane da curva 13, havia um cartaz exibindo uma propaganda do estado de Quebec no muro que estava escrito 'Bienvenue a Quebec'. Até aquele ano, aquele trecho não tinha nenhum nome. Logo na terceira volta, a primeira em bandeira verde, Zonta inaugurou os trabalhos no muro ao estampar o seu BAR no local, trazendo o safety-car de volta. Na relargada, Coulthard mostrou o quão o motor Mercedes era melhor que o Supertec de Fisichella e o ultrapassou rapidamente na freada da curva um. Em bandeira verde, Michael Schumacher tratou de imprimir um ritmo forte e abria para Hakkinen de forma constante, enquanto Irvine e Coulthard brigavam pela terceira posição. Na volta 15, Damon Hill bateu no muro da curva 13, continuando sua péssima temporada, mas como o Jordan do inglês não ficou em local perigoso, a corrida continuou com
Schumacher tendo 3s de vantagem sobre Hakkinen. Com sua parada muito próxima, Schumacher aumenta ainda mais seu ritmo e faz a diferença para Hakkinen subir para 4s, mas na volta 30 perdeu o controle da sua Ferrari na curva 13 e bateu sozinho no muro, que já havia tirado três carros da corrida com menos da metade da prova. Novamente sem a necessidade do safety-car, a corrida transcorria com a liderança agora de Hakkinen. Porém, três voltas depois, Villeneuve pressionava fortemente Ralf Schumacher, mas acabou perdendo o controle do seu BAR e batendo seu carro no famoso muro da curva 13. Com três campeões mundiais batendo no mesmo local em menos de vinte voltas, aquele muro sem nome passaria a ser chamado de 'Muro dos Campeões', tornando-se imediatamente num dos locais icônicos do calendário da F1.

Desta vez o safety-car precisou entrar para retirar o carro de Villeneuve e todos os pilotos aproveitaram para fazer suas únicas paradas. Na relargada, com Hakkinen na frente, Coulthard tentou ultrapassar Irvine por fora da curva um e os dois acabam se tocando e foram para a grama. Irvine caiu para as posições intermediárias, enquanto Coulthard teve que voltar aos boxes para conferir a sua suspensão e trocar a frente de sua McLaren, caindo para último. Com isso, Frentzen e Fisichella sobem para as duas posições restantes do pódio, mas ambos são segurados de forma irresponsável pela Prost de Panis, que depois seria punido, permitindo a Hakkinen conseguir uma ótima vantagem na liderança sem praticamente nenhum esforço. Irvine mostrava todo o potencial da Ferrari ao começar a fazer ultrapassagens pelo pelotão intermediário e já entrava na zona de pontuação. Após uma manobra agressiva em cima de Herbert na freada da curva 13, Irvine se torna o piloto mais rápido na pista, mas estava 12s atrás do terceiro colocado Fisichella. Porém, já nas voltas finais, Frentzen tem um perigoso acidente quando o disco de freio do pneu dianteiro direito explode sem aviso e ele bate com muita violência no muro. O alemão sofreu uma concussão e ficou três dias internado no hospital e a corrida acabou mesmo atrás do safety-car, em sua quarta intervenção na tarde.

Após seu erro em Ímola, capitalizados em 100% por Michael Schumacher, agora era a vez de Mika Hakkinen capitalizar um erro do alemão da Ferrari e reassumir a ponta do campeonato, que se mostrava cada vez mais imprevisível. Numa corrida de espera, Fisichella conseguia seu melhor resultado do ano com a segunda posição, mas o segundo nome do dia era mesmo Irvine, que após o toque com Coulthard, foi agressivo e acabou compensado com um ótimo terceiro lugar, lhe garantindo a mesma posição no campeonato. Como se veria meses mais tarde, esses pontos de Irvine se mostrariam extremamente importantes!

Chegada:
1) Hakkinen
2) Fisichella
3) Irvine
4) R.Schumacher
5) Herbert
6) Diniz

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