domingo, 22 de abril de 2007

Deu muito sono

Não sei se por que acordei cedo, mas a corrida da Stock-Car foi difícil de assistir. Ricardo Maurício venceu com alguma tranqüilidade a primeira etapa em Interlagos, numa corrida bastante tulmutuada. Diga-se de passagem, 38 carros iguais é sinal de uma corrida bastante tulmutuada. Para piorar, antes de assistir a corrida pela Globo, tive a chance de assistir a metade final da corrida do DTM, que apesar de dois inúteis pit-stops, é espetacular e deu para ver que nós somos mesmo terceiro mundo e eles estão no primeiro mundo, tanto pelos carros, como pelos pilotos, pela organização, pelo público e pelo espetáculo.

Enquanto na Stock o carro é ruim e isso não é segredo, fora que são todos iguais apesar dos organizadores falarem que tem quatro marcas na pista, a DTM tem F1 carenados e duas marcas investindo e construindo seus carros. Mercedes e Audi tem equipes oficiais e as equipes privadas ficam com os carros dos anos anteriores, ou seja, dá para dizer que o DTM tem seis carros diferentes na pista, brigando de igual para igual.

Dentro da pista, os pilotos da DTM são grandes promessas do automobilismo mundial misturados com experientes raposas internacionais. Na Stock também há essa mistura, mas não há conhecimento de um piloto da Stock sair daqui para a F1, coisa bem corriqueira na categoria alemã, que já colocou Albers e Paffet só esse ano. Os pilotos experientes são pilotos do calibre de Mika Hakkinen e Bernd Schneider. Com todo respeito aos sete pilotos que já estiveram na F1, eles não fizeram nada na categoria máxima do automobilismo, enquanto Schneider é uma lenda do turismo e Hakkinen dispensa comentários. E eles se respeitam! Até onde vi, houve muito poucos toques e bastante disputa na DTM. Na Stock, houve batida até na volta de apresentação! Sempre achei que no turismo tem que haver toque, mas tentar ultrapassar na segunda perna do S do Senna é ridículo e isso foi visto várias vezes durante a corrida. E o pior é que os pilotos ainda querem ter razão. Marcos Gomes colocou Tarso Marques para fora de forma até constrangedora, mas Gomes disse que Marques não o tinha visto. Pelo amor de Deus!

No DTM, com tantos pit-stops a corrida fica um pouco confusa, principalmente quando se pega no meio, como foi o meu caso, mas a emoção e a organização são impressionantes. Há várias brigas e toques, mas tudo dentro da normalidade. Isso sem contar o show da transmissão. Em Interlagos, em duas oportunidades os carros de corrida tiveram que parar seus carros para não bater nos carros de resgate... A transmissão? Alguém viu Ricardo Maurício ultrapassar Daniel Serra e assumir a primeira posição? Eu não vi e eu tenho certeza que não dormi, pois apesar das poucas ultrapassagens, sempre tinha um acidente para a gente acordar.

O público em Hockenheim não era uma Brastemp, mas era enorme. Aqui na Stock, o público lotou o autródromo, mas prestando bem atenção, deu para perceber que a maioria das arquibancadas tinham na verdade representante dos patrocinadores da corrida. E o pior é que vão vir depois dizendo: "A Stock teve um público de 40.000 pessoas em Interlagos." Batata! Deu para perceber que a maioria das pessoas ali estavam por que a empresa pagou a conta e as pessoas teriam que vestir a camisa do patrocinador. Acho que nem sabiam o que estava acontecendo.

Para não dizer tudo foi bom de um lado e ruim de outro, a DTM teve um sério acidente que não pude perceber, mas Tom Kristensen, uma lenda das 24 horas de Le Mans, foi levado de helicóptero para o hospital. Piloto indo de helicóptero para o hospital nunca é bom e tomara que esteja tudo bem com ele. Na Stock, tirando as pancadas (oh novidade!), teve alguns pilotos que se destacara, como Cacá Bueno, que saiu em 19o e terminou em sétimo, seguido por Giuliano Losacco, que chegou duas posição atrás, mas também largou no fundão. Daniel Serra fez uma corrida madura e o terceir lugar foi merecido, apesar da Globo não querer mostrar a marca Red Bull de qualquer jeito. Hoover Orsi fez uma corrida consistente e chegou logo atrás de Serra, seu companheiro de equipe, assim como Ingo Hoffmann, que usou sua experiência para ser quinto. Lógico, não podemos esquecer do vencedor Ricardo Maurício, que pela primeira vez vence na Stock e se comportou muito bem, mesmo com o extrator bem amassado (sinal de que levou uma pancada por trás). Atrás de Maurício chegou Felipe Maluhy, piloto muito consistente, que disputou o título até a última corrida ano passado mesmo sem vencer e parece que seguirá essa tática nessa temporada. Maluhy partiu para cima de Maurício no final, mas eles preferiram manter as posições do que se envolver em mais um incidente dos vários que rechearam a Stock em Interlagos. Pelo menos esses acidentes me deixou bem acordado e agora posso ir à missa e dormir.

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