domingo, 1 de junho de 2014

Lição aprendida

Mesmo chegando em quinto lugar na corrida de ontem, era lugar comum afirmar que Helio Castroneves era o piloto mais rápido em Detroit desde os primeiros treinos e somente uma estratégia diferente fez com que Will Power vencesse na primeira corrida no sábado, para garantir a alegria do promotor da rodada dupla em Belle Island, Roger Penske. A noite de ontem deve ter servido de muito aprendizado da equipe Penske de Helio Castroneves para que erros não fossem cometidos novamente e desta vez o brasileiro da Penske venceu a segunda prova em Detroit com todos os méritos.

Nos treinos pela manhã, Helio Castroneves foi superado com o cronômetro zerado por Takuma Sato e como a classificação foi definida por grupos, Helio teria que largar em terceiro, mas logo na bandeira verde Castroneves mostrou que vinha com tudo para a prova ao ultrapassar James Hinchcliffe ainda antes da primeira curva, numa bobeada do canadense. Calejado pela má performance dos pneus macios, Helio tratou de se livrar logo da borracha pintada de vermelho ainda na décima volta, quando ele já havia perdido posições devido à perda de rendimento do pneu da Firestone. Porém, a Penske trabalhou de forma usual e a Foyt também, resultando em Castroneves sair à frente de Sato. E com folga! A partir de então se seguiu uma grande sequencia em bandeira verde e quando Helio pegou pista livre, pôde usar toda a velocidade que mostrou no final de semana e definiu a prova ali, da mesma forma que Will Power fez no sábado. Quando a corrida se aproximava das voltas finais e a corrida estava assentada, Helio tinha 10s de vantagem sobre Power e controlando a diferença quando duas bandeiras amarelas surgiram no horizonte de Detroit, mas nada pôde impedir a primeira vitória de Helio em 2014.

Destaque também para Will Power, que se envolveu num toque na primeira volta e foi punido, caindo para último. Usando da estratégia, o australiano foi galgando posições e no final chegou num ótimo segundo, fazendo um final de semana quase perfeito para o piloto da Penske, que assumiu a ponta do campeonato, com Helio em segundo, para alegria de Roger Penske. Triunfante na semana passada, o então líder do campeonato Ryan Hunter-Reay teve um final de semana tenebroso e após abandonar na última volta ontem, Ryan largou em último hoje por causa de um acidente nos treinos e mesmo tentando estratégias diferente, nada deu certo para Hunter-Reay e ele acabou abandonando já no final da prova, caindo para terceiro no campeonato. O fato da Indy ter feito um calendário apertado criou essa aberração para o vencedor das 500 Milhas de Indianápolis. Todos sabem que o vencedor em Indianápolis se torna automaticamente uma celebridade americana e antigamente haviam duas ou três semanas de diferença para a corrida seguinte em Indianápolis, onde pela tradição era em Milwakee. Sem muito tempo para descansar, Hunter-Reay mal pôde comemorar o maior triunfo de sua carreira e revelou muito cansaço nesse final de semana que já é cansativo por natureza por se tratar de uma rodada dupla, podendo ter afetado o campeonato do americano, que mesmo assim parecia não estar muito aborrecido pelo final de semana ruim. Bastava Ryan Hunter-Reay pegar o extrato de sua conta bancária...

Numa última luta pelo terceiro lugar, Charlie Kimball ficou com a posição, após uma disputa encarniçada com Hinchcliffe na última volta, com Dixon, que pressionou Power nas últimas voltas, em quinto. Novamente Tony Kanaan não conseguiu andar na frente e foi o último dentre os pilotos da Ganassi, enquanto a Andretti, sem sua referência (Hunter-Reay) na melhor das condições psicológicas (quem não ficaria?), se perdeu nas ruas de Detroit.

Quem sorriu foi Roger Penske, pois na corrida em que promove, venceu as duas corridas e seus dois pilotos principais (Montoya continua desapontador...) lideram o campeonato. O problema para Roger é que tanto Power, como Castroneves são conhecidos por, digamos, não gerir muito bem lideranças de campeonatos...

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